Orion 7

CAPÍTULO VII COMBATE PELA EXCALIBUR
Estavam no alto do Tor, o rio vinha da nascente
que nascia de dentro das muralhas do templo da Deusa e
que se erguiam na ponta mais a este do planalto. Toda a
paisagem era verdejante e plana sem muitas árvores.
Morgana ainda com a espada na mão desafiava Simon.
- Tenho o poder do dragão, a magia flui em mim,
só por cima do meu cadáver terás esta espada. – E ao dizer
isso crava a espada na terra até quase ao punho, depois
marca no chão um runa cujo efeito a transforma num
Veado de hastes largas. Simon lança-se a correr atrás do
veado e depois de dois passos de corrida, leva as mãos ao
chão e transforma-se num Lobo.
O inspetor Fernando corre até ao lugar onde a
espada ficou cravava e com apenas um movimento
arranca-a da terra surpreendido com a facilidade com que
o faz.
O veado salta para o rio e transforma-se numa
Lontra a seguir a corrente e o Lobo transformam-se num
Urso grande, castanho, mas a lontra salta para o ar e vira
um Corvo. Em resposta o Urso transforma-se numa Águia
e lança-se para o céu em perseguição ao corvo.
Fernando sente a espada na mão, é estranhamente
leve tendo em conta o seu tamanho, sente o seu poder a
subir pelo braço como um formigueiro e é possuído por
um sentimento de imortalidade e conquista. Com aquela
espada podia ser o senhor do mundo. Dominar todas as
nações da terra.
O rio vai dar a um lago de águas calmas e
cristalinas. Por cima dele o corvo e a águia envolvem-se
numa batalha que os atira para as águas do lago. As águas
remexem-se, o Inspetor Fernando vê vários animais a
surgirem na superfície: uma raposa, um javali, uma
cotovia, um salmão e no fim uma serpente que abre a sua
boca monstruosa e apanha o salmão e o engole inteiro.
A serpente nada até a berma do lago e a figura de
Simon materializa-se à sua frente.
Este Simon é agora um velho de cabelo e barba
branca e Fernando não o reconhece.
- Quem és tu?
- O mago Simon, sou eu, mas estou cansado e
gastei demasiada energia a perseguir Morgana para manter
o encantamento da juventude.
- E como eu sei que és tu e não ela?
- Tínhamos uma missão, Resgatar o Dr. Adriano
e salvar a espada. Lamento que tenhamos falhado,
Morgana sacrificou o corpo ao poder do dragão para
encarnar, se tivesse dado de beber o sangue aos unicórnios
tinha-se reencarnado na virgem sacrificada. A ameaça dela
acabou. Foi extraordinária a forma como arrancaste a
Excalibur da terra, um feito de louvor, agora peço-te
devolve-me a espada. Preciso dela.
O Inspetor Fernando sentiu a ameaça no ar, já não
gostava daquele mago e suspeitava das suas intenções.
Todo aquele poder, era quase impossível de lhe resistir, a
ele um homem normal. Mas para um grande feiticeiro,
como seria? Morgana não devolveu a espada aos magos
depois da morte de Artur, passaria o resto da sua vida a
escondê-la, morreu como… uma freira, escondida da
Deusa e dos antigos Druidas e antes de morrer fez o seu
último encantamento para manter a espada a salvo.
- Inspetor Fernando, a espada. Tenho ordens para
a levar ao templo.
- Para fazer o quê? Conquistar o mundo para
voltar a ser vosso como foi em tempos?
As águas do lago voltaram a acalmar e junto a
margem uma mão alva de dedos longos surgiu e elevou-se
até à altura dos cotovelos. O Mago começou um
encantamento, mas estava fraco e demorou muito a entoar.
O inspetor obrigou-se a lançar a espada por cima
da sua cabeça e ela voou como em câmara lenta em direção
à mão que a segurou em segurança. Muito direita, a mão
e depois a espada desapareceram no interior do lago.
O Mago Simon ainda tentou impedir, mas não foi
a tempo, ainda mergulhou, mas quando voltou à tona,
vinha com um Dr. Adriano muito assustado nos braços e
a debater-se até chegar a terra.
- Uma prenda da Dama do Lago para o Senhor
Inspetor. – Disse arfando. – Está satisfeito?
- Estou sim obrigado. Desculpe pela espada
tentadora. – Respondeu ajudando o Dr. Adriano a sentarse
- O que aconteceu? Onde estou? Quem são vocês?
- O poder da espada mesmo sem lhe tocar
corrompeu-me. Como é que lhe resistiu? – perguntou
Simon ao Inspetor
- A espada sim, era a Excalibur estou a lembrar-
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