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Universidad Alberto Hurtado

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M: O momento em que vocês chegam aqui... vocês acham que foi violento para<br />

a comunidade?<br />

R: Não a gente, a gente.., chegou aqui... eles... eles continuaram traficando, aí<br />

tentaram entrar num acordo com a gente. Mandavam crianças aqui a dar<br />

recados, ligavam para a gente, ligam para os telefones.. consegue o número<br />

que a gente dá para o morador, Eu dou meu telefone...eles ligam para acá e<br />

assim como o morador liga para denunciar alguma coisa, um traficante liga<br />

para oferecer alguma vantagem financeira, em troca de eu deixar funcionar<br />

uma boca de fumo deles a vontade... Aí a gente negou, a gente combateu, se<br />

de repente vocês rodaram o morro e viram alguem suspeito, algum cara<br />

fazendo alguma coisa, de repente eu não vou negar que não viu, porque é o<br />

que eu falei desde o começo... existe a procura pela droga! Então tem muita<br />

gente que procurar ainda, que os moradores aí de baixo... até mesmo daqui de<br />

cima, então a venda vai... isso aí nunca vai acabar...enquanto houver as<br />

pessoas que... que consomem... que pagam... a venda nunca vai a acabar...<br />

Muito difícil, é utópico falar que vai a acabar. O próprio morador aqui reclama,<br />

vai reclamar com o marginal: “Pow! traz os negócios aí... quero cheirar pow!, tô<br />

tendo que comprar lá longe! Chego cansadão lá do trabalho e vou ter que<br />

comprar lá no tumulto... que comprar aqui pertinho de casa”.... O próprio<br />

morador reclama. Então vai sendo uma sequência, aí não adianta. A gente... aí<br />

qual nosso trabalho é? O nosso trabalho já não é o de enchugar argila, a gente<br />

não quer só prender e ficar enchugando argila, prendendo e aparecendo<br />

novo... a gente vai trabalhando na bases, que são as crianças, através de ir<br />

trazendo projetos, atividades, e não é ocupação... é diferente a gente está<br />

melhorando a qualidade de vida.<br />

M: Me fala um pouco desses projetos que tem o GPAE?<br />

R: Então aí ... aí ... o policia comunitária.... eu tenho aqui alguns livros, que a<br />

gente se informa, que a gente estuda aqueles livros, esse aqui! (mostra e<br />

entrega os livros). Os livros que a gente, que eu estudei, que eu fiz um curso...<br />

G: de Viva-Rio.. o curso?<br />

R: Não, do Viva-Rio não... esse é da PM. Então que acontece... esse ... esse...<br />

curso prega a interação da policia com a comunidade. Então a interação, nós<br />

visamos o que, visamos a solução de problemas na comunidade, devido a que<br />

o senhor é pobre, falta luz no morro, até a ... a... (para)... a concepcionária<br />

que concerta as energias elétrica de Niterói chegar aqui, não em favela não... é<br />

perigoso... isso aqui fica sem luz três ou quatro dias, aí sabe o que vão fazer?<br />

Ele vão fazer manifestação lá embaixo, vão fechar as ruas, vão causar um<br />

problema de segurança pública, então a policia comunitária elas se antecipam<br />

aos problemas, ela viu que etá faltando luz no morro, viu que vai dar... vai dar<br />

besteira, vai dar trabalho para a gente... a gente se antecipa, vai até a<br />

concepcionária e solicita... “pow! Concerta a luz de lá da gente, lá do morro lá,<br />

que vai dar problemas mais graves” Ou seja, assim como o asfalto, a gente se<br />

antecipa aos problemas como... uma luz... uma rua escura, ela está<br />

proporcionando o que? Assaltos a pedestres, estupro, e outras coisas mais,<br />

furto de veículos, roubo de veículos. Se você iluminar aquela rua... botar ela<br />

bem iluminada, vai dificultar... vai... vai... porque o marginal ele atua com a<br />

oportunidade e a vontade. A vontade a gente não pode fazer nada porque tá<br />

com vontade de roubar. Mas as oportunidades a gente pode dificultar as<br />

oportunidades deles, porque se a gente tomar algumas precauções como<br />

iluminar alguma rua... Então a vontade do marginal fazer uma baderna<br />

aqui... ele tem a vontade, ele quer fazer, ele quer arrumar um pretexto. Se está<br />

faltando luz, ele vai mobilizar o morador cabeça fraca e vai descer e vai deixar<br />

e vai fechar, e vai dar um problema para a gente, porque nós vamos ter que<br />

descer, desobstruir a via. Então o policiamento comunitário, ele traz a<br />

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