Universidad Alberto Hurtado

interação através de... .... é isso aí: ajudando à solução de problemas e
ajudando a melhorar a qualidade de vida, ajudar a aumentar a auto... eehhh...
elevar a auto-estima dos moradores. Que é o que? Trazendo projetos, trazendo
palco de show, trazendo cursos gratuitos já que eles não têm vontade de
pagar. Viu o pessoal lá de baixo, tendo condições de pagar um curso de inglês,
procura abrir e arrumar bolsa d estudo... e isso visando o que? Visando o
futuro, querendo mudar a imagem da policia que era antes só subia, descia,
batia, ninguém via quem era, e agora a gente tá sendo vista como as pessoas
que estão ajudando eles.
G: E você tem um encargado? O Ronaldo como assistente social...
R: Aí o Ronaldo, que que eu fiz com Ronaldo? Eu pego o Ronaldo, e boto ele,
para ele interagir diretamente com os moradores porque eu não posso... Então
eu boto uma pessoa diariamente em contato com os moradores. Aí ele chega
de manhã, ele vai na creche, ele vai no posto de saúde, ele conversa com os
moradores. Ele faz um levantamento do dia a dia. É uma pesquisa por
amostragem, ele não pode ouvir todos os cinco mil moradores aqui do morro...
então ele vai em alguns diariamente e vai pescando... até que um chegue e fale
um problema: “Olha, isso” ali ele vem e traz para mim e a gente vem, e senta
aqui procurando achar uma solução.
M: E com relação à mudança da segurança, voltando a esse tema. Você o que
acha que foi chave para que desse certo? Que partes foram chaves?
R: Mudança na segurança?
M: Mudança de segurança... da diminuição da violência, da diminuição do
narcotráfico... ...
R: O que que foi chave? Foi a confiança do morador na policia. A
...a...a...a..relação de confiança... isso que é o ponto chave! É o morador
acreditar no policial, ele ligar para acá e ele saber... ele ter a certeza de que o
policial vai chegar lá daqui a algum tempo. Vai chegar lá e vai tratar ele com
educação, vai conduzir a ocorrência de forma educada.
L: Os moradores falaram disso que você mesmo está dizendo mas a nossa
pergunta é: aqui há quatro anos, cinco anos, tinha narcotraficante na rua,
fuzil na mão, como vocês conseguem que os “narcos” fossem embora?, ou
foram mortos....?
R: É o... é o patrulhamento incansável.. 24 horas rodando, abordando todo
mundo, não existe esse negócio, se você foi abordada hoje, amanhã você vai
ser abordada de novo. Eu estou embaçado no artigo 244 do Código do
Processo Penal que é o fundado a suspeita, então eu tenho fundado a suspeita
isso aí já é coisa minha... Eu suspeitei de você, eu vou te abordar... hoje,
amanhã... quantas vezes eu quiser. Então isso é diário, então acontece que a
gente acaba incomodando, é o chamado dedo na ferida. Todo dia a gente indo
lá, e sabe que o pessoal de lá gosta de vender droga... então todo dia a gente
vai lá... Tum!! aborda todo mundo que está lá. Aí outro dia a gente vai lá...
então a gente acaba espantando um pouco o viciado... ele fala: “Pow! Eu não
vou passar ali, a policia tá a toda hora lá encima! Vou comprar em outro
lugar” E acaba espantando o traficante... “Pow! Não vou vender mais ali, vou
procurar outro lugar... vou dar um tempo ” Isso aí que é a insistência, porque
a vontade do cara cheirar, fumar, ele não pode se interferir... ele vai ter, ele
tem essa vontade... então a gente pode dificultar a oportunidades. Como?
Estando quase que em todos os lugares ao mesmo tempo. A gente chega sai...
vai ali.. vai lá... vai, vai... sem rotina, sem relação de rotina... eu não tenho
roteiro de patrulhamento. Roteiro de patrulhamento é o que? De dez ao meio
dia em um local tal, de meio dia às dois... ...eu não tenho isso. O roteiro é da
cabeça do policial eles modificam, para que? Para deixar eles doidos também.
Eles não vão saber para onde a gente vai... porque se eu criar rotina, amanhã
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