Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
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Figura 11: Planta dos pés de uma menina<br />
brasileira de sete anos. Lesões em todos os<br />
estágios de desenvolvimento em ambos os<br />
pés (Ariza et al., 2007).<br />
Figura 12: Planta dos pés de um menino<br />
nigeriano de nove anos de idade.<br />
Múltiplas lesões em diferentes estágios<br />
de desenvolvimento.<br />
Quanto maior o número de pessoas e animais infestados, maior a<br />
transmissão, pois um maior número de ovos da pulga T. penetrans é colocado no meio<br />
ambiente pelos hospedeiros que estão a todo o tempo se locomovendo na comunidade<br />
(HEUKELBACH e CALHEIROS, 2009). Essa transmissão é ainda mais intensificada<br />
quanto maior for a carga parasitária dos hospedeiros (FELDMEIER et al., 2006b).<br />
Sendo assim, na manutenção desse círculo vicioso, estão presentes pessoas e animais<br />
infestados e condições ambientais favoráveis (como matéria orgânica e terreno<br />
arenoso) para o desenvolvimento dos estágios imaturos da pulga (HEUKELBACH e<br />
CALHEIROS, 2009).<br />
Em geral, a infestação intensa e conseqüentemente a gravidade da<br />
tungíase estão associados a aspectos comportamentais bem como às precárias<br />
condições de vida das comunidades endêmicas (MUEHLEN et al., 2006;<br />
UGBOMOIKO et al., 2007a; PILGER et al., 2008b). MUEHLEN et al. (2006)<br />
mostraram que em uma comunidade pesqueira brasileira a ocorrência de tungíase<br />
geral como <strong>doença</strong> <strong>grave</strong> estavam associadas, de forma significativa e independente,<br />
às condições precárias habitação, presença de animais doméstico e baixa escolaridade<br />
(odds ratios ajustados variaram de 1,9 a 4,7). Em uma vila rural da Nigéria, os fatores<br />
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