Noticiario 50 - Sociedad Española de Malacología
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NOTICIARIO SEM <strong>50</strong> 31 - 35 Diciembre - 2008<br />
Theba pisana arietina (Rossmässler, 1846) (Pulmonata, Helicidae)<br />
nas províncias <strong>de</strong> Baixo Alentejo e Algarve. Materiais para o<br />
estudo da Malacofauna não-marinha <strong>de</strong> Portugal. 3.<br />
Álvaro <strong>de</strong> Oliveira<br />
Av. Lagos, 219-Y, 4405-658 Gulpilhares,<br />
Portugal<br />
Introdução: Helix arietina Rossmässler,<br />
1846 foi <strong>de</strong>scrita da Sierra <strong>de</strong> San<br />
Cristobal, província <strong>de</strong> Cádiz, Andalucía,<br />
reportada como espécie válida por<br />
HIDALGO [1875: 135, 204 (Helix planata<br />
Chemnitz), Lam. 33 figs. 378-385, Lam.<br />
34 figs. 386-392]. Passado um século<br />
SACCHI (1957) <strong>de</strong>monstra que Helix<br />
arietina <strong>de</strong>veria ser consi<strong>de</strong>rada uma<br />
subespécie <strong>de</strong> Theba pisana (Müller O.<br />
F., 1774), estatuto reconhecido por<br />
GITTENBERGER & RIPKEN (1987: 40-42,<br />
figs. 33, 34, 47) que apontam a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mais ampla<br />
distribuição geográfica no passado. O<br />
que vem a ser confirmado por BANK &<br />
DEKKER (1989) que reportam uma<br />
amostra <strong>de</strong> conchas roladas colhida em<br />
Monte Clérigo, província <strong>de</strong> Algarve, Sul<br />
<strong>de</strong> Portugal. GITTENBERGER, RIPKEN &<br />
BUENO (1992: 151) não <strong>de</strong>scartam no<br />
entanto as hipóteses <strong>de</strong> convergência<br />
evolutiva ou mesmo <strong>de</strong> transporte<br />
humano. SACCHI (1957: 81) sugere que<br />
T. pisana arietina estaria a ser absorvida<br />
pela ssp. nominativa, através <strong>de</strong><br />
contacto secundário recente, conceito<br />
retomado por GITTENBERGER & RIPKEN<br />
(1987: 41) que apontam várias<br />
populações <strong>de</strong> formas intermediárias<br />
entre as duas ssp., numa extensão <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 95 km na província <strong>de</strong> Cádiz.<br />
No presente trabalho é notícia a<br />
ocorrência <strong>de</strong> 6 populações <strong>de</strong> T. pisana<br />
arietina s. l. num trecho <strong>de</strong> litoral com<br />
cerca <strong>de</strong> 90 km <strong>de</strong> extensão, entre S.<br />
Torpes, Sines, província <strong>de</strong> Baixo Alentejo<br />
(63 km a Norte <strong>de</strong> Monte Clérigo), e<br />
Castelejo, Vila do Bispo, província <strong>de</strong><br />
Algarve (28 km a Sul <strong>de</strong> Monte Clérigo).<br />
Todas em território do Parque Natural do<br />
Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A<br />
Norte, Sul e Este <strong>de</strong>stas populações, e<br />
em pontos intermédios da costa, foi<br />
encontrada a ssp. nominativa.<br />
31<br />
Dados sobre distribuição geográfica<br />
(Mapa 1), ecologia, biometria (Tabela I) e<br />
variabilida<strong>de</strong> cromática (Tabela III), são<br />
apontados. De T. pisana pisana é dada a<br />
sua distribuição no Sul <strong>de</strong> Portugal<br />
(registos próprios no Mapa 1) e<br />
biometria (apenas alguns exemplares <strong>de</strong><br />
7 locais próximos na Tabela II). Todo o<br />
material analisado foi obtido por<br />
amostragem directa e está <strong>de</strong>positado<br />
na minha colecção.<br />
Abreviaturas usadas no texto: a. – altura<br />
da concha; co – concha rolada; d. –<br />
diâmetro; esp – espécime colhido vivo;<br />
juv – espécime juvenil; v. – nº <strong>de</strong> voltas.<br />
Biometria em mm.<br />
Resultados:<br />
Superfamilia Helicoi<strong>de</strong>a Rafinesque,<br />
1815; Familia Helicidae Rafinesque,<br />
1815; Genus Theba Risso, 1826.<br />
Theba pisana arietina (Rossmässler,<br />
1846) s. l. [figs. 1-12, 17]<br />
Material: BAIXO ALENTEJO. S. Torpes<br />
[NB19], Sines, 14-II-2008, 32 co.<br />
Pessegueiro [NB18], Sines, 6-II-2005, 2<br />
co; 21-IX-2007, 13 esp + 22 co. Vila<br />
Nova <strong>de</strong> Milfontes [NB17], O<strong>de</strong>mira, 22-<br />
IX-2007, 52 esp. ALGARVE. Monte<br />
Clérigo [NB13], Aljezur, 14-II-2008, 1 esp<br />
+ 1 juv + 68 co. Bor<strong>de</strong>ira [NB01], Aljezur,<br />
6-IX-2004, 3 co; 27-VII-2007, 15 esp;<br />
16-IX-2007, 38 esp + 33 co. Castelejo<br />
[NB00], Vila do Bispo, 24-X-2008, 23<br />
esp + 29 co.<br />
Biometria: a. 5,5-11,2; d. 8,6-17,6; v.<br />
3,5-5,0 (ver Tabela I).<br />
Distribuição geográfica: Sierra <strong>de</strong> San<br />
Cristobal (Cádiz, Andalucía). S. Torpes,<br />
Pessegueiro e Milfontes (Baixo Alentejo,<br />
S. Portugal), Monte Clérigo, Bor<strong>de</strong>ira e<br />
Castelejo (Algarve, S. Portugal). Este é o<br />
primeiro registo para a província <strong>de</strong><br />
Baixo Alentejo (Mapa 1).<br />
Habitat: Orla costeira entre a vegetação<br />
dunar. No Sul <strong>de</strong> Portugal não foi<br />
encontrada nenhuma associação<br />
particular. Na praia da Bor<strong>de</strong>ira, (Fig. 17)