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manual do professor
de fazê-los compreender que esses conhecimentos gramaticais são o apoio linguístico
para qualquer tipo de discurso, oral ou escrito, que reflete o modo de ser e de se relacionar
do ser humano.
Essa forma de abordar o ensino de espanhol para adolescentes, saindo do que
se entende em geral como metodologia comunicativa, foi possível graças à noção de
língua como prática de interação social (cf. BAKHTIN, apud FARACO, 2009), que sustenta
a teoria sociointeracionista de ensino/aprendizagem de línguas, seja materna ou
estrangeira. Efetivamente, a língua aqui é (re)enfocada como parte da cultura social no
sentido de conhecimentos variados realizados verbalmente a partir da experiência humana
na sua interação social com outros membros, seja de sua comunidade ou não. O
que nos interessa não é apenas o processo dessa relação num contexto de concordância
e/ou discordância, mas também os novos saberes que são gerados continuamente,
obrigando-nos a reformulá-los e a reestruturar crenças e valores.
Pelo seu caráter dinâmico, o intercâmbio de informações – científicas e não científicas
– nutre o nosso desempenho como indivíduos e como membros de uma sociedade,
tornando-nos receptores e produtores, independentemente da idade, da condição
social, do sexo, da religião, das práticas socioculturais, do local, ou de quaisquer
outras circunstâncias de vida. No caso específico de participantes como docentes do
ensino/aprendizagem de língua espanhola para brasileiros, isso significa agir conjuntamente
com os outros participantes, que são os alunos. Esse é o novo olhar (ou
talvez nem tanto) sobre a figura que tradicionalmente foi chamada de “professor”,
ou seja, aquele que professa e transmite informações, e que é substituída pela noção
de “guia”, “mediador”, “moderador”.
É nesse sentido que o docente passa a atuar com o objetivo de contribuir para a
formação de um cidadão plenamente leiturizado, em termos de Foucambert (2008),
não só capaz de interagir adequadamente com o seu contexto manifestado de forma
verbal e não verbal, mas também de gerar novos conhecimentos, seja em língua materna
ou em língua estrangeira.
Pensando nesse profissional, que é o educador especialista em transformar as informações
científicas em fazer pedagógico e que é, ao mesmo tempo, pela sua formação
acadêmica, o participante mais experiente em termos linguísticos da língua e
cultura hispânicas, este material didático está organizado da maneira que passaremos
a descrever a seguir.
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