21.12.2021 Views

Orion 7

international sci-fi and fantasy web-zine (novels, comics. illustrations)

international sci-fi and fantasy web-zine (novels, comics. illustrations)

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

oleia de uma mulher que ia para Barcelos e disse que se<br />

chamava Morgana e ela prometeu- me que seria imortal,<br />

elevou-me ao alto e bebeu toda a minha água e agora estou<br />

no seu campo florido. – Perante esta resposta Fernando<br />

calculou que fosse mais complicado do que parecia fazer<br />

os mortos falar.<br />

- E onde é esse campo florido? Consegues<br />

descrever? – Perguntou por instinto sem acreditar que<br />

fosse ter uma resposta lógica. E não teve:<br />

- Onde os unicórnios comem as maçãs e bebem o<br />

meu sangue.<br />

O Mago levanta os braços, baixa-os muito<br />

rapidamente e a morta volta a estar morta.<br />

- Hei! Isso foi um minuto. – Fernando reclamou.<br />

- É o suficiente! Vamos que sei para onde ela foi.<br />

- Ela quem? Estamos a procura do Dr. Adriano.<br />

- São a mesma pessoa. – Responde enquanto cria<br />

mais um portal. – Anda, vamos. - O Mago corre para o<br />

portal e puxa-o com ele sem pedir licença.<br />

CAPÍTULO V O LAR DOS UNICÓRNIOS<br />

Fernando vê-se de repente numa floresta densa de<br />

copa alta e fechada por onde quase não passava um raio de<br />

luz. O chão estava coberto por um tapete de folhas<br />

acumuladas de vários invernos, cheirava a fungos e o ar era<br />

húmido e difícil de respirar. O Mago desata e correr e<br />

Fernando vê-se obrigado a correr atrás dele, mas após<br />

alguns metros começa a gritar para ele esperar, que não o<br />

conseguia acompanhar e logo de seguida, os pulmões<br />

recuperam e é invadido por uma vitalidade que há muitos<br />

anos não sentia. Conseguia correr e serpentear entre as<br />

árvores sem dificuldades. Muito satisfeito com a novidade,<br />

acompanha o mago na sua corrida frenética, durante<br />

alguns minutos naquela floresta isenta de vida e onde<br />

reinava a noite até chegarem a uma clareira aberta onde<br />

pararam abruptamente.<br />

- Com tanto espaço aberto não podia abrir o portal<br />

para aqui?<br />

- Não, este lugar está protegido pelas fadas.<br />

Qualquer portal para este lugar seria interrompido e nós<br />

passaríamos a eternidade no limbo. Olhe!!<br />

Assim que os seus olhos se habituaram à luz,<br />

abriram-se para o esplendor da clareira. Uma visão de<br />

flores altas multicolores, predominando o lilás e o<br />

amarelo, salpicadas por macieiras baixas carregadas de<br />

maçãs verdes onde um grupo de unicórnios pastava em<br />

harmonia. Unicórnios de pelo branco brilhante, pareciam<br />

mais como póneis do que com cavalos e por causa das<br />

colónias de flores altas, praticamente só se viam as cabeças<br />

e parte do dorso.<br />

O Inspetor Fernando ficou hipnotizado com<br />

tamanha beleza e paralisou no lugar onde parou, o Mago<br />

teve que o abanar e chamar à realidade.<br />

- Não fique maravilhado, são belos como tubarões.<br />

Alimentam-se de duas coisas, maçãs e do sangue de virgens.<br />

- Sério? E o que vamos fazer?<br />

- Esperamos. – E sentou-se no chão de pernas<br />

cruzadas matando algumas flores no processo. Fernando<br />

imitou-o com um pouco de desconforto por destruir<br />

plantas tão belas. Esperaram pouco.<br />

Um clarão azul surgiu entre eles e a manada de<br />

unicórnios, que se transformou num portal e do seu<br />

interior saiu, primeiro o caldeirão e depois a figura do Dr.<br />

Adriano que continuava com a espada na mão.<br />

- O senhor vê o Dr. Adriano, mas as criaturas,<br />

como eu e os unicórnios, vêm a magia. Ali está Morgana<br />

maga, nascida fada, uma criatura desta floresta a oferecerlhes<br />

sangue de uma virgem. Temos que impedir!<br />

O Mago Simon levantou-se de repente e fez o que<br />

sabia fazer. Raios de fogo nasceram do ar vazio à frente<br />

dele e foram lançados sobre o caldeirão que se virou depois<br />

do segundo impacto, vertendo para o chão o seu líquido<br />

vermelho. O Dr. Adriano começou a gritar furioso como<br />

uma mulher em histeria e a gesticular alto parecia que<br />

chamava os animais mágicos em seu auxilio, estes<br />

começaram a ganhar tamanho e já não pareciam assim não<br />

belos e inofensivos quando se juntaram todos e carregaram<br />

em direção a eles.<br />

- Simon! – Fernando gritou. -Faz qualquer coisa!<br />

Simon continuou a disparar as bolas de fogo, mas<br />

parecia que apenas os chateava mais, eles estavam a<br />

alimentar-se da magia do mago.<br />

Fernando pegou na arma que trazia no colt ao<br />

peito e quase sem fazer pontaria começou a disparar. Duas<br />

das criaturas da frente caíram, as que vinham atrás caíram<br />

aos tropeções, ao verem os companheiros mortos,<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!