Edição Especial - Faap

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27.08.2013 Views

2.2.3. Cadeia do trigo A produção mundial de trigo é da ordem de 554 milhões de toneladas. Destacam-se como maiores produtores os Estados Unidos, Rússia, China e União Européia. A Argentina destaca-se no volume exportado, em quinta posição no ranking mundial, após Estados Unidos, União Européia, Austrália e Canadá. A Argentina foi responsável por 8,5% das exportações mundiais de trigo em 2003, evoluído a partir de 4% no ano de 1980. A produção de trigo na Argentina, no entanto, representa pouco mais que 2% da produção mundial (Figura 5). O Brasil ainda é um importador líquido do produto, porém também chegou a exportar trigo no ano de 2003, num volume de 1,3 milhões de toneladas. A Argentina é atualmente o maior fornecedor para o país, tendo exportado 5 dos 6 milhões de toneladas importadas pelo Brasil. Além da quantidade insuficiente produzida internamente, os moinhos brasileiros importam trigo porque as variedades tradicionalmente cultivadas no Brasil são de trigo mole, mais indicado para a fabricação de biscoitos. Na Argentina, 16 milhões de toneladas de trigo foram produzidos na safra 2004/05, das quais 8,7 milhões de toneladas foram destinados ao mercado externo, o que significa uma duplicação do volume exportado em 2003/04, que foi de 4,5 milhões de toneladas. Esse aumento deveu-se principalmente à abertura de novos mercados para o trigo argentino. 90 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

Para a safra 2005/06, a Secretaria de Agricultura da Argentina (SAGPyA) estima uma queda na área plantada com trigo da ordem de 15%, ficando ao redor de 5,3 milhões de hectares. Condições climáticas desfavoráveis somadas à baixa rentabilidade do cultivo no momento da decisão de plantio (março/05) levaram os produtores a intensificarem outras culturas (de verão). A Argentina tem exportado predominantemente o trigo na forma de grãos (95% do volume exportado), seguido de farinha, com 3,8%. Considerando a combinação descrita na Tabela 5, o faturamento total com o comércio exterior dos produtos do setor foi estimado em US$ 1,52 bilhão em 2004. Procedendo-se à simulação de uma transformação do volume exportado na forma de grãos para farinha, por exemplo, obtém-se um incremento no faturamento das exportações de US$ 54 milhões, com o total passando a US$ 1,574 bilhão (mantendo as exportações de pães, massas e biscoitos). Assumindo, hipoteticamente, que todo o trigo da Argentina pode ser transformado em biscoito – o produto de maior valor agregado por volume –, o faturamento estimado é consideravelmente superior, passando a US$ 13,7 bilhões (mantendo-se constantes as exportações de pães, farinha e massas). No entanto, uma restrição a essa hipótese relaciona-se à identificação de mercados para essa produção. 2.2.4. Cadeia de lácteos No mercado de lácteos, o que se percebe é que o Brasil tem maior destaque que a Argentina em termos de produção, porém em termos de exportação essa relação se inverte, dado que o consumo interno brasileiro absorve uma porção considerável da produção realizada pelo país (Figura 6). Em 2004, o Brasil produziu cerca de 5% do total mundial de leite (23,3 bilhões de litros), porém exportou apenas 0,5% do comercializado internacionalmente, ou seja, um volume equivalente a 18 mil toneladas. Já a Argentina produziu cerca de 2% do total mundial (9,3 bilhões de litros) e exportou 4,7% do volume comercializado no âmbito internacional. Considerando-se somente o leite em pó, tanto a participação do Brasil como da Argentina vem aumentando na produção e no comércio mundial. O primeiro país participou com 0,9% do comércio mundial de leite em pó em 2003, e o segundo com 7,5%. Já a produção de leite em pó da Argentina representou 6,28% do total mundial em 2004 e a do Brasil, 11,9%. O sucesso do agronegócio no Brasil e Argentina..., Carlos Faccina, p. 80-101 91

2.2.3. Cadeia do trigo<br />

A produção mundial de trigo é da ordem de 554 milhões de toneladas.<br />

Destacam-se como maiores produtores os Estados Unidos, Rússia, China e União<br />

Européia. A Argentina destaca-se no volume exportado, em quinta posição no<br />

ranking mundial, após Estados Unidos, União Européia, Austrália e Canadá.<br />

A Argentina foi responsável por 8,5% das exportações mundiais de trigo em<br />

2003, evoluído a partir de 4% no ano de 1980. A produção de trigo na Argentina,<br />

no entanto, representa pouco mais que 2% da produção mundial (Figura 5).<br />

O Brasil ainda é um importador líquido do produto, porém também<br />

chegou a exportar trigo no ano de 2003, num volume de 1,3 milhões de<br />

toneladas. A Argentina é atualmente o maior fornecedor para o país, tendo<br />

exportado 5 dos 6 milhões de toneladas importadas pelo Brasil. Além da<br />

quantidade insuficiente produzida internamente, os moinhos brasileiros<br />

importam trigo porque as variedades tradicionalmente cultivadas no Brasil são<br />

de trigo mole, mais indicado para a fabricação de biscoitos.<br />

Na Argentina, 16 milhões de toneladas de trigo foram produzidos na safra<br />

2004/05, das quais 8,7 milhões de toneladas foram destinados ao mercado<br />

externo, o que significa uma duplicação do volume exportado em 2003/04,<br />

que foi de 4,5 milhões de toneladas. Esse aumento deveu-se principalmente à<br />

abertura de novos mercados para o trigo argentino.<br />

90<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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