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LIBRO.ARCHIVOS.IBEROAMERICANOS

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4 El sistema de administración de documentos. A descrição arquivística.<br />

164<br />

Administración de documentos y archivos. Textos fundamentales<br />

A descrição não deixa, no entanto, de se revelar condição necessária ao cumprimento da legislação<br />

que em Portugal, como em vários outros países, regula o acesso aos documentos das Administrações<br />

(por elas produzidos no âmbito do desenvolvimento das suas funções e actividades)<br />

por parte dos cidadãos, em nome de princípios como a transparência, a igualdade, a justiça e a<br />

imparcialidade; ou a legislação que determina o direito de acesso, por parte dos cidadãos, à informação<br />

contida nos processos em que são parte interessada. Tais direitos pressupõem não apenas<br />

o conhecimento da sua existência, mas igualmente a possibilidade de a localizar e recuperar.<br />

O que importa, no entanto, salientar, de todo o trabalho desenvolvido no sentido de promover<br />

a normalização da descrição arquivística, é que na concordância ou na discordância,<br />

na aceitação ou na crítica, as normas internacionais tiveram a vantagem de suscitar a discussão,<br />

o debate, a reflexão sobre as práticas até então adoptadas, directamente relacionadas<br />

com a problemática do acesso à informação17 ; dotaram os arquivistas de instrumentos de<br />

trabalho comuns; constituíram-se na base da troca e da partilha de informação entre diferentes<br />

sistemas de descrição18 .<br />

2. A descrição arquivística<br />

O conceito de descrição arquivística encontra-se hoje definido nas normas internacionais<br />

produzidas pelo ICA como “a elaboração de uma representação exacta de uma unidade de<br />

descrição e das partes que a compõem, caso existam, através da recolha, análise, organização<br />

e registo de informação …” 19 .<br />

São assim assumidas, como base do trabalho de descrição, um conjunto de tarefas complexas<br />

mas bem conhecidas dos arquivistas, que contaram, desde um período bem anterior ao aparecimento<br />

das normas de descrição do ICA, com metodologias próprias. Contemplam, por<br />

um lado, as características físicas dos documentos e a análise dos respectivos conteúdos e,<br />

por outro, o registo da informação recolhida, que pode revestir diferentes graus de profundidade,<br />

materializados em diferentes tipos de instrumentos de descrição (basicamente guias<br />

– nível Fundo; inventários – nível Série; ou catálogos – nível Documento).<br />

A área fundamental de intervenção do ICA prendeu-se com a necessidade, potenciada pelas<br />

tecnologias da informação, pela globalização e pela necessidade de integrar, a nível não só<br />

nacional mas também internacional, descrições provenientes de diferentes entidades num<br />

sistema unificado de informação. A opção recaiu na pré-definição de grelhas para o registo<br />

da informação: elementos a contemplar, sua estruturação em zonas, tipo de informação a<br />

registar em cada um, sendo remetida para um conjunto mais ou menos alargado de normas<br />

levado a que o tratamento dedicado à documentação fotográfica se tenha centrado no documento em si, preterindo-se a visão<br />

global que permite identificar e explicar o contexto de produção dos documentos, essencial à compreensão de um todo, que<br />

em arquivo, é sempre maior do que a soma das partes”. In: PORTUgAL. DIRECÇÃO-gERAL DE ARQUIVOS, CENTRO POR-<br />

TUgUÊS DE FOTOgRAFIA, Guia de fundos e colecções fotográficos 07. Lisboa: DgARQ, 2007. Introdução técnica, p. 13.<br />

17 Sobre as consequências, na arquivística em geral e na descrição em particular, da adopção de uma abordagem centrada no<br />

acesso à informação, por contraposição a uma abordagem centrada na guarda física dos documentos, cf. MENNE-HARITZ,<br />

Angelika, “Acess: the reformulation of an archival paradigm”. In: Archival science: International journal on recorded information.<br />

Kluwer Academic Publishers. Vol. 1, n.º 1, 2001, pp. 57-82.<br />

18 Para uma síntese do processo de desenvolvimento das normas internacionais ISAD (G) e ISAAR (CPF), bem como para<br />

um balanço geral das consequências da sua publicação, pode consultar-se VITALI, Stefano, “El esfuerzo de normalización<br />

internacional”. In: Tabula: Revista de Archivos de Castilla y León. Salamanca: Asociación de Archiveros de Castilla y León. N.º<br />

7, 2004, pp. 11-22.<br />

19 A defi nição surge em todas as quatro normas de descrição do ICA. Remete-se aqui para a primeira a ser publicada: a<br />

A definição surge em todas as quatro normas de descrição do ICA. Remete-se aqui para a primeira a ser publicada: a ISAD<br />

(G), p.15.

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