Orion 7
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voltar e já está a preparar a sua vinda.<br />
A imagem desapareceu, a luz da holossala voltou à<br />
intensidade normal e os intervenientes piscaram os olhos<br />
várias vezes até se adaptarem à normal luminescência.<br />
- Inspetor Fernando, apresento-lhe ao Mago<br />
Simon. – Disse o inspetor-chefe de repente cortando o<br />
silêncio.<br />
- Inspetor-chefe, muito obrigado pela resposta<br />
pronta, foi o único que me valeu ajuda. Inspetor<br />
Fernando, a minha explicação foi-lhe útil?<br />
- Acredito que esteja elucidado. – Respondeu com<br />
mais dúvidas do que certezas. – Mago? Fala muito bem<br />
português. Ou algum encantamento? As imagens?<br />
- Uma mistura de encantamento com raiosespiões.<br />
Em relação à língua é um encantamento, confesso<br />
que nem inglês falo e frequentei as vossas universidades.<br />
Fernando apesar de não querer, não conseguia<br />
deixar de simpatizar com o jovem, era agradável ao olhar<br />
e ao ouvido<br />
- Ah, muito bem, um Mago licenciado, parece<br />
estar dentro do assunto, e ter capacidade para resolver o<br />
caso, sem a nossa ajuda.<br />
O Inspetor-chefe tossiu e revelou então o<br />
propósito daquela reunião.<br />
- O Inspetor Fernando desde já vai acompanhar o<br />
Mago Simon , o caso dele e o do Templo de Avalon<br />
fundiu-se com o nosso e terá a tarefa de verificar que não<br />
é feita qualquer ilegalidade na detenção do Dr. Adriano,<br />
que acreditamos ser parte inocente de alguma trama<br />
mágica, encantamento, ou o que seja. O seu objetivo é<br />
recuperar o Dr. Adriano ileso e o do Mago Simon o de<br />
recuperar a espada para Avalon, o mais discretamente<br />
possível.<br />
- Hummm. – Fernando sentou-se pela primeira<br />
vez incomodado. – Uma jovem foi assassinada, tem o<br />
direito a justiça.<br />
- Foi assassinada por Morgana. O espírito dela está<br />
na espada e através dela manobra o Dr. Adriano como<br />
uma marioneta para atingir os seus fins, temos que a<br />
impedir o quanto antes.<br />
- Muito bem, isto é uma demanda daquelas à<br />
moda antiga? Começamos pelo corpo? Eles têm sempre<br />
alguma palavra a dizer.<br />
O mago pareceu surpreendido ao ouvir isto e<br />
assentiu que sim, com uma renovada esperança, sem<br />
compreender que estavam a referir-se a coisas totalmente<br />
diferentes.<br />
CAPÍTULO IV A VIRGEM RESSUSCITADA<br />
Passar por um portal mágico foi uma novidade<br />
Para o Inspetor Fernando. Num segundo estavam em<br />
Londres, no outro no IML do Porto em Portugal,<br />
especificamente na morgue. Uma sala refrigerada com um<br />
conjunto de gavetas para cadáveres a cobrir o fundo e duas<br />
macas no espaço aberto. Em uma delas a jovem ainda por<br />
identificar, jazia branca como cal, sem uma pinga de<br />
sangue, com o pescoço marcado pela força da corda e a<br />
carne cortada na artéria coronária<br />
- Temos que avisar da nossa presença. – É a<br />
primeira coisa que ele pensa, seguir sempre os protocolos.<br />
- Podemos fazer isso depois. Aproveitamos a<br />
morgue vazia para ver o que a morta tem para nos dizer.<br />
E logo de seguida o Mago se acerca da maca ergue<br />
os braços e as suas vestes mudam do fato para uma túnica<br />
comprida azulada apertada na cintura por um cinto em<br />
couro com várias bolsas. Do interior das bolsas começa a<br />
tirar o que parecem ser uns pós, ervas e até umas pedras e<br />
atira sobre a morta ao mesmo tempo que conjura um<br />
encantamento qualquer. – Assim que ela se levantar,<br />
pergunte o que precisa. Pense bem e seja rápido, este<br />
encantamento dura poucos minutos e só pode ser usado<br />
uma vez! Vou tentar o máximo de tempo. – Diz o mago<br />
diz num tom confiante.<br />
Fernando nem se deu ao trabalho de pensar no que<br />
ia acontecer, estava entregue ao inexplicável e não valia a<br />
pena contrariar, o melhor era ir ao sabor da corrente.<br />
Respirou fundo e arregalou os olhos quando a<br />
morta se mexeu e, muito direita sentou-se na maca, virou<br />
a cara e abriu os olhos baços e sem brilho para o mago.<br />
- Meu nome é Fernando, sou Inspetor da Polícia<br />
Judiciária do Porto, como te chamas, quem te fez isso? –<br />
Perguntou colocando-se ao lado do Mago excitado<br />
perante a ideia de repetir a proeza. O futuro da<br />
investigação criminal, perguntar aos mortos pelos<br />
culpados.<br />
- Meu nome é Susana, sou de Barcelinhos, apanhei<br />
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