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Edição Especial - Faap

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desastres como Chernobyl e do risco da proliferação nuclear num ambiente de<br />

terrorismo global. Os problemas com o Super Phoenix, na França, também<br />

prejudicaram o desenvolvimento dos reatores regeneradores, os “breeders”, que<br />

teriam a grande vantagem de transformar elementos férteis em físseis permitindo<br />

multiplicar em 40 a 50 vezes o potencial energético dos materiais nucleares. Neste<br />

tipo de reatores nos defrontamos com o elevado risco que apresenta o sódio<br />

líquido como elemento de refrigeração.<br />

• A perspectiva da sempre almejada “fusão nuclear”, que seria uma nova fonte<br />

primária, inesgotável e permanente, é adiada a cada ano e com novos acréscimos<br />

ao prazo previsto para sua viabilização, isto se ela vier mesmo a se concretizar.<br />

O quadro sugere, portanto, uma transição problemática e pouco clara para<br />

uma nova era energética, desejavelmente sustentada por fontes renováveis. Isto<br />

poderá trazer graves desequilíbrios econômicos acompanhados de instabilidades<br />

geopolíticas e guerras. Afiguram-se como inevitáveis sérias restrições para a<br />

manutenção dos hábitos sociais e das estruturas produtivas da sociedade atual,<br />

acompanhadas de sérias crises, altos custos e graves restrições ao desenvolvimento.<br />

Países que se anteciparem a tais ajustes – cuidando, por exemplo, da racionalização<br />

dos sistemas de transporte, grande consumidor de energia –, que reduzirem a sua<br />

dependência dos energéticos esgotáveis e que tiverem acesso a fontes energéticas<br />

próprias estarão em clara vantagem competitiva.<br />

Ao nível das relações internacionais, tal vantagem competitiva poderia ser<br />

estimulada e aumentada por meio de medidas como:<br />

• Exploração de complementaridades em fontes primárias de energia.<br />

• Prioridade ao desenvolvimento de projetos de interesse comum e de<br />

sistemas de interconexão que proporcionem maior flexibilidade, diminuindo a<br />

exposição e os riscos de cada parceiro envolvido.<br />

• Maximizar a participação de fontes energéticas renováveis na matriz<br />

energética, mesmo que não garantam a cobertura da demanda total, reduzindo<br />

a exposição do(s) país(es), especialmente pelas gerações hidrelétrica1, de<br />

biomassa, solar e eólica.<br />

• Ação em bloco para garantir suprimento em nível internacional num<br />

mercado que deverá tornar-se cada vez mais disputado, com tendências à<br />

monopolização pelos grandes consumidores que disponham de maior poder<br />

econômico e militar.<br />

• Aumentar o grau de auto-suficiência energética de cada país e do bloco<br />

econômico ou regional em que se encontrem inseridos.<br />

• Ênfase em programas de P&D, pois as soluções do problema dependerão,<br />

principalmente, do desenvolvimento de novas fontes, opções e processos<br />

energéticos, tanto no lado da oferta como da demanda – maximização da<br />

eficiência e eficácia, desde a fonte até o uso final.<br />

2. As assimetrias numa evolução paralela<br />

O setor energético se caracteriza por envolver expressivos investimentos,<br />

1 Devido à disponibilidade de significativos potenciais hidrelétricos na América do Sul e no Brasil, em<br />

particular, cujo desenvolvimento sofre intensa campanha de oposição da burocracia estatal e do ativismo<br />

ambientalista, por vezes aliados, o assunto é analisado com detalhes adicionais no Apêndice.<br />

Perspectiva de cooperação no mundo da energia, Peter Greiner, p. 45-55<br />

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