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Universidad Alberto Hurtado

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que se o GPAE sair, a comunidade tem muito a perder, vai perder tudo de bom<br />

que ela tem.<br />

L: Tudo?<br />

R: Tudo!! eu acho que perde tudo, todos esse projetos... ...<br />

L: É o atro que não pode ir embora?<br />

R: Na minha concepção sim.<br />

L: A policia tem que ficar aqui... e esta policia, este tipo de policia?<br />

R: Esta policia. Não estou defendendo a esta policia não que ela também deixa<br />

a desejar ne?... Tem pessoas e pessoas, tem profissões e profissões. Se essa<br />

policia sai da comunidade, a comunidade perde. Perde muita coisa boa que<br />

nós conquistamos nesses últimos quatro anos.<br />

L: O que você faz pela comunidade? Também os moradores têm que fazer algo,<br />

não só a policia.<br />

R: Aahhh é que eu acho que os moradores... o respeito é mútuo, eu só tenho<br />

isso a dizer, porque tem crítica da policia, eles fazem coisas erradas sim<br />

também, na comunidade, continuam fazendo, mas para eles pararem de fazer<br />

isso, a comunidade tem que dar o exemplo, e fazer por nós também. Aí,<br />

infelizmente, a gente não pode ter perfeição em tudo, porque nem tudo é<br />

perfeito. Essas coisas maravilhosas que vocês vêem, que estão vendo, que eu<br />

vivo. Mas que tem os lados ruins mas que é muito pouco, muito pouco, para<br />

melhorar só. É consciência... cada um se conscientizar. Ma que todo mundo<br />

quer tirar proveito de alguma coisa, infelizmente ainda acontece. É<br />

complicado... porque agradar todo mundo é difícil, Jesus Cristo não<br />

conseguiu, não vão ser os policias que vão conseguir.<br />

L: Renata, você sente que o morro é um modelo, um exemplo?<br />

R: Eu acho! Eu acho.... eu acho... porque eu sou apaixonada por essa<br />

comunidade. Eu hoje, sinceramente, já tenho uns dois anos, que eu... ... não<br />

estou direto aqui na comunidade. Eu me divido aqui e São Gonçalo. Que meu<br />

“namorido” por acaso é de São Gonçalo. E eu detesto! Não é morro, não é<br />

favela!! Na rua, eu solto e sinto que estou na minha casa, mas eu não gosto!<br />

Eu fico muito aqui, porque minha mãe é daqui ainda, minha família continua<br />

aqui e eu sinto saudade de aqui. No final de semana todo é uma tranquilidade,<br />

parece que estou numa igreja silenciosa. Aqui, não o barulho incomoda... mas<br />

não incomoda, é gostoso! Eu fico na casa da minha mãe olhando a alegria das<br />

pessoas... eles bebem, eles comem churrasco, verão isso aqui é uma beleza!<br />

Vamos para a praia a pé... é aqui pertinho! Então, eu sou apaixonada pelo<br />

meu morro, eu falo muito bem dele lá embaixo, e eu nas minhas oficinas aqui,<br />

nos meus cursos aqui, eu enfatizo isso para os usuários. Eu digo, “gente!<br />

Jamais tenha vergonha de falar que você mora numa comunidade... sem<br />

noção de quem mora lá embaixo num prédio bonito, numa casa bacana. Vocês<br />

estão trabalhando, vocês têm dignidade! Vocês têm que levantar cabeça... e<br />

para acabar essa... essa mesmice de falar que “quem mora no morro não<br />

presta, quem mora na baixada não presta” para acabar isso depende de nós<br />

que moramos no morro. Defender seu .. os eu território, a sua área. Vamos<br />

falar assim, por que não? Eu penso assim, eu sou orgulhosa da minha<br />

comunidade.<br />

M: Você acharia que o que aconteceu aqui, nesse morro, poderia acontecer em<br />

algum outro morro, daqui de Niterói... de fora?<br />

R: Poderia... ...poderia... mas para o resultado... para ter o resultado que aqui<br />

está tendo...aqui no Cavalão, como eu falei depende do sujeito, depende da<br />

própria comunidade, ela tem que estar aberta a isso. Se, por exemplo, se no<br />

morro do Estado que o projeto GPAE já está tentando entrar, se lá... foi muito<br />

mais difícil lá do que aqui...porque a comunidade lá encima... generalizando...<br />

acho que lá acontece ao contrário de aqui... aqui é minoria que não<br />

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