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Edição Especial - Faap

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com R$ 8,2 bilhões destes recursos (61,6%), enquanto os municípios, que<br />

atenderam 40,7% dos alunos, receberam R$ 5,1 bilhões (38,4%). O<br />

acréscimo do valor aluno/ano, devido ao Fundo, foi de 23% naquele ano,<br />

enquanto que em 2002 situou-se próximo de 60%. As Regiões Norte e<br />

Nordeste foram as mais beneficiadas, com aumentos da ordem de 130% e<br />

116% respectivamente em 2002. Entre o valor aluno/ano de 1998, sem o<br />

Fundef, e o valor aluno/ano de 2002, com o Fundef, a diferença chega a<br />

90%, praticamente o dobro, passando de R$ 335,00 para R$ 636,00.<br />

As redes municipais foram as principais beneficiadas, recebendo um<br />

significativo incremento de recursos, o que possibilitou expressiva melhoria<br />

dos valores por aluno/ano em relação à situação anterior. Sem a participação<br />

do Fundef, um total de 2.315 municípios teria menos do que R$ 439 de<br />

recursos por aluno em 2002. Estariam disponíveis para cada um dos 11,7<br />

milhões de alunos matriculados nas redes municipais dessas cidades apenas<br />

R$ 210, em média. Com o Fundef, essa média sobe para R$ 543 (um<br />

acréscimo de 157% de recursos). Apenas as 1.140 localidades cujo valor<br />

anual por aluno era inferior a R$ 200 tiveram uma receita adicional, em<br />

2002, de cerca de R$ 2 bilhões.<br />

A receita adicional bruta dirigida aos municípios em conseqüência do<br />

Fundef beneficia dois terços dos municípios que apresentam saldo positivo<br />

em relação ao valor aluno/ano mínimo. No Norte e Nordeste essa<br />

proporção é muito maior (cerca de 80% no Norte e mais de 90% no<br />

Nordeste). Esses municípios concentram quase 90% dos alunos do Ensino<br />

Fundamental. O impacto redistributivo foi, portanto, mais efetivo nos<br />

municípios dessas Regiões, onde se concentravam as maiores carências na<br />

área educacional. Verificou-se também um significativo aporte de recursos<br />

em favor do conjunto dos municípios de oito regiões metropolitanas do país,<br />

excluídas as capitais de estado, nas quais prevalece o atendimento oferecido<br />

pelas respectivas redes estaduais 20. Portanto, esta reforma trouxe maiores<br />

benefícios para as áreas mais pobres do país, que apresentam maior número<br />

de crianças fora da escola e exibem os piores indicadores de qualidade no<br />

ensino fundamental.<br />

A melhoria no perfil da distribuição dos recursos proporcionada pelo<br />

Fundef também se traduziu em aumentos salariais para o magistério, como<br />

decorrência direta da obrigatoriedade imposta aos estados e municípios de<br />

destinar no menos de 60% dos recursos a esta finalidade. A remuneração média<br />

do magistério público aumentou nas redes estaduais e municipais de ensino,<br />

em todos os níveis de formação e em todas as jornadas de trabalho. Os ganhos<br />

salariais médios foram, inclusive, maiores nas redes municipais em comparação<br />

com as redes estaduais. Do ponto de vista regional, o aumento médio mais<br />

expressivo foi registrado nas redes municipais da Região Nordeste.<br />

20 O Fundef proporcionou ganhos financeiros para as redes municipais de ensino das regiões metropolitanas<br />

de Fortaleza (CE), Belém (PA), Vitória (ES), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN)<br />

e Porto Alegre (RS). Nas de Belo Horizonte e São Paulo, o impacto foi atenuado pela predominância da<br />

oferta de matrícula nas respectivas redes estaduais, verificando-se transferência de recursos dos municípios<br />

para o governo do estado.<br />

A educação no Brasil..., Maria Helena Guimarães de Castro, p. 162-189<br />

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