Universidad Alberto Hurtado

igar pra ficar. Então sair não acredito, então minha pessoa sair... .. faz parte
da minha função de policial militar. Hoje eu estou no GPAE, amanhã eu posso
estar... ...
M: Mas então é uma questão de que agradou e não uma questão de política do
GPAE?
R: É uma questão de que agradou... de que deu certo. O pessoal ficava meio
incomodado com tiro... se você vê meio para lá... ... o pessoal vendendo os
apartamentos todos. Agora não vendem mais, voltou a valorizar o local. Como
é que vai tirar, para voltar o tiroteio? Com bala perdida lá!
G: Mas em outro morro... onde GPAE não dá certo...o GPAE vai embora... ...
M: Vai ficando... ... por exemplo na Vila Cruzeiro, tem GPAE, existe... mas na
Vila Cruzeiro não deu certo. Assim, um dos motivos de que não deu certo é
que lá é um complexo, então a Vila Cruzeiro, ela se junta com outros... outros
morros. Então ocupou aí... e de repente neutraliza a situação aí.. mas ali o
policial recebe ataque de outros morros. Um dos princípios do GPAE é que tem
que ser em um lugar isolado. Aqui é o morro do Cavalão está isolado, ele não
recebe apóio de mais ninguém. Não faz fronteira com mais nenhum outro
morro, então é mais fácil de controlar. Para qualquer acesso de pessoas ele vai
ter que passar lá por baixo, ele não vem nem por cima.... O GPAE pode até
sair de lá... não é certo, mas ele pode, existe a possibilidade.
M: Você acha que o morro do Cavalão é um morro modelo... que pode servir de
modelo para outros morros?
R: Não porque não é receita de bolo. Não é uma receita que a gente pode
chegar e falar: faz isso ou aquilo, como no Cavalão foi feito... Vai lá e faz no
Cruzeiro que vai dar certo!. Então não existe um modelo, é adequação. Você
vai chegar, vai estar em um lugar e você vai ver... as carências... ... as
particularidades do local. E vai através dos livros, da doutrina... você vai
apossar aquilo para adequar ele no local.
L: Você gostaria de compartilhar a experiência do morro do Cavalão com
outros policiais?
R: Não, eu já.. eu já... eu já... administrei uma palestra de troca de
experiência, então eu tenho... eu tenho um livro aqui de experiência de
policiamento comunitário em outros locais do Brasil... em São Paulo... em
outros Estados. E eu estudei... eu pego aqui e eu passo para os policias,
aquela experiência de outros lugares e inclusive a daqui, que a daqui é através
da minha gestão mas nos outros lugares são outros policiais. Mas como já
está numa doutrina, eu tomo aquela e passo. A importância... o como deve ser
feito e tal... porque foram também em comunidades carentes, não foi no
asfalto... foi lá em favela.
G: Como se trabalha a corrupção?... porque no Chile, quando se tem policia
comunitária muitos ficam corruptos.
R: Aqui é zero!
G: Tá... mas por que é zero?
R: Porque eu fico encima... ontem mesmo eu dormi aqui. Eu tô sempre
encima. Tô sempre presente não abandono, não largo o pessoal de mão. Estou
sempre encima, sempre estou conversando, convencendo... e eles assimilaram
minha forma de trabalho.
G: E em outro GPAE
R: Aí eu não sei... não trabalhei lá... não posso...
G: Mas o que você ouve... se tem ou não muita corrupção.
R: Eu... eu... eu vou mostrar aqui.. o que é que eu tenho escrito aqui... ... que
é a minha frase. Ela que entende... vê se você entende isso aí...
M: “Deu ao criar ao homem propositadamente colocou o nariz embaixo dos
olhos, para que cada um tome conta do seu”
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