10/05/2012 - Myclipp

Diário de Notícias Lisboa/ - Globo, Qua, 16 de Maio de 2012
CLIPPING INTERNACIONAL (Tribunal Penal Internacional (TPI))
Julgamento de Ratko Mladic começa hoje
em Haia
O antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko
Mladic, começa hoje a ser julgado pelo Tribunal Penal
Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) sob a
acusação de genocídio.
Detido a 26 de maio de 2011, Ratko Mladic está ainda
indiciado de crimes contra a humanidade e crimes de
guerra cometidos pelas suas tropas durante a guerra
da Bósnia (1992-1995), que causou cerca de 100 mil
mortos e 2,2 milhões de deslocados, então metade da
população da ex-república jugoslava.
Mladic vai responder concretamente pelo
envolvimento no massacre de Srebrenica, perpetrado
em julho de 1995 pelas forças militares sérvias
bósnias, que terá vitimado 8.000 combatentes
muçulmanos, e ainda pelo prolongado cerco de
Sarajevo, com uma estimativa de 10.000 mortos.
O massacre de Srebrenica já foi considerado um ato
de genocídio pela justiça internacional.
Durante a primeira audiência em junho de 2011,
Mladic insistiu que não se considerava fragilizado
pelos 16 anos em que conseguiu escapar à detenção,
após a emissão de um mandado de captura em 1995
pelo TPIJ, e disse que apenas se limitou a "defender o
seu país".
Atualmente com 69 anos, visivelmente envelhecido e
enfraquecido, Mladic não prescindiu em manter a
postura castrense, quando se dirigiu com uma
saudação militar aos juízes do tribunal que liam a
longa ata de acusação.
Desde a transferência para Haia, sede do tribunal «ad
hoc» da ONU sobre a ex-Jugoslávia, alguns dias após
a detenção numa localidade do norte da Sérvia, onde
estava escondido em casa de um familiar, que os
advogados e a família denunciam os seus problemas
de saúde.
A defesa de Mladic solicitou que o magistrado
holandês Alphons Orie, que preside à vara criminal
encarregada de julgar o antigo general, fosse
substituído devido à sua "parcialidade" e que o início
do processo fosse adiado.
A iniciativa foi indeferida na terça-feira pelo presidente
do tribunal, Theodor Meron.
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