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Edição Especial - Faap

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A expansão acelerada do ensino médio na década de 90 repete com<br />

maior intensidade o mesmo fenômeno observado nas décadas de 70 e 80 no<br />

ensino fundamental. Mas as simetrias não se esgotam na velocidade do<br />

processo de crescimento da matrícula. A democratização do acesso à escola<br />

secundária foi igualmente acompanhada do rebaixamento da qualidade do<br />

ensino. Os resultados do Saeb, de 1995 a 2003, mostraram alguma<br />

estabilidade nos indicadores de desempenho, apesar do nível baixo de<br />

resultados observados durante o período. Verifica-se ainda uma forte<br />

concentração da oferta de vagas na rede pública, que já responde por 88% da<br />

matrícula. A participação da rede privada na matrícula do ensino médio caiu<br />

de 46,5%, em 1980, para 12,1%, em 2004. Em termos absolutos, a matrícula<br />

nas escolas privadas também sofreu uma redução, neste mesmo período,<br />

passando de 1,3 milhão para 1,1 milhão de alunos. Caberá, portanto, ao<br />

setor público sustentar o esforço para absorver o crescimento da demanda e<br />

assegurar a progressiva universalização do ensino médio, conforme<br />

determina a Constituição.<br />

Contudo, o desafio não se limita à expansão do atendimento.<br />

Igualmente complexa é a implementação da reforma do ensino médio,<br />

iniciada em 1999, cujos parâmetros foram estabelecidos pela nova Lei de<br />

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.493/96) e as diretrizes<br />

fixadas pelo Conselho Nacional de Educação. Esta tarefa envolve a solução<br />

para a falta de professores qualificados nas disciplinas básicas – Química,<br />

Física, Matemática e Biologia –, a adequação das escolas que se encontram<br />

mal-equipadas e a gradual introdução da reforma curricular. Como resultado<br />

deste processo de reorganização do sistema, espera-se que a escola de nível<br />

médio se qualifique para cumprir o papel de formar cidadãos competentes<br />

para sua plena inserção social e no mundo do trabalho. Desde que este nível<br />

de ensino se tornou menos elitizado, vem recebendo uma clientela mais<br />

heterogênea, o que já repercute nos indicadores de desempenho.<br />

Conforme já foi assinalado, o ensino médio também apresenta elevadas<br />

taxas de distorção idade/série, reproduzindo o mesmo quadro verificado no<br />

ensino fundamental. Isso ocorre porque a maioria dos alunos já ingressa na<br />

escola secundária com defasagem acumulada ao longo das oito séries da<br />

escolarização obrigatória. No entanto, a taxa de distorção idade/série vem<br />

declinando, tendo recuado de 55% em 1996 para 49%, em 2003. Esta<br />

tendência acompanha a melhoria dos indicadores de transição do ensino<br />

fundamental. O problema é mais acentuado nas regiões Norte (69%) e<br />

Nordeste (67%), contrastando com as taxas exibidas pelas regiões Sul (34%)<br />

e Sudeste (39%), onde a redução da distorção foi muito mais acentuada nesse<br />

nível de ensino (Tabela 5).<br />

174<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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