Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
EHRENBERG e AULT (2005) para <strong>doença</strong>s em populações marginalizadas, dentre as<br />
<strong>doença</strong>s parasitárias de pele somente a escabiose foi incluída na recente edição do<br />
Communicable Disease Control Handbook da Organização Mundial de Saúde (OMS)<br />
(FELDMEIER e HEUKELBACH, 2009).<br />
Nos últimos anos, o número de estudos sobre o tema vem aumentando,<br />
mas dados sobre a real situação epidemiológica da tungíase ainda são escassos. A<br />
falta de conhecimento sistemático sobre as áreas de ocorrência e grau de morbidade<br />
da tungíase impede de mostrar, com dados confiáveis, o enorme impacto negativo que<br />
esta e outras ectoparasitoses têm atualmente nas condições de saúde e vida dos<br />
indivíduos afetados (FELDMEIER e HEUKELBACH, 2009).<br />
1.1.5 – Aspectos clínicos<br />
No homem, T. penetrans pode penetrar em qualquer parte do corpo: mãos,<br />
cotovelos, pescoço, nádegas e região genital (BEZERRA, 1994; VERALDI et al.,<br />
1996; HEUKELBACH et al., 2001; HEUKELBACH et al., 2002b; HEUKELBACH<br />
et al., 2004e) (Figura 6). Entretanto, a pulga penetra principalmente a epiderme dos<br />
pés (Figura 7). Nesta localização as partes mais afetadas são a região periungueal dos<br />
dedos, o calcâneo, como também a face lateral e a planta dos pés (ARIZA et al., 2007;<br />
HEUKELBACH et al., 2007; UGBOMOIKO et al., 2007b). Essa localização de<br />
predileção originou seu nome popular no Brasil: “bicho do pé” (CUNHA, 1914).<br />
Existem relatos recentes de que outra espécie encontrada no Equador e no<br />
Peru, a Tunga trimamillata, causa tungíase no ser humano (FIORAVANTI et al.,<br />
2003; PAMPIGLIONE et al., 2009). Entretanto, essa espécie nunca foi assinalada no<br />
Brasil, e por isto sua importância na epidemiologia das comunidades brasileiras ainda<br />
é desconhecida (HEUKELBACH e CALHEIROS, 2009).<br />
19