impossibilia-8-octubre-2014
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circulação da cidade ou dispor no blog da própria escola, caso este exista, ou mesmo como sugestão paraaquisição da biblioteca escolar.Como estratégia dialógica, pode-se sugerir a leitura do livro A cor da ternura, de Geni Guimarães(1998), aplicando a Sequência Básica proposta por Coson (2006).O Método Recepcional não inaliza ao terminar as cinco etapas, mas “signica dizer que o inal destaetapa é o início de uma nova aplicação do Método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunosuma postura mais consciente com relação à literatura e à vida” (Bordini; Aguiar, 1993: 91).CONSIDERAÇÕES FINAISPelo exposto, pode-se notar que a obra de Rui de Oliveira (2011), tanto pela temática da criaçãoartística, como pela sua composição ilustrada, é atraente para o jovem leitor. Seu caráter de denúncia social,relacionado à ausência de reconhecimento das produções de Aleijadinho, Mestre Valentim e padre JoséMaurício, é emancipatório para ese leitor. Pela leitura, ele pode reletir acerca de injustiças sociais que sãocometidas por dirigentes preconceituosos e que não só marcaram nosa história cultural durante o Baroco,como também, ao longo do tempo, instauraram o silenciamento acerca das perseguições que eses gêniossofreram, bem como o estado de penúria em que moreram.A leitura de uma obra que apresente questionamentos sociais, em especial, voltados à discriminaçãoracial, permite ao jovem leitor não só reconhecer a luta e a história de um povo de origem e descendênciaafricana, como valorizar seu legado cultural e artístico.Dese modo, por meio da leitura da obra de Oliveira (2011), o jovem alarga seus horizontes deexpectativas, enquanto humaniza-se, pelo exercício da relexão e pela aquisição de um saber. Naturalmente,ao reconhecer os sofrimentos dos artistas biografados no livro, aina suas emoções, bem como suacapacidade de percepção da complexidade do mundo e dos seres, sendo capaz de se projetar no outro.Aliás, pela leitura das obras mencionadas neste artigo, o jovem brasileiro pode, com a ajuda de ummediador, desenvolver seu senso crítico e elevar sua autoestima, pois torna-se capaz de perceber que éherdeiro de um rico legado afro-cultural, literário e artístico..Atsuko Matsuda, Alice y Galvão Ribeiro Fereira, Eliane Aparecida. “A cultura afro-brasileira na sala de aula: uma proposta de trabalho pedagógicocom obras que dialogam com o livro Três anjos mulatos do Brasil, de Rui de Oliveira”. Imposibilia Nº8, Págs. 179-193 (Octubre 2014)Artículo recibido el 31/07/2014 – Aceptado el 13/09/2014 – Publicado el 30/10/2014.192
BIBLIOGRAFIAAmorim, Drummond (2006). Xixi na cama. 2. ed. Ilustr. Robson Araújo. Belo Horizonte: Dimensão.Bordini, Maria da Glória; Aguiar, Vera Teixeira de (1993). Literatura – a formação do leitor: alternativasmetodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto.Cereja, Wilian Roberto (2005). Ensino de literatura: uma proposta para o trabalho com literatura. São Paulo:Atual.Candido, Antonio (1995). Vários escritos. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Duas Cidades.Coson, Rildo (2006). Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto.Couto, Mia (2013). Cada homem é uma raça: contos. São Paulo: Companhia das Letras.Fereira, Eliane Aparecida Galvão Ribeiro & Souza, Renata Junqueira de (2010). Xixi na cama e O meninomarom: o preconceito racial em dois tempos. In: Aguiar, Vera Teixeira de; Cecantini, João Luís; Martha,Alice Áurea Penteado (orgs.). Heróis contra a parede: estudos de literatura infantil e juvenil. São Paulo:Cultura Acadêmica; Asis: ANEP, pp.271-303.Galo, Sílvio (2003). Deleuze & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica.Guimarães, Geni (1998). A cor da ternura. Ilustrações Saritah Barboza. 12. ed. São Paulo: FTD. (Coleçãocanto jovem).–– (2001). Leite do peito: contos. Ilustrações de Regina Miranda. Belo Horizonte: Maza Edições.Jaus, Hans Robert. (1994). A história da literatura como provocação à Teoria Literária. São Paulo: Ática.–– et al. (1979). A literatura e o leitor. Coord. e trad. Luis Costa Lima. Rio de Janeiro: Paz e Tera.LEI 10.639/03. (2014). Disponível em: htp:/www.planalto.gov.br/civil_03/leis/2003/l10.639.htm.Aceso em: 31 jul.Lajolo. Marisa. (2014). A igura do negro em Monteiro Lobato. Disponível em: htp:/www.unicamp.br/iel/monteirolobato/outros/lobatonegros.pdf. Aceso em: 31 jul.Lima, Omar da Silva. (2014). O feminino negro em Leite do Peito, de Geni Guimarães. Disponível em:htp:/unb.revistaintercambio.net.br/ 24h/pesoa/temp/anexo/1/269/225.pdf. Aceso em: 31 jul.Monteiro Lobato, José B. [197-?]. Caçadas de Pedrinho. In: Monteiro Lobato – obras completas: em 8volumes. Ilustr. Manoel Victor Filho. 15.ed. São Paulo: Brasiliense, vol.1, pp.163-98.–– (1994). Negrinha. In Negrinha. São Paulo: Brasiliense.Oliveira, Rui de. (2011). Três anjos mulatos do Brasil. Ilustr. Rui de Oliveira. São Paulo: FTD.Zilberman, Regina. (1989). Estética da Recepção e história da literatura. São Paulo: Ática.Ziraldo, Alves Pinto. (1995). O menino marom. 18. ed. São Paulo: Melhoramentos.Atsuko Matsuda, Alice y Galvão Ribeiro Fereira, Eliane Aparecida. “A cultura afro-brasileira na sala de aula: uma proposta de trabalho pedagógicocom obras que dialogam com o livro Três anjos mulatos do Brasil, de Rui de Oliveira”. Imposibilia Nº8, Págs. 179-193 (Octubre 2014)Artículo recibido el 31/07/2014 – Aceptado el 13/09/2014 – Publicado el 30/10/2014.193
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circulação da cidade ou dispor no blog da própria escola, caso este exista, ou mesmo como sugestão paraaquisição da biblioteca escolar.Como estratégia dialógica, pode-se sugerir a leitura do livro A cor da ternura, de Geni Guimarães(1998), aplicando a Sequência Básica proposta por Coson (2006).O Método Recepcional não inaliza ao terminar as cinco etapas, mas “signica dizer que o inal destaetapa é o início de uma nova aplicação do Método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunosuma postura mais consciente com relação à literatura e à vida” (Bordini; Aguiar, 1993: 91).CONSIDERAÇÕES FINAISPelo exposto, pode-se notar que a obra de Rui de Oliveira (2011), tanto pela temática da criaçãoartística, como pela sua composição ilustrada, é atraente para o jovem leitor. Seu caráter de denúncia social,relacionado à ausência de reconhecimento das produções de Aleijadinho, Mestre Valentim e padre JoséMaurício, é emancipatório para ese leitor. Pela leitura, ele pode reletir acerca de injustiças sociais que sãocometidas por dirigentes preconceituosos e que não só marcaram nosa história cultural durante o Baroco,como também, ao longo do tempo, instauraram o silenciamento acerca das perseguições que eses gêniossofreram, bem como o estado de penúria em que moreram.A leitura de uma obra que apresente questionamentos sociais, em especial, voltados à discriminaçãoracial, permite ao jovem leitor não só reconhecer a luta e a história de um povo de origem e descendênciaafricana, como valorizar seu legado cultural e artístico.Dese modo, por meio da leitura da obra de Oliveira (2011), o jovem alarga seus horizontes deexpectativas, enquanto humaniza-se, pelo exercício da relexão e pela aquisição de um saber. Naturalmente,ao reconhecer os sofrimentos dos artistas biografados no livro, aina suas emoções, bem como suacapacidade de percepção da complexidade do mundo e dos seres, sendo capaz de se projetar no outro.Aliás, pela leitura das obras mencionadas neste artigo, o jovem brasileiro pode, com a ajuda de ummediador, desenvolver seu senso crítico e elevar sua autoestima, pois torna-se capaz de perceber que éherdeiro de um rico legado afro-cultural, literário e artístico..Atsuko Matsuda, Alice y Galvão Ribeiro Fereira, Eliane Aparecida. “A cultura afro-brasileira na sala de aula: uma proposta de trabalho pedagógicocom obras que dialogam com o livro Três anjos mulatos do Brasil, de Rui de Oliveira”. Imposibilia Nº8, Págs. 179-193 (Octubre <strong>2014</strong>)Artículo recibido el 31/07/<strong>2014</strong> – Aceptado el 13/09/<strong>2014</strong> – Publicado el 30/10/<strong>2014</strong>.192