08.05.2013 Views

10/05/2012 - Myclipp

10/05/2012 - Myclipp

10/05/2012 - Myclipp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Diário de Notícias Lisboa/ - Globo, Ter, 15 de Maio de <strong>2012</strong><br />

CLIPPING INTERNACIONAL (Suprema Corte de Justicia)<br />

Defesa de Ricardo Rodrigues questiona<br />

legitimidade de jornalista ser assistente<br />

Uma questão jurídica levantada pela defesa do<br />

deputado Ricardo Rodrigues impediu hoje que o<br />

tribunal iniciasse a produção de prova no julgamento<br />

do caso do gravador subtraído a jornalistas da revista<br />

Sábado, durante uma entrevista em 20<strong>10</strong>.<br />

Esta questão prévia, para determinar se a assistente<br />

Maria Henriques Espada deve ser ouvida naquela<br />

qualidade processual ou simplesmente como<br />

testemunha, uma vez que houve alteração do objeto<br />

do processo (caiu o crime de furto de gravador), evitou<br />

que o julgamente começasse, de facto, ficando o<br />

tribunal, ouvido o Ministério Público e o advogado da<br />

assistente, de decidir a matéria até dia 18, quando a<br />

audiência for retomada.<br />

Maria Flor Valente, advogada do deputado socialista<br />

Ricardo Rodrigues, ainda comunicou à juíza do 6º.<br />

Juízo Criminal de Lisboa que Ricardo Rodrigues vai<br />

prestar declarações no julgamento, mas disse<br />

entender que Maria Henriques Espada já não tem<br />

legitimidade para ser assistente (colaborador da<br />

acusação), porque o objeto do processo mudou entre<br />

o inquérito e a fase de julgamento.<br />

O MP entendeu que Maria Henriques Espada deve<br />

manter o estatuto processual de assistente e Henrique<br />

Salinas, advogado da jornalista, partilhou do mesmo<br />

entendimento, alegando, inclusivamente, que o<br />

requerimento da defesa de Ricardo Rodrigues teve um<br />

"intuito meramente dilatório", para atrasar o processo,<br />

tanto mais que, na questão em apreço, vai contra toda<br />

a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça.<br />

O tribunal ficou agora de ponderar e decidir sobre a<br />

questão, tendo à saída do tribunal Ricardo Rodrigues<br />

escusado-se a responder às perguntas dos<br />

jornalistas.<br />

Também à saída do Campus da Justiça, em Lisboa,<br />

Henrique Salinas explicou que uma testemunha não é<br />

sujeito processual e está obrigada a responder com<br />

verdade em tribunal, enquanto o assistente é parte<br />

processual e, em regra, tem uma participação mais<br />

ativa no processo. Reiterou aos jornalistas que a<br />

questão levantada pela defesa de Ricardo Rodrigues<br />

teve finalidades dilatórias.<br />

O vice-presidente da bancada socialista na<br />

Assembleia da República incorre numa pena que pode<br />

ir de três meses a dois anos de cadeia ou a uma multa<br />

de 25 a <strong>10</strong>0 dias.<br />

O caso remonta a abril de 20<strong>10</strong>, quando, durante uma<br />

entrevista à Sábado, no Parlamento, Ricardo<br />

Rodrigues se levantou e abandonou a sala onde se<br />

encontrava, levando consigo os gravadores dos dois<br />

jornalistas, depois de estes o terem interrogado sobre<br />

o seu alegado envolvimento num escândalo de<br />

pedofilia nos Açores.<br />

Supostamente, só depois de o deputado ter saído da<br />

sala é que os jornalistas se aperceberam que Ricardo<br />

Rodrigues tinha levado os gravadores, situação que<br />

ficou registada pela câmara da Sábado que filmava a<br />

entrevista.<br />

264

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!