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Diário de Notícias Lisboa/ - Globo, Qui, <strong>10</strong> de Maio de <strong>2012</strong><br />

CLIPPING INTERNACIONAL (Tribunal Constitucional)<br />

300 inquilinos lisbonenses manifestam-se<br />

contra nova lei<br />

Cerca de 300 inquilinos de Lisboa manifestaram-se<br />

hoje no Rossio contra a proposta de lei do Governo<br />

sobre o arrendamento urbano, repetindo as<br />

palavras-de-ordem "Não à lei dos despejos".<br />

O protesto, que reuniu cinco movimentos de inquilinos<br />

da capital, visou denunciar a pretensão da alteração<br />

legislativa da maioria PSD/CDS-PP de "facilitar os<br />

despejos e aumentar as rendas", o que constitui,<br />

segundo a Associação de Inquilinos Lisbonenses<br />

(AIL), "um atentado a um direito fundamental como é o<br />

da habitação".<br />

Em declarações à agência Lusa, após a sua<br />

intervenção na manifestação convocada sob o lema<br />

"Pelo direito à habitação, contra a lei dos despejos,<br />

contra a devolução das casas à banca", o presidente<br />

da AIL, Romão Lavadinho, sublinhou que os inquilinos<br />

de Lisboa estão preparados para continuar a lutar e<br />

que, se necessário, agendarão novos protestos.<br />

"Até a lei ser aprovada na Assembleia da República e<br />

no período da sua promulgação em Belém, nós iremos<br />

fazer concentrações, manifestações", afirmou,<br />

acrescentando que a próxima será no dia em que está<br />

prevista a aprovação da lei no parlamento, a última<br />

sexta-feira de maio.<br />

"Já pedimos uma reunião com o senhor Presidente da<br />

República e, se não formos atendidos, nós iremos lá<br />

também mostrar o nosso descontentamento e<br />

dizer-lhe que esta lei não pode passar assim, que há<br />

artigos nesta lei que são tão degradantes para as<br />

pessoas que elas não podem suportar", frisou.<br />

Por isso, prosseguiu, vai ser pedido ao Presidente da<br />

República, Cavaco Silva, "que expurgue desta lei os<br />

artigos mais gravosos para os portugueses e que,<br />

nessa altura, envie a lei para o Tribunal<br />

Constitucional".<br />

Segundo documento distribuído aos manifestantes, a<br />

proposta do Governo pretende "acabar com os<br />

contratos [de arrendamento] que foram celebrados<br />

antes de 1990, mesmo para os inquilinos com mais de<br />

65 anos ou com deficiência superior a 60 por cento".<br />

Permite também que "os senhorios imponham o<br />

aumento das rendas destes contratos,<br />

independentemente do estado de conservação da<br />

casa ou das obras efetuadas pelos inquilinos".<br />

Fixa ainda, "para o cálculo da renda, em vez dos<br />

atuais quatro por cento, uma nova e agravada taxa de<br />

6,7 por cento, a aplicar sobre o valor patrimonial<br />

atualizado da fração", fazendo com que, "por exemplo,<br />

aplicando esta taxa sobre um valor de 150.000 euros,<br />

daí resulte uma exorbitante renda de 837,50 euros",<br />

lê-se no documento.<br />

Outro aspeto da proposta de lei que o presidente da<br />

AIL considera "inaceitável" é o facto de "facilitar os<br />

despejos para simples obras de conservação ou de<br />

reabilitação ou para demolição, sem garantir o<br />

realojamento ou a indemnização aos inquilinos", bem<br />

como "possibilitar o despejo sem recurso a tribunal<br />

quando o senhorio alegar que quer a casa para<br />

habitação própria ou dos filhos".<br />

Para Romão Lavadinho, "esta lei das rendas é a lei<br />

que vem legalizar o ilegal", representando um recuo<br />

até "meados do século XIX, em que os inquilinos não<br />

tinham qualquer direito".<br />

O presidente da AIL deixou ainda uma crítica à<br />

ministra do Ordenamento do Território, Assunção<br />

Cristas, "uma democrata-cristã que aponta a família<br />

como célula fundamental da sociedade", mas que,<br />

como responsável pela lei do arrendamento urbano, o<br />

que fará é "arrasar com as células familiares".<br />

Além da AIL, convocaram o protesto de hoje a<br />

Comissão de Inquilinos das Avenidas Novas, o Grupo<br />

de Moradores de Campo de Ourique, a Comissão de<br />

Moradores da Colina da Graça e a Associação das<br />

Coletividades do Concelho de Lisboa.<br />

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