10.07.2015 Views

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

se omitindo, cooperando e sil<strong>en</strong>ciando perante a violência da humanida<strong>de</strong>contra a humanida<strong>de</strong>, perante ações imperdoáveis? Possíveis respostaspo<strong>de</strong>m ser apontadas não como soluções <strong>de</strong>finitivas ou “receitas” exatas,mas <strong>en</strong>quanto construções que almejam mudanças.Há respostas possíveis a partir da própria tradição teológica, <strong>de</strong> suamemória, <strong>de</strong> sua esperança, <strong>de</strong> sua tradição profética e do resgate <strong>de</strong> umateologia patética. Os direitos humanos po<strong>de</strong>m ser uma alternativa para aefetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma responsabilida<strong>de</strong> comum, como espaço público quemobiliza as pessoas a uma ação em conjunto. Nesse s<strong>en</strong>tido, os direitoshumanos estão no horizonte do p<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>to político <strong>de</strong> Ar<strong>en</strong>dt. Em especial,Ar<strong>en</strong>dt <strong>en</strong>xerga a pot<strong>en</strong>cialida<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> alguns elem<strong>en</strong>tos cristãos,<strong>de</strong>scontextualizando-os, porém, resgatando a aut<strong>en</strong>ticida<strong>de</strong> da ação<strong>de</strong> Jesus, do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> perdoar, da fé e da esperança. 24Afirmar os direitos humanos politicam<strong>en</strong>te significa não se limitar areivindicações <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> subsistência, restrita ao ciclo do processo vital.Com certeza, esses direitos não po<strong>de</strong>m ser ignorados, porém os direitoshumanos não <strong>de</strong>veriam ser meram<strong>en</strong>te instrum<strong>en</strong>tais, antes, um exercícioda convivência. A preocupação é com o mundo, no qual estão pres<strong>en</strong>tesas difer<strong>en</strong>ças humanas. Uma convivência que propicie a liberda<strong>de</strong>, sem a(re)ação viol<strong>en</strong>ta. Há nessa preocupação um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança das re<strong>la</strong>çõese, como Ar<strong>en</strong>dt indica, não há como mudar o mundo ou as pessoas,é preciso mudar leis e constituições para que aconteça uma mudança domundo e das re<strong>la</strong>ções <strong>en</strong>tre as pessoas.E não po<strong>de</strong>mos mudar o mundo mudando as pessoas que vivem nele—à parte a total impossibilida<strong>de</strong> prática <strong>de</strong> tal empresa— tanto quantonão po<strong>de</strong>mos mudar uma organização humana ou um clube t<strong>en</strong>tando,<strong>de</strong> alguma forma, influ<strong>en</strong>ciar os seus membros. Se queremos mudar umainstituição, uma organização, uma <strong>en</strong>tida<strong>de</strong> pública qualquer exist<strong>en</strong>t<strong>en</strong>o mundo, tudo o que po<strong>de</strong>mos fazer é rever suas constituições, suasleis, seus estatutos e esperar que o resto cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> si mesmo. Isto é assimporque on<strong>de</strong> quer que os seres humanos se juntem —em particu<strong>la</strong>rou socialm<strong>en</strong>te, em público ou politicam<strong>en</strong>te— gera-se um espaço quesimultaneam<strong>en</strong>te os reúne e os separa. Esse espaço tem uma estruturaprópria que muda com o tempo e se reve<strong>la</strong> em contextos privados como<strong>de</strong> sofrim<strong>en</strong>to. Teologia se compõe <strong>de</strong> fa<strong>la</strong>s, <strong>de</strong> pa<strong>la</strong>vras compartilhadas “… que animamo corpo e lhe dão vida nova”; é ouvir “os gemidos dos que sofrem”. É um amor que não seconfun<strong>de</strong> com i<strong>de</strong>ologias, mas tem um comprometim<strong>en</strong>to, pois amor não é uma ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> solidão, é amor na pres<strong>en</strong>ça <strong>de</strong> outras pessoas nesse mundo. Rubem Alves, “Teologia”.In Tempo e Pres<strong>en</strong>ça, 206, Rio <strong>de</strong> Janeiro, mar. 1986, p. 32.24 Hannah Ar<strong>en</strong>dt, A condição humana, Rio <strong>de</strong> Janeiro: For<strong>en</strong>se Universitária, 10 2007a.Congreso Contin<strong>en</strong>tal <strong>de</strong> Teología x 197

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!