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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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modo <strong>de</strong> ser no qual a compre<strong>en</strong>são 4 da tradição é necessariam<strong>en</strong>te inseparável<strong>de</strong> uma interpretação <strong>de</strong> si mesmo. “O compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r <strong>de</strong>ve serconsi<strong>de</strong>rado m<strong>en</strong>os como ação <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong> do que como inserção noprocesso <strong>de</strong> transmissão no qual o passado e o pres<strong>en</strong>te se mediatizam constantem<strong>en</strong>te”(Gadamer, 1997: 130).O <strong>de</strong>slocam<strong>en</strong>to atual da herm<strong>en</strong>êutica nos ajuda, portanto, a r<strong>en</strong>ovara teologia da reve<strong>la</strong>ção. O texto bíblico é reve<strong>la</strong>ção religiosa para nósporque em si mesmo, em sua fatura textual, ele já tem alcance reve<strong>la</strong>nte,como todo texto poético que ultrapasse a função simplesm<strong>en</strong>te <strong>de</strong>scritivada linguagem cotidiana. Diante <strong>de</strong>sse “ser novo”, <strong>de</strong>sdobrado pelo texto,o próprio homem recebe um “ser novo”, isto é, um a<strong>la</strong>rgam<strong>en</strong>to <strong>de</strong> seuser puram<strong>en</strong>te natural. Essa atualização <strong>de</strong> um possível próprio do homempo<strong>de</strong> verificar-se em todo texto poético. Mas, no caso do texto bíblico,a apropriação do texto coinci<strong>de</strong> não só com uma nova compre<strong>en</strong>são<strong>de</strong> si, mas também com uma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existência e com avonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer existir um mundo novo. (Geffré, 1989: 57).Esta nova perspectiva também transfigura o discurso teológico no seumodo <strong>de</strong> compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r a reve<strong>la</strong>ção <strong>de</strong> Deus. Uma teologia herm<strong>en</strong>êuticaque se aplique ao “mundo do texto”, não vai mais procurar o s<strong>en</strong>tido doautor originário que foi inspirado por uma voz divina e que se <strong>en</strong>contra<strong>la</strong>t<strong>en</strong>te no texto. Assume seriam<strong>en</strong>te a reve<strong>la</strong>ção não porque é resultado dafa<strong>la</strong> <strong>de</strong> um Deus que foi sistematizada por bons hagiógrafos, mas assumeos textos sagrados como reve<strong>la</strong>ção porque estes reve<strong>la</strong>m um “ser novo”para a comunida<strong>de</strong>, porque reve<strong>la</strong>m novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> ver.A reve<strong>la</strong>ção, portanto, <strong>de</strong>ve ser compre<strong>en</strong>dida na rica dinâmica do “mundodo texto”, da manifestação <strong>de</strong> uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> s<strong>en</strong>tidos, excluindo--se toda e qualquer interpretação <strong>de</strong>finitiva ou fechada. Tais textos <strong>de</strong>vemser situados no contexto <strong>de</strong> uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mundos possíveis, <strong>de</strong> fazerexistir um mundo novo.Do mo<strong>de</strong>lo especu<strong>la</strong>tivo ao mo<strong>de</strong>lo herm<strong>en</strong>êuticoTomando em consi<strong>de</strong>ração a materialida<strong>de</strong> textual, o fecham<strong>en</strong>to do textopara com uma voz originária <strong>de</strong> um autor passado, a teologia seriam<strong>en</strong>os a inteligência <strong>de</strong> uma Pa<strong>la</strong>vra pronunciada antigam<strong>en</strong>te do queuma “nova produção” <strong>de</strong> um texto. “Agir como herm<strong>en</strong>êutica é criar in-4 Esta mudança radical sobre a questão da compre<strong>en</strong>são foi preconizada por Hei<strong>de</strong>gger, emSer e Tempo. No parágrafo 31 <strong>de</strong> Ser e Tempo, o compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r não é <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dido como ato<strong>de</strong> conhecim<strong>en</strong>to, mas compre<strong>en</strong>dido no s<strong>en</strong>tido originário, pert<strong>en</strong>ce à constituição fundam<strong>en</strong>taldo dasein (Hei<strong>de</strong>gger, 1989, p. 295).98 x Fábio César Junges

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