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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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ter religião, indo além das comunida<strong>de</strong>s religiosas. O viver-juntos, comopreocupação c<strong>en</strong>tral, torna comum a responsabilida<strong>de</strong> pelo mundo, pe<strong>la</strong>Terra. “Tanto a religiosida<strong>de</strong> quanto a secu<strong>la</strong>rida<strong>de</strong> têm <strong>de</strong> servir à vidacomum, caso a humanida<strong>de</strong> e a Terra <strong>de</strong>vam sobreviver” 22 .A teologia, portanto, compõe a reflexão acerca dos direitos humanos,não como fundadora e fundam<strong>en</strong>tadora <strong>de</strong> seu discurso, mas como pert<strong>en</strong>c<strong>en</strong>teà pluralida<strong>de</strong> humana e possuindo as mesmas reivindicações <strong>de</strong>igualda<strong>de</strong>, liberda<strong>de</strong>, fraternida<strong>de</strong>. É um agir responsável pelo amor queespera que uma nova realida<strong>de</strong> aconteça, constituindo-se como um saber<strong>de</strong> resistência, <strong>de</strong> inconformida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> contra possíveismassacres e <strong>de</strong>gradações humanas e da Terra. A tradição teológica se inser<strong>en</strong>esse horizonte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos por mudança, ao consi<strong>de</strong>rar os direitoshumanos e suas implicações políticas. Muitas pa<strong>la</strong>vras são compartilhadaspe<strong>la</strong> tradição teológica e pelos direitos humanos. Evi<strong>de</strong>nciar a tradiçãoteológica, nesse s<strong>en</strong>tido, não se trata <strong>de</strong> reafirmar modos únicos <strong>de</strong> p<strong>en</strong>sam<strong>en</strong>to,mol<strong>de</strong>s únicos <strong>de</strong> convivência, mas, como exposto no primeirocapítulo, trazer ao diálogo um saber que passa por transformações, temlimitações, possui riscos, r<strong>en</strong>ova-se, autocrítica-se, é criticado e possui pot<strong>en</strong>cialida<strong>de</strong>crítica.Com a crise da escatologia, a ruptura da tradição e da autorida<strong>de</strong>, teologiae religião têm <strong>en</strong>fr<strong>en</strong>tado <strong>de</strong>scréditos e têm sido refletidas <strong>de</strong> modosuperficial. Em meio a fundam<strong>en</strong>talismos, a sincretismos, a preconceitos,a busca por compre<strong>en</strong>são por parte da teologia persiste, caminhando port<strong>en</strong>sões da nítida pres<strong>en</strong>ça da pluralida<strong>de</strong> humana. Talvez, nisto consisteo maior <strong>de</strong>safio à teologia: como ser um saber que compre<strong>en</strong>da a diversida<strong>de</strong>humana, sem legitimar as difer<strong>en</strong>ças como fundam<strong>en</strong>to <strong>de</strong> umarealida<strong>de</strong> assimétrica, injusta, <strong>de</strong>sigual? Como propor uma comunhão qu<strong>en</strong>ão seja ap<strong>en</strong>as direcionada àqueles que compartilham as asserções teológicas?Como <strong>en</strong>sejar o compromisso, a responsabilida<strong>de</strong> pelo mundosem se tornar i<strong>de</strong>ologia ou abstrações e pa<strong>la</strong>vras vazias <strong>de</strong> transformação?Como não se contradizer <strong>en</strong>quanto “saber transfigurado pelo amor” 23 não22 Ibi<strong>de</strong>m.23 Definição <strong>de</strong> teologia <strong>en</strong>quanto “saber transfigurado pelo amor é <strong>de</strong> Rubem Alves”. Issoconfere à teologia, primeiro, um caráter crítico / profético em re<strong>la</strong>ção à realida<strong>de</strong> e em re<strong>la</strong>çãoa si própria: <strong>de</strong>nunciar on<strong>de</strong> não há amor. Em segundo, implica em dizer que um sabertransfigurado é um saber à disposição do amor e não um saber do progresso, da evoluçãoou um saber confinado em aca<strong>de</strong>mias e em eclesias. Enfim, é um saber que não possui uma‘forma’ comum, tem um compromisso fora <strong>de</strong>le mesmo. Em outras pa<strong>la</strong>vras, como sabertransfigurado pelo amor, o ac<strong>en</strong>to não recai no saber, “porque não é pelo conhecim<strong>en</strong>toque os corpos são ressuscitados mas pelo amor… É aí que se inicia o gesto, e não no saber”.Em terceiro, o amor, ao qual está voltado o saber, emerge <strong>de</strong> todas as experiências <strong>de</strong> exílio,196 x Kathl<strong>en</strong> Luana <strong>de</strong> Oliveira

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