Noticiario 50 - Sociedad Española de Malacología
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arietina s.l. evi<strong>de</strong>ncia também um<br />
acentuado <strong>de</strong>clínio, <strong>de</strong>nunciado pelo<br />
tamanho significativamente maior do<br />
material rolado aí colhido (Tabela I). Aqui<br />
a perda do habitat resulta da introdução<br />
<strong>de</strong> uma espécie exótica, Acácia sp., que<br />
em apenas 5 a 6 anos, <strong>de</strong> um espaço<br />
limitado no extremo sul da praia alastrou<br />
a todo o complexo dunar, sufocando<br />
todo o coberto vegetal autóctone<br />
preexistente. Nas duas últimas visitas ao<br />
local, em Fevereiro e Outubro <strong>de</strong> 2008,<br />
foi <strong>de</strong>tectada apenas uma pequena<br />
colónia <strong>de</strong> T. p. arietina s.l. (menos <strong>de</strong> <strong>50</strong><br />
espécimes) circunscrita a uma reduzida<br />
área situada na base da muralha exterior<br />
do Forte do Pessegueiro, no extremo sul<br />
da praia. (5) Continuando para sul mais 12<br />
km, em Milfontes foi encontrada a<br />
população aparentemente mais estável<br />
<strong>de</strong> T. p. arietina s.l. Aqui a expansão<br />
urbana está contida junto à marginal da<br />
foz do Rio Mira. O acesso às praias a<br />
norte é feito através <strong>de</strong> passadiços<br />
elevados. A presença da exótica<br />
Carpobrutus sp. entre as plantas dunares<br />
ainda que preocupante não representa a<br />
curto prazo o perigo <strong>de</strong> outras espécies<br />
introduzidas (por exemplo, Acácia sp.). (6)<br />
A população da Bor<strong>de</strong>ira (fig. 17), cerca<br />
<strong>de</strong> 11 km. a norte <strong>de</strong> Castelejo,<br />
concentra-se no promontório sul da praia<br />
distribuída por pequenas colónias com<br />
não mais <strong>de</strong> 2 centenas <strong>de</strong> indivíduos.<br />
Como com a população <strong>de</strong> Pessegueiro<br />
um dos indícios da aparente regressão é<br />
o tamanho consi<strong>de</strong>ravelmente maior do<br />
material rolado colhido (Tabela I). A<br />
relação da introduzida Carpobrutus<br />
acinaciformis com a vegetação dunar<br />
autóctone tem-se mantido equilibrada.<br />
O maior problema local é a crescente<br />
pressão urbana associada a<br />
equipamentos turísticos, que na última<br />
década invadiram o vale da Ribeira da<br />
Carrapateira, até quase à margem<br />
nascente da lagoa costeira<br />
imediatamente a montante da sua foz,<br />
numa zona on<strong>de</strong> anteriormente não<br />
existia qualquer construção.<br />
A sobrevivência <strong>de</strong> Theba pisana arietina<br />
em Portugal está em perigo. Em pleno<br />
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e<br />
Costa Vicentina. O que mais uma vez<br />
revela o quão incipientes são ainda os<br />
instrumentos (e a consciência!) <strong>de</strong><br />
protecção ambiental neste país.<br />
33<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos: São <strong>de</strong>vidos a José<br />
Arrébola (Universidad <strong>de</strong> Sevilla), que<br />
criticou e comentou o trabalho original,<br />
contribuindo significativamente para a<br />
sua melhoria.<br />
Bibliografia:<br />
BANK R. A. & DEKKER H., 1989. On Theba<br />
pisana arietina (Rossmässler, 1846), a<br />
land snail new for Portugal<br />
(Gastropoda Pulmonata: Helicidae).<br />
Basteria, 53(1-3): 28.<br />
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genus Theba (Mollusca: Gastropojda:<br />
Helicidae), systematics and distribution.<br />
Zoologische Verhan<strong>de</strong>lingen,<br />
241: 1-59.<br />
GITTENBERGER E., RIPKEN T. E. J. & BUENO M.<br />
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(Gastropoda, Pulmonata, Helicidae). In:<br />
GITTENBERGER E. & GOUD J. (Eds.),<br />
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1986. Unitas Malacologica, Lei<strong>de</strong>n:<br />
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y <strong>de</strong>scriptivo <strong>de</strong> los moluscos<br />
terrestres <strong>de</strong> España, Portugal y las<br />
Baleares. Madrid.<br />
RUIZ A., CÁRCABA A., PORRAS A. I. &<br />
ARRÉBOLA J. R., 2006. Caracoles<br />
terrestres <strong>de</strong> Andalucía. Guía y manual<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificación. Fundación Gypaetus<br />
/ Junta <strong>de</strong> Andalucia.<br />
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géografique d’Euparypha pisana (Müll.)<br />
(Helicidae) dans la région <strong>de</strong> Cadix.<br />
Publ. Inst. Biol. apl., Barcelona, 26:<br />
77-84.