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Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave

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Com a redução da livre circulação de porcos nos últimos anos (como medida de<br />

reduzir a incidência da neurocisticercose), a importância desses animais como<br />

reservatório foi reduzida em comunidades brasileiras, diferentemente de algumas<br />

comunidades na África (HEUKELBACH e CALHEIROS, 2009).<br />

Embora a real extensão do papel dos animais para a infestação da tungíase<br />

em diferentes cenários ainda permaneça incerta (PILGER et al., 2008b), o caráter de<br />

zoonose conferido à tungíase faz o seu controle mais complexo do que outras<br />

ectoparasitoses, tais como, escabiose e pediculose, nas quais não há um reservatório<br />

animal (HEUKELBACH et al., 2002a).<br />

1.1.8 – Tratamento e Prevenção<br />

O tratamento padrão da tungíase consiste na extração cirúrgica da pulga<br />

com uma agulha ou instrumento semelhante, em condições estéreis (HEUKELBACH<br />

et al., 2001; HEUKELBACH, 2006). Quando necessário recomenda-se o uso de<br />

antibiótico tópico após a remoção da pulga. Para prevenir infecções bacterianas<br />

secundárias recomenda-se que as pulgas sejam removidas o mais precoce possível e<br />

por inteiro, e em boas condições de higiene (FELDMEIER et al., 2002). A abertura na<br />

epiderme precisa ser alargada cuidadosamente com agulha, enquanto de maneira hábil<br />

a pulga hipertrofiada é retirada por inteiro. Depois da extração a ferida deve ser<br />

tratada com um antibiótico tópico de largo espectro. Como medida complementar do<br />

tratamento da tungíase, em indivíduos não imunizados contra tétano, a profilaxia<br />

especifica deve ser realizada (HEUKELBACH et al., 2001; HEUKELBACH, 2006).<br />

A extração das pulgas conforme preconizado requer habilidade manual e<br />

condições de higiene satisfatórias, os quais nem sempre são disponíveis nas áreas<br />

endêmicas. Quando as pulgas são retiradas com instrumento inapropriado e não-<br />

esterilizado, muito provavelmente ocorrerá superinfecção bacteriana. Por exemplo,<br />

em 16 pacientes <strong>grave</strong>mente infestados (>50 lesões), os autores afirmaram que a<br />

superinfecção foi também o resultado de inapropriada manipulação das lesões<br />

(FELDMEIER et al., 2003). Neste sentido, a remoção das pulgas pode trazer mais<br />

prejuízos do que benefícios (FELDMEIER et al., 2003).<br />

Nos últimos anos, alguns produtos orais foram sugeridos para o tratamento. A<br />

ivermectina oral, por exemplo, um anti-parasitário de amplo espectro, tem sido<br />

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