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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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ao tratar da natureza humana, ou seja, que a mulher é com seu maridoa imagem <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong> um modo que forma uma só imagem, a imagem<strong>de</strong> Deus, a totalida<strong>de</strong> da natureza humana. Mas <strong>en</strong>quanto é consi<strong>de</strong>radacomo auxiliar do homem, o que diz respeito som<strong>en</strong>te a e<strong>la</strong>, não é imagem<strong>de</strong> Deus. E pelo que se refere ao varão, o que se refere som<strong>en</strong>te a ele,é imagem <strong>de</strong> Deus tão pl<strong>en</strong>a e integram<strong>en</strong>te como o é em conjunto coma mulher. (Agostinho, 2008, p. 375)Ainda que na condição <strong>de</strong> seres humanos (homo) mulheres e hom<strong>en</strong>s sejamimag<strong>en</strong>s <strong>de</strong> Deus, <strong>en</strong>quanto vir, o homem possui uma qualida<strong>de</strong> especial<strong>de</strong>ssa imagem. Em consequência, “O sexo masculino, para a teologiaclássica, permanece sempre o sexo primeiro, perfeito e exemp<strong>la</strong>r, ao passoque o sexo feminino é visto como sexo segundo, auxiliar e instrum<strong>en</strong>tal naor<strong>de</strong>m da criação: dualismo que só será abolido na perfeição escatológica”.(Gibellini, 1992, p. 100-101)Mas esta t<strong>en</strong>dência dualista e hierárquica observável na teologia <strong>de</strong>Agostinho <strong>en</strong>contra-se também ancorada na metafísica do neop<strong>la</strong>tonismo.Essa corr<strong>en</strong>te <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dia o composto humano formado <strong>de</strong> corpo e alma,correspon<strong>de</strong>nte a dois elem<strong>en</strong>tos: um material, outro espiritual. Na perspectivahierárquica dos neop<strong>la</strong>tônicos, como é o caso <strong>de</strong> seu repres<strong>en</strong>tantemaior, Plotino, a alma espiritual sempre é superior ao corpo porqueincorporal e assexuada. No âmbito da alma espiritual, o homem é igual àmulher. A difer<strong>en</strong>ça <strong>en</strong>tre eles resi<strong>de</strong> som<strong>en</strong>te no âmbito corporal. “… amulher é ap<strong>en</strong>as femina no seu corpo; na sua alma e<strong>la</strong> é homo, ser humanoe, como tal, igual ao homem, vir.” (Borres<strong>en</strong>, 1976, p. 19)Agostinho admite a dicotomia alma espiritual-carne, masculino-femininoem qualquer ser humano, homem ou mulher. Cada um e cada umaprecisam superar o feminino que temos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós, já que o feminino érepres<strong>en</strong>tação da carne e da concupiscência. É necessário submetê-lo aoelem<strong>en</strong>to masculino, que é o domínio da alma espiritual. Em razão <strong>de</strong>steraciocínio é que no cristianismo antigo a virgem era assemelhada ao homem(vir), t<strong>en</strong>do acesso, pois à virtus (virtu<strong>de</strong>). Virtuosa porque capaz <strong>de</strong>superar a feminida<strong>de</strong>, que repres<strong>en</strong>tava a carne.Agostinho também privilegiou a interpretação sexista segundo a qua<strong>la</strong> mulher é ajuda para o homem; consequ<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, preteriu a leitura <strong>de</strong>que ambos, como humanida<strong>de</strong>, são “imag<strong>en</strong>s” <strong>de</strong> Deus. As mulheres sãoajudantes, porém, em razão da procriação; trata-se <strong>de</strong> ajuda passiva, comparadaà terra que recebe a sem<strong>en</strong>te. Esta é a função exclusiva da existênciadas mulheres. De igual relevância para a unida<strong>de</strong> do gênero humanoé ter Eva procedido <strong>de</strong> um único homem.284 x Jaci <strong>de</strong> Fátima Souza Candiotto

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