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Universidad Alberto Hurtado

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concorda.. mas minoria mesmo que cabe numa caixinha!!Lá não, lá era a<br />

maioria que não concorda. Tem que ter muita paciência, muita cautela, muito<br />

jogo de cintura e insistência. Como eles tiveram aqui conosco, só que eles<br />

conseguiram aqui mais rápido, porque foi a minoria rejeitando ne? Então<br />

acho que é possível mas temq ue ter muita pacieeencia... muita vontaaade de<br />

fazer algo pela comunidade.<br />

L: Última..ao final você não respondeu, que passou com os traficantes? Onde<br />

foram? Estão no morro?<br />

R: Não, Muitos morreram, outros estão presos, alguns desistiram também,<br />

porque queriam passar dessa vida de correria de não dormir “isso não é legal<br />

para mim”, aí voltaram a ter uma vida decente, voltaram a estudar, a<br />

trabalhar.<br />

L: Não é que foi embora, todo mundo do bairro?<br />

Não, não foi que a policia chegou e eles forma embora. Não, alguns forma<br />

presos, outros infelizmente morreram, outros mudaram mesmo! Quiseram<br />

mudar de vida, viram que não era quilo para eles, viram as pessoas boas que<br />

eles tinham para eles viverem !para que vou fazer isso?” e tem outros com<br />

dependência química, alguns estão internados, porque é dependência química,<br />

doença! Não é mais questão financeira.<br />

L: Você que acha: quem tem o controle? A policia? Ou a comunidade também<br />

tem o controle ativo? Você que acha, que o pais cuidam dos seus filhos ou é a<br />

policia que tem ainda a droga fora do morro?<br />

R: Eu acho que aí, os dois. Cinquenta porcento de cada. Por que? Tanto a<br />

policia quanto a família. Porque como eu falei, pela comunidade se<br />

conscientizar muito... aahhh tem escola aqui a noite!!a pessoa que vem dar<br />

aula, tem que ter paciência... vamos educar seus filhos como? Diálogo!Na<br />

minha época minha mãe nunca conversou comigo, era uma coisa de ditadura<br />

mesmo. Eu não podia perguntar o que era um cigarro! “mãe que é sexo?”<br />

“para que tu quer saber, por que estás interesada?” Eu aprendi essas coisas<br />

na rua e eu, creio que por eu não ter me envolvido, eu tive amigas que se<br />

envolveram, perdi amigos, mas eu não me envolvia, porque mesmo minha mãe<br />

não tendo esse diálogo aberto comigo ela foi muito preocupada, uma mãe<br />

muito preocupada, de controle...ela controlava os meus horários, os horários<br />

da minha irmã. Hoje eu sou mãe, tenho uma filha de dez anos, eu não uso<br />

esses métodos com ela, é baseado no diálogo mesmo. Todo mundo que fala<br />

com ela se apaixona, porque ela tem só dez aninhos mas ela conversa contigo<br />

como se ela fosse um adulto. E eu dou liberdade para ela, ela pode me<br />

perguntar sobre qualquer assunto, não vou deixá-la sem resposta. E falei para<br />

ela, não quero que você saiba nada na rua, vem me perguntar a mim, ou se<br />

você ouvir algo na rua, fica na dúvida... traz a pergunta para mim que eu vou<br />

conversar com você.<br />

M: E numa visão geral do morro, o que você acha que faltaria para melhorar?<br />

O que você gostaria que melhorasse?<br />

R: Eu acho que dá para melhorar, por exemplo, o morro ele é um morro<br />

grande, que tem... que tem espaço!! para desenvolver até mais projetos, mais<br />

ocupações para as crianças!! Por exemplo, curso de inglês, muita criança quer<br />

fazer curso de inglês, mas é difícil aqui no morro, conseguir bolsa para todo<br />

mundo. Por que não então trazer professor de inglês, um ou dois para dar<br />

aula aqui na comunidade? Construa uma piscina... tem espaço ali... por que<br />

não a prefeitura em parceria com o governo do Estado, de alguma ONG...<br />

vamos fazer uma parceria.... vamos deixar de lado “A prefeitura e isso... o ONG<br />

e isso”... não vamos fazer uma união. Eu acho que para melhorar está<br />

faltando um pouco mais isso... um pouco mais de projetos que envolvam<br />

mesmo que tragam... que enfoquem a atenção dos adolescentes eme especial...<br />

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