Edição Especial - Faap
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A gradual melhoria da eficiência do ensino fundamental produziu reflexos<br />
positivos sobre os demais níveis de ensino, especialmente em relação ao ensino<br />
médio, que registra as maiores taxas de crescimento da matrícula no período mais<br />
recente. Isto mostra que a estratégia adotada pelo Ministério da Educação (MEC)<br />
no período 1993-2002, ao dar prioridade para o ensino fundamental, está<br />
contribuindo para alavancar o desenvolvimento do sistema educacional como um<br />
todo. Dessa forma, o Brasil repete com atraso experiências bem-sucedidas<br />
realizadas por outros países, onde a mudança do perfil educacional da população<br />
teve como impulso inicial a rápida universalização da escola primária, seguindo-se<br />
o esforço para expandir os demais níveis de ensino 6.<br />
É importante notar que este crescimento da matrícula no ensino fundamental<br />
também foi acompanhado por uma gradativa melhoria da eficiência do sistema,<br />
conforme indica a tendência de declínio das taxas de repetência, evasão e distorção<br />
idade/série. Obviamente, essas taxas ainda permanecem em patamares bastante<br />
elevados. Mas a primeira evidência dessa melhoria é o crescimento acentuado da<br />
matrícula nas séries finais e, concomitantemente, o substancial aumento do número<br />
de concluintes. De fato, a evolução da matrícula no período de 1989 a 1998<br />
mostrava que, enquanto a matrícula de 1.ª a 4.ª série havia crescido 13%, na média<br />
nacional, a matrícula de 5.ª a 8.ª série registrava uma expressiva expansão de 66%.<br />
No período seguinte, de 1998 a 2004, a matrícula de 1.ª a 4.ª série regrediu 12%,<br />
enquanto a matrícula de 5.ª a 8.ª série continuou crescendo. Com isso, a<br />
participação relativa da matrícula das séries iniciais declinou de 68% para 55%, ao<br />
passo que a matrícula das séries finais ampliou sua participação de 31% para 45%.<br />
Houve, assim, um claro avanço do fluxo escolar na direção das séries finais. A partir<br />
do ano de 2004, o Censo Escolar passou a registrar uma redução das matrículas, em<br />
ambos os segmentos, mostrando que o fluxo começa agora a se acomodar, em<br />
função da redução de alunos com idade acima do esperado para as séries. (Tabela 2).<br />
6 “As análises relativas ao papel da educação no êxito econômico dos países do Sudeste Asiático têm<br />
enfatizado tanto a velocidade com que o sistema educacional naquela região foi capaz de se expandir,<br />
quanto o fato de que essa expansão se concentrou nos níveis educacionais mais baixos, passando aos mais<br />
elevados apenas quando se exauria a possibilidade de expansão nos níveis inferiores. Tal forma de expansão<br />
tem sido considerada essencial à capacidade daquelas economias de combinar crescimento econômico com<br />
níveis de desigualdade baixos e, por vezes, declinantes” (Relatório sobre o Desenvolvimento Humano no<br />
Brasil 1996. Rio de Janeiro: Ipea; Brasília, DF: PNUD, 1996, p. 35).<br />
A educação no Brasil..., Maria Helena Guimarães de Castro, p. 162-189<br />
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