10.07.2015 Views

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Direitos Humanos: uma construçãoOs direitos humanos não são verda<strong>de</strong>s axiomáticas e nem verda<strong>de</strong>s absolutas.Embora possa parecer irônico afirmar isso <strong>de</strong> forma axiomática,as experiências <strong>de</strong> violência do último século vêm ratificando que osdireitos expressos nas <strong>de</strong>c<strong>la</strong>rações nada têm <strong>de</strong> natural 4 . Os direitos humanossão experiências que foram consolidadas em “testemunhos docum<strong>en</strong>tais<strong>de</strong> lutas <strong>de</strong>scomunais que mobilizaram gran<strong>de</strong>s conting<strong>en</strong>teshumanos por sua libertação” 5 . Ou ainda, na ênfase contun<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> IgnacySachs, é necessário dar-se conta da luta e da conquista contida emum direito <strong>de</strong>c<strong>la</strong>rado.Não se insistirá nunca o bastante sobre o fato <strong>de</strong> que a asc<strong>en</strong>são dosdireitos é fruto <strong>de</strong> lutas, que os direitos são conquistados, às vezes, combarricadas, em um processo histórico cheio <strong>de</strong> vicissitu<strong>de</strong>s, por meio dopermeia toda reflexão, proposta e ação. O reconhecim<strong>en</strong>to dos direitos humanos pauta e épautado pe<strong>la</strong> pluralida<strong>de</strong>, pe<strong>la</strong> fragm<strong>en</strong>tação ou estigmatização, pe<strong>la</strong> <strong>de</strong>sejabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suaconcretização, pe<strong>la</strong> disputa <strong>de</strong> seus fundam<strong>en</strong>tos e argum<strong>en</strong>tos, pe<strong>la</strong> constatação <strong>de</strong> suainexiquibilida<strong>de</strong> política e, até mesmo, pe<strong>la</strong> afirmação do “fim dos direitos humanos”. Cf.Heiner Bielefeldt, Filosofia dos direitos humanos: fundam<strong>en</strong>tos <strong>de</strong> um ethos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>universa, São Leopoldo: Unisinos, 2000. p. 17. Bittar e Blotta analisam o lugar dos direitoshumanos no Brasil, i<strong>de</strong>ntificam que sua compre<strong>en</strong>são era (e ainda é) estigmatizada e vulgarizada,restringindo-se a poucas pessoas, aos infratores das leis. “Quando se fa<strong>la</strong> em direitoshumanos, no Brasil, sempre se evoca um imaginário segundo o qual estes são “direitos <strong>de</strong>bandidos”, no jargão vulgar. Essa idéia <strong>en</strong>cobre a face <strong>de</strong> uma das mais importantes conquistasda história da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Eduardo C. B. Bittar; Vitor S. L. Blotta, O lugar dosdireitos humanos no Brasil. Andhep, Artigos. Disponível em: (acesso: maio 2011). Além disso, o pressuposto <strong>de</strong>finido por Bobbio:“… direitos humanos são coisas <strong>de</strong>sejáveis, isto é, fins que merecem ser perseguidos, e <strong>de</strong>que, apesar <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>sejabilida<strong>de</strong>, não foram ainda todos eles (por toda a parte e em igualmedida) reconhecidos…”. Norberto Bobbio, A Era dos Direitos. 4ª. reimpr, Rio <strong>de</strong> Janeiro:Elsevier, 2004. pp. 35-36.4 On<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> o fundam<strong>en</strong>to dos direitos humanos? Qual a sua origem? Haveria um Sitz imLeb<strong>en</strong> que <strong>de</strong>limita ou que po<strong>de</strong> reivindicar posse dos direitos humanos? A valida<strong>de</strong> dos direitoshumanos é universal ou situada? As disputas reve<strong>la</strong>m <strong>de</strong> vários argum<strong>en</strong>tos: inv<strong>en</strong>çãooci<strong>de</strong>ntal, inv<strong>en</strong>ção judaico-cristã, inv<strong>en</strong>ção mo<strong>de</strong>rna-iluminista, origem burguesa-liberal,fundam<strong>en</strong>to na natureza humana, na dignida<strong>de</strong>, na consciência, na materialida<strong>de</strong> da vida,na racionalida<strong>de</strong>, na linguagem, na ética, na história, na sociabilida<strong>de</strong>, no antropoc<strong>en</strong>trismo,na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, no po<strong>de</strong>r do Estado, na or<strong>de</strong>m jurídica-legis<strong>la</strong>tiva. Enfim, a problemáticapermanece, apontam<strong>en</strong>tos nessa direção veja: Fábio Kon<strong>de</strong>r Comparato, Fundam<strong>en</strong>todos Direitos Humanos, São Paulo: Instituto <strong>de</strong> Estudos Avançados da USP, 1997. Disponívelem: (acesso: jun. 2011).5 João Ricardo W. Dornelles, O que são Direitos Humanos, São Paulo: Brasili<strong>en</strong>se, PrimeirosPassos, 229, 2006. p. 8.Congreso Contin<strong>en</strong>tal <strong>de</strong> Teología x 191

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!