Edição Especial - Faap
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maior preço por tonelada. O faturamento total com as exportações foi de US$ 897 milhões em 2004 (Tabela 10). Pressupondo-se um rendimento de 100% entre a carne fresca e a carne processada, verifica-se que se a Argentina convertesse a carne in natura exportada em processada, seu faturamento aumentaria em 18%, para US$ 1,06 bilhão (mantendo constantes as exportações dos outros produtos). No mercado de frango, a produção argentina também atingiu um valor recorde, passando de 276 milhões de cabeças produzidas em 2003 para 389 milhões de cabeças estimadas para 2005. Esse valor representa um incremento da ordem de 41% ao longo dos últimos cinco anos. Em 2004, o país participou com aproximadamente 1% das exportações mundiais, com 75 milhões de toneladas. Embora pareça pouco expressiva, essa posição representa um aumento de 92% em relação às exportações do ano de 2003. Para o ano de 2005, o Centro de Empresas Processadoras Avícolas (Cepa) estima um crescimento da produção superior a 10%, devendo ultrapassar 1 milhão de toneladas. O consumo no mercado doméstico deverá ser de 23,7 kg/hab/ano, enquanto as exportações deverão crescer cerca de 6%, para 140 mil toneladas. A descoberta da gripe aviária em importantes países exportadores de carne de frango deve estimular as exportações argentinas desse setor, dado que o país é um dos poucos declarados livres dessa doença. No caso de frango, 44% das exportações argentinas foram de carne fresca, seguido por 27,5% de outros subprodutos e 21,86% de farinha. Os produtos de maior preço por tonelada foram carnes processadas e extrato de carne (Tabela 11). O faturamento total com as exportações do setor foi de US$ 77 milhões no ano passado, sendo que, se o país transformasse a carne fresca exportada em processada 6, o faturamento poderia alcançar US$ 140 milhões. 6 Pressupõe-se um rendimento de 100% entre a carne in natura e processada. 98 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006
Conclusão Este trabalho apresentou uma análise do desempenho da produção e exportação do agronegócio para o Brasil e Argentina, tomando o caso de cinco cadeias produtivas. Constata-se que os países analisados constituem um exemplo bastante característico dos benefícios que mudanças políticas e econômicas podem trazer para a organização da produção e da competitividade econômica. Tanto no caso do Brasil como da Argentina, foram promovidas mudanças profundas ao longo da década de 90 que possibilitaram a maior integração dessas economias nos mercados globais, além do estabelecimento do Mercosul, um acordo regional entre eles, juntamente com o Paraguai e Uruguai, que visa estimular o comércio entre os países do Cone Sul. Essas mudanças foram identificadas como “mega-forças” que promoveram reajustes estruturais necessários para assegurar a competitividade e um desempenho econômico mais favorável para as economias. Um dos resultados mais visíveis dessas iniciativas tem sido o sucesso relativo da produção e exportação do agronegócio, tanto para o Brasil como para a Argentina. Os dois países assumem posições de destaque em mercados promissores em expansão, como é o caso da soja, carnes e lácteos. No caso do Brasil devese acrescentar o exemplo do açúcar, enquanto o trigo é um exemplo que se aplica à Argentina. A disponibilidade relativa de recursos agricultáveis parece ser uma vantagem desses países em relação a seus competidores no mercado internacional de commodities agro-alimentares. No entanto, a política econômica prevalecente não possibilitou, ao longo das últimas décadas, uma exploração dos recursos da agricultura que alavancasse a sua produção e competitividade nas exportações. O aumento da produção agroindustrial tem levado os países a buscar expandir sua participação no mercado internacional, consolidando um círculo virtuoso para a produção agroindustrial, conforme fica claro pela avaliação da evolução de produção e exportação dos países nas cadeias de agro-alimentos analisadas. Além disso, o trabalho traz estimativas de faturamento com a exportação de produtos de maior valor nas cadeias consideradas. O objetivo é prover O sucesso do agronegócio no Brasil e Argentina..., Carlos Faccina, p. 80-101 99
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Conclusão<br />
Este trabalho apresentou uma análise do desempenho da produção e<br />
exportação do agronegócio para o Brasil e Argentina, tomando o caso de cinco<br />
cadeias produtivas. Constata-se que os países analisados constituem um<br />
exemplo bastante característico dos benefícios que mudanças políticas e<br />
econômicas podem trazer para a organização da produção e da competitividade<br />
econômica. Tanto no caso do Brasil como da Argentina, foram promovidas<br />
mudanças profundas ao longo da década de 90 que possibilitaram a maior<br />
integração dessas economias nos mercados globais, além do estabelecimento do<br />
Mercosul, um acordo regional entre eles, juntamente com o Paraguai e<br />
Uruguai, que visa estimular o comércio entre os países do Cone Sul. Essas<br />
mudanças foram identificadas como “mega-forças” que promoveram reajustes<br />
estruturais necessários para assegurar a competitividade e um desempenho<br />
econômico mais favorável para as economias. Um dos resultados mais visíveis<br />
dessas iniciativas tem sido o sucesso relativo da produção e exportação do<br />
agronegócio, tanto para o Brasil como para a Argentina.<br />
Os dois países assumem posições de destaque em mercados promissores<br />
em expansão, como é o caso da soja, carnes e lácteos. No caso do Brasil devese<br />
acrescentar o exemplo do açúcar, enquanto o trigo é um exemplo que se<br />
aplica à Argentina.<br />
A disponibilidade relativa de recursos agricultáveis parece ser uma<br />
vantagem desses países em relação a seus competidores no mercado<br />
internacional de commodities agro-alimentares. No entanto, a política<br />
econômica prevalecente não possibilitou, ao longo das últimas décadas, uma<br />
exploração dos recursos da agricultura que alavancasse a sua produção e<br />
competitividade nas exportações.<br />
O aumento da produção agroindustrial tem levado os países a buscar<br />
expandir sua participação no mercado internacional, consolidando um círculo<br />
virtuoso para a produção agroindustrial, conforme fica claro pela avaliação da<br />
evolução de produção e exportação dos países nas cadeias de agro-alimentos<br />
analisadas.<br />
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