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Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave

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eivindicada como tratamento eficaz da tungíase por alguns dermatologistas do<br />

nordeste do Brasil (SARACENO et al., 1999; HEUKELBACH et al., 2004d; GATTI<br />

et al., 2008). Porém, em estudo duplo-cego randomizado a ivermectina oral em dose<br />

relativamente alta (duas doses de 300 !g/kg corpo peso) não mostrou eficácia quando<br />

comparado a placebo (HEUKELBACH et al., 2004d). O tratamento com tiabendazol<br />

oral (50 e 25 mg/kg/dia) também já foi sugerido (VALENÇA et al., 1972;<br />

CARDOSO, 1981), porém a efetividade deste medicamento permanece incerta, e o<br />

mesmo apresenta outras limitações devido aos seus efeitos colaterais<br />

(HEUKELBACH, 2006). Loções tópicas de ivermectina (0,8%), de metrifonate<br />

(0,2%) e de tiabendazol (5%) foram testadas, contudo mostraram pouca eficácia ao<br />

serem comparadas com loção tópica placebo e um grupo de controle sem tratamento<br />

(HEUKELBACH et al., 2003b).<br />

Estudos recentes com aplicação de um repelente natural composto por<br />

óleo de coco, jojoba (Simmondsia chinensis) e babosa (Aloe vera) mostraram<br />

regressão importante da <strong>patologia</strong> e da re-infestação em indivíduos <strong>grave</strong>mente<br />

infestados (SCHWALFENBERG et al., 2004; FELDMEIER et al., 2006a; KEHR et<br />

al., 2007). Esse repelente é recomendado com sucesso contra picadas de insetos e<br />

carrapatos em países europeus (SCHWALFENBERG et al., 2004). Sugere-se que o<br />

uso de repelente é a melhor opção para reduzir a morbidade associada à tungíase em<br />

indivíduos infestados quando comparado ao tratamento pós-infestação em áreas com<br />

taxas de ataque elevadas (HEUKELBACH, 2005).<br />

Outros compostos advindos da medicina popular, tais como óleo de<br />

mamona e extrato de mandioca, são também utilizados para a prevenção da tungíase<br />

em comunidades do Brasil, porém sua eficácia ainda não foi comprovada em estudos<br />

científicos (HEUKELBACH, 2005).<br />

Para prevenção individual, o uso regular de chinelos ou sandálias<br />

(BROOKER et al., 2009) também é indicado, mas sua proteção contra a penetração<br />

das pulgas de areia é parcial, assim como o uso de sapatos fechados e de meias<br />

(HEUKELBACH, 2005; FELDMEIER et al., 2006a; MUEHLEN et al., 2006). Pulgas<br />

penetradas já foram identificadas em indivíduos adequadamente calçados em áreas<br />

endêmicas (ARIZA, dados não publicados). O uso de calçados apropriados pode<br />

diminuir a prevalência na comunidade, entretanto, dificuldades econômicas e<br />

particularidades culturais podem ser limitantes para essa prática.<br />

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