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Edição Especial - Faap

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3. Mercosul<br />

Um problema importante, mas que não cabe detalhar na presente<br />

exposição, reside nos recorrentes problemas enfrentados nas relações internas<br />

do bloco do Mercosul, em grande parte causadas pela assimetria do porte<br />

econômico entre os países membros, opondo o relativo gigantismo do Brasil ao<br />

porte intermediário da Argentina e cada um destes ao porte de menor expressão<br />

do Uruguai e Paraguai. Tais assimetrias são realçadas por não haver a mitigação<br />

das diferenças na figura de parceiros equivalentes, a exemplo da União<br />

Européia, que também enfrenta tal situação, mas onde as pressões e críticas<br />

acabam se diluindo um pouco entre vários líderes mais ou menos equivalentes:<br />

Alemanha, Inglaterra, França e Itália.<br />

Nestas condições é natural que as assimetrias acabem por configurar uma<br />

eventual dificuldade e resistência na tentativa da viabilização de programas de<br />

integração energética, o que, de certa forma, já ocorre no caso do açúcar e álcool<br />

e na pressão do governo da Argentina sobre os investimentos da Petrobrás no<br />

gasoduto de San Martin (ampliação imediata da capacidade de transporte).<br />

Outro problema, de natureza política, reside na relativa indefinição, em<br />

ambos os países, das políticas públicas e de desenvolvimento, em termos de uma<br />

visão estratégica de médio e longo prazo na área da energia, faltando uma clara<br />

definição quanto às opções e prioridades. E mesmo que em algumas das<br />

entidades governamentais exista ou venha a existir tal preocupação, a<br />

implementação das definições e correspondentes projetos enfrentariam as<br />

dificuldades derivadas das conjunturas políticas restritivas de difícil<br />

superação, quando as áreas econômicas se defrontam com a prioridade da<br />

manutenção da estabilidade econômica.<br />

4. Exemplos de integração no Cone Sul<br />

Apesar dos problemas acima apontados, os países do Cone Sul já<br />

desenvolveram, no passado, importantes projetos de intercâmbio energético.<br />

Sem mencionar interligações elétricas menores entre o Brasil com o Uruguai<br />

e o Paraguai, merecem menção os seguintes:<br />

• Usina Hidrelétrica de Salto Grande (1.600 MW), no Rio Uruguai,<br />

entre a Argentina e o Uruguai; iniciativa estatal com a divisão da energia.<br />

• Usina de Itaipu, no Rio Paraná (12.600 MW), entre o Brasil e o<br />

Paraguai; iniciativa estatal com a divisão da energia.<br />

• Usina de Yaciretá, no Rio Paraná, (4.000 MW), entre a Argentina e o<br />

Paraguai; iniciativa estatal com a divisão da energia.<br />

• Gasoduto Bolívia-Argentina – iniciativa estatal.<br />

• Gasoduto Bolívia-Brasil, iniciativa estatal: Petrobrás/YPF.Bo/Enron.<br />

• 5 interligações de gás entre Argentina e Chile; iniciativa privada.<br />

• Gasoduto para Uruguaiana; iniciativa privada.<br />

Os benefícios decorrentes da viabilização destas interconexões e<br />

intercâmbios deveriam inspirar políticas mais dinâmicas de integração<br />

energética. As vantagens são claramente bilaterais e recíprocas. Assim, por<br />

exemplo, países como Paraguai e Bolívia se beneficiaram com os ingressos de<br />

Perspectiva de cooperação no mundo da energia, Peter Greiner, p. 45-55<br />

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