Universidad Alberto Hurtado

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R: Então... (ri) eu só procuro tomar conta daqui do meu!!... O que os outros estão fazendo ou deixar de fazer... eu não quero saber ... Pode ficar... é seu.. é um marcador de livros. L: O que você acha da comunidade... eu particularmente que lhe falta um pouco como de poder na comunidade. O que você acha da comunidade do morro do Cavalão? Eles têm consciência da troca... você que acha da população? R: E o que eu falei... a grande maioria quer a nossa presença aqui... se sente satisfeito... L: Mas se a policia vai embora eles não poderiam... ...? R: Essa gente que interagiu com a gente sairia também, porque o vagabundo vai matar eles. Vai matar.. vai expulsar do morro, vai raspar cabeça... Mesmo sendo a maioria... um homem ele destrói tudo. Gandhi sozinho não rebentou com a Inglaterra toda? Então... consegue... M: Mas Gandhi fez isso com amor... com não violência... R: Então... com o mal também... com o mal também...estou falando tanto por bem quanto por mal... o cara chegar aqui.. ostentar a força...pegar o primeiro e cortar a cabeça assim Pluff!!! vai te amedrontar e você vai se render a ele... ...Eu não quis comparar... só quis dizer que um homem sozinho pode também... quanto por mal ele consegue destruir tudo. Vasta ele ter o poder sobre as pessoas... Então... quem ache que está errado vai pegar sua mochilinha e vai embora!. G: Como é a relação com a sociedade de moradores? R: É... diariamente eu estou com eles aí!!... escutando os problemas.. escutando os elogios... E eu também, fazendo as minhas reclamações...Essas motos!!.... essas motos aí!! Vou prender essas motos todas! Eu fiz um aviso... ... Não têm praca... ... “Vai devagar!...” As leis de trânsito que não estão respeitando... Eu não estou fazendo a vista gorda não... eu só estou dando corda para eles mesmos se enforcarem. Eu só dou conselho uma vez... eu só falo uma vez... Depois eu vou agir... quando eu atuo, depois vem o pessoal aí para fazer pedido: “Pow! Mas esse é meu filho...” E eu já conversei com vocês... eu só converso uma vez... já fiz uma reunião com todos os motoqueiros daqui do morro... todos! ... quarenta e poco motoqueiro... e falei: “eu não quero nada de vocês... não estou pedindo nada de vocês... só quero que andem certo... o que que é andar certo?... é isso!... distribui um papelzinho para cada um com tudo escrito!... capacete...carteira de habilitação em dia... documentação em dia... ...placa.. não andar em alta velocidade, devido ao grande número de crianças”. Dei para cada um deles...falei... “vocês querem um prazo até quando?”... “até dezembro”... já estamos em junho é os problemas continuam... M: Uma coisa que preocupa à gente é o fato de que como você mesmo disse... vocês estão investindo na base... com a educação... desde crianças..etc... então todos esses programas... as ONGs... não seriam suficiente se vocês fossem embora, como para que a comunidade não recaisse. R: Não... não é suficiente, porque tem que ter o braço forte do Estado... o braço forte da lei. A ONG de repente o cara chega aí... e vai falar “Oh! Não fuma maconha aqui não!!... Vai se fregar rapaz!... sai daqui agora!! Quem manda aqui sou eu!...” L: O tráfico então só se para com armas? R: Só com a policia!!! A policia é que impõe respeito...Ele sabe que se ele entrar em confronto ele pode tomar um prejuízo... Com a ONG ele sabe que não vai acontecer nada... “ela não tem nada contra mim... não vai me prender... não vai me fazer nada, não vai se meter a besta comigo... porque eu vou ameaçar 168
ela.... à família dela. Já ao policial ele não ameaça... Ele não quer... ele não quer... o que eu falei no começo... não quer guerra com a policia. Transcripción Entrevista R = RENATA M = MARIANA L = LETICIA M: Renata, deixa eu te perguntar principalmente sobre tua vida aqui no morro, você morou toda sua vida aqui no morro? 169
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