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Edição Especial - Faap

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Como se observa, têm ativos de valor considerável, mas com forte<br />

concentração nos fundos de empresas estatais, nas quais eles originalmente se<br />

desenvolveram. O número total de empresas e de trabalhadores cobertos ainda<br />

é pequeno relativamente às dimensões da economia brasileira.<br />

Dado que o RGPS é obrigatório e tem um teto de contribuição alto<br />

relativamente à média dos salários pagos no Brasil, uma das dificuldades para o<br />

desenvolvimento desses fundos é que isso diminui o número de empresas e<br />

trabalhadores interessados em constituir e participar desses planos. Dentro dessas<br />

limitações, há espaço para os novos fundos previstos para o setor público, mas vale<br />

lembrar novamente que isso continua dependendo de legislação adicional.<br />

1.4. Planos abertos de previdência complementar<br />

São fundos oferecidos pelas instituições financeiras. Em 31/12/2004, 21<br />

instituições financeiras ofereciam planos desse tipo, com um total de R$ 78,3<br />

bilhões em ativos (US$ 30 bilhões). Na declaração anual do Imposto de Renda<br />

(IR), participantes podem abater até 12% de sua renda bruta para investir nesses<br />

planos, o que também vale para os fundos referidos na subseção anterior. Para<br />

quem opta por essa dedução, o IR incidirá sobre os valores resgatados dos<br />

planos. Quem está isento de IR ou superou esse limite pode investir em planos<br />

onde o IR incide sobre os ganhos, mas apenas no resgate.<br />

Esses planos também estão sujeitos às dificuldades de expansão<br />

mencionadas no item anterior, e nos seus ativos também predominam títulos da<br />

dívida pública ou quotas de fundos constituídos principalmente por esses<br />

papéis. Além disso, padecem de administração pouco transparente, altas taxas<br />

de administração e frágil cobrança de desempenho pelos participantes.<br />

2. Impacto macroeconômico dos sistemas previdenciários<br />

Para avaliar de forma sucinta esse impacto, separaremos em dois grupos os<br />

sistemas já analisados; o primeiro chamado de previdência pública, constituído<br />

do RGPS e do RF, e o segundo referido como previdência privada, incluindo<br />

os fundos fechados e os planos abertos de previdência complementar.<br />

O principal impacto macroeconômico ocorre pelo impacto fiscal dos<br />

déficits do sistema público. Pela dimensão desses déficits, a previdência pública<br />

constitui um dos mais sérios problemas de gestão fiscal no Brasil, tanto pelo seu<br />

tamanho como pelo seu agravamento e dificuldade de solução. Ainda que<br />

algumas medidas corretivas tenham sido tomadas, elas apenas evitaram um<br />

agravamento ainda mais sério, mas estão longe de resolver o problema em bases<br />

mais permanentes e sólidas.<br />

Esse impacto macroeconômico se desdobra em vários componentes: (1) os<br />

déficits contribuem para o aumento da dívida, cuja expansão e risco constituem<br />

um dos ingredientes das altas taxas de juros no Brasil, cabendo lembrar que a<br />

taxa básica atual está em torno de 14% ao ano em termos reais, e é avaliada<br />

como a maior do mundo; (2) esses déficits e o serviço da dívida levam ao<br />

aumento da carga tributária, que no Brasil já alcança 38% do PIB, um valor que<br />

também coloca o Brasil como um líder mundial para o seu nível de<br />

desenvolvimento medido pelo PIB per capita; (3) a dívida pública e a elevada<br />

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Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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