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Edição Especial - Faap

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transporte, iluminação, calefação, cocção, operação dos aparelhos mais diversos<br />

etc., é necessário ter presentes as perspectivas quanto à disponibilidade e acesso<br />

às fontes primárias que garantam a cada país dispor dos mencionados vetores no<br />

volume necessário. Pode-se dizer que os vetores energéticos, no seu conjunto,<br />

representam para a estrutura sócio-produtiva e para as atividades humanas o<br />

mesmo que o oxigênio da atmosfera representa para a vida dos seres animados.<br />

Hoje, perto de 57% da energia comercial usada têm por fonte o petróleo<br />

e o gás natural, enquanto outros 25%, aproximadamente, derivam do carvão e<br />

de usinas nucleares. A perspectiva quanto às fontes primárias que garantiriam o<br />

suprimento futuro do planeta ainda não está clara e muitas das promessas de<br />

solução são fantasiosas e ligadas a interesses de grupos específicos que procuram<br />

apoio para suas teses, tecnologias e propostas. Sem esgotar o assunto basta<br />

lembrar alguns pontos cruciais:<br />

Petróleo, gás e carvão representam a energia solar acumulada via<br />

fotossíntese, pela fixação do gás dióxido de carbono da atmosfera, por milhões<br />

de anos. Estamos consumindo esta reserva esgotável num ritmo cada vez maior<br />

devolvendo o carbono à atmosfera na forma de CO 2, provocando, ademais, o<br />

aquecimento global do planeta.<br />

A necessidade de energia é exponencialmente crescente, principalmente se<br />

considerarmos e admitirmos o desenvolvimento dos países periféricos, que<br />

representam 3/4 da população mundial, e cujo consumo per capita dever-se-ia<br />

multiplicar por um fator de 4 a 5 para atingir apenas a metade do atual nível de<br />

consumo médio das sociedades desenvolvidas. Note-se que estamos falando de<br />

uma demanda mais modesta pressupondo a incorporação de políticas de<br />

conservação energética!<br />

Não há data marcada nem cronograma para a inevitável transição da<br />

dependência do petróleo e do gás para outras fontes energéticas, sendo provável<br />

que o carvão assuma importância no processo, apesar de ser muito mais poluente.<br />

Não há evidências e certezas quanto a alternativas energéticas que possam<br />

prover os expressivos volumes necessários. Exemplificando:<br />

• No campo da energia elétrica, as PCHs não configuram um volume<br />

expressivo, a geração solar fotovoltaica tem baixo rendimento e, tal como a<br />

eólica, não está disponível todo o tempo, tendo contra si custos ainda elevados<br />

e, por enquanto, a inexistência de tecnologia que permita a acumulação de<br />

volumes significativos de energia para atender a demanda na ausência da<br />

insolação e dos ventos etc.<br />

• No campo da substituição dos combustíveis (vetores transportáveis com<br />

alta densidade energética por unidade de volume), a biomassa representa, em<br />

termos volumétricos, apenas uma potencialidade marginal e a tão propalada<br />

“economia do hidrogênio” (nas células de combustíveis) leva apenas a melhorias<br />

de rendimento e redução da poluição. Poucos se dão conta de não ser o<br />

hidrogênio uma nova fonte primária já que sua obtenção depende da energia<br />

elétrica (eletrólise da água) ou dos hidrocarbonetos esgotáveis e não-renováveis.<br />

• A geração elétrica em reatores nucleares de fissão continua em relativa<br />

moratória, com exceção de alguns países, em função de seu elevado custo, de<br />

46<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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