Edição Especial - Faap
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velocidade com que a matrícula destes níveis vem se expandindo. O movimento tem sido mais intenso no ensino médio, conforme já foi mencionado. No ensino superior, o ritmo de crescimento da matrícula acelerou-se nos últimos anos, depois de um longo período de relativa estagnação. Durante a década de 1980, a evolução das matrículas não acompanhou o crescimento populacional. A razão não estava na falta de vagas, mas no reduzido número de alunos aptos a ingressar na universidade. Entre 1980 e 1994 havia se registrado um incremento de apenas 284 mil matrículas, o que representou um modesto aumento percentual de 20% em 14 anos. Em 1998, o número de alunos no ensino superior havia subido para 2,1 milhões, alcançando quase 4 milhões em 2003, contabilizando um aumento de 134% em relação a 1994. O número de vagas também apresentou grande crescimento. Até 1996, o crescimento foi lento, da ordem de 2% ao ano, suficiente para acompanhar o crescimento dos concluintes do ensino médio. A partir de 1996, as medidas destinadas a melhorar o fluxo escolar, bem como a promover a volta à escola, começaram a exercer influência sobre a demanda potencial. Em 1998, o número de vagas no ensino superior havia crescido 8% ao ano, para um crescimento de concluintes do ensino médio de 14% ao ano. Com este ritmo, a relação de concluintes do ensino médio para cada vaga no ensino superior passou de 1,3 para quase 2 concluintes por vaga. Nos últimos anos, o número de concluintes encontrou seu patamar em 2,3 milhões de alunos, com crescimento de 3% ao ano, enquanto o número de vagas no ensino superior alcançou 2 milhões em 2003, crescendo vertiginosamente a 18% ao ano. Assim, a relação de concluintes do ensino médio para cada vaga no ensino superior voltou ao ponto de 1,3 em 2001, passando para 1,1 concluintes por vaga em 2003 (Gráfico 5). Pelo lado do corpo docente, até 1995 o sistema havia incorporado 145 mil professores, com um crescimento de 2% ao ano. A partir de 1997, houve um ritmo mais intenso de contratação de docentes, alcançando 254 mil professores 176 Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006
em 2003, com taxas mais expressivas de crescimento, chegando a 11% ao ano nos últimos três anos. No ano de 2000, o número de professores com mestrado ou doutorado passou a marca dos 50% no total das instituições de ensino superior. Em 1991, apenas 35% dos docentes tinham mestrado ou doutorado. As instituições federais passaram a contar, em 2003, com 71 % de funções docentes com pós-graduação, com predominância do doutorado. Mas desde 1994 as federais apresentavam mais da metade de suas funções docentes com titulação de mestre ou doutor. As instituições privadas, por sua vez, precisaram ampliar os seus quadros de professores com pós-graduação, desde a década passada, em função da pequena proporção que tinham. Em 1994 eram 26% e passaram a 51% em 2003 (Tabela 7). O Brasil tem melhorado, assim, seu indicador de número de alunos por função docente, no ensino superior. Nas universidades públicas, a média é de 12,8, enquanto nas instituições privadas situa-se em 16,6 estudantes por professor. O país passou de uma média de 11,7 alunos por professor, em 1994, para uma média de 15,3 em 2003. Entre os países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média está em 16,7 alunos por função docente. Comparativamente à sua situação em décadas passadas, é possível afirmar que o ensino de nível superior obteve ganhos extraordinários. Entretanto, ainda há muito para conquistar. Relativamente a países com níveis de renda e estágio de desenvolvimento similares ou até mesmo a países mais atrasados, o Brasil ocupa posição ainda muito desfavorável no que diz respeito à cobertura do ensino superior. Essa situação é indicada pela sua taxa de escolarização bruta, A educação no Brasil..., Maria Helena Guimarães de Castro, p. 162-189 177
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em 2003, com taxas mais expressivas de crescimento, chegando a 11% ao ano<br />
nos últimos três anos. No ano de 2000, o número de professores com mestrado<br />
ou doutorado passou a marca dos 50% no total das instituições de ensino<br />
superior. Em 1991, apenas 35% dos docentes tinham mestrado ou doutorado.<br />
As instituições federais passaram a contar, em 2003, com 71 % de funções<br />
docentes com pós-graduação, com predominância do doutorado. Mas desde<br />
1994 as federais apresentavam mais da metade de suas funções docentes com<br />
titulação de mestre ou doutor. As instituições privadas, por sua vez, precisaram<br />
ampliar os seus quadros de professores com pós-graduação, desde a década<br />
passada, em função da pequena proporção que tinham. Em 1994 eram 26% e<br />
passaram a 51% em 2003 (Tabela 7).<br />
O Brasil tem melhorado, assim, seu indicador de número de alunos por<br />
função docente, no ensino superior. Nas universidades públicas, a média é de<br />
12,8, enquanto nas instituições privadas situa-se em 16,6 estudantes por<br />
professor. O país passou de uma média de 11,7 alunos por professor, em 1994,<br />
para uma média de 15,3 em 2003. Entre os países que integram a Organização<br />
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média está em<br />
16,7 alunos por função docente.<br />
Comparativamente à sua situação em décadas passadas, é possível afirmar<br />
que o ensino de nível superior obteve ganhos extraordinários. Entretanto, ainda<br />
há muito para conquistar. Relativamente a países com níveis de renda e estágio<br />
de desenvolvimento similares ou até mesmo a países mais atrasados, o Brasil<br />
ocupa posição ainda muito desfavorável no que diz respeito à cobertura do<br />
ensino superior. Essa situação é indicada pela sua taxa de escolarização bruta,<br />
A educação no Brasil..., Maria Helena Guimarães de Castro, p. 162-189<br />
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