Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
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governos locais e agências internacionais de saúde (GYAPONG et al., 1996;<br />
GYAPONG et al., 1998b). O método em si consistia na identificação de indivíduos<br />
com elefantíase ou hidrocele (GYAPONG et al., 1996; GYAPONG et al., 1998a;<br />
GYAPONG et al., 1998b; WEERASOORIYA et al., 2008). Como resultado da rápida<br />
delimitação de áreas atingidas pela filariose linfática, atualmente na África o<br />
programa de controle da filariose linfática, o Global Programme to Eliminate<br />
Lymphatic Filariasis, direcionado pela OMS, já tem 10 anos de implementação.<br />
Durante este período 35 países completaram seus mapeamentos epidemiológicos,<br />
outros estão em processo ou fase de finalização. Em 2005, quinze dos 35 países<br />
conduziram tratamentos em massa (WHO, 2008).<br />
Os métodos epidemiológicos rápidos da esquistossomose urinária,<br />
oncocercose e tracoma, por outro lado, já nasceram dentro dos programas de<br />
intervenção estruturados a priori. A identificação rápida de populações/áreas de alto<br />
risco para essas <strong>doença</strong>s tinha como foco o tratamento em massa conforme orientado<br />
pelos programas de controle de <strong>doença</strong>s <strong>negligenciada</strong>s iniciados pela Organização<br />
Mundial de Saúde (OMS) para países na África e Ásia, sendo: Schistosomiasis<br />
Control Initiative, African Programme for Onchocerciasis Control e Alliance for the<br />
Global Elimination of Trachoma by 2020 (REMME, 1995; WHO, 1995b; NEGREL<br />
et al., 2001; WHO, 2002; 2006). No caso da tungíase, não há ainda nem programas de<br />
controle, nem se conhece de forma válida a maioria das áreas atingidas, desta forma, a<br />
tungíase continua sendo uma <strong>doença</strong> altamente <strong>negligenciada</strong>.<br />
Independente dos objetivos iniciais que demandaram a criação dos<br />
métodos rápidos acima, o que estava na base de todos eles era a simplicidade e<br />
facilidade do exame diagnóstico frente aos métodos parasitológicos tradicionais<br />
(padrões-ouro) para uma resposta rápida e válida sobre a situação epidemiológica das<br />
áreas endêmicas. Sendo, assim, a presença macroscópica de hematúria era utilizada<br />
para estimar a prevalência da esquistossomose urinária (MOTT et al., 1985;<br />
LENGELER et al., 1991; GROUP, 1995; LENGELER et al., 2002a; b), a<br />
identificação de nódulos palpáveis na pele para a oncocercose (REA) (WHO, 1993;<br />
NGOUMOU et al., 1994; WHITWORTH e GEMADE, 1999; KIPP e<br />
BAMHUHIIGA, 2002), a presença de larvas nos olhos para loíase (TAKOUGANG et<br />
al., 2002; ADEOYE et al., 2008). Esses métodos foram baseados na presença de<br />
condições ou características clínicas associadas às respectivas <strong>doença</strong>s nas<br />
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