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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>dução lógica, mas se colocar sempre a caminho. EmJoão, a verda<strong>de</strong> não tem um s<strong>en</strong>tido especu<strong>la</strong>tivo, mas pragmático: “praticara verda<strong>de</strong>” (Jo 3,21).Precisamos guardar distância em re<strong>la</strong>ção à compre<strong>en</strong>são metafísicada verda<strong>de</strong> que está sempre sob o signo da lógica da mesma coisa, dacoincidência imediata com a origem. Esta compre<strong>en</strong>são não possibilitatomar positivam<strong>en</strong>te a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, a difer<strong>en</strong>ça e a pluralida<strong>de</strong> tãofortem<strong>en</strong>te pres<strong>en</strong>te e disseminada em todas as áreas do saber contemporâneo.Faz-se necessário, por isso, estabelecer <strong>en</strong>tre a história e a verda<strong>de</strong>uma re<strong>la</strong>ção que aceite a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, a alterida<strong>de</strong>, a difer<strong>en</strong>ça. “Estaremos<strong>en</strong>tão em condições <strong>de</strong> p<strong>en</strong>sar a tradição não como reprodução<strong>de</strong> passado morto, mas como produção sempre nova” (Geffré, 1989: 76).Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> um passado longínquo, a Escritura é um “ato <strong>de</strong>interpretação”. Ato interpretativo re<strong>la</strong>cional <strong>en</strong>tre a Igreja primitiva e asocieda<strong>de</strong> e cultura do pres<strong>en</strong>te. A linguagem reve<strong>la</strong>da já é interpretaçãoe as teologias, como linguagem interpretativa, apóiam-se ne<strong>la</strong> para confrontaras novas expressões <strong>de</strong> fé.As verda<strong>de</strong>s teológicas são radicalm<strong>en</strong>te históricas, porque são, acima<strong>de</strong> tudo, da or<strong>de</strong>m do testemunho. Seu objeto <strong>de</strong> conhecim<strong>en</strong>to não é umconjunto <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s conceptuais dadas, mas o testemunho do ev<strong>en</strong>toJesus Cristo que se tornou Escritura. A Escritura, <strong>en</strong>quanto testemunho, édistância, espessura humana, interpretação. A teologia como herm<strong>en</strong>êuticasom<strong>en</strong>te atinge as verda<strong>de</strong>s dos <strong>en</strong>unciados <strong>de</strong> fé numa perspectivahistórica e, por que não dizer, no seu s<strong>en</strong>tido para as situações históricas<strong>de</strong>terminadas. Os primeiros testemunhos nasceram a partir <strong>de</strong> situaçõeshistóricas e nos remetem a s<strong>en</strong>tidos diversos em nossos contextos atuais.A verda<strong>de</strong> cristã <strong>de</strong>finitivam<strong>en</strong>te não é um corpus invariável que possa sertransmitido <strong>de</strong> geração em geração como um <strong>de</strong>pósito morto, fixo <strong>de</strong> umavez por todas. E<strong>la</strong> é, acima <strong>de</strong> tudo, advir perman<strong>en</strong>te, <strong>en</strong>tregue ao riscoda liberda<strong>de</strong> da interpretação.Com a herm<strong>en</strong>êutica teológica do s<strong>en</strong>tido e seu modo diverso <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>rcom a verda<strong>de</strong>, o domínio da verda<strong>de</strong> e o do s<strong>en</strong>tido não se recobremnecessariam<strong>en</strong>te. Deveríamos, até mesmo, perguntar se a teologiaainda po<strong>de</strong> ou tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> afirmação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na or<strong>de</strong>m da verda<strong>de</strong>no s<strong>en</strong>tido correspon<strong>de</strong>ncial. O fazer teológico não se esgota na manifestaçãodo s<strong>en</strong>tido, ou melhor, dos múltiplos s<strong>en</strong>tidos pres<strong>en</strong>tes nas múltip<strong>la</strong>slinguag<strong>en</strong>s <strong>de</strong> fé suscitadas pelo ev<strong>en</strong>to Jesus Cristo? O papel da teologianão po<strong>de</strong> ser a solução miraculosa <strong>de</strong> harmonização das afirmaçõesdifer<strong>en</strong>tes da Escritura e do dogma, mas a atualização crítica e criativa dam<strong>en</strong>sagem evangélica em função das novas situações históricas.Congreso Contin<strong>en</strong>tal <strong>de</strong> Teología x 103

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