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LIBRO.ARCHIVOS.IBEROAMERICANOS

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Administración de documentos y archivos. Textos fundamentales<br />

Tendo como ponto de partida tradições e práticas administrativas e arquivísticas diversas,<br />

os diferentes países que não dispunham de normas nacionais (ao contrário do que se verificava<br />

nos Estados Unidos, no Canadá, na Grã-Bretanha, por exemplo), debruçaram-se e<br />

apropriaram-se delas a ritmos diferentes e, muito frequentemente, a partir da experiência<br />

que lhes era mais familiar: a descrição da documentação, sobretudo a de conservação definitiva,<br />

textual, em suporte convencional.<br />

Para a descrição em maior profundidade de documentos especiais (selos, registos sonoros ou<br />

desenhos técnicos, de acordo com os exemplos fornecidos pela ISAD (G)), ou em suporte<br />

electrónico, é previsto o recurso a manuais elaborados para o efeito.<br />

Na prática, e desenvolvendo-se de forma paralela, com pontuais intersecções, a arquivística<br />

continuou frequentemente subdividida nas três tradicionais áreas de intervenção – arquivos<br />

correntes, arquivos intermédios, arquivos definitivos – justificadas pelas necessidades específicas<br />

de cada uma, evoluindo de forma nem sempre articulada12 .<br />

Embora tenham surgido projectos como The Preservation of the Integrity of Electronic Records,<br />

ou The International Research on Permanent Authentic Records in Electronic Systems (InterPA-<br />

RES), que partindo da análise dos documentos electrónicos (com o objectivo de identificar e<br />

definir quer a sua natureza quer os seus componentes e determinar as condições necessárias<br />

para assegurar a sua integridade, fiabilidade e autenticidade), concluíram que são consistentes<br />

com as apresentadas e exigidas pelos documentos em suporte convencional; e que é a<br />

forma de assegurar tais exigências para os documentos electrónicos que se reveste de especificidade<br />

13 ; a visão integrada dos arquivos foi permanecendo, frequentemente, relegada para<br />

o plano teórico; quanto muito para o plano dos objectivos a atingir. E se não é fácil, nos dias<br />

de hoje, a qualquer arquivista, contestar o princípio de que “Os procedimentos relacionados<br />

com a descrição podem ter início no momento da produção dos documentos – ou mesmo<br />

antes – e continuar durante o seu ciclo de vida” 14 , nem sempre o processo de descrição é<br />

ou pode ser encarado, na prática, como um todo articulado, que progride e cresce com os<br />

documentos 15 , mas antes como vários processos perfeitamente compartimentados, seja pela<br />

sua idade, seja pela sua forma 16 , seja pelo seu suporte.<br />

ARQUIVO, Orientações para a descrição arquivística. 1.ª v. Lisboa: DgARQ, 2006.<br />

Refira-se que muitos destes instrumentos de trabalho dispõem já de novas e mais recentes versões e edições actualizadas.<br />

12 A este respeito veja-se SILVA, Armando Malheiro da; RIBEIRO, Fernanda; RAMOS, Júlio; REAL, Manuel Luís, Ob. cit., pp.<br />

155 e 156, que afirmam que “… a invocação das várias idades arquivísticas pode induzir que se está a falar não apenas de<br />

fases etárias de uma mesma entidade, mas sim de entidades distintas, cuja distância temporal lhes confere conteúdos diversos<br />

e determina metodologias próprias. (…) A concepção integrada do objecto da Arquivística tem vindo a tornar-se cada vez<br />

mais evidente ao ser encarado o arquivo como um sistema de informação específico e coerente. O facto de a importância da<br />

gestão documental ser realçada no âmbito da administração corrente constitui um factor decisivo para facilitar toda a cadeia<br />

de operações de organização, triagem e descrição dos documentos, seja qual for a sua idade.”<br />

13 Cf., a este respeito, DURANTI, Luciana, “The impact of digital technology on archival science”. In: Archival science: International<br />

journal on recorded information. Kluwer Academic Publishers. Vol. 1, n.º 1, 2001, pp. 39-55.<br />

14 ISAD (G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística: adoptada pelo Comité de Normas de Descrição, Estocolmo:<br />

Suécia, 19-22 de Setembro de 1999. Conselho Internacional de Arquivos; Trad. grupo de Trabalho para a Normalização da<br />

Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: IAN/TT, 2004. [Consult. Set. 2010]. Acessível em: http://dgarq.gov.pt/files/2008/10/isadg.<br />

pdf, p. 11. (Doravante referida como ISAD (G)).<br />

15 “La description peut aussi évoluer dans le temps pour les archives définitives. En effet, la description d’un fonds realisée au<br />

moment de l’acquisition des documents (traitement préliminaire) n’aura pas le même niveau de détail qu’une autre réalisée<br />

après le traitement définitif d’un fonds”. In: COUTURE, Carol (dir.), Les fonctions de l’archivistique contemporaine, já citado,<br />

p. 264.<br />

16 Constitui um bom exemplo a documentação fotográfica: “Tendencialmente a ‘espécie’ fotográfica é mais considerada na sua<br />

vertente artística ou ornamental, quase museológica, ou ainda como fonte de informação histórica, e não tanto como o produto,<br />

o documento resultante da prossecução das actividades e funções de um organismo ou de um indivíduo. Esta perspectiva tem<br />

163<br />

4 El sistema de administración de documentos. A descrição arquivística.

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