Universidad Alberto Hurtado
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de manhã “eles vão estar cá de tal a tal hora, então amanhã vamos botar a<br />
boca aqui” mas não, eles não sabem, antão vamos botar na sorte. De repente a<br />
gente erra, mas um dia acerta. A gente está aqui todo sia, 24 horas. Tem um<br />
ditado no Brasil que fala: Galinha de casa não se corre atrás. Se a galinha<br />
fugir, não precisa correr não porque ela vai voltar...<br />
L: Não tem arma agora no morro, não vai ter enfrentamento?<br />
R: Não, não tem arma... o marginal insiste no acerto... faz cinco anos que<br />
ainda insistem, em querer fechar o chamado arrego, querer fechar a propina.<br />
Eles querem ficar a vontade, e a gente ficar aqui na “casinha” como eles falam,<br />
de braços cruzados. Eles a vontade, vendendo bastante, deixam o dinheiro no<br />
final do dia... o pagamento. Eles querem isso, eles não querem o confronto.<br />
Então eles não botam armas.<br />
L: Então não há armas no morro... você nunca tem... ...<br />
R: A gente já prendeu algumas armas mas não em confronto. A gente prendeu<br />
abordando de pessoas... moradores que usam armas não para traficar eles<br />
usam para roubar lá embaixo.<br />
L: Não aqui?<br />
R: Aqui não pode roubar. Não há enfrentamento, a gente pode sair aqui e não<br />
vai ter um tiro em contra da gente.<br />
G: Você conhece outro GPAE que está em outro morro... ... do Estado,<br />
Copacabana?<br />
R: O morro do Estado está caminhando pelo mesmo caminho daqui.<br />
G: A comunidade de lá é parecida com a daqui?<br />
R: É é...é...(duvida) é maior lá, lá é maior. Lá são 15.000 moradores. Aqui são<br />
5. O mesmo número de policiais que eu tenho aqui, eu tenho lá. Então, eu não<br />
posso dizer que está a mesma coisa. Lá eu tenho um número reduzido.<br />
L: Quanto pessoal tem aqui?<br />
R: Eu tenho, sete por dia. E lá eu tenho sete. Lá eu deveria ter mais, mais de<br />
um ponto. Aqui eu só tenho um ponto mas é só para 5000. Já ali tem uma<br />
diferença. Lá eu tenho a resistência dos moradores, uma parte dos moradores<br />
não gosta. É mais.... ....como se diz? (pensa) fechada....com a marginalidade.<br />
Gosta mais da marginalidade. Um... um... um dos motivos de dar certo<br />
também, é a vontade do morador. Se o morador quer a policia dá certo, porque<br />
ele ajuda a gente e a gente ajuda ele. Se ele não quer, ele vai remar contra.<br />
Como dizer.,.. lá no Rio: lá no Rio, Cantagalo, Pavão, morador a grande parte<br />
não quer... uma grande do morador não quer, então ele rema contra... ... ele<br />
pegam alguem, o morador já desce, já fecha Copacabana ... e não fizeram<br />
nada, só asseguraram alguem para averiguar. Então esse é um dos motivos.<br />
Os outros motivos eu não posso falar porque não trabalho lá.... Então vai ser<br />
suposições e eu não trabalho com suposições... trabalho com a certeza. Então<br />
o que eu posso é responder...Mas uma coisa que eu tenho certeza é que lá o<br />
morador, uma grande parte, não são todos....têm moradores que querem, mas<br />
a maioria não quer. Aqui a maioria... no... noventa porcento quer, dez<br />
porcento não quer. Então eles conseguem controlar. O morro do Estado, eu<br />
estou la também, eu comando lá eu posso falar: são poucos... é um número<br />
reduzido de policiais... e uma... uma parte dos moradores não gosta da<br />
presencia da policia...<br />
M: Como se faz a seleção de um policial para entrar acá?<br />
R: (Ri)... Eu não faço, eles me dão. (Ri mais forte)<br />
G: Mas eles têm que se capacitar? É policia comunitária ou não?<br />
R: Aí... aí tem várias... vários fatores. Tem que capacitar.. o Viva-Rio está<br />
fazendo, está ajudando à gente aí a capacitar ne? e.... e... mas tem gente que<br />
não tem jeito não.<br />
G: Você já fez? (pergunta para o outro policial)<br />
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