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Edição Especial - Faap

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estão no acesso a mercados (em particular onde há subsídios e proteções<br />

tarifárias à produção local), na infra-estrutura (que inclui logística e transporte)<br />

e em questões não-tarifárias (que abrangem sanitárias, técnicas e ambientais).<br />

Estas últimas dependem muito do nosso esforço interno, pois nesse âmbito há<br />

grandes problemas a resolver, como na questão dos surtos recentes de febre<br />

aftosa, que constituem um drama nacional no seu impacto sobre a produção e<br />

comercialização das carnes bovina e suína.<br />

No acesso a mercados, o qual depende muito de negociações, os caminhos<br />

são vários. Hoje o mundo não segue só pela roda do multilateralismo, este no<br />

âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas também por meio<br />

de outras três rodas, constituindo uma tração assentada em quatro, pois há o<br />

unilateralismo, os acordos regionais e sub-regionais e finalmente a roda do<br />

bilateralismo e plurilateralismo (ver gráfico que se segue) 1. Temos, na verdade,<br />

uma explosão desses acordos bilaterais e plurilaterais. É como se esse movimento<br />

induzido por quatro rodas tivesse uma delas muito maior que as outras, e<br />

caminhando mais rapidamente, o que leva a desequilíbrios e a uma situação<br />

extremamente preocupante, particularmente para quem vende alimentos.<br />

Em sua essência, esses acordos bilaterais e plurilaterais têm o potencial e<br />

freqüentemente o efeito muito grande de desviar comércio e investimentos<br />

ligados aos agronegócios para regiões menos eficientes que o Mercosul. Por<br />

exemplo, no momento em que a Europa se amplia de 15 para 25 países,<br />

fatalmente investimentos irão migrar da França e da Alemanha para os países do<br />

Leste Europeu que se integrarão à UE. Alguns deles vão produzir carne bovina<br />

e exportá-la para a EU sem ter de pagar a tarifa de 3 mil euros por tonelada que<br />

nós pagamos. Ou seja, para colocar a carne lá dentro, não terão as mesmas<br />

barreiras que países como o Brasil enfrentam.<br />

Assim, nesse caso da UE o Mercosul também enfrenta dificuldades. De um<br />

modo geral, está claro que é muito preocupante essa explosão de acordos de<br />

comércio bilaterais e plurilaterais por todo o mundo, e os impactos que isso<br />

pode ter sobre as exportações do Mercosul – particularmente as de alimentos,<br />

1 Esse gráfico nos foi cedido por R. Devlin, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).<br />

O mundo dos alimentos: desafios e oportunidades..., Marcos Sawaya Jank, p. 64-70<br />

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