Edição Especial - Faap
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2005, dando continuidade a um ciclo de prosperidade que se iniciou em meados da<br />
década de 90, quando o país assumiu a posição de maior produtor e exportador<br />
mundial. A oferta de açúcar vem crescendo a uma taxa média de 4% a 5% ao ano,<br />
considerando-se o período de 2000/01 a 2004/05. Nessa última safra, o país<br />
realizou um total de 26,5 milhões de toneladas de açúcar e exportou 15,76 milhões<br />
de toneladas. Isso possibilitou um faturamento da ordem de US$ 2,6 bilhões.<br />
A demanda pelo açúcar segue um crescimento vegetativo no país, que já<br />
atinge um valor elevado de 55 kg de consumo per capita ao ano. A demanda<br />
mundial, no entanto, vem se expandindo em cerca de 3 milhões de toneladas ao<br />
ano (Exame, 2005). Como o Brasil é o maior país produtor e exportador mundial<br />
de açúcar, vem desfrutando de oportunidades para escoar uma produção crescente<br />
para um mercado internacional em expansão.<br />
No ano de 2004, o Brasil, juntamente com Austrália e Tailândia, venceu um<br />
painel aberto na Organização Mundial do Comércio contra os subsídios da União<br />
Européia. Estima-se que a vitória nesse painel deva abrir um mercado de 3,7<br />
milhões de toneladas anuais para os exportadores mais competitivos.<br />
A consolidação do Cafta-DR, acordo entre os Estados Unidos e países da<br />
América Central, incluindo-se a República Dominicana, pode favorecer a<br />
exportação do produto para os Estados Unidos. Esse acordo foi aceito pelo<br />
Legislativo norte-americano. No entanto, o Cafta-DR ainda precisa ser aprovado<br />
pelos outros países membros. Além disso, a produção norte-americana deve ser<br />
prejudicada no ano de 2005 em função do furacão Katrina, que abateu a<br />
Louisiana, um dos estados que produz cana-de-açúcar nesse país. Isso pode levar<br />
o país a considerar uma segunda revisão de suas quotas tarifárias.<br />
A demanda crescente pelo etanol como combustível, tanto no mercado<br />
interno brasileiro, como possivelmente em outros países como Japão, Tailândia e<br />
Índia (que têm programas para a implantação do uso desse produto como<br />
alternativa ao combustível fóssil), também afeta o mercado de açúcar. No Brasil, o<br />
etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, mesma matéria prima do açúcar. A<br />
safra de 2005, por exemplo, vem-se mostrando uma safra alcooleira no Brasil, o<br />
que implica em uma redução no volume produzido de açúcar. O Brasil vem<br />
investindo na expansão do mercado internacional do álcool, apostando no acesso<br />
de seu produto aos países com programas para misturar álcool à gasolina.<br />
No âmbito do Mercosul, no entanto, o açúcar continua sendo um ponto de<br />
discórdia entre Argentina e Brasil, com o primeiro país insistindo em manter seu<br />
mercado protegido das exportações do segundo país. Isso não tem afetado, no<br />
entanto, o desempenho da produção e exportação brasileiras, que evoluem de<br />
forma bastante expressiva, enquanto a produção argentina sofre uma ligeira<br />
redução entre 1980 e 2004, a despeito da proteção ao mercado (Figura 4). A<br />
exportação argentina, no entanto, torna-se praticamente inexpressiva em 2004.<br />
O sucesso do agronegócio no Brasil e Argentina..., Carlos Faccina, p. 80-101<br />
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