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Edição de 5 de outubro de 2020

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LIDE vê ADAptAçãO DO<br />

mARkEtINg E vAREjO<br />

Fórum <strong>de</strong>bateu i<strong>de</strong>ias<br />

que impulsionaram<br />

negócios durante<br />

a pan<strong>de</strong>mia. A VP<br />

executiva Célia Pompeia<br />

<strong>de</strong>stacou serviços como<br />

o <strong>de</strong>livery. pág. 12<br />

SBt LANçA O mELhOR COmERCIAL DO BRASIL<br />

Humorista Murilo Couto estrela campanha<br />

criada pela Giusti Comunicação para a nova<br />

edição da premiação da emissora. pág. 46<br />

CRISE NAS AgêNCIAS<br />

COmEçA A RECUAR<br />

Um terço das 347<br />

agências ouvidas pela<br />

pesquisa VanPro, da<br />

Fenapro, afirma que<br />

já recuperou a receita<br />

registrada antes da<br />

pan<strong>de</strong>mia. pág. 14<br />

propmark.com.br<br />

ANO 56 - Nº 2815 - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />

Pixabay<br />

CmOs revelam suas estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação na pan<strong>de</strong>mia<br />

Em parceria com a makers, o pROpmARk selecionou 14 executivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas para<br />

falarem sobre os seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> marketing nesse período <strong>de</strong> incertezas. Diante <strong>de</strong> um<br />

cenário adverso, esses profissionais tiveram <strong>de</strong> lidar com a aceleração <strong>de</strong> negócios, mudanças<br />

no comportamento do consumidor e li<strong>de</strong>rar transformações <strong>de</strong>ntro das empresas. pág. 30


A CNN parabeniza<br />

os CMOs que ajudam<br />

o mercado brasileiro<br />

a crescer e conquistam<br />

gran<strong>de</strong>s números.<br />

Estamos há apenas 6 meses no ar e em constante expansão.<br />

Com inovação e autenticida<strong>de</strong>, em mais <strong>de</strong> 3 mil horas ao vivo,<br />

já somos lí<strong>de</strong>res do público AB.<br />

Traga sua marca para cá. Anuncie com a gente.<br />

FONTE: Kantar Ibope Media - Período: 15 a 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - TT Indivíduos com Pay TV AS ABC 25+


Siga as nossas re<strong>de</strong>s sociais<br />

@CNNBrasil


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

a propaganda voltou<br />

Sem ainda o capricho criativo que a fez uma das melhores do mundo,<br />

a propaganda brasileira começa a reaparecer nos meios, voltando<br />

a ocupar seus espaços momentaneamente cedidos para outros<br />

formatos <strong>de</strong> comunicação publicitária.<br />

Sem dúvida, ambas <strong>de</strong>signações significam a mesma coisa no idioma<br />

pátrio, mas quem pertence ao meio sabe que há uma gran<strong>de</strong> diferença<br />

entre a comunicação publicitária extremamente criativa e aquela que<br />

é feita apenas para ocupar um espaço nos meios, muitas vezes (como<br />

recentemente) cedido por estes a custos bem abaixo das suas tabelas<br />

e com o intuito, além <strong>de</strong> faturar o possível, <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar que os anunciantes<br />

abandonem seus espaços e tempo.<br />

Durante o auge da pan<strong>de</strong>mia, pu<strong>de</strong>mos observar bem essa diferença,<br />

com o Brasil se estranhando diante da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho publicitário<br />

nos meios que remetia a décadas passadas, quando o nosso<br />

país pertencia à segunda divisão da ativida<strong>de</strong> mundial.<br />

a capacida<strong>de</strong> financeira dos consumidores e o enorme investimento<br />

necessário às organizações <strong>de</strong> TV se instalarem, com seu início <strong>de</strong>limitado<br />

a raios <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> pequena monta.<br />

***<br />

O <strong>de</strong>talhe mais importante do conjunto <strong>de</strong> medidas contra o coronavírus<br />

é a criação da vacina que o neutralizará. Nessa empreitada, o Brasil<br />

está caminhando célere, principalmente sob o comando do governador<br />

João Doria, que tem feito apelos e fornecido recursos para que o nosso<br />

Instituto Butantan, em parcerias com outros congêneres espalhados<br />

pelo planeta, inicie 2021 vacinando boa parte da população global.<br />

Um trabalho hercúleo, mas necessário, porque o inimigo ainda é <strong>de</strong>sconhecido<br />

e requer da nossa parte uma “arma” <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição (ou impedimento)<br />

em massa da sua ação <strong>de</strong>vastadora, que será a vacina.<br />

***<br />

Para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o que estava sendo feito, muitos profissionais chegaram<br />

a justificar como a nova propaganda, aquela que veio em meio a<br />

uma crise pandêmica para inovar, ser ainda mais criativa do que recentemente<br />

já foi a nova propaganda brasileira.<br />

Os publicitários sabiam que não era bem assim: estava se barateando<br />

a criação <strong>de</strong> peças e <strong>de</strong>pois até campanhas, na expectativa <strong>de</strong> que<br />

o retorno <strong>de</strong> todos aos seus verda<strong>de</strong>iros lugares <strong>de</strong> trabalho supriria<br />

essa diferença qualitativa.<br />

É <strong>de</strong> fato o que começa a ocorrer agora, ainda com boa parte das<br />

agências fechadas e seu pessoal trabalhando no famoso home office,<br />

com outras abertas às escondidas, mas todos conscientes <strong>de</strong> que<br />

o retorno da aplaudida propaganda brasileira muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

trabalho em grupo (equipes), do vaivém eletrônico das i<strong>de</strong>ias, muitas<br />

já em rascunho facilitando a visão do cliente-anunciante, quanto<br />

à qualida<strong>de</strong> da finalização dos trabalhos, sejam para que espécie<br />

<strong>de</strong> mídia forem.<br />

Muito se falou ainda no crescimento do online diante da crise e isso<br />

é uma verda<strong>de</strong> inconteste, atrapalhada porém pela força e ao mesmo<br />

tempo facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação dos meios tradicionais, que ainda<br />

fazem mais a cabeça do gran<strong>de</strong> público do que os pertencentes ao<br />

novo mundo online.<br />

Temos para nós que levará ainda uma geração, ou talvez duas, para<br />

que a batalha final do online sobre os meios tradicionais seja vencida<br />

pelo primeiro, no que diz respeito à comunicação publicitária.<br />

Quando a televisão ainda não existia no Brasil (e ela somente surgiu<br />

entre nós em 1950), os gran<strong>de</strong>s veículos, os que mais recebiam as verbas<br />

dos anunciantes, eram os gran<strong>de</strong>s e famosos jornais.<br />

Levou muito tempo para que a televisão, mais simples no seu manuseio<br />

na época do que hoje todos os formatos online existentes,<br />

ganhasse a corrida dos impressos, incluindo nesse caso até mesmo<br />

Nossa matéria <strong>de</strong> capa da presente edição – Especial CMO – foi aqui<br />

redigida por Kelly Dores, editora-chefe do PROPMARK, permitindo-<br />

-nos a reprodução do parágrafo <strong>de</strong> abertura da mesma:<br />

“Em parceria com a Makers, plataforma que conecta li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />

e inovação, o PROPMARK selecionou 14 CMOs (chief marketing<br />

officer) <strong>de</strong> marcas que estiveram entre as que mais se <strong>de</strong>stacaram no<br />

período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, para contar sobre os seus <strong>de</strong>safios e as estratégias<br />

que li<strong>de</strong>raram com ações sociais, inovações e campanhas <strong>de</strong> impacto.<br />

Passados quase sete meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a OMS (Organização Mundial<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) <strong>de</strong>clarou a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Covid-19, em 11 <strong>de</strong> março, e com<br />

os números <strong>de</strong> casos diminuindo no Brasil, além da retomada dos negócios,<br />

vale fazer um retrospecto do que marcas como Ambev, Burger<br />

King, Camil, Rappi, Suvinil e Via Varejo fizeram para manter seus negócios<br />

ativos e se unir pela causa em comum”.<br />

***<br />

A agilida<strong>de</strong> do SBT uma vez mais se concretiza, com o lançamento do<br />

prêmio “O melhor comercial do Brasil”, com matéria explicativa nesta<br />

edição. O SBT sabe que o mercado publicitário sofreu muito este<br />

ano e atitu<strong>de</strong>s como esta trazem um novo alento a todos os players.<br />

***<br />

Nesta edição do PROPMARK, também, matéria <strong>de</strong> apresentação do 8 º<br />

Fórum Li<strong>de</strong> do Varejo e Marketing, do Grupo Doria.<br />

***<br />

Uma boa notícia para o mercado publicitário: matéria sobre o novo levantamento<br />

VanPro, da Fenapro, que mostra que um terço das agências<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> já recuperou a receita pré-pan<strong>de</strong>mia.<br />

O Brasil é mesmo <strong>de</strong> fazer inveja aos lerdos.<br />

4 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Índice<br />

cMOs falam sobre<br />

suas experiências<br />

durante pan<strong>de</strong>mia<br />

Em parceria com a Makers,<br />

o PROPMARK selecionou 14<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s marcas para contar sobre<br />

seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação.<br />

caPa<br />

30<br />

Unsplash<br />

entreviSta<br />

Divulgação<br />

Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />

aposta em proteção<br />

agênciaS<br />

Divulgação<br />

O diretor <strong>de</strong> marketing Alexandre Nogueira<br />

afirma que o distanciamento social trouxe<br />

um componente a mais para o mercado: a<br />

reflexão das pessoas em torno <strong>de</strong> proteção,<br />

estabilida<strong>de</strong> e planejamento para o futuro.<br />

“Acredito que esse seja um momento<br />

favorável para falarmos <strong>de</strong> proteção”. pág. 22<br />

Publicis resgata<br />

Jetsons para banco<br />

MarcaS<br />

Divulgação<br />

OutuBrO rOSa<br />

Divulgação<br />

Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela Publicis<br />

mostra integrantes da família do famoso<br />

<strong>de</strong>senho animado lidando com as<br />

circunstâncias atuais, enquanto resolvem<br />

suas questões financeiras com a ajuda do<br />

Soluções Bra<strong>de</strong>sco. Estratégia tem peças<br />

para diversos meios. pág. 16<br />

Motorola <strong>de</strong>staca<br />

pessoas impactantes<br />

Criada pela Other Guyz e produzida pela<br />

Delicatessen, campanha foi gravada em<br />

quatro países e reforça o po<strong>de</strong>r da tecnologia<br />

como ferramenta para expressão e conexão<br />

com o mundo. No Brasil, estratégia tem mais<br />

<strong>de</strong> 40 influenciadores. pág. 18<br />

vigor intensifica<br />

ações neste mês<br />

Marca vai realizar uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

durante o mês. Estratégia criada pela<br />

SunsetDDB tem ações para público interno,<br />

projeto para o digital e mudanças no varejo.<br />

Iniciativa está atrelada ao posicionamento<br />

#EsseMomentoÉMeu. pág. 16<br />

editorial ................................................................4<br />

conexões ...............................................................8<br />

curtas ..................................................................10<br />

Mercado ..............................................................12<br />

Marcas .................................................................16<br />

Beyond the Line ................................................20<br />

Quem Fez ............................................................21<br />

entrevista ...........................................................22<br />

We Love MKt ......................................................26<br />

inspiração ..........................................................27<br />

Storyteller ..........................................................28<br />

especial cMO ......................................................30<br />

Prêmios ...............................................................46<br />

arena do esporte ...............................................48<br />

Supercenas .........................................................49<br />

Última Página ....................................................50<br />

6 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


conexões<br />

Linkedin<br />

Post: Lew’Lara\TBWA contrata<br />

diretora <strong>de</strong> criação<br />

Maravilhosa, brilha muito!<br />

Joyce Santos<br />

última Hora<br />

Matéria <strong>de</strong> capa<br />

Um assunto importantíssimo (“Home<br />

office traz riscos jurídicos para<br />

agências e anunciantes”). Golaço!<br />

Marcelo Lenhard<br />

Hands<br />

dorinHo<br />

Post: Natura mostra resultado da<br />

reciclagem dos copos do Rock in<br />

Rio<br />

Duas supermarcas ! Que orgulho!<br />

Amanda Cardoso<br />

Post: Influenciadores humoristas<br />

crescem e atraem marcas<br />

No meio do caos é preciso respirar, é<br />

preciso ter alguma leveza.<br />

Juliana Santicioli<br />

Post: Trainee para negros do Magalu<br />

é reparação histórica, diz<br />

MPT<br />

Luiza Helena Trajano é um exemplo<br />

a ser seguido, muito visionária.<br />

Jorge Estival<br />

Post: Brahma investe no universo<br />

<strong>de</strong> game show<br />

Ai, ai. Não sei se fico feliz ou triste<br />

Rodrigo Arantes<br />

CONTROLE<br />

A ReachLocal, fundada nos EUA em 2004, passa a ser<br />

controlada na América Latina pelos gestores locais Thiago<br />

Santos e Leonardo Simão. Eles vão dividir o comando da<br />

nova operação na região. Um dos planos da pauta é ampliar<br />

a digitalização <strong>de</strong> negócios brasileiros. E oferecer soluções<br />

tecnológicas para empreen<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> pequeno, médio e<br />

gran<strong>de</strong> porte.<br />

DURABILIDADE<br />

Moda Sem Ponto Final é<br />

o novo posicionamento<br />

da Malwee. A i<strong>de</strong>ia é<br />

reforçar seu propósito<br />

em sustentabilida<strong>de</strong> e<br />

consumo consciente.<br />

“A campanha é sobre<br />

roupas que duram mais<br />

e não se per<strong>de</strong>m a cada<br />

nova estação”, resume<br />

Guilherme Moreno, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing da marca,<br />

que aprovou a campanha<br />

assinada pela agência 35.<br />

CONTRATAÇÃO<br />

Rafael Rosi, que li<strong>de</strong>rou<br />

a área <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

agências como Ogilvy<br />

e WMcCann, além <strong>de</strong><br />

passar por produtoras<br />

como Conspiração, Cine<br />

e Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Filmes,<br />

é o novo diretor <strong>de</strong><br />

negócios da The End.<br />

estúdio especializado em<br />

edição e pós-produção<br />

para publicida<strong>de</strong> e<br />

entretenimento.<br />

VAREJO<br />

Ibevar publicou ranking<br />

com as maiores empresas<br />

<strong>de</strong> varejo do país. Carrefour<br />

li<strong>de</strong>ra lista, com receita <strong>de</strong><br />

R$ 62,2 bilhões em 2019.<br />

Em seguida, Grupo Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar, com R$ 61,5 bi; e<br />

Via Varejo, com R$ 29,8 bi.<br />

COTAS<br />

A Re<strong>de</strong> Globo comercializou<br />

as seis cotas do The Voice<br />

Brasil <strong>2020</strong>. As marcas que<br />

renovaram compromisso<br />

foram Bra<strong>de</strong>sco, B2W,<br />

Cervejaria Petrópolis e Claro.<br />

Já C&A e Seara entram pela<br />

primeira vez na atração, que<br />

estreia sua nova temporada<br />

no dia 15 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>.<br />

MÍDIA<br />

A Chestfit, do empresário<br />

Aluisio Mol, apresenta às<br />

agências e anunciantes uma<br />

nova opção <strong>de</strong> mídia mobile<br />

out of home (MOOH) a partir<br />

<strong>de</strong>ste mês <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. O<br />

projeto transforma as bags<br />

e baús <strong>de</strong> motociclistas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>livery em oportunida<strong>de</strong><br />

para as marcas veicularem<br />

ações <strong>de</strong> comunicação<br />

(foto abaixo). Todos os<br />

equipamentos do MIC,<br />

nome que i<strong>de</strong>ntifica o<br />

sistema, são conectados à<br />

internet e acompanhados<br />

por GPS.<br />

8 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


curtas<br />

NEOOH GANHA ESPAÇO EM brASíliA<br />

Painel <strong>de</strong> 200 metros quadrados em Brasília<br />

A NEOOH venceu a concorrência e assumiu<br />

a mídia exterior do Aeroporto Internacional<br />

<strong>de</strong> Brasília - Juscelino Kubitschek.<br />

A empresa será responsável por criar, gerenciar<br />

e comercializar os espaços <strong>de</strong> mídia<br />

da área externa do complexo. “O Aeroporto<br />

<strong>de</strong> Brasília é o terceiro maior do país.<br />

Somos a única empresa que possui ativos<br />

exclusivos em cinco dos sete principais<br />

aeroportos brasileiros”, afirma Leonardo<br />

Chebly, CEO da NEOOH, que criou projeto<br />

personalizado, tendo como <strong>de</strong>staque o painel<br />

digital formado por duas torres <strong>de</strong> LED<br />

com mais <strong>de</strong> 200 metros quadrados.<br />

ExEcUtivAS NO PrOPMArk livE<br />

Gleidys Salvanha e Juliana Ferraz<br />

A transformação digital dos consumidores<br />

nos últimos meses foi o tema da conversa<br />

no PrOPMArk livE com Sergio Giorgetti,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing da Visa no<br />

Brasil. O executivo ressaltou o fortalecimento<br />

da tecnologia <strong>de</strong> pagamento por aproximação<br />

e comentou sobre a joint venture<br />

entre F.biz e Y&R. Nesta semana é a vez <strong>de</strong><br />

Juliana Ferraz, da Holding Clube, e Gleidys<br />

Salvanha, do Google Brasil. Elas vão falar sobre<br />

criativida<strong>de</strong>, live marketing, ações para<br />

Black Friday e perspectivas para o fim do<br />

ano. É sempre às terça e quinta-feira, às 16h,<br />

no canal do PROPMARK no Youtube.<br />

rEviStA EllE rEtOrNA AO brASil<br />

A Elle Brasil<br />

lançou sua<br />

primeira edição<br />

impressa<br />

após retorno<br />

da marca ao<br />

país. A publicação<br />

tem<br />

acabamento<br />

<strong>de</strong> luxo e formato<br />

<strong>de</strong> coffee<br />

table book.<br />

A capa tem<br />

quatro nomes:<br />

Gilberto Gil,<br />

Djamila é uma das capas<br />

Iza, Djamila e<br />

Katú Mirim.<br />

“Elle sempre foi referência por ocupar<br />

uma posição <strong>de</strong> vanguarda na produção <strong>de</strong><br />

conteúdo inovador e crítico. Nosso impresso<br />

manterá esse olhar, agora materializado<br />

um produto premium, que será publicado<br />

quatro vezes por ano”, diz Paula Mageste,<br />

publisher da Elle Brasil. Elle será publicada<br />

em março, maio, setembro e <strong>de</strong>zembro.<br />

O volume 01 completa o ecossistema da<br />

marca em seu novo momento.<br />

AbA diScUtE ENtrEtENiMENtO<br />

GOOGlE APrESENtA dEStAqUES<br />

idEc qUEr AliMENtAÇãO SAUdávEl<br />

Edmar Bulla, Claudia Neufeld e Kellen Silverio<br />

O episódio da série Perspectivas – uma<br />

visão setorizada da inovação, na semana<br />

passada, abordou a indústria <strong>de</strong> conteúdo<br />

e entretenimento. Claudia Neufeld, VP<br />

<strong>de</strong> marketing da Disney Brasil, e Kellen<br />

Silverio, diretora <strong>de</strong> marketing da Hasbro,<br />

falaram sob mediação <strong>de</strong> Edmar Bulla, do<br />

Croma, que organiza o bate-papo, ao lado<br />

da ABA. Claudia lembrou que a base do<br />

trabalho da Disney é o entretenimento e há<br />

várias formas <strong>de</strong> fazer isso. Kellen também<br />

resgatou a história da empresa: “A Hasbro<br />

começou por brinquedos, então sabemos<br />

que brincar é entreter”.<br />

Google efetiva programa <strong>de</strong> conteúdo<br />

O Google apresentou semana passada<br />

a efetivação <strong>de</strong> seu programa <strong>de</strong> licenciamento<br />

<strong>de</strong> conteúdo chamado Google<br />

News Showcase – ou, no Brasil, Destaques.<br />

Anunciado em junho, o programa entra<br />

em funcionamento, inicialmente, no Brasil<br />

e na Alemanha. “Destaques vai oferecer<br />

aos leitores mais contexto e diferentes<br />

perspectivas sobre temas importantes do<br />

noticiário, atraindo, ao mesmo tempo, um<br />

tráfego valioso para os sites das publicações.<br />

Nos primeiros três anos, vamos<br />

investir US$ 1 bilhão globalmente em parcerias<br />

com veículos <strong>de</strong> comunicação.<br />

O salgadinho é um dos “protagonistas” da ação<br />

O I<strong>de</strong>c (Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Defesa do<br />

Consumidor) e a coalizão Aliança pela Alimentação<br />

A<strong>de</strong>quada e Saudável lançaram<br />

semana passada campanha sobre a atualização<br />

da rotulagem <strong>de</strong> alimentos no Brasil.<br />

Des<strong>de</strong> 2014, as entida<strong>de</strong>s buscam aprovar<br />

um mo<strong>de</strong>lo com advertência nutricional<br />

na parte da frente das embalagens <strong>de</strong> alimentos.<br />

Protagonistas das peças da nova<br />

campanha, o “refri”, o “salgadinho” e a<br />

“barrinha <strong>de</strong> cereal” representam o açúcar,<br />

o sódio e a gordura saturada dos alimentos<br />

processados. Nova campanha é assinada<br />

pela repense.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z e<br />

Jéssica Oliveira<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

10 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


mercado<br />

Fórum do Li<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate transformação<br />

do marketing e varejo na pan<strong>de</strong>mia<br />

Li<strong>de</strong>ranças do Magazine Luiza, Raia Drogasil, Aché, Telhanorte e Petz<br />

estiveram presentes para narrar experiências e <strong>de</strong>safios às marcas<br />

paulo macedo<br />

Reescrever a história diante<br />

<strong>de</strong> um cenário 100% novo<br />

foi o principal <strong>de</strong>safio das marcas<br />

neste ano atípico <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />

Planos precisaram ser revistos<br />

e medidas práticas foram implantadas<br />

para minimizar os<br />

efeitos da pan<strong>de</strong>mia nos negócios.<br />

Após seis meses <strong>de</strong> convivência<br />

com essa realida<strong>de</strong>,<br />

a conclusão é que o mercado<br />

não parou e buscou adaptação.<br />

Algumas empresas relataram<br />

suas experiências no período<br />

durante a 8ª edição do Fórum<br />

Li<strong>de</strong> do Varejo e Marketing, encerrado<br />

neste domingo (4) no<br />

Hotel Unique, em São Paulo. Cases<br />

da Petz, Renner, Carrefour,<br />

Raia Drogasil, Hirota, Raizen,<br />

Telhanorte, Multiplan, Magazine<br />

Luiza, Aché e Pernambucanas,<br />

por exemplo, mostraram<br />

para uma plateia presencial restrita,<br />

mas multiplicada no canal<br />

do YouTube do Li<strong>de</strong> (Grupo <strong>de</strong><br />

Lí<strong>de</strong>res Empresariais), que a reativida<strong>de</strong><br />

é uma arma para enfrentar<br />

crises.<br />

O tema central do evento foi<br />

As transformações globais e seus<br />

impactos no marketing, varejo<br />

e consumo brasileiro. Segundo<br />

Célia Pompeia, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

executiva do Grupo Doria, o<br />

marketing e o varejo <strong>de</strong>ram as<br />

mãos no isolamento.<br />

“As compras passaram a ser<br />

feitas pela internet. Isso impulsionou<br />

o e-commerce <strong>de</strong> muitas<br />

marcas. Tudo para gerar conveniência<br />

a quem estava em casa.<br />

Essa forma <strong>de</strong> comprar não é<br />

novida<strong>de</strong>, mas foi a forma para<br />

o varejo se manter ativo. Isso<br />

envolveu supermercados, farmácias<br />

e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção<br />

civil. A reinvenção foi imediata.<br />

As agências <strong>de</strong>senvolveram estratégias<br />

para mostrar que seus<br />

clientes tinham serviços para<br />

os consumidores. Algo que me<br />

chamou a atenção foi a reinvenção<br />

dos restaurantes <strong>de</strong> alto padrão.<br />

O <strong>de</strong>livery foi uma saída<br />

para eles. Mas não era só fazer<br />

a entrega. Eles passaram a oferecer<br />

a mesma experiência em<br />

casa como se o cliente estivesse<br />

no seu salão. Isso movimentou<br />

apps <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery e todos foram<br />

beneficiados”, <strong>de</strong>stacou Célia.<br />

Rodrigo Garcia, vice-governador<br />

<strong>de</strong> São Paulo, fez explanação<br />

sobre como o estado<br />

participou da retomada, mas<br />

sem <strong>de</strong>ixar os protocolos <strong>de</strong> segurança<br />

<strong>de</strong> lado. Caio Megale,<br />

economista-chefe da XP Investimentos,<br />

também fez consi<strong>de</strong>rações<br />

sobre os impactos da<br />

Covid-19 na economia. O painel<br />

A revolução dos meios <strong>de</strong> pagamento<br />

e os impactos no consumidor<br />

brasileiro teve como<br />

palestrantes Angelo Duarte, do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> competição e<br />

<strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> mercado financeiro<br />

do Banco Central, e Fabio<br />

A<strong>de</strong>gas, presi<strong>de</strong>nte da Renner.<br />

Outro painel que mobilizou<br />

o Fórum <strong>de</strong> Marketing e Varejo<br />

do Li<strong>de</strong> foi Repensando negócios<br />

com big bang financeiro<br />

“As AgênciAs<br />

<strong>de</strong>senvolverAm<br />

estrAtégiAs pArA<br />

mostrAr que seus<br />

clientes tinhAm<br />

serviços”<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

Célia Pompeia, VP executiva do Grupo Doria: “Transformação” Marcos Quintela, da VML&Y&R, fez a curadoria <strong>de</strong> marketing<br />

(LGPD, taxa real próxima zero,<br />

pagamento instantâneo, cadastro<br />

positivo e open banking).<br />

Um dos palestrantes foi Helio<br />

Freddi, gerente-geral da re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> supermercados Hirota, que<br />

discorreu o tema O que muda<br />

no varejo <strong>de</strong> alimentos com o<br />

crescimento da alimentação<br />

fora do lar.<br />

A curadoria do fórum foi <strong>de</strong><br />

Marcos Quintela, CEO e sócio<br />

do VMLY&R, no segmento <strong>de</strong><br />

marketing; e Marcos Gouvêa<br />

<strong>de</strong> Souza, fundador e diretor-<br />

-geral da Gouvêa Ecosystem,<br />

na parte <strong>de</strong> varejo. “Tivemos<br />

<strong>de</strong> inovar 100% <strong>de</strong> produtos e<br />

serviços e encontrar uma nova<br />

forma <strong>de</strong> nos relacionarmos<br />

com o cliente. Foi um momento<br />

<strong>de</strong>safiador, <strong>de</strong> renovação total<br />

e <strong>de</strong> muita criativida<strong>de</strong>. Acompanhar<br />

o ritmo das mudanças<br />

tecnológicas, da economia global<br />

e do comportamento do<br />

consumidor é um <strong>de</strong>safio”, explicou<br />

Quintela.<br />

12 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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mercado<br />

agências começam a se recuperar<br />

dos impactos causados pela covid-19<br />

Daniel Queiroz, presi<strong>de</strong>nte da Fenapro: “Detectamos uma visível melhora na percepção dos entrevistados”<br />

AS NOVAS AGÊNCIAS<br />

Divulgação<br />

Pesquisa da Fenapro<br />

mostra que 33% já<br />

retomaram a receita<br />

pré-pan<strong>de</strong>mia<br />

crise provocada nas agências pela<br />

A pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 começa a se<br />

reverter. Esta é uma das conclusões da<br />

sondagem VanPro, realizada pela Fe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda<br />

(Fenapro), que, nesta 2ª edição,<br />

contou com a participação <strong>de</strong> 347 empresas<br />

<strong>de</strong> 21 estados e do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Realizada no último quadrimestre<br />

(maio-agosto), a sondagem mostrou que,<br />

passado o grave choque inicial da pan<strong>de</strong>mia,<br />

33% das agências já conseguiram retomar<br />

o <strong>de</strong>sempenho nos níveis anteriores<br />

à Covid-19 e 41% <strong>de</strong>las veem o futuro<br />

com perspectivas boas ou muito boas.<br />

Por outro lado, o número <strong>de</strong> empresas<br />

que apontam as perspectivas como ruins,<br />

muito ruins, ou inclusive admitem que<br />

po<strong>de</strong>riam interromper as ativida<strong>de</strong>s, caiu<br />

<strong>de</strong> 30% para 11%.<br />

“Detectamos uma visível melhora na<br />

percepção dos entrevistados em relação<br />

à recuperação do negócio e das perspectivas<br />

futuras”, afirma Daniel Queiroz,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Fenapro, ao explicar que<br />

o número <strong>de</strong> agências que viam o cenário<br />

como positivo, no quadrimestre passado,<br />

era <strong>de</strong> apenas 16%. “Este número aumentou<br />

150% no último quadrimestre”, <strong>de</strong>staca.<br />

Contudo, o impacto ainda não foi revertido<br />

em gran<strong>de</strong> parte das empresas:<br />

analisando as que tiveram perda <strong>de</strong> receitas,<br />

48% <strong>de</strong>las projetam perda superior a<br />

30%, enquanto outra parte significativa –<br />

35% – estima que levará mais <strong>de</strong> um ano<br />

para retomarem o <strong>de</strong>sempenho pré-pan<strong>de</strong>mia<br />

ou, inclusive, po<strong>de</strong>m não recuperar<br />

os níveis pré-crise.<br />

Já as agências que apontam as perspectivas<br />

como estáveis mantiveram-se<br />

basicamente no mesmo patamar (37% na<br />

primeira sondagem e 39% da segunda), e<br />

as que não conseguem prever caíram <strong>de</strong><br />

17% para 10%.<br />

Entre as empresas que tiveram redução<br />

na receita, 22% preveem se recuperar em<br />

seis meses; 42%, entre seis meses e um<br />

ano; e 30%, em mais <strong>de</strong> um ano, sendo<br />

que 5% não prevê retomar o mesmo patamar<br />

<strong>de</strong> receita. Estes percentuais tiveram<br />

variação pequena em relação à pesquisa<br />

anterior, em torno <strong>de</strong> 1 ou 2 pontos percentuais.<br />

14 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Alimentando dias<br />

melhores em<br />

<strong>2020</strong>.<br />

Este ano não tem sido fácil.<br />

A pan<strong>de</strong>mia chegou e nos obrigou a enfrentar uma<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecida, mudando a vida<br />

<strong>de</strong> todos os brasileiros.<br />

Nós, da Camil Alimentos, com nossas marcas<br />

Arroz e Feijão Camil, Coqueiro e União, sabemos<br />

da nossa responsabilida<strong>de</strong> e não ficamos parados.<br />

União espalhou pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

em relógios <strong>de</strong> rua, pedidos para que as pessoas<br />

ficassem em casa, Arroz e Feijão Camil lançou<br />

o movimento #ComidaDeCasa para incentivar uma<br />

alimentação mais saudável, Coqueiro facilitou<br />

a vida dos brasileiros disponibilizando em suas<br />

re<strong>de</strong>s várias receitas fáceis e práticas<br />

e Camil Alimentos doou mais <strong>de</strong> 200 toneladas<br />

<strong>de</strong> comida para mais <strong>de</strong> 60 mil famílias.<br />

Camil Alimentos.<br />

Alimentando relações que <strong>de</strong>ixam<br />

a vida mais saborosa, todos os dias.


maRcaS<br />

Bra<strong>de</strong>sco mostra Jetsons usando as<br />

soluções do banco no contexto atual<br />

Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela Publicis tem peças para TV aberta<br />

e fechada, rádio, mídia impressa, YouTube, re<strong>de</strong>s sociais e OOH<br />

Publicis colocou a família <strong>de</strong><br />

A Os Jetsons para usar as soluções<br />

do Bra<strong>de</strong>sco na nova campanha<br />

do banco.<br />

O conceito Pros <strong>de</strong>safios do presente,<br />

experimente o futuro com o<br />

Bra<strong>de</strong>sco é trabalhado <strong>de</strong> forma<br />

integrada com filme <strong>de</strong> TV aberta<br />

e fechada, spots <strong>de</strong> rádio, anúncios<br />

<strong>de</strong> mídia impressa, inserções<br />

no YouTube, além <strong>de</strong> conteúdo<br />

para re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>senvolvidos<br />

em parceria com creators e OOH.<br />

No comercial, Jane, George e<br />

seus filhos interagem com tecnologias<br />

como a BIA, inteligência<br />

artificial do Bra<strong>de</strong>sco, usam vi<strong>de</strong>oconferências<br />

para falar com o<br />

gerente e fazem pagamentos por<br />

aproximação.<br />

A i<strong>de</strong>ia é motrar que eles resolvem<br />

as questões financeiras em<br />

Divulgação<br />

latente. Com o Bra<strong>de</strong>sco, isso é<br />

possível”, diz.<br />

Segundo Domenico Massareto,<br />

CCO da Publicis, assim como<br />

no primeiro filme, a segunda produção<br />

traz além do elenco original<br />

do <strong>de</strong>senho, os personagens<br />

que buscam retratar a diversida<strong>de</strong><br />

brasileira. Em sua avaliação,<br />

valores como inovação e representativida<strong>de</strong><br />

são os alicerces<br />

da atuação do Bra<strong>de</strong>sco e naturalmente<br />

reverberam para a sua<br />

comunicação. “O que acontece<br />

mais uma vez nesta campanha.<br />

O gerente do banco, por exemplo,<br />

é o mesmo personagem do primeiro<br />

filme, retratando as relações<br />

próximas, mesmo a distância,<br />

e duradouras que o Bra<strong>de</strong>sco<br />

mantém com os seus clientes”,<br />

afirma.<br />

Vigor Grego abraça o Outubro Rosa<br />

em campanha criada pela SunsetDDB<br />

Estratégia <strong>de</strong>senvolvida tem parceria com instituição, iniciativas no digital,<br />

projetos com público interno da marca e mudanças para o varejo<br />

Vigor Grego está com uma<br />

A campanha integrada para o<br />

Outubro Rosa, mundialmente<br />

utilizado para celebrar iniciativas<br />

<strong>de</strong> conscientização sobre o<br />

câncer <strong>de</strong> mama.<br />

A comunicação criada pela<br />

SunsetDDB tem ação com a<br />

Fundação Laço Rosa para disseminar<br />

informações e orientações<br />

sobre a importância do<br />

autocuidado feminino e do<br />

diagnóstico precoce.<br />

A i<strong>de</strong>ia é estimular conversas<br />

entre mulheres e reforçar a importância<br />

<strong>de</strong> discussões abertas<br />

sobre o tema, exames e acompanhamento<br />

médico, além <strong>de</strong><br />

esclarecer mitos e tabus.<br />

A estratégia acontece principalmente<br />

no ambiente digital,<br />

se esten<strong>de</strong> a ações internas com<br />

funcionárias e doações para a<br />

Personagens <strong>de</strong> Os Jetsons estrelam campanha da Publicis para o Bra<strong>de</strong>sco<br />

qualquer lugar, seguindo todos<br />

os protocolos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança.<br />

Márcio Parizotto, diretor <strong>de</strong><br />

marketing do banco, comenta<br />

que a primeira campanha do Bra<strong>de</strong>sco<br />

com os personagens futuristas<br />

foi ao ar em fevereiro <strong>de</strong>ste<br />

ano. “De lá para cá, o mundo<br />

mudou completamente e a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> experimentar o futuro<br />

agora tornou-se ainda mais<br />

Divulgação<br />

Estratégia tem ações para público interno, projeto para o digital e mudanças no varejo<br />

instituição. Além disso, no varejo<br />

os potinhos azuis dos produtos<br />

serão substituídos por<br />

potes cor-<strong>de</strong>-rosa.<br />

Flávia Drummond, diretora<br />

<strong>de</strong> marketing da Vigor, lembra<br />

que a iniciativa está atrelada ao<br />

novo posicionamento da marca<br />

– #EsseMomentoÉMeu –, lançado<br />

para reforçar a importância<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar momentos a si<br />

mesmo. “Abraçamos essa causa<br />

como uma forma <strong>de</strong> ajudar a<br />

amplificar mensagens <strong>de</strong> conscientização<br />

sobre esse tema tão<br />

importante. Além do alcance <strong>de</strong><br />

nossas ações, po<strong>de</strong>remos contribuir<br />

para ajudar mulheres<br />

que encontram na autoestima<br />

um estímulo para enfrentar a<br />

doença. Queremos também incentivar<br />

consumidores a se engajarem”,<br />

diz.<br />

16 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Torre <strong>de</strong> LED dupla-face no Aeroporto Internacional <strong>de</strong> Brasília,<br />

o maior painel digital em aeroportos da América Latina.<br />

Mega LED Ambientação Digital no Aeroporto Internacional <strong>de</strong> Belo Horizonte<br />

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MaRcas<br />

Re<strong>de</strong> Globo tem campanha b2b que<br />

mostra possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />

Ação Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s apresenta a anunciantes e agências<br />

as diversas opções omnichannel da programação comercial da emissora<br />

protagonista é o humorista<br />

O e ator Marcelo Adnet. Ele é<br />

o porta-voz da Re<strong>de</strong> Globo na<br />

campanha Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s,<br />

que propõe às agências e<br />

anunciantes as soluções omnichannel<br />

oferecidas pela emissora.<br />

Adnet lista as opções, que<br />

vão da gra<strong>de</strong> comercial da Globo,<br />

mas passando por Gloob,<br />

G1, Globonews e todos os canais<br />

<strong>de</strong> TV do grupo <strong>de</strong> mídia e conteúdo.<br />

“É a primeira <strong>de</strong> uma série<br />

<strong>de</strong> trabalhos que vai marcar a<br />

evolução do conceito Milhões<br />

<strong>de</strong> Uns. Oferecer milhões <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s para o mercado<br />

só é possível porque a Globo é<br />

plural. Está em todas as telas,<br />

no cotidiano e nas conversas<br />

Motorola evi<strong>de</strong>ncia a tecnologia<br />

na conexão e expressão das pessoas<br />

Criado pela Other Guyz e produzido pela Delicatessen, material foi<br />

gravado em quatro países: Brasil, Estados Unidos, Nigéria e Sérvia<br />

Motorola iniciou <strong>outubro</strong><br />

A com a campanha global You<br />

want it. You got it, que <strong>de</strong>staca<br />

os “risers” do Brasil, EUA, Nigéria<br />

e Sérvia. Criada pela Other<br />

Guyz e produzida pela Delicatessen,<br />

no Brasil ela chega como<br />

Você quer. Você tem reforçando a<br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moto G. A i<strong>de</strong>ia é<br />

mostrar a tecnologia como uma<br />

ferramenta po<strong>de</strong>rosa para que<br />

as pessoas se expressem e se conectem.<br />

Há ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong> 30’’, 15’’, 10’’<br />

e 6’’ para TV fechada e aberta,<br />

além <strong>de</strong> estratégia para os<br />

meios digitais, como YouTube,<br />

portais <strong>de</strong> notícias, re<strong>de</strong>s sociais<br />

da Motorola e formatos <strong>de</strong><br />

mídia especiais.<br />

Para a empresa, “risers” são<br />

pessoas que querem viver e se<br />

expressar <strong>de</strong> acordo com seus<br />

propósitos e impactam pessoas<br />

Sergio Valente li<strong>de</strong>rou a criação da campanha Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s, da Globo<br />

Campanha tem cenas gravadas no Brasil, Estados Unidos, Nigéria e Sérvia<br />

próximas e ao redor do mundo.<br />

Segundo Renata Altenfel<strong>de</strong>r,<br />

diretora-executiva global <strong>de</strong><br />

marketing da Motorola, a campanha<br />

representa muito o que<br />

Moto G é. “Conseguimos também<br />

trazer valores ainda mais<br />

em alta, que é se expressar, ter<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

espaço para sua voz, olhar para<br />

si e valorizar o que importa. Ela<br />

sempre foi muito importante<br />

na conexão, mas agora mais do<br />

que nunca. A tecnologia móvel<br />

é uma das gran<strong>de</strong>s responsáveis<br />

pelo mundo não ter literalmente<br />

parado”, diz. Além disso, a<br />

dos brasileiros. E fala, diariamente,<br />

com milhões <strong>de</strong> uns<br />

porque está a serviço <strong>de</strong> todos<br />

e <strong>de</strong> cada um. Oferecemos experiências<br />

que agregam, pois as<br />

nossas histórias são um reflexo<br />

da vida das pessoas, seus <strong>de</strong>sejos<br />

e anseios – estejam elas na<br />

TV aberta, por assinatura, streaming<br />

ou plataformas digitais”,<br />

<strong>de</strong>talhou Sergio Valente, diretor<br />

<strong>de</strong> Marca&Comunicação.<br />

“A campanha reflete a nossa<br />

evolução e como acompanhamos<br />

as mudanças no mercado<br />

publicitário. Para oferecer soluções<br />

para os nossos parceiros<br />

comerciais”, finaliza Eduardo<br />

Schaeffer, diretor <strong>de</strong> negócios<br />

integrados em publicida<strong>de</strong> da<br />

Globo.<br />

plataforma é um pontapé inicial.<br />

“Queremos que as pessoas<br />

se engajem para serem novos<br />

‘risers’ e encontrem na gente<br />

um parceiro para se expressar.”<br />

Para Juliana Mott, head <strong>de</strong><br />

marketing da Motorola Brasil, o<br />

tema da campanha tem bastante<br />

sensibilida<strong>de</strong> e é muito atual.<br />

“As pessoas estão dispostas<br />

a ouvir essa proposta <strong>de</strong> conceito.<br />

O mais bacana <strong>de</strong>ssa iniciativa<br />

global é po<strong>de</strong>r localizar<br />

e fazer com personas no Brasil<br />

também. Teremos influenciadores,<br />

amplificadores e creators<br />

<strong>de</strong> diversas áreas”, diz. Entre<br />

os participantes estão Babu,<br />

finalista do BBB20, e Eduardo<br />

Lyra, fundador e CEO do Instituto<br />

Gerando Falcões. “Eles<br />

dão voz contando como inspiram<br />

pessoas e qual o propósito<br />

<strong>de</strong> vida <strong>de</strong>les”, completa.<br />

18 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


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mais <strong>de</strong> 100 palestrantes, trazendo<br />

conhecimento, tendências e inspiração<br />

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marketeiros, comunicadores, artistas,<br />

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Giorgio Trovato/Unsplash<br />

Prêmios mais<br />

valiosos agora<br />

Se você participa do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

por inscrições em premiações, opte pelo sim<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Houve uma época em que começaram a<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar das premiações da área <strong>de</strong><br />

marketing e comunicação. De fato, havia<br />

muitas premiações que pareciam caça-<br />

-níqueis, interessadas apenas em captar o<br />

dinheiro <strong>de</strong> inscrições, criando categorias<br />

e subcategorias, <strong>de</strong> modo a contemplar o<br />

máximo <strong>de</strong> premiados possível.<br />

A maior crítica era para o todo-po<strong>de</strong>roso<br />

Cannes Lions, que, por um tempo, passou<br />

a entregar estatuetas a rodo, multiplicando<br />

categorias. Não se po<strong>de</strong> dizer que o pessoal<br />

do Cannes Lions não escuta as críticas.<br />

Já há um tempo que a organização passou<br />

a ser mais comedida com a abertura<br />

<strong>de</strong> novas categorias e, mais do que isso,<br />

passou a proibir a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> premiações<br />

transversais, que fazia com que<br />

um único case ganhasse Leões em diversas<br />

modalida<strong>de</strong>s.<br />

Foi estabelecido um limite. Mas a crítica<br />

continuava: “prefiro resultados a estatuetas”,<br />

diziam clientes. Mais uma vez, a organização<br />

do Cannes Lions tratou <strong>de</strong> buscar<br />

a comprovação <strong>de</strong> que as duas coisas não<br />

estão dissociadas, ao contrário, há uma relação<br />

direta entre o resultado efetivo <strong>de</strong> negócios<br />

e a criativida<strong>de</strong> que ganha prêmios.<br />

Há diversas apresentações do festival,<br />

com cases reais, comprovando que a eficácia<br />

<strong>de</strong> negócios é diretamente proporcional<br />

à abordagem criativa <strong>de</strong> suas campanhas e<br />

ações <strong>de</strong> ativação.<br />

A verda<strong>de</strong> é que nunca a criativida<strong>de</strong> foi<br />

tão importante como agora, como forma <strong>de</strong><br />

driblar as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma crise sem<br />

prece<strong>de</strong>ntes. Os organizadores <strong>de</strong> premiações<br />

foram obrigados a rever seus planos,<br />

pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s<br />

presenciais <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> troféus, mas<br />

também preocupados com a disposição das<br />

agências <strong>de</strong> inscrever seus cases em tempos<br />

<strong>de</strong> vacas magras.<br />

Mas as premiações <strong>de</strong> prestígio e <strong>de</strong> reconhecimento<br />

do mercado procuraram<br />

manter a edição <strong>de</strong>ste ano, mesmo com todas<br />

as limitações. E agora cabe ao mercado<br />

<strong>de</strong>monstrar que tem soluções para todos<br />

os momentos, mesmo os mais adversos. As<br />

inscrições <strong>de</strong>vem envolver cases retratando<br />

dois momentos: antes da pan<strong>de</strong>mia e<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia. São situações diametralmente<br />

opostas: no segundo semestre<br />

<strong>de</strong> 2019, o mercado brasileiro estava com<br />

a expectativa <strong>de</strong> uma melhora, apostando<br />

num crescimento – nada muito expressivo,<br />

mas alentador; já no primeiro semestre <strong>de</strong><br />

<strong>2020</strong>, veio o imprevisível: uma pan<strong>de</strong>mia e<br />

a maior crise da época mo<strong>de</strong>rna.<br />

Mas, como dizia um antigo chefe japonês<br />

no meu início <strong>de</strong> carreira: “Todo problema<br />

tem solução. Tem a solução i<strong>de</strong>al,<br />

tem a média e tem a ruim, mas sempre há<br />

uma solução”.<br />

É a hora <strong>de</strong> selecionar as soluções <strong>de</strong><br />

marketing encontradas e fazerem-nas concorrer<br />

com outras <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> iguais condições.<br />

O que não dá é ficar imobilizado, se<br />

lamentando e esperando que tudo volte ao<br />

normal para começar a agir. Até porque o<br />

tal normal não será o mesmo.<br />

É o que temos e é com essas armas que<br />

precisamos ir ao combate. Apesar do imenso<br />

baque, a vida continua. As pessoas continuam<br />

indo às compras, presencialmente<br />

ou por e-commerce, que teve um gran<strong>de</strong><br />

crescimento em <strong>2020</strong>.<br />

E, à medida em que começa a pintar um<br />

processo <strong>de</strong> flexibilização, o público precisa<br />

ser impactado com maior intensida<strong>de</strong><br />

por marcas que concorrem, não somente<br />

entre si, mas com as circunstâncias adversas.<br />

É preciso um esforço maior agora.<br />

De todos! O mercado precisa <strong>de</strong> ação, <strong>de</strong><br />

iniciativa! Se você participa do processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão por inscrições em premiações,<br />

opte pelo sim, como forma <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar a<br />

peteca cair.<br />

Falo pelo Ampro Globes, premiação <strong>de</strong><br />

live marketing que completa 20 anos, mas<br />

também por todas aquelas que são sérias<br />

e <strong>de</strong>cidiram manter a edição <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. É a<br />

hora <strong>de</strong> fortalecer essas iniciativas que <strong>de</strong>monstram<br />

resiliência e atuação positiva<br />

pelo bem <strong>de</strong> todo o mercado.<br />

Ouvi do incansável José Victor Oliva, numa<br />

live da semana passada, que ele preten<strong>de</strong><br />

encarar este mês como Outubro Ver<strong>de</strong>.<br />

Ver<strong>de</strong> do “permitido”. Ver<strong>de</strong> do fazer! Ver<strong>de</strong><br />

da esperança! Eu tô <strong>de</strong>ntro. E você?<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

20 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


quem fez<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

fotos: Divulgação<br />

COLEÇÃO<br />

Plataforma que explora narrativas femininas<br />

por meio da arte, a Obvius Agency recebeu<br />

convite da C&A para <strong>de</strong>senvolver uma<br />

coleção que integra o seu projeto Mind7,<br />

lançado em 2018. Um dos temas é Logomania,<br />

para t-shirts policrômicas e frases <strong>de</strong><br />

efeito. O lançamento oficial está previsto<br />

para esta quinta-feira (8).<br />

obvius agency<br />

C&a<br />

Título: Despertar; direção <strong>de</strong> criação: Marcela<br />

Ceribelli e Renato Galvão; diretor <strong>de</strong> arte: Mario<br />

Mantovanni; fotografia: Renato Galvão; produção:<br />

Thinkers; beleza: Liege Wisniewski;<br />

styling: Mariana Petriche; aprovação: Mariana<br />

Moraes, Katiane Romero e Mariana Petriche.<br />

BENEFíCIOS<br />

A apresentadora Ana Maria Braga e a médica<br />

Thelma Assis são as protagonistas da campanha<br />

que promove as vantagens do Cartão <strong>de</strong><br />

Todos nas áreas da saú<strong>de</strong>, educação e lazer.<br />

Claudia Kalim, head <strong>de</strong> estratégia e negócios<br />

da agência, explica que mensagens positivas<br />

são importantes para “seguir em frente e efetivamente<br />

superar tudo isso”.<br />

gotcha<br />

CarTÃo DE ToDoS<br />

Título: Guerreiras da superação; direção <strong>de</strong> criação:<br />

Tiago Trinda<strong>de</strong> e Luiz Barretto; criação: Bruna<br />

Oliveira, Nazura, Leandro Silva e Alexandre Viana;<br />

áudio: Waity Produções; produtora: Studio<br />

Fly; diretor: Diego Biazzon; aprovação: Tales Vilar,<br />

Rennan Vilar Antunes e Alexandre Veras.<br />

ECONOMIA<br />

Desperdício <strong>de</strong> água está no cerne da campanha<br />

institucional da Sulformas, um dos<br />

principais players do mercado <strong>de</strong> formas <strong>de</strong><br />

bolo, panetones e outros itens <strong>de</strong> confeitaria e<br />

panificação. Seus produtos não precisam ser<br />

lavados o que, segundo a empresa, proporciona<br />

uma economia <strong>de</strong> 81 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação em 2016.<br />

flavor studio<br />

SulformaS<br />

Título: Eu não lavo formas; diretores <strong>de</strong> criação:<br />

Emerson Vieira e Mauricio Daniachi; redator: Anny<br />

Katleen; produtora: Asterói<strong>de</strong>; roteiro e direção:<br />

Thiago Prestes e Guilherme Biglia; áudio: Canja<br />

Audio Culture; atriz: Gabriela Reis; aprovação: An<strong>de</strong>rson<br />

Oliveira.<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21


entreviStA<br />

AlexAndre nogueirA<br />

diretor <strong>de</strong> marketing do Grupo<br />

Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />

SAú<strong>de</strong> e<br />

queStõeS<br />

finAnceirAS<br />

São<br />

prioridA<strong>de</strong>S<br />

O<br />

segmento <strong>de</strong> seguros vem sofrendo<br />

mudanças radicais, segundo Alexandre<br />

Nogueira, diretor <strong>de</strong> marketing do Grupo<br />

Bra<strong>de</strong>sco Seguros. O perfil <strong>de</strong>mográfico da<br />

população, cada vez mais longeva, até a revolução<br />

tecnológica e digital, dita as linhas, re<strong>de</strong>senha os<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e incorpora novos players.<br />

Neste momento, a i<strong>de</strong>ia é, segundo o executivo,<br />

intensificar o movimento por proteção das pessoas e<br />

das famílias. Veja a seguir os principais trechos <strong>de</strong>sta<br />

entrevista.<br />

Neusa spaulucci<br />

Qual a estratégia da empresa, em<br />

tempos <strong>de</strong> crise, para conquistar<br />

mais clientes?<br />

Diante do cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />

e do distanciamento social <strong>de</strong>correntes<br />

da Covid-19, a Bra<strong>de</strong>sco<br />

Seguros se <strong>de</strong>dicou a oferecer<br />

ainda mais facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento<br />

e na prestação <strong>de</strong> serviços<br />

cada vez mais digitais e eficientes<br />

para nossos clientes e parceiros<br />

<strong>de</strong> negócio. Acreditamos<br />

que neste momento, mais do que<br />

nunca, a frase contida em nossa<br />

assinatura Com você. Sempre precisa<br />

ser praticada. Vale ressaltar<br />

que o mercado <strong>de</strong> seguros vem<br />

passando por transformações<br />

estruturais profundas, incluindo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o perfil <strong>de</strong>mográfico da população,<br />

que a cada dia fica mais<br />

longeva, até a revolução tecnológica<br />

e digital, que re<strong>de</strong>senha<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e incorpora<br />

novos players. Em contrapartida,<br />

as mudanças também criam<br />

oportunida<strong>de</strong>s, sobretudo em<br />

um mercado ainda subpenetrado<br />

e com imenso potencial <strong>de</strong> crescimento<br />

como o brasileiro. Nesse<br />

sentido, temos investido <strong>de</strong> maneira<br />

crescente em inovação e<br />

tecnologia, <strong>de</strong> forma a avaliar os<br />

novos padrões <strong>de</strong> consumo, para<br />

precificar a<strong>de</strong>quadamente nossos<br />

produtos; aceitar melhor o risco -<br />

que é a nossa principal matéria-<br />

-prima; e otimizar nossos canais<br />

<strong>de</strong> comercialização.<br />

A última campanha da Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />

<strong>de</strong>staca a importância <strong>de</strong> se<br />

acreditar no futuro. O apelo emocional<br />

chama mais a atenção do brasileiro<br />

quando o assunto é segurança?<br />

No cenário atual, nosso principal<br />

objetivo tem sido promover<br />

comunicações que <strong>de</strong>staquem a<br />

importância da socieda<strong>de</strong> se engajar<br />

na luta contra o coronavírus<br />

e inspirem a solidarieda<strong>de</strong>, a<br />

positivida<strong>de</strong> e reflexões sobre a<br />

importância da proteção. O tom<br />

da comunicação, alinhado com<br />

o momento que estamos vivendo,<br />

ajuda muito no que tange a<br />

atenção e percepção da mensagem.<br />

Por meio <strong>de</strong>ssas ações, temos<br />

fortalecido ainda mais nosso<br />

compromisso com funcionários,<br />

clientes, colaboradores, corretores<br />

e parceiros do setor. Olhando<br />

para o futuro, nossa estratégia<br />

está sempre focada em aprimorar<br />

a experiência do cliente Bra<strong>de</strong>sco<br />

Seguros, oferecendo, num único<br />

lugar, soluções <strong>de</strong> seguros que<br />

lhe garantam proteção em todos<br />

os seus ciclos <strong>de</strong> vida.<br />

Vocês <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> realizar alguma<br />

estratégia por conta da pan<strong>de</strong>mia?<br />

Com um planejamento totalmente<br />

estruturado para o ano <strong>de</strong><br />

<strong>2020</strong>, tivemos <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões<br />

rápidas e rea<strong>de</strong>quar as estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação e marketing da<br />

seguradora. Colocar em prática<br />

a flexibilida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong><br />

foi muito importante neste momento<br />

<strong>de</strong>safiador. Alguns projetos<br />

foram antecipados e outros<br />

foram adaptados para o contexto<br />

atual. Para isso, realizamos<br />

internamente várias ativida<strong>de</strong>s<br />

com os nossos funcionários que<br />

estão engajados e unidos para<br />

prestar os mais distintos serviços<br />

aos nossos clientes e parceiros.<br />

Desenvolvemos materiais<br />

especiais, como cartilha, hotsite,<br />

ví<strong>de</strong>os e até um 0800 para tirar<br />

dúvidas e explicar <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada<br />

as questões que envolvem<br />

a Covid-19. Gran<strong>de</strong> parte das iniciativas<br />

e ações implementadas<br />

durante o período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />

integra a nossa assinatura Com<br />

Você. Sempre, que reforça o conceito<br />

<strong>de</strong> que a seguradora dispõe<br />

<strong>de</strong> produtos e serviços para todos<br />

os tipos <strong>de</strong> riscos e situações, a<br />

fim <strong>de</strong> resolver as necessida<strong>de</strong>s<br />

dos nossos segurados com prontidão<br />

e assertivida<strong>de</strong>.<br />

É difícil abordar o assunto seguro<br />

quando o ambiente não está equilibrado.<br />

Como vocês lidam com isso<br />

em tempos tão <strong>de</strong>licados?<br />

O Grupo Bra<strong>de</strong>sco Seguros enten<strong>de</strong><br />

que o seguro precisa estar<br />

inserido naturalmente no dia a<br />

dia das famílias brasileiras por ser<br />

um item <strong>de</strong> primordial importância<br />

que garante tranquilida<strong>de</strong> no<br />

presente e para o futuro <strong>de</strong> todas<br />

as pessoas. Nós temos a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intensificarmos<br />

esse movimento por proteção. A<br />

visibilida<strong>de</strong> proporcionada por<br />

nossas campanhas, tanto para o<br />

tema seguro quanto para o nosso<br />

portfólio diversificado, <strong>de</strong>staca<br />

a credibilida<strong>de</strong> que caracteriza<br />

a nossa marca, para avançarmos<br />

nas estratégias <strong>de</strong> levar o seguro<br />

a cada vez mais pessoas e empresas<br />

em todo o país. Além <strong>de</strong><br />

reforçarmos nossa estratégia<br />

multirramo, buscamos fortalecer<br />

a comunicação com o cliente, visando<br />

aten<strong>de</strong>r as suas expectativas<br />

<strong>de</strong> maneira ainda mais eficaz<br />

e transparente.<br />

Em função da crise, gerada pela Covid-19,<br />

a população está <strong>de</strong>sistindo<br />

<strong>de</strong> certas <strong>de</strong>spesas. O plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

ou o seguro em geral está entre<br />

esses itens?<br />

O período <strong>de</strong> isolamento social<br />

trouxe à tona um componente a<br />

mais para o mercado segurador:<br />

a reflexão das pessoas em torno<br />

<strong>de</strong> proteção, estabilida<strong>de</strong> e planejamento<br />

para o futuro. É válido<br />

pensarmos neste “novo normal”,<br />

como um momento <strong>de</strong>safiador,<br />

mas acredito que também seja<br />

um momento que promove um<br />

ambiente favorável para falarmos<br />

<strong>de</strong> proteção. De acordo com<br />

um estudo recente da Febraban,<br />

a saú<strong>de</strong> e as questões financeiras<br />

são priorida<strong>de</strong> para a vida pós-<br />

-pan<strong>de</strong>mia. A pesquisa também<br />

<strong>de</strong>staca que a moradia será priorida<strong>de</strong><br />

e a segurança cresce como<br />

gatilho para investimentos, 48%<br />

dos entrevistados preten<strong>de</strong>m<br />

melhorar ou reformar a casa/<br />

comprar imóvel e 37% consi<strong>de</strong>ra<br />

fazer investimentos bancários<br />

ou poupança. Percebemos um<br />

aumento da conscientização das<br />

pessoas sobre a importância <strong>de</strong><br />

assumir e zelar pela direção do<br />

próprio futuro financeiro.<br />

Houve queda no segmento neste período?<br />

Qual o montante?<br />

A Susep (Superintendência<br />

<strong>de</strong> Seguros Privados) divulgou<br />

recentemente uma análise dos<br />

principais dados relativos ao <strong>de</strong>sempenho<br />

do setor <strong>de</strong> seguros,<br />

até junho <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. Apesar <strong>de</strong> o<br />

setor ter apresentado uma queda<br />

<strong>de</strong> 4,3% no acumulado do ano,<br />

em relação ao mesmo período <strong>de</strong><br />

2019, há indícios <strong>de</strong> retomada da<br />

22 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


ativida<strong>de</strong> econômica. No que diz<br />

respeito tanto à evolução da pan<strong>de</strong>mia<br />

quanto às suas consequências<br />

econômicas, é natural que as<br />

pessoas sintam certa insegurança<br />

quanto à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> consumir,<br />

pois ainda estão tentando compreen<strong>de</strong>r<br />

o que está sendo chamado<br />

<strong>de</strong> “novo normal” e qual<br />

impacto essa nova realida<strong>de</strong> terá<br />

em suas vidas. Ainda é cedo para<br />

fazer diagnósticos e previsões,<br />

até porque a indústria <strong>de</strong> seguros<br />

é pró-cíclica, ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

diretamente da evolução da<br />

ativida<strong>de</strong> econômica, que ainda<br />

permanece com elevado grau <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>finição. O que se observa é<br />

que acelerou uma mudança <strong>de</strong><br />

mindset nas pessoas com relação<br />

ao mercado <strong>de</strong> seguros. Superado<br />

este período, porém, avaliamos<br />

que a <strong>de</strong>manda ten<strong>de</strong>, sim, a aumentar,<br />

principalmente por conta<br />

do crescente entendimento da<br />

população quanto à importância<br />

<strong>de</strong> contar com proteção em suas<br />

vidas e na <strong>de</strong> quem mais importa<br />

para elas.<br />

“estamos<br />

vivendo um<br />

momento <strong>de</strong><br />

adaptações<br />

muito<br />

relevantes”<br />

Divulgação<br />

O brasileiro não tem o hábito <strong>de</strong> fazer<br />

seguro, principalmente o <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

previdência. Qual a melhor forma <strong>de</strong><br />

atrair um segurado?<br />

O mercado <strong>de</strong> seguros brasileiro<br />

evoluiu e estamos vivendo um<br />

momento <strong>de</strong> adaptações muito<br />

relevantes para o atendimento<br />

das necessida<strong>de</strong>s e apontamentos<br />

dos nossos clientes. Hoje,<br />

cada vez mais, diante da multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> opções, quem <strong>de</strong>termina<br />

como e quando <strong>de</strong>seja ser<br />

atendido é o consumidor. Com<br />

isso, buscamos acompanhar <strong>de</strong><br />

perto as mudanças <strong>de</strong> hábitos,<br />

seus anseios e <strong>de</strong>sejos por proteção.<br />

Nós temos a importante<br />

função <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as reais necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>sejos das pessoas<br />

para cruzá-las com os produtos<br />

que estão disponíveis ampliando<br />

a oferta <strong>de</strong> proteção. No ramo <strong>de</strong><br />

seguros, houve um redirecionamento<br />

do foco para a cobertura<br />

<strong>de</strong> novos riscos e uma contratação<br />

mais ágil. Acredito que exista<br />

uma propensão a um aumento da<br />

conscientização dos brasileiros<br />

sobre a relevância da educação<br />

financeira em geral e a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> proteção. Essas mudanças<br />

ten<strong>de</strong>m a causar uma abertura<br />

maior para a penetração do mercado<br />

<strong>de</strong> seguros no país, em especial<br />

para produtos ainda pouco<br />

disseminados, como o seguro <strong>de</strong><br />

vida, por exemplo. O nosso objetivo<br />

é estimular o cliente a refletir<br />

que precisa estar protegido para<br />

que todos possam lidar com os<br />

“previstos” e imprevistos da vida<br />

com mais tranquilida<strong>de</strong>.<br />

Em geral, os seguros são muito caros<br />

para os padrões brasileiros. Como o<br />

segmento lida com esta questão?<br />

O ramo <strong>de</strong> seguros utiliza o<br />

cálculo acerca da probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados eventos, o<br />

que contribui na avaliação <strong>de</strong><br />

riscos, na fixação <strong>de</strong> prêmios, <strong>de</strong><br />

in<strong>de</strong>nização, <strong>de</strong> benefícios e <strong>de</strong><br />

reservas. O mercado <strong>de</strong> seguros<br />

oferece proteção para as mais<br />

variadas necessida<strong>de</strong>s e para diferentes<br />

situações ou bens materiais.<br />

Há modalida<strong>de</strong>s que cabem<br />

em todos os bolsos e aten<strong>de</strong>m a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. Sendo assim,<br />

não é possível comparar os<br />

diferentes tipos <strong>de</strong> seguros, pois<br />

os riscos estão relacionados nas<br />

condições gerais do seguro.<br />

O setor se une em torno <strong>de</strong> assuntos<br />

que promovem mais a captação <strong>de</strong><br />

clientes?<br />

O setor se une na educação<br />

com a missão <strong>de</strong> difundir a cultura<br />

do seguro. Com o apoio da<br />

CNSEG (Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

das Seguradoras), buscamos disseminar<br />

a cultura do seguro, fortalecendo<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

consciente do consumidor, informando<br />

e orientando por meio<br />

<strong>de</strong> uma linguagem clara e objetiva.<br />

Nosso principal <strong>de</strong>safio como<br />

grupo segurador é comunicar,<br />

disseminar a cultura do seguro e<br />

popularizar esses produtos junto<br />

à população brasileira. A indústria<br />

<strong>de</strong> seguros <strong>de</strong>ve ser entendida<br />

como fator presente e indispensável<br />

à preservação do bem-estar<br />

coletivo, da tranquilida<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico.<br />

Em meio a um ambiente tão incerto,<br />

quais os próximos passos do Bra<strong>de</strong>sco<br />

Seguros?<br />

Em termos <strong>de</strong> comunicação,<br />

nosso objetivo é se aproximar<br />

cada vez mais dos clientes, promovendo<br />

ações <strong>de</strong> comunicação<br />

e gerando conteúdo que seja relevante<br />

no dia a dia das pessoas.<br />

Buscamos investir cada vez mais<br />

em informação, conhecimento,<br />

saú<strong>de</strong> e bem-estar que possam<br />

ajudar a socieda<strong>de</strong> a enfrentar<br />

esse período da melhor maneira<br />

possível. Agora, mais do que nunca,<br />

é preciso mostrar propósitos e<br />

<strong>de</strong>ixar claro que isso é verda<strong>de</strong>iro.<br />

Bom exemplo disso é a plataforma<br />

Com Você, em que temos promovido<br />

uma série <strong>de</strong> conteúdos com<br />

dicas e orientações apresentadas<br />

por influenciadores e especialistas<br />

renomados do meio digital.<br />

Buscando fortalecer ainda mais o<br />

“tivemos<br />

<strong>de</strong> tomar<br />

<strong>de</strong>cisões<br />

rápidas e<br />

rea<strong>de</strong>quar as<br />

estratégias”<br />

relacionamento com os parceiros<br />

<strong>de</strong> negócios, a Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />

vem investindo em ações que foram<br />

<strong>de</strong>senhadas especialmente<br />

para apoiar e capacitar o corretor<br />

no cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Gestão<br />

emocional, protagonismo e novos<br />

caminhos para a oferta <strong>de</strong> seguros<br />

foram alguns dos temas trabalhados<br />

nas ações online. Até julho<br />

<strong>de</strong>ste ano, foram mais <strong>de</strong> 56 mil<br />

participações <strong>de</strong> corretores. Recentemente<br />

também veiculamos<br />

o filme Semente, com versos <strong>de</strong><br />

Gonzaguinha, inspirando as pessoas<br />

a não pararem <strong>de</strong> sonhar e a<br />

terem fé no que virá, transmitindo<br />

um ar <strong>de</strong> otimismo e levando<br />

mensagem sobre a importância<br />

<strong>de</strong> acreditarmos no futuro.<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23


we<br />

mkt<br />

Brett Jordan/Unsplash<br />

Princesa Isabel,<br />

socorro!<br />

“A gente não quer só comida.<br />

A gente quer comida, diversão e arte”<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

No ar, as Dark Kitchens! No início, os<br />

aplicativos <strong>de</strong> entregas <strong>de</strong> comida trabalhavam<br />

com os restaurantes existentes.<br />

E assim passaram-se os primeiros anos, os<br />

anos <strong>de</strong> implantação do sistema ou da nova<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor. Os preços cobrados pelos<br />

restaurantes já existentes incluíam todos os<br />

custos, impostos, aluguel, marca, <strong>de</strong>coração,<br />

aparelhagem, enfim, tudo o que caracteriza<br />

um restaurante <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Portanto,<br />

mesmo comendo-se em casa e a distância,<br />

no preço do prato estava tudo incluído. E<br />

ainda era necessário agregar-se o custo da<br />

empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Ou seja, em relação aos<br />

preços praticados, os entregues em casa,<br />

custavam entre 8% a 12%, até 20% a mais.<br />

Assim, só pediam comida em casa as pessoas<br />

que tinham dinheiro e po<strong>de</strong>riam comer<br />

nos restaurantes, mas, por preguiça ou falta<br />

<strong>de</strong> tempo, preferiam pedir pelo smartphone.<br />

Queriam maratonar na Netflix e não tinham<br />

tempo para per<strong>de</strong>r. Se todos se conformassem<br />

com isso, tudo estaria acomodado e nada<br />

mais aconteceria. Mas as novas empresas<br />

<strong>de</strong> entrega, turbinadas com o capital <strong>de</strong> investidores,<br />

precisavam escalar.<br />

Aditivadas pela inteligência artificial sabiam,<br />

mais do que os donos dos restaurantes,<br />

quais eram os clientes e o que queriam.<br />

E que para continuar crescendo na velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejada pelos investidores precisavam<br />

ser acessíveis às classes C e D. E se<br />

continuassem entregando comida <strong>de</strong> restaurantes,<br />

com todos os custos incluídos,<br />

sem chances. Solução, as Dark Kitchens.<br />

Cozinhas que ninguém tem a mais pálida<br />

i<strong>de</strong>ia on<strong>de</strong> é, <strong>de</strong> quem é, que funcionam<br />

exclusivamente para o <strong>de</strong>livery, eliminam<br />

infinitos custos, e têm condição <strong>de</strong> praticar<br />

preços menores e acessíveis às classes C e<br />

D. Ou seja, antigos donos <strong>de</strong> restaurantes,<br />

e novos donos <strong>de</strong> restaurantes, estão multiplicando<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dark Kitchens<br />

e passam a trabalhar para os aplicativos.<br />

Uma espécie <strong>de</strong> escravos dos tempos mo<strong>de</strong>rnos,<br />

Digital Slaves. Inclusive com direito<br />

a música composta e cantada pelo<br />

Baysi<strong>de</strong> Kings. Lembram, “Alienated, you<br />

choose to live in a world that was built to<br />

entertain you and distance you from what’s<br />

real...”. Daniele Madureira, do jornal Valor,<br />

foi atrás e escreveu, no título <strong>de</strong> sua maté-<br />

Arnaldo Antunes<br />

ria: Aplicativos <strong>de</strong> entrega dão as or<strong>de</strong>ns na<br />

cozinha. Daniele <strong>de</strong>screve o que encontrou:<br />

“Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos gran<strong>de</strong>s aplicativos <strong>de</strong><br />

entrega <strong>de</strong> comida o tradicional convite ‘visite<br />

a nossa cozinha’, exposto em boa parte<br />

dos restaurantes... fim!” E conclui, “empresas<br />

como iFood, Rappi e Uber Eats estão investindo<br />

nas chamadas Dark Kitchens que<br />

só funcionam para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas<br />

dos serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery...”. Nas chamadas<br />

Dark Kitchens, é como se os chefes cozinhassem<br />

<strong>de</strong> olhos vendados. Não têm a<br />

mais pálida i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quem compra e come<br />

a comida. O seu horizonte termina no motoboy<br />

que retira e faz a entrega. Fim. Uma<br />

perna só. Silêncio.<br />

Segundo Daniele, o roteiro é o seguinte:<br />

“Os aplicativos usam os imensos bancos <strong>de</strong><br />

dados que possuem para i<strong>de</strong>ntificar a <strong>de</strong>manda<br />

por um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> refeição<br />

em um bairro ou vizinhança da cida<strong>de</strong>.<br />

De posse <strong>de</strong>ssa informação, buscam um<br />

dos restaurantes que já usam a plataforma<br />

para a entrega e orientam na escolha <strong>de</strong><br />

um ponto para a montagem <strong>de</strong> mais uma<br />

Dark Kitchens. O investimento fica por conta<br />

do restaurante, que fecha um contrato <strong>de</strong><br />

exclusivida<strong>de</strong> com o aplicativo. A cozinha<br />

trabalha <strong>de</strong> portas fechadas e apenas para<br />

aten<strong>de</strong>r os clientes do aplicativo. Como se<br />

fosse a cozinha <strong>de</strong> uma casa. E recebe toda<br />

a orientação do aplicativo, inclusive passa<br />

a trabalhar com uma marca específica<br />

do aplicativo criada para esse serviço. Todos<br />

os aplicativos escon<strong>de</strong>m o número das<br />

tais Dark Kitchens. Mas o Uber Eats abriu<br />

para Daniele uma pequena pista: “Nos 36<br />

países on<strong>de</strong> encontra-se presente são mais<br />

<strong>de</strong> 5,5 mil DKs... É isso amigos. Evolução?<br />

Involução? Por enquanto é o que temos. E<br />

ainda tudo isso condimentado em nosso<br />

país pela crise econômica nossa, conjuntural<br />

e agora pan<strong>de</strong>mia. Acredito, no entanto,<br />

que um pouco mais adiante, quando a<br />

situação econômica melhorar, voltaremos<br />

a nos emocionar com as alegrias e felicida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> comermos num bom restaurante, ao<br />

lado <strong>de</strong> muitas e outras pessoas, contando<br />

com os serviços <strong>de</strong> maîtres e garçons, e a<br />

comida saindo direto da cozinha para nossas<br />

mesas, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garupas<br />

<strong>de</strong> motos e temperos <strong>de</strong> fumaça e gasolina.<br />

DKs então... Como dizem as crianças,<br />

ekkkkaaaaa!!!, em todos os sentidos.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

26 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Quer enten<strong>de</strong>r o futuro?<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

“A motivação é <strong>de</strong> fazer o que a zona <strong>de</strong> conforto não me <strong>de</strong>ixava praticar,<br />

porque, quando tudo ia bem, dava uma preguiça danada <strong>de</strong> arriscar”<br />

Fernando Figueiredo<br />

especial para o ProPMarK<br />

Parece dica <strong>de</strong> autoajuda, mas não é.<br />

É apenas um relato <strong>de</strong> mais um sobrevivente<br />

da pan<strong>de</strong>mia, que não viu<br />

apenas 10 anos acontecerem em quatro<br />

meses, mas enten<strong>de</strong>u em pouco tempo<br />

coisas que passou a vida inteira tentando<br />

enten<strong>de</strong>r sobre si mesmo.<br />

Olhar para o passado buscando referências<br />

do que <strong>de</strong>u certo, não podia ser mais<br />

atraso <strong>de</strong> vida.<br />

Afinal, o que <strong>de</strong>u certo antes não vai dar<br />

certo agora, necessariamente.<br />

E tentar adivinhar o que vai acontecer lá na<br />

frente é apenas mais uma loteria na vida que<br />

não vai mudar em nada o seu presente, a não<br />

ser a sua ausência.<br />

Como todo mundo, entrei nessa montanha-russa<br />

com a ansieda<strong>de</strong> nas alturas. Mas,<br />

tudo o que eu não queria pra mim era ficar<br />

mergulhado nas re<strong>de</strong>s sociais, sentando no<br />

meu micromundo, <strong>de</strong> braços cruzados, esperando<br />

o planeta dar certo <strong>de</strong> novo.<br />

Sem qualquer referência parecida no passado<br />

e sem saber como isso iria acabar lá na<br />

frente, fui obrigado a olhar para a única coisa<br />

que eu tinha certeza, o agora.<br />

E percebi que, olhando e fazendo coisas<br />

agora, me realizo instantaneamente a cada<br />

passo dado. E este tesão da realização presente<br />

é uma droga viciante que só te ajuda a dar<br />

o próximo passo.<br />

A pan<strong>de</strong>mia, com todo o estrago provocado<br />

na humanida<strong>de</strong>, me trouxe algo<br />

<strong>de</strong> bom: a motivação <strong>de</strong> fazer o que a<br />

zona <strong>de</strong> conforto não me <strong>de</strong>ixava praticar,<br />

porque, quando tudo ia bem, dava<br />

uma preguiça danada <strong>de</strong> arriscar e fazer<br />

algo novo.<br />

Das minhas atitu<strong>de</strong>s diárias tirei várias<br />

coisas da gaveta: voltei a fazer análise, afinal<br />

ninguém é <strong>de</strong> ferro.<br />

Quebrei o preconceito e resolvi fazer<br />

coaching, que além <strong>de</strong> ter me apaixonado<br />

pela i<strong>de</strong>ia, escolhi a cobaia a <strong>de</strong>do, e meu<br />

ex-cliente e ex-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

multinacional, se mostrou um ser humano<br />

incrível e um “chefe” perfeito, além <strong>de</strong><br />

um brilhante tocador <strong>de</strong> bumbo dando ritmo<br />

na minha vida.<br />

Voltei pra sala <strong>de</strong> aula e a imperfeição do<br />

EAD me possibilitou me matricular em Kellogg<br />

para uma pós <strong>de</strong> digital marketing pra lá<br />

<strong>de</strong> esclarecedora.<br />

Não sei se foi tudo isso ou o fato <strong>de</strong> eu<br />

ter aterrissado no Brasil <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> três anos<br />

<strong>de</strong> “mestrado” na vida americana, inaugurando<br />

o meu empty nest, vem me dando o<br />

foco, a alegria e o propósito para mexer, sacudir,<br />

aprimorar, inovar e arriscar a minha<br />

vida, a minha agência, os meus negócios,<br />

as minhas i<strong>de</strong>ias.<br />

E já que falei em filhos (ou a ausência<br />

<strong>de</strong>les), eu vi neles a forma mais prática <strong>de</strong><br />

olhar o presente e perceber como o futuro<br />

é moldado.<br />

Filhos não são um projeto <strong>de</strong> vida dos pais.<br />

Eles são donos dos próprios rumos.<br />

E perceber eles crescerem, enten<strong>de</strong>rem<br />

a vida e <strong>de</strong>senharem o próprio futuro<br />

é melhor do que qualquer doutorado do<br />

planeta.<br />

Quer saber sobre social media, olha o celular<br />

<strong>de</strong>les.<br />

Quer enten<strong>de</strong>r sobre consumo, espiona os<br />

últimos carrinhos <strong>de</strong> compra.<br />

E quer conhecer a educação financeira do<br />

consumidor?<br />

Pesquisa como eles lidam com o PayPal, o<br />

Venmo.<br />

Você vai olhar para o passado sem nostalgia,<br />

vai ter uma pequena amostragem<br />

do que será o futuro, mas vai se divertir<br />

muito per<strong>de</strong>ndo tempo olhando o presente<br />

que você criou, sua família.<br />

Fernando Figueiredo é CEO e senior partner da<br />

Bullet<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27


STORYTELLER<br />

Unsplash<br />

Horário eleitoral<br />

É na telinha do computador que o eleitor<br />

vai se informar sobre quem são e o que<br />

pensam os candidatos <strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong><br />

LuLa Vieira<br />

Está aberta a temporada <strong>de</strong> caça aos<br />

eleitores. Dezenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> candidatos<br />

estão nas ruas e, principalmente,<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais em busca <strong>de</strong> votos. Com<br />

restrições fortíssimas ao trabalho <strong>de</strong> rua,<br />

quem concorre a uma vaga nas Câmaras<br />

Municipais ou preten<strong>de</strong> chegar à Prefeitura<br />

está contando principalmente com o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> alcance das re<strong>de</strong>s sociais. É na telinha<br />

do computador que o eleitor vai se informar<br />

sobre quem são e o que pensam os candidatos<br />

<strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong>. Uma experiência ainda<br />

não vivida por ninguém, seja candidato ou<br />

eleitor. A internet já vinha ocupando o espaço<br />

das outras ferramentas eleitorais, mas<br />

com a pan<strong>de</strong>mia do coronavírus o papel da<br />

internet cresceu a ponto <strong>de</strong> se situar, hoje,<br />

como o mais influente dos meios para atingir<br />

o eleitorado.<br />

O santinho <strong>de</strong> papel, a faixa, o abraço, as<br />

visitas, os comícios são meros complementos<br />

ao po<strong>de</strong>r das re<strong>de</strong>s. É lá, entre milhares<br />

<strong>de</strong> outros apelos, que os candidatos vão<br />

tentar atrair a atenção e ganhar votos. Mesmo<br />

em situações on<strong>de</strong> são possíveis outros<br />

meios <strong>de</strong> atingimento, as re<strong>de</strong>s sociais<br />

exercem um papel <strong>de</strong>finitivo, como reforço<br />

às convicções ou <strong>de</strong> influência aos in<strong>de</strong>cisos.<br />

Mas, vivo repetindo, sou velho. Já<br />

passei por todo tipo <strong>de</strong> campanha. Já organizei<br />

showmícios que atraiam <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> pessoas, como já <strong>de</strong>struí meu<br />

estômago bebendo centenas <strong>de</strong> xícaras <strong>de</strong><br />

café servidas nas casas <strong>de</strong> eleitores. Acho<br />

que já tenho nas costas muitas centenas <strong>de</strong><br />

horas criando e produzindo materiais para<br />

os horários <strong>de</strong> propaganda eleitoral em rádio<br />

e televisão. Hoje, com o freio <strong>de</strong> estacionamento<br />

meio puxado, pretendo trabalhar<br />

menos, aten<strong>de</strong>ndo um número menor <strong>de</strong><br />

candidatos e me restringindo a consultorias<br />

que exigem menos tempo.<br />

Mas não nego que tenho sauda<strong>de</strong> das<br />

velhas campanhas nas ruas, no corpo a<br />

corpo. Vai ver que tenho mais sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mim mesmo, que conseguia passar muitas<br />

noites sem dormir, comendo sanduíches e<br />

ainda assim me sentir bem disposto. Histórias<br />

como a do Fausto Wolff, um jornalista<br />

conhecido no Rio <strong>de</strong> Janeiro, engraçadíssimo,<br />

cultíssimo, amigo <strong>de</strong> todo mundo.<br />

Pois Fausto, tentando ser eleito vereador,<br />

panfletava na Avenida Atlântica, entregando<br />

aos passantes um santinho com sua plataforma,<br />

trocando meia dúzia <strong>de</strong> palavras.<br />

Pois lá vinha o Fausto andando quando<br />

cruzou com um provável eleitor. Deu-lhe o<br />

santinho, pediu apoio e teve <strong>de</strong> ouvir uma<br />

cantilena do cidadão, reclamando dos políticos,<br />

<strong>de</strong> todo mundo. Como voto é voto,<br />

Fausto se muniu <strong>de</strong> paciência e <strong>de</strong>u trela,<br />

tentando argumentar. Mas o cara, verda<strong>de</strong>iro<br />

mala, não parava.<br />

Juntou gente para ouvir, o que aumentou<br />

a sanha reclamativa. Encheu tanto o<br />

saco que chegou uma hora que Fausto tirou<br />

o santinho da mão do eleitor e sentenciou:<br />

“quer saber <strong>de</strong> uma coisa? Enfie seu voto<br />

no cu!”. Per<strong>de</strong>u a paciência, o voto e mais<br />

tar<strong>de</strong> a eleição. Outro momento histórico<br />

<strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> foi quando uma emissora <strong>de</strong><br />

rádio, se não me engano <strong>de</strong> Campos, entrevistou<br />

candidatos a vereador, fazendo todo<br />

dia apenas uma pergunta. Teve uma vez<br />

que a pergunta era: “Qual é o seu sonho?”.<br />

Dá para imaginar a coleção <strong>de</strong> besteiras e<br />

lugares comuns: “um mundo sem guerra”,<br />

“paz para todos”, “a vitória do amor”. Até<br />

que chegou a vez do Ferrugem, figura conhecidíssima,<br />

que respon<strong>de</strong>u: “Eu sonho<br />

que estou voando, principalmente quando<br />

vou dormir <strong>de</strong> cara cheia”.<br />

Aliás, outra rádio campista entrevistou<br />

o então presi<strong>de</strong>nte da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira<br />

<strong>de</strong> Letras Austregésilo <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong> e o repórter<br />

três vezes chamou dr. Athay<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Astrogildo. Doutor Austregésilo foi tocando,<br />

para não humilhar o entrevistador. Até<br />

que para encerrar o radialista disse “agora<br />

uma última pergunta ao gran<strong>de</strong> intelectual<br />

Astrogildo <strong>de</strong> Ataú<strong>de</strong>”. Neste momento, do<br />

alto <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da ABL<br />

e imortal <strong>de</strong> carteirinha, dr. Austregésilo<br />

pega o microfone e diz: “Astrogildo tudo<br />

bem... mas Ataú<strong>de</strong> é a puta que lhe pariu!”<br />

Ouviu-se a risada até <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

28 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


Todas as cores,<br />

todas as histórias.<br />

Todo mundo tem uma história pra pintar.<br />

E aqui, temos espaço e cor para todas elas.<br />

Estamos presentes nas casas <strong>de</strong> diversos brasileiros e<br />

po<strong>de</strong>mos afirmar: nossos dias são mais coloridos quando<br />

somos mais plurais!<br />

Acesse nossas re<strong>de</strong>s sociais e conheça histórias que<br />

<strong>de</strong>monstram que a beleza está na mistura.<br />

@tintas_suvinil<br />

@TintasSuvinil<br />

tintasSuvinil<br />

tintassuvinil


EspEcial cmo<br />

Executivos falam sobre os <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong> marketing durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

Em cenário adverso, profissionais tiveram <strong>de</strong> lidar com a aceleração<br />

<strong>de</strong> negócios e rápidas mudanças no comportamento do consumidor<br />

KELLY DORES<br />

Em parceria com a Makers,<br />

plataforma que conecta<br />

li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />

e inovação, o PROPMARK selecionou<br />

14 CMOs (chief marketing<br />

officer) <strong>de</strong> marcas que<br />

estiveram entre as que mais<br />

se <strong>de</strong>stacaram no período <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia para contar sobre os<br />

seus <strong>de</strong>safios e as estratégias<br />

que li<strong>de</strong>raram com ações sociais,<br />

inovações e campanhas<br />

<strong>de</strong> impacto. Passados quase<br />

sete meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a OMS<br />

(Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>)<br />

<strong>de</strong>clarou a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

Covid-19, em 11 <strong>de</strong> março, e<br />

com os números <strong>de</strong> casos diminuindo<br />

no Brasil, além da<br />

retomada dos negócios, vale<br />

fazer um retrospecto do que<br />

marcas como Ambev, Burger<br />

King, Camil, Rappi, Suvinil e<br />

Via Varejo fizeram para manter<br />

os seus negócios ativos e se unir pela causa em comum. Afinal,<br />

o setor privado foi fundamental para mobilizar a socieda<strong>de</strong><br />

em prol <strong>de</strong> doações, construções <strong>de</strong> novos leitos <strong>de</strong> hospitais e<br />

outras medidas para mitigar os efeitos do coronavírus.<br />

Os <strong>de</strong>safios foram imensos, lembrando que da noite para o dia<br />

praticamente todo o comércio foi fechado. Os CMOs tiveram <strong>de</strong><br />

lidar com a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir uma nova estratégia <strong>de</strong><br />

marca a toque <strong>de</strong> caixa e conduzir as li<strong>de</strong>ranças das empresas<br />

para a aceleração da digitalização <strong>de</strong> processos,<br />

<strong>de</strong>ntro do difícil contexto <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Ariel Grunkraut,<br />

VP <strong>de</strong> vendas e marketing do Burger King, por exemplo,<br />

contou que nunca a marca, uma das mais premiadas em<br />

festivais internacionais e acostumada ao marketing <strong>de</strong><br />

guerrilha, investiu tanto em pesquisa para acompanhar as<br />

mudanças dos consumidores. “A gente nunca investiu<br />

tanto dinheiro em pesquisa para enten<strong>de</strong>r semana<br />

a semana o que estava acontecendo e <strong>de</strong> que<br />

forma o comportamento do consumidor estava<br />

mudando, porque nunca essa mudança foi<br />

tão rápida”.<br />

Uma palavra que surgiu muito durante o<br />

período foi empatia e vimos também a união<br />

entre concorrentes e colaboradores. “Des<strong>de</strong> o<br />

início da crise, as palavras empatia e humilda<strong>de</strong><br />

ficaram muito latentes, mostrando que essa<br />

era a postura que a gente tinha <strong>de</strong> adotar”, ressalta<br />

Frank Pflaumer, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing,<br />

comunicação e assuntos<br />

corporativos da Nestlé, que se<br />

uniu a outras oito gran<strong>de</strong>s empresas<br />

para criar o o Movimento<br />

Nós – Juntos pelo pequeno<br />

varejo no Brasil, com “aporte<br />

financeiro gran<strong>de</strong>”.<br />

Das reuniões virtuais da<br />

Makers, que possui 75 integrantes<br />

ativos com CMOs <strong>de</strong><br />

marcas (14 <strong>de</strong>les retratados<br />

neste Especial), também surgiram<br />

i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> parcerias como<br />

a da Ambev, Gerdau e Hospital<br />

Albert Einstein para a construção<br />

<strong>de</strong> 100 novos leitos no<br />

Hospital M’Boi Mirim. “A gente<br />

discutiu muito <strong>de</strong> que forma<br />

as empresas po<strong>de</strong>riam contribuir<br />

para mitigar os efeitos<br />

da pan<strong>de</strong>mia e dali surgiram<br />

várias i<strong>de</strong>ias”, diz Thiego Goularte,<br />

fundador da Makers.<br />

Em meio a essa transformação<br />

acelerada que a Covid-19 trouxe ao cenário do trabalho dos<br />

CMOs, Goularte aponta ainda a mudança <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> carreira<br />

supercomplexa <strong>de</strong>sses profissionais, que envolve vários aspectos,<br />

como a questão <strong>de</strong> mudança geracional, troca <strong>de</strong> mindset<br />

e da forma <strong>de</strong> pensar marketing mais digital. “Hoje a média <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um CMO no Brasil é 41 anos e pesquisas já mostram que<br />

isso ten<strong>de</strong> a cair nos próximos três anos. A gente está falando <strong>de</strong><br />

um gestor <strong>de</strong> marketing que está entrando na geração Y. Esse<br />

gestor começa a pensar marketing <strong>de</strong> forma diferente, mais<br />

digital. Isso não impacta apenas na visão estratégica <strong>de</strong>le,<br />

mas também na gestão que ele faz da sua equipe e como<br />

contrata fornecedores”. Ao que tudo indica, a pan<strong>de</strong>mia<br />

mostrou que essas transformações vieram para ficar, pois<br />

os profissionais <strong>de</strong> marketing precisaram, como nunca antes,<br />

tomarem <strong>de</strong>cisões rápidas <strong>de</strong> comunicação. No Burger<br />

King, foram criadas 14 campanhas em cinco meses, um<br />

recor<strong>de</strong> da marca (que é atendida pela David). Já a<br />

Camil focou em ensinar as pessoas a prepararem<br />

comida na quarentena. “A gente acredita muito<br />

que o marketing transforma a socieda<strong>de</strong>.<br />

Nós abraçamos essa coisa <strong>de</strong> ensinar as<br />

pessoas a cozinharem”, <strong>de</strong>staca Christina<br />

Larrou<strong>de</strong>, diretora <strong>de</strong> marketing da<br />

Camil. Confira a seguir as histórias<br />

dos CMOs nesse período <strong>de</strong>safiador<br />

para os negócios.<br />

Thiego Goularte, da Makers: “Discutimos<br />

muito como criar parcerias entre marcas”<br />

30 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

Ariel grunkrAut burger king<br />

“A gente nunca<br />

investiu tanto<br />

dinheiro em pesquisa”<br />

“A<br />

primeira coisa que fizemos foi <strong>de</strong>finir<br />

quais eram as nossas priorida<strong>de</strong>s<br />

como marca. A primeira foi<br />

que precisávamos proteger os nossos colaboradores<br />

e clientes e a segunda priorida<strong>de</strong><br />

foi <strong>de</strong> que forma como empresa po<strong>de</strong>ríamos<br />

ajudar o país, a socieda<strong>de</strong> como um todo.<br />

Eu lembro que a pan<strong>de</strong>mia oficialmente foi<br />

<strong>de</strong>cretada e chegou ao Brasil na primeira<br />

quinzena <strong>de</strong> março e no dia 17 <strong>de</strong> março nós<br />

fomos a primeira marca a gravar um ví<strong>de</strong>o<br />

para falar sobre todos os procedimentos que<br />

a gente estava adotando e revisões <strong>de</strong> protocolos<br />

<strong>de</strong> segurança. Também entramos em<br />

contato com o Ministério da Saú<strong>de</strong> para perguntar<br />

<strong>de</strong> que forma a gente po<strong>de</strong>ria ajudar<br />

e alinhamos com eles que durante<br />

o mês <strong>de</strong> março um percentual<br />

do nosso faturamento<br />

seria doado para o SUS.<br />

Fomos a primeira marca a<br />

comunicar um apoio para o<br />

SUS. Eu acho que isso também<br />

já conversa um pouco com o<br />

papel do CMO. Ao mesmo tempo<br />

eu pego todo o planejamento<br />

<strong>de</strong> marketing que eu tinha já<br />

aprovado, jogo tudo fora e reviso<br />

tudo do zero. O papel do<br />

CMO nesse momento <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />

virou, não só o <strong>de</strong> ser o guardião da<br />

marca, como sempre foi, mas também <strong>de</strong> alinhar<br />

toda li<strong>de</strong>rança da empresa para todos<br />

caminharem juntos. E também como garantir<br />

os investimentos que precisam ser feitos<br />

no curto prazo, porque a crise foi uma avalanche,<br />

do dia para a noite 100% dos nossos<br />

restaurantes foram fechados, mas sem abrir<br />

mão <strong>de</strong> investir no médio e longo prazo.<br />

Assim como toda a crise que a gente já<br />

passou, sabemos que elas são cíclicas. Então,<br />

o papel do marketing foi muito <strong>de</strong> olhar para<br />

frente e enten<strong>de</strong>r como a marca <strong>de</strong>veria se<br />

comportar nesse momento <strong>de</strong> crise e quais<br />

os investimentos em tecnologia, pessoas e<br />

recursos que <strong>de</strong>veriam ser feitos. Em comunicação,<br />

o primeiro <strong>de</strong>safio foi <strong>de</strong>finir como<br />

“Nós NuNca<br />

fizemos taNtas<br />

campaNhas em<br />

um período tão<br />

curto. foram 14<br />

campaNhas em<br />

ciNco meses”<br />

continuar e até aumentar o contato com o<br />

pulso do consumidor, sendo que ele está em<br />

casa. O Burger King sempre foi uma empresa<br />

que se pautou muito em dados. Temos essa<br />

cultura <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong> ter realmente o tracking<br />

constante do pulso do consumidor, mas<br />

sempre fizemos isso com grupos <strong>de</strong> pesquisa,<br />

ouvindo os clientes nos restaurantes, temos<br />

quase 900 restaurantes. A gente nunca investiu<br />

tanto dinheiro em pesquisa para enten<strong>de</strong>r<br />

semana a semana o que estava acontecendo<br />

e <strong>de</strong> que forma o comportamento do<br />

consumidor estava mudando, porque nunca<br />

essa mudança foi tão rápida.<br />

A primeira semana da pan<strong>de</strong>mia foi muito<br />

diferente da segunda, que<br />

foi muito diferente da quarta<br />

semana. Como uma marca<br />

que está acostumada à estratégia<br />

<strong>de</strong> hackvertising, o BK<br />

usa muito da estratégia <strong>de</strong><br />

acompanhar o que o consumidor<br />

está conversando no dia a<br />

dia e entra na conversa <strong>de</strong>le<br />

<strong>de</strong> alguma forma para po<strong>de</strong>r<br />

ser relevante e isso estava mudando<br />

semana a semana. Nós<br />

nunca fizemos tantas campanhas<br />

em um período tão curto.<br />

Colocamos no ar em cinco meses<br />

14 campanhas no Brasil.<br />

Fizemos, por exemplo, logo no início, uma<br />

campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery grátis falando que<br />

a pessoa po<strong>de</strong>ria estar <strong>de</strong>sacompanhada,<br />

isolada, mas não estava sozinha: ‘Delivery<br />

grátis do Burger King pra você’. E isso foi<br />

evoluindo. É óbvio que a gente teve <strong>de</strong> dosar<br />

o nível da zoeira, mas a marca tem no<br />

DNA positivismo, otimismo e alegria, e nos<br />

mantivemos fiéis a nossa essência. Quando<br />

chegou na meta<strong>de</strong> do ano, as pessoas começaram<br />

a pedir para o ano acabar, e fizemos<br />

uma campanha <strong>de</strong> Natal no dia 25 <strong>de</strong> junho,<br />

ironizando o fim do ano. Você imagina que<br />

loucura foi ter feito todas essas mudanças na<br />

comunicação e ao mesmo tempo administrar<br />

todos os processos <strong>de</strong> reabertura das fases”?<br />

Ariel Grunkraut: “É óbvio que a gente<br />

teve <strong>de</strong> dosar o nível da zoeira”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

christinA lArrou<strong>de</strong> cAmil<br />

“A gente abraçou essa<br />

coisa <strong>de</strong> ensinar as<br />

pessoas a cozinhar”<br />

setor <strong>de</strong> alimentos, a Camil<br />

não parou em momento algum<br />

“Como<br />

e a gran<strong>de</strong> missão foi manter<br />

as gôndolas cheias. No começo da pan<strong>de</strong>mia,<br />

as pessoas estavam com medo <strong>de</strong><br />

faltar alimentos no Brasil. Colocamos todos<br />

os colaboradores em home office, coisa<br />

que a gente nunca imaginou fazer porque,<br />

diferentemente das multinacionais, nós<br />

somos uma empresa brasileira, familiar.<br />

A presença física sempre foi muito valorizada.<br />

A gente não tinha o hábito <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oconferência<br />

porque era tudo presencial.<br />

E tivemos um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter os<br />

caminhoneiros girando, já que começou a<br />

fechar tudo e não tinha posto <strong>de</strong> abastecimento<br />

aberto, nem on<strong>de</strong> eles comerem.<br />

Então, começamos a dar cesta básica<br />

para os caminhoneiros, kit <strong>de</strong> higiene,<br />

álcool em gel e máscaras<br />

para eles po<strong>de</strong>rem circular.<br />

Depois iniciaram os protocolos<br />

<strong>de</strong> segurança e não tínhamos,<br />

por exemplo, uma filial<br />

na Europa para nos iluminar,<br />

foi tudo muito na raça.<br />

O marketing andou <strong>de</strong> mãos<br />

dadas com o <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> RH, gerenciando a crise,<br />

toda a parte <strong>de</strong> reputação para fora e ajudando<br />

na comunicação interna. A gente<br />

a<strong>de</strong>sivou todas as instalações para distanciamento,<br />

<strong>de</strong>mos máscaras e álcool em gel<br />

para todo mundo.<br />

E do ponto <strong>de</strong> vista das marcas, a nossa<br />

principal preocupação foi estar do lado do<br />

nosso consumidor, porque ninguém nunca<br />

passou por nada parecido na vida e as<br />

pessoas estavam muito ansiosas. A gente<br />

focou todo o nosso investimento em search,<br />

no CyberCook, que é um parceiro nosso,<br />

para ensinar as pessoas a prepararem<br />

a comida, com parceria com a Rita Lobo<br />

também, porque elas se abasteceram e<br />

muita gente não sabia diversificar o cardápio.<br />

Hoje não dá para viver só <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery e<br />

as pessoas tiveram <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a cozinhar.<br />

“com a marca<br />

união, a gente<br />

abraçou a causa<br />

do fique em casa”<br />

A gente acredita muito que o marketing<br />

transforma a socieda<strong>de</strong>. No caso do arroz<br />

com feijão, que é a base da alimentação do<br />

brasileiro, a gente abraçou essa coisa <strong>de</strong><br />

ensinar as pessoas a cozinharem, trazendo<br />

serviços com a Rita Lobo como embaixadora.<br />

Com a marca União, a gente abraçou a<br />

causa do fique em casa. Nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

pegamos as artes dos nossos sachês <strong>de</strong> açúcar<br />

e falamos coisas do tipo: ‘sorria mais...<br />

em casa’; ‘curta momentos a dois... em<br />

casa’. A campanha (criada pela Lew’Lara\<br />

TBWA) foi tão bem recebida que tanto a<br />

JCDecaux quanto a Otima nos <strong>de</strong>ram os<br />

out of home, em São Paulo, para que nos<br />

meses <strong>de</strong> abril e maio a cida<strong>de</strong> inteira ficasse<br />

vestida com essas mensagens para as<br />

pessoas ficarem em casa.<br />

A Camil tem mais <strong>de</strong> 20 marcas e a comunicação<br />

foi muito importante<br />

no sentido <strong>de</strong> ajudar a ser<br />

mais assertivo na colocação <strong>de</strong><br />

produtos. Como companhia, a<br />

gente acredita que o cozinhar<br />

também é um formador <strong>de</strong> caráter<br />

da família e a gente acha<br />

que a pan<strong>de</strong>mia resgatou um<br />

pouco isso, <strong>de</strong> as pessoas passarem<br />

mais tempo juntas,<br />

criarem novos rituais, novas receitas.<br />

A gente vê a pan<strong>de</strong>mia da seguinte forma:<br />

o primeiro momento foi <strong>de</strong> pânico,<br />

do medo do <strong>de</strong>sabastecimento; daí veio<br />

a acomodação; num segundo momento,<br />

as pessoas apren<strong>de</strong>ram a cozinhar, teve a<br />

questão da goumertização. Agora, com a<br />

reabertura, a gente vê muito a questão da<br />

comida <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>. As pessoas estão<br />

fazendo marmita para levar ao trabalho,<br />

seja por uma questão <strong>de</strong> segurança ou econômica.<br />

Também estamos trabalhando<br />

muito a questão do reaproveitamento da<br />

comida. Esse Natal, por exemplo, vai ser<br />

superdiferente. A gente imagina que vai<br />

haver pequenas e várias confraternizações,<br />

serão vários ‘Natais’ com pequenos<br />

grupos em casa.”<br />

Christina Larrou<strong>de</strong>: “A Camil não<br />

parou em nenhum momento”<br />

32 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

Daniel caMpos cineMark<br />

“Mesmo com os<br />

cinemas fechados,<br />

temos projetos legais”<br />

o começo da pan<strong>de</strong>mia os<br />

cinemas foram os primeiros a fechar<br />

e estão sendo os últimos a re-<br />

“Des<strong>de</strong><br />

abrir, com uma negociação município a município.<br />

Mesmo assim, temos projetos legais<br />

que fizemos ao longo <strong>de</strong>sse tempo, principalmente<br />

em relação à diversificação <strong>de</strong> receitas<br />

e comunicação <strong>de</strong> projetos diferentes.<br />

Lançamos um e-commerce dos brin<strong>de</strong>s que<br />

a Cinemark tem nos cinemas, como copos<br />

e bal<strong>de</strong>s, sendo que 93% dos que compram<br />

nesse e-commerce são <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> a re<strong>de</strong><br />

não tem operação, e virou uma receita adicional.<br />

Ele viabilizou a parceria que a marca<br />

fez com a NBA, <strong>de</strong> produção do kit <strong>de</strong> NBA<br />

para ver as finais em casa.<br />

Juntamos também toda<br />

a estrutura para ven<strong>de</strong>r via<br />

iFood a pipoca Cinemark e<br />

outros produtos, então toda a<br />

parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery está montada,<br />

inclusive com os cinemas<br />

reabrindo, ou seja, isso não<br />

é uma coisa que a gente vai<br />

<strong>de</strong>ixar para o tempo <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />

Preten<strong>de</strong>mos continuar<br />

entregando esses artigos,<br />

pipocas e bebidas na casa dos<br />

clientes. Durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

fizemos uma linha <strong>de</strong> comunicação<br />

em ‘As histórias que queremos contar’,<br />

com a marca dando visibilida<strong>de</strong> para quem<br />

se curou da Covid-19 e os heróis do dia a dia.<br />

Pedimos para os clientes mandarem, a gente<br />

editava, transformava em ví<strong>de</strong>os e subia semanalmente.<br />

“O cOmeçO da<br />

pan<strong>de</strong>mia fOi<br />

pensar em cOmO<br />

preservar O<br />

caixa e mOntar<br />

um planO para<br />

nOvas receitas”<br />

Agora, com a reabertura, acho que nos últimos<br />

quatro meses mergulhamos junto com<br />

infectologistas do Einstein, que virou um<br />

parceiro da Cinemark, para construir toda<br />

a jornada. A reabertura dos cinemas passa<br />

por um novo processo muito mais tecnológico.<br />

O snack bar, por exemplo, passou a ser<br />

um ponto só <strong>de</strong> retirada. A pessoa po<strong>de</strong> fazer<br />

o pedido até pelo WhatsApp, quando estiver<br />

chegando ao shopping, e simplesmente retirar<br />

quando estiver pronto. E estamos comunicando<br />

tudo isso agora, dando boas-vindas,<br />

e explicando essa nova jornada <strong>de</strong> experiência<br />

do cliente da Cinemark que foi construída.<br />

Se fosse dividir a pan<strong>de</strong>mia em blocos,<br />

tivemos o bloco <strong>de</strong> receitas complementares,<br />

<strong>de</strong> coisas que fizemos enquanto os cinemas<br />

estavam fechados, com o e-commerce, a entrada<br />

no iFood e o próprio drive-in, que a<br />

gente se aventurou e fizemos alguns.<br />

Nesse projeto, a gente abriu também parcerias,<br />

como a pipoca com queijo ralado feita<br />

com a Vigor; e a pipoca doce, junto com<br />

o Outback. Outro projeto que ganhou muito<br />

peso foi a Pipoca Cinemark <strong>de</strong> microondas<br />

no varejo, porque os fãs <strong>de</strong> cinema estão consumindo<br />

conteúdo em casa e<br />

têm um carinho com a nossa<br />

pipoca. Ao longo da pan<strong>de</strong>mia<br />

ampliamos muito essa<br />

distribuição. Agora estamos<br />

muito próximos da reabertura<br />

dos cinemas nos principais<br />

centros, Rio <strong>de</strong> Janeiro e São<br />

Paulo, sendo que recentemente<br />

reabrimos em Campinas,<br />

Mogi, Brasília e Salvador. A<br />

gente está vendo a reabertura<br />

acontecendo, mas o que vira a<br />

chave para os lançamentos é<br />

São Paulo e Rio. Se não houver<br />

nenhuma surpresa <strong>de</strong> aumento significativo<br />

<strong>de</strong> casos, e na curva atual, essa reabertura<br />

<strong>de</strong>ve ocorrer agora no início <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>.<br />

Eu acho que o meu primeiro <strong>de</strong>safio na<br />

li<strong>de</strong>rança da companhia foi manter o time<br />

unido. A Cinemark tem mais <strong>de</strong> três mil<br />

funcionários e a gente se orgulha <strong>de</strong> não ter<br />

<strong>de</strong>mitido ninguém, mesmo com sete meses<br />

fechados. O começo da pan<strong>de</strong>mia foi pensar<br />

em como preservar o caixa e montar um plano<br />

para manter todo mundo <strong>de</strong>ntro do barco.<br />

Foi um plano <strong>de</strong> marketing para novas receitas.<br />

Em paralelo a isso, como manter a marca<br />

viva institucionalmente. E tivemos um trabalho<br />

muito forte <strong>de</strong> organizar os conteúdos<br />

para a reabertura e manter aquecido o <strong>de</strong>sejo<br />

do consumidor <strong>de</strong> voltar para a gran<strong>de</strong> tela”.<br />

Daniel Campos: “A Cinemark se<br />

orgulha <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>mitido ninguém”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

Felipe cerchiAri Ambev<br />

“A gente tentou fazer<br />

coisas que pudéssemos<br />

adaptar na empresa”<br />

pan<strong>de</strong>mia chegou e embaralhou<br />

todas as cartas. A gente está pas-<br />

“A sando por um momento histórico<br />

que nunca vivemos e estamos apren<strong>de</strong>ndo<br />

bastante. A Ambev é uma empresa brasileira,<br />

tem uma responsabilida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong><br />

com o país, com a forma <strong>de</strong> fazer negócios<br />

aqui. A maioria da nossa força <strong>de</strong> trabalho<br />

vem <strong>de</strong> fornecedores locais, mais <strong>de</strong> 90%. E<br />

estamos no mercado há muito tempo. Nossas<br />

marcas têm centenas <strong>de</strong> anos. Stella Artois,<br />

por exemplo, tem mais <strong>de</strong> 600 anos e a gente<br />

preten<strong>de</strong> ficar por aqui por mais 600. Está<br />

sendo um ano para a gente se reconectar com<br />

essa essência e ajudar o país a vencer isso<br />

mais rápido.<br />

Tivemos <strong>de</strong> adaptar nossos<br />

processos, lançamentos, campanhas,<br />

nesse novo cenário, e a<br />

partir daí agir para realmente<br />

fazer a diferença. O nosso sonho<br />

como Ambev sempre foi unir as<br />

pessoas por um mundo melhor.<br />

E eu acho que esse é um momento<br />

em que estamos conseguindo<br />

colocar isso em prática <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

Tivemos muitas inovações<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia. A Ambev<br />

sempre foi uma empresa muito<br />

ágil e o nosso forte sempre foi<br />

gestão. Como somos uma empresa muito enxuta,<br />

a partir do momento que combinamos o que<br />

a gente ia fazer, tudo ficou fácil e acessível para<br />

fazer mesmo. Por exemplo, a nossa primeira<br />

i<strong>de</strong>ia foi a produção do álcool em gel.<br />

A gente viu no começo que na China tinha<br />

faltado muito dos ingredientes básicos para<br />

sanitizantes e pensamos que isso ia chegar<br />

ao Brasil. A gente produz álcool na nossa cervejaria,<br />

porque fazemos cerveja, e da cerveja<br />

zero a gente tira o álcool, e foi quando pensamos<br />

se não conseguiríamos transformar<br />

isso em álcool em gel. Em nove dias, a gente<br />

tinha o álcool em gel. 100% do que produzimos<br />

foi para doação a hospitais. No final das<br />

contas, a área <strong>de</strong> inovação estava envolvida,<br />

junto com a <strong>de</strong> marketing e o pessoal do suplay.<br />

Todo mundo se mobilizou. A gente tentou<br />

fazer coisas que pudéssemos adaptar a<br />

empresa para fazer. Como trabalhamos com<br />

plásticos, garrafas pet, pensamos também<br />

em transformar isso em máscaras. E em pouquíssimo<br />

tempo também, em duas ou três<br />

semanas, disponibilizamos três milhões <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s para serem doadas aos profissionais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Transformamos o pet em face<br />

shield. Ninguém gostaria <strong>de</strong> estar vivendo o<br />

que estamos enfrentando, que é realmente<br />

assustador, mas eu acho que toda crise também<br />

é uma oportunida<strong>de</strong>.<br />

É o momento em que todo mundo para,<br />

presta atenção e muda o foco. Eu acho que<br />

o marketing, pelo menos aqui<br />

na Ambev, enten<strong>de</strong>u muito<br />

“buscamos<br />

fazer ações<br />

que ajudassem<br />

nossos<br />

parceiros a<br />

sobreviverem<br />

a essa crise”<br />

rápido que esse era o momento<br />

<strong>de</strong> a gente transformar e se<br />

conectar com os nossos consumidores<br />

e parceiros. Durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia, o Zé Delivery (aplicativo<br />

que conecta os bares das<br />

regiões com os clientes finais e<br />

faz as entregas), por exemplo,<br />

quintuplicou <strong>de</strong> tamanho. A<br />

gente tentou trazer as dores<br />

dos consumidores para o centro<br />

e transformar tudo aquilo<br />

que estava ali quicando para<br />

ser feito, mas estava em marcha lenta.<br />

Des<strong>de</strong> o começo, tentamos trazer à tona a<br />

história do propósito da marca, <strong>de</strong> conseguir<br />

transformar o nosso sonho em realida<strong>de</strong>,<br />

que é unir as pessoas por um mundo melhor.<br />

E, nesse processo, buscamos fazer ações que<br />

ajudassem nossos parceiros a sobreviverem<br />

a essa crise. As cida<strong>de</strong>s começam a voltar<br />

e lançamos há pouco tempo o ‘Movimento<br />

Nós’, unindo oito empresas, para tentar ajudar<br />

os mais <strong>de</strong> 300 mil pontos <strong>de</strong> venda no<br />

Brasil para quando forem retomar terem o<br />

kit sanitizante e apoio comercial. Nosso plano<br />

é estar muito próximo do nosso ecossistema<br />

para que os parceiros tenham fôlego para<br />

retomar seus negócios. Essa está sendo uma<br />

crise bem intensa para o nosso mercado”.<br />

Felipe Cerchiari: “Eu acho que toda<br />

crise também é uma oportunida<strong>de</strong>”<br />

34 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

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FerNaNdo vilela rappi<br />

“Nada fazia sentido e<br />

tivemos <strong>de</strong> revisitar<br />

toda a comunicação”<br />

começou a pan<strong>de</strong>mia, a<br />

gente tomou uma <strong>de</strong>cisão forte <strong>de</strong><br />

“Quando<br />

que não era o momento <strong>de</strong> fazer<br />

marketing, ou se promover, muito pelo contrário.<br />

No passado, o Rappi foi ousado por<br />

fazer marketing <strong>de</strong> guerrilha, inovações, então<br />

a agressivida<strong>de</strong> e a ousadia como marca<br />

estão no nosso DNA, mas com a pan<strong>de</strong>mia, o<br />

timing era outro. A gente tinha uma campanha<br />

pronta para sair, que levou quatro meses<br />

para ser construída, mas <strong>de</strong>rrubamos,<br />

porque ela não tinha mais nenhum sentido<br />

<strong>de</strong>ntro do contexto. Des<strong>de</strong> o início a gente<br />

se preocupou e segue se preocupando muito<br />

mais em entregar valor, com conteúdo educacional,<br />

<strong>de</strong> como usar o Rappi, quais são as<br />

vantagens e benefícios.<br />

Fizemos uma campanha<br />

com o Facebook para explicar<br />

para a população mais idosa<br />

como você po<strong>de</strong> pedir pelo<br />

Rappi, com uma comunicação<br />

mais simples, um tutorial com<br />

passo a passo. Fomos muito<br />

mais por esse caminho. E também<br />

houve uma preocupação<br />

em treinar os parceiros para<br />

eles comunicarem que estavam<br />

operando o <strong>de</strong>livery na nossa<br />

plataforma. Um ponto importante<br />

com a pan<strong>de</strong>mia foi que<br />

as imposições, principalmente em cima <strong>de</strong><br />

restaurantes e do comércio relacionado à comida<br />

que não seja supermercado, foram tão<br />

gran<strong>de</strong>s que não havia outra opção.<br />

“o rappi teve um<br />

crescimento bem<br />

acelerado, <strong>de</strong><br />

162% no número<br />

<strong>de</strong> downloads,<br />

em março e<br />

abril”<br />

O restaurante tinha o take away, mas naquele<br />

momento inicial as pessoas tinham<br />

receio do take away, porque era muito <strong>de</strong>sconhecida<br />

a Covid-19, então o <strong>de</strong>livery era a<br />

única opção. A gente buscou muito em focar<br />

em treinar os parceiros sobre como comunicar<br />

que eles estão fazendo <strong>de</strong>livery, como<br />

comunicar as regras e medidas que eles estão<br />

adotando para preservar a segurança<br />

no manuseio do alimento, do transporte, <strong>de</strong><br />

embalagem e do staff da cozinha. Foi muito<br />

nessa linha <strong>de</strong> ajudar a educar o ecossistema<br />

do que promover a marca Rappi em si.<br />

A gente não parou totalmente <strong>de</strong> comunicar,<br />

claro, mas seguimos com uma comunicação<br />

mais educacional, teve o cuidado <strong>de</strong> rever<br />

as peças criativas para não ter nada como<br />

‘Sextou, hora <strong>de</strong> comemorar’, que não fazia<br />

nenhum sentido num contexto <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />

Des<strong>de</strong> quando começamos a monitorar<br />

o que vinha acontecendo na China, como os<br />

nossos principais investidores são asiáticos<br />

temos muito acesso a empresas asiáticas, a<br />

gente já tinha entendido em gran<strong>de</strong>s linhas<br />

qual seria o impacto no nosso negócio e se<br />

preparado. A gente já tinha revisitado a nossa<br />

operação logística, a forma como o nosso<br />

atendimento ia respon<strong>de</strong>r em escala, tinha<br />

feito uma série <strong>de</strong> implementações. A partir<br />

do momento que chegaram as<br />

restrições, imposições, o boca a<br />

boca foi muito importante também<br />

com as pessoas comentando<br />

que pediram no Rappi e<br />

foram atendidas. Eu diria que<br />

a gente tinha o top of mind da<br />

categoria em supermercados e<br />

farmácias, o que ajudou muito<br />

as pessoas a buscarem o app.<br />

E a imprensa também teve<br />

um papel fundamental na divulgação<br />

dos aplicativos <strong>de</strong><br />

entrega em geral, mesmo que sem mencionar<br />

a marca. O Rappi teve um crescimento bem<br />

acelerado, <strong>de</strong> 162% no número <strong>de</strong> downloads,<br />

comparando o período março/abril ao início<br />

do ano. Um número muito curioso é que registramos<br />

250% <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> compras vindo <strong>de</strong><br />

pessoas acima <strong>de</strong> 60 anos. E o valor do percentual<br />

<strong>de</strong> pedidos com gorjetas cresceu 50%,<br />

comparando o período <strong>de</strong> junho a fevereiro,<br />

o que <strong>de</strong>monstra como esse ecossistema foi<br />

mudando e até como as pessoas começaram<br />

a reconhecer no entregador um papel fundamental<br />

durante esse período da pan<strong>de</strong>mia.<br />

O meu principal <strong>de</strong>safio foi construir toda a<br />

estratégia, o que não foi fácil, porque naquele<br />

momento nenhuma mensagem fazia sentido<br />

e tivemos <strong>de</strong> revisitar toda a comunicação”.<br />

Fernando Vilela: “Seguimos com<br />

a comunicação mais educacional”<br />

36 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

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frank pflaumer nestlé<br />

“Decisões são tomadas<br />

para implementação<br />

hoje ou amanhã”<br />

a pan<strong>de</strong>mia, a gente teve <strong>de</strong> revisitar<br />

todo o pipeline <strong>de</strong> inovação,<br />

“Com<br />

que faz parte dos nossos processos<br />

diários, previsto para o ano. Nos primeiros<br />

momentos, em que tivemos contato com a<br />

Nestlé China e a Nestlé Europa, começou a<br />

ficar cada vez mais clara, e isso não foi da<br />

noite para o dia, a gravida<strong>de</strong> da situação.<br />

Ainda não sabemos como isso tudo vai acabar<br />

exatamente e quando, então, passamos<br />

a ter um processo <strong>de</strong> gestão diária. O comitê<br />

<strong>de</strong> crise montado no início da pan<strong>de</strong>mia, em<br />

março, tem reuniões diárias. Uma das regras<br />

<strong>de</strong> engajamento <strong>de</strong>sse comitê é: <strong>de</strong>cisões são<br />

tomadas hoje para implementação hoje ou<br />

amanhã. Não vale para a semana que vem.<br />

Toda a companhia passou<br />

a trabalhar nesse ritmo, muito<br />

mais ágil, e obviamente isso<br />

interfere em todos os nossos<br />

processos <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />

A inovação tem<br />

sido aferida <strong>de</strong> maneira muito<br />

constante para ver se a <strong>de</strong>cisão<br />

tomada está surtindo efeito,<br />

porque se não tiver, tira, substitui,<br />

sem muito apego, porque<br />

a gente está apren<strong>de</strong>ndo<br />

toda semana e estamos avançando<br />

muito nesse sentido. A<br />

transformação digital realmente <strong>de</strong>u uma<br />

acelerada em toda a companhia. Estamos<br />

encarando essa transformação na Nestlé<br />

<strong>de</strong> forma transversal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a segurança da<br />

fábrica, com drones, automação <strong>de</strong> linhas,<br />

recursos humanos e obviamente até mídia<br />

programática, CRM, e-commerce. Todos esses<br />

processos foram muito acelerados com a<br />

pan<strong>de</strong>mia.<br />

Outra alteração com a pan<strong>de</strong>mia foi que<br />

os muros existentes entre as funções caíram<br />

todos. A gente enten<strong>de</strong>u que a única maneira<br />

<strong>de</strong> sobreviver a isso tudo era juntando todo<br />

mundo para colaborar. Tanto que criamos o<br />

que o RH chamou <strong>de</strong> missões colaborativas.<br />

Imagina que todas as lojas Nespresso fecharam.<br />

95% dos nossos clientes, que chamamos<br />

“outra alteração<br />

com a pan<strong>de</strong>mia<br />

foi que os muros<br />

existentes<br />

entre as<br />

funções<br />

caíram todos”<br />

<strong>de</strong> food service, fecharam as portas. E o que<br />

fizemos? No caso da Nestlé, uma empresa<br />

que tem muitas categorias <strong>de</strong> produtos, a<br />

gente enten<strong>de</strong>u rapidamente que precisávamos<br />

transferir os colaboradores para áreas<br />

que estavam muito <strong>de</strong>mandadas, acelerando<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio. Fizemos essa movimentação<br />

e durante seis meses essa foi a nossa<br />

realida<strong>de</strong>. As pessoas se sentiram, inclusive,<br />

prestigiadas, seguras, valorizadas. A Nestlé<br />

está voltando <strong>de</strong> forma gradual ao escritório,<br />

seguindo todos os protocolos. Em relação<br />

à comunicação, continuamos com as campanhas<br />

que achávamos que tinham alguma relevância<br />

nesse contexto e aceleramos muito<br />

mais a parte <strong>de</strong> e-commerce. E, obviamente,<br />

apren<strong>de</strong>mos a fazer eventos<br />

virtuais, junto ao tra<strong>de</strong>, nossos<br />

clientes e fornecedores.<br />

A Nestlé tem uma colaboração<br />

global com a Cruz Vermelha<br />

e aqui no Brasil fizemos<br />

uma série <strong>de</strong> doações <strong>de</strong> materiais<br />

<strong>de</strong> EPIs, como máscaras e<br />

acessórios como álcool em gel.<br />

Também temos uma parceria<br />

com a Gerando Falcões, do<br />

Edu Lyra, com quem fizemos<br />

um programa <strong>de</strong> voluntariado<br />

<strong>de</strong> doações <strong>de</strong> colaboradores<br />

Nestlé, cujo valor doado a gente duplicava.<br />

Essas ações até agora chegaram a quase R$<br />

80 milhões este ano. A Nestlé já foi reconhecida<br />

como uma das multinacionais que fizeram<br />

a maior soma <strong>de</strong> doações. Participamos<br />

também, junto com a Stella Artois, do Programa<br />

‘Apoie um Restaurante’, com vouchers<br />

antecipados para ajudar os pequenos<br />

negócios. E com outras oito empresas fizemos<br />

o ‘Movimento Nós – Juntos pelo pequeno varejo<br />

no Brasil’, com aporte financeiro gran<strong>de</strong>.<br />

Uma das conclusões a que chegamos é que se<br />

a gente não tinha o sentimento <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong><br />

já incorporado no dia a dia, a pan<strong>de</strong>mia<br />

nos trouxe ele <strong>de</strong> um maneira muito frontal.<br />

Des<strong>de</strong> o início da crise a palavra humilda<strong>de</strong><br />

ficou muito latente, mostrando que essa era<br />

a postura que a gente tinha <strong>de</strong> adotar.”<br />

Frank Pflaumer: “A Nestlé teve <strong>de</strong><br />

revisitar todo pipeline <strong>de</strong> inovação”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 37


EspEcial cmo<br />

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igor puga saNTaN<strong>de</strong>r<br />

“No início da pan<strong>de</strong>mia,<br />

passamos a ter um filme<br />

diferente por dia na TV”<br />

mercado financeiro é um setor<br />

com planejamento muito lon-<br />

“O go, porque é regulado, então boa<br />

parte dos movimentos que o Santan<strong>de</strong>r faz<br />

<strong>de</strong> ofertas e produtos tem <strong>de</strong> ser aprovado<br />

com o regulador. Não é trivial mexer numa<br />

tarifa, num preço, criar um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

negócios em banco. O Banco Central é muito<br />

criterioso e normalmente qualquer tipo <strong>de</strong><br />

movimento que a gente faça <strong>de</strong>mora meses.<br />

É a natureza do negócio. Por isso, a gente<br />

passou por um <strong>de</strong>safio maluco <strong>de</strong> como conseguir<br />

fazer coisas relevantes durante a pan<strong>de</strong>mia,<br />

<strong>de</strong>srespeitando esse protocolo.<br />

De fato, tivemos <strong>de</strong> correr riscos, não que<br />

sejamos kamikazes malucos,<br />

mas na medida em que as coisas<br />

são tão lentas, tivemos <strong>de</strong><br />

encontrar meios para ir atrás.<br />

E eu acho que a gente foi bem<br />

feliz. A verda<strong>de</strong> é que, quando<br />

a pan<strong>de</strong>mia explodiu, e as pessoas<br />

<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> trabalhar,<br />

no início do estresse mesmo,<br />

passamos a ter um filme diferente<br />

por dia na televisão.<br />

Num momento em que todo<br />

mundo estava um pouco assustado<br />

ainda em marketing.<br />

Ninguém tinha muita resolução do que<br />

fazer, se mudava a campanha ou fazia campanha<br />

temática. E havia as dificulda<strong>de</strong>s<br />

operacionais, porque as produtoras foram<br />

proibidas <strong>de</strong> filmar por uma questão <strong>de</strong> segurança.<br />

A gente achou internamente que<br />

<strong>de</strong>veríamos tomar riscos, era um momento<br />

muito urgente. Como tivemos a crise financeira,<br />

que agora se comprova, o banco era<br />

primordial. Eu, no marketing, tinha um trabalho<br />

menor, participei mais da operação<br />

<strong>de</strong> tentar colocar isso <strong>de</strong> pé e contar para<br />

as pessoas, o gran<strong>de</strong> mérito foi da área core<br />

do banco, da área <strong>de</strong> negócios, porque eles<br />

conseguiram ter a disciplina <strong>de</strong> durante 15<br />

dias ter uma oferta diferente por dia e muito<br />

antes <strong>de</strong> serem tomadas medidas pelo setor<br />

em comum acordo. Depois <strong>de</strong> 48 horas do<br />

“durante 15 dias,<br />

o banco teve um<br />

filme diferente<br />

no ar por dia,<br />

com uma oferta<br />

diferente para<br />

o cliente”<br />

‘lockdown’, o Santan<strong>de</strong>r tinha um primeiro<br />

filme falando que o banco ia isentar todas as<br />

tarifas dos clientes no mês e a pessoa podia<br />

usar o valor das tarifas para pagar contas<br />

<strong>de</strong> água, luz, internet ou telefone. Foi uma<br />

medida que o banco tomou do dia pra noite.<br />

Além <strong>de</strong> precificar isso, <strong>de</strong> montar a proposta<br />

<strong>de</strong> valor, tem a questão operacional.<br />

Outra benção foi o fato <strong>de</strong> a gente conseguir<br />

a cumplicida<strong>de</strong> do Fernando Meirelles<br />

(dono da O2 Filmes, produtora que aten<strong>de</strong> o<br />

Santan<strong>de</strong>r) para produzir isso respeitando<br />

as medidas sindicais. Ele mesmo arregaçou<br />

as mangas e começou a fazer os filmes (criados<br />

pela Suno, agência do banco). Todos os<br />

filmes foram feitos com funcionários<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, o que<br />

também trouxe uma coisa na<br />

pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> imprimir a verda<strong>de</strong>.<br />

Os ví<strong>de</strong>os tinham até<br />

muito mais cara <strong>de</strong> jornalismo<br />

do que <strong>de</strong> propaganda, porque<br />

era cru, verda<strong>de</strong>iro, uma<br />

câmera aberta e um bancário<br />

tendo <strong>de</strong> se expressar.<br />

Foi uma onda superpositiva,<br />

porque o fato <strong>de</strong> o Santan<strong>de</strong>r<br />

ter conseguido fazer aquilo<br />

surpreen<strong>de</strong>u além do setor.<br />

Talvez a gente foi um dos primeiros anunciantes<br />

a colocar um filme em re<strong>de</strong> nacional,<br />

na televisão aberta, com impacto <strong>de</strong> massa,<br />

assumindo que havia uma pan<strong>de</strong>mia e tentando<br />

trazer soluções. Essa é uma característica<br />

muito do banco, <strong>de</strong> não gostar <strong>de</strong> fazer<br />

campanha institucional, <strong>de</strong> mensagens motivacionais,<br />

como ‘vamos mudar o mundo’,<br />

‘vai passar’, a gente fala <strong>de</strong> produto, ofertas,<br />

soluções. Eu trabalhei 20 anos em agências<br />

<strong>de</strong> propaganda, essa é a minha primeira experiência<br />

do outro lado do banco, e não me<br />

recordo <strong>de</strong> ter trabalhado tanto, virar madrugada,<br />

porque literalmente durante 15<br />

dias colocamos um filme diferente no ar por<br />

dia, que entravam no ‘Jornal da Band’, no<br />

‘Jornal Nacional’ e no ‘Jornal da CNN’. Foi<br />

uma surra <strong>de</strong> audiência no prime time.”<br />

Igor Puga: “Foi uma surra<br />

<strong>de</strong> audiência no prime time”<br />

38 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

ilca sierra via varejO<br />

“Os ven<strong>de</strong>dores<br />

ensinaram os clientes<br />

a comprarem online”<br />

primeiro <strong>de</strong>safio foi <strong>de</strong> montar toda<br />

a operação no início. Quando<br />

“O foi <strong>de</strong>cretada a pan<strong>de</strong>mia, a companhia<br />

fechou 100% das lojas <strong>de</strong> uma vez.<br />

A partir daquele momento, nós ficamos só<br />

com a operação online. O negócio, que era<br />

majoritariamente loja física, do dia para a<br />

noite, teve todas as lojas fechadas. Para po<strong>de</strong>r<br />

virar a operação para o online, foi um<br />

esforço sem prece<strong>de</strong>ntes na Via Varejo, que<br />

tem 47 mil colaboradores, sendo que só do<br />

time <strong>de</strong> lojas são pelo menos 20 mil ven<strong>de</strong>dores.<br />

E no marketing, temos uma estrutura<br />

focada no e-commerce e uma outra mais<br />

multicanal. Então, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi como<br />

organizar toda a empresa para essa nova realida<strong>de</strong>.<br />

A primeira coisa que<br />

a gente começou a se movimentar<br />

foi em colocar os ven<strong>de</strong>dores<br />

em home office. E isso<br />

foi feito.<br />

O marketing participou disso<br />

ativamente porque numa<br />

organização <strong>de</strong>sse tamanho<br />

se a engrenagem não ocorre<br />

na sua totalida<strong>de</strong> as coisas<br />

não são realizadas. Para que<br />

o ven<strong>de</strong>dor pu<strong>de</strong>sse ser produtivo<br />

no home office, a gente já<br />

tinha um trabalho prévio para<br />

que as lojas tivessem as próprias fanpages.<br />

Do lado <strong>de</strong> CRM, também já havia um alicerce<br />

pronto, que é o <strong>de</strong> enviar leads da base<br />

<strong>de</strong> clientes direto na mão dos ven<strong>de</strong>dores.<br />

Quando aconteceu a situação <strong>de</strong> home office,<br />

tudo isso foi potencializado e passamos<br />

a mandar mais leads qualificados para os<br />

ven<strong>de</strong>dores para ele po<strong>de</strong>r ativar a carteira<br />

e, por outro lado, intensificamos a compra<br />

pela fanpage. E, obviamente, todo o time<br />

<strong>de</strong> treinamento fazendo essa preparação do<br />

ven<strong>de</strong>dor e o time <strong>de</strong> tecnologia correndo por<br />

outro lado.<br />

Os ven<strong>de</strong>dores abraçaram muito forte a<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas, principalmente pelo<br />

WhatsApp, e começamos a dar visibilida<strong>de</strong><br />

para isso. Levamos isso para a comunicação,<br />

“para po<strong>de</strong>r<br />

virar a operação<br />

para o online,<br />

foi um esforço<br />

sem prece<strong>de</strong>ntes<br />

na via varejo”<br />

colocando os ven<strong>de</strong>dores em televisão, na TV<br />

aberta com a campanha ‘Me chama no zap’,<br />

pelas Casas Bahia (criada pela Y&R). Eles<br />

mesmo se filmavam das suas casas dizendo<br />

para as pessoas chamarem no ‘zap’. Houve<br />

momentos em que essa mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas<br />

chegou a representar em torno <strong>de</strong> 20%.<br />

No Ponto Frio, a campanha também pegou.<br />

Uma coisa interessante que a gente percebeu<br />

é que o e-commerce brasileiro representa<br />

só 6% <strong>de</strong> todo o varejo nacional. Então a gente<br />

ainda é um país que não tem uma penetração<br />

<strong>de</strong> e-commerce e as pessoas começaram<br />

a se sentir muito seguras <strong>de</strong> fazer a primeira<br />

transação online, porque quem ainda não<br />

tinha hábito <strong>de</strong> comprar pela<br />

internet viu na figura do ven<strong>de</strong>dor<br />

um apoio. Os ven<strong>de</strong>dores<br />

começaram literalmente<br />

a ensinar os clientes a comprarem<br />

online pela primeira<br />

vez. Vimos inúmeros casos <strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>dores fazerem tutorial,<br />

a gravar passo a passo <strong>de</strong> telas<br />

para o cliente.<br />

Agora, mesmo com praticamente<br />

todas as lojas<br />

abertas, continuamos muito<br />

focados na modalida<strong>de</strong><br />

do ven<strong>de</strong>dor online. E do nosso lado, <strong>de</strong><br />

marketing, tivemos um trabalho 360 para<br />

que as filiais continuem avançando na digitalização<br />

da própria mídia, porque a gente<br />

acredita que essa comunicação local, regional<br />

e autêntica da loja é muito po<strong>de</strong>rosa. Obviamente,<br />

Casas Bahia é um gran<strong>de</strong> anunciante,<br />

Ponto Frio também tem a sua base<br />

<strong>de</strong> marca mais ampla. Mas estamos bastante<br />

envolvidos em <strong>de</strong>senvolver mídia local a partir<br />

das filiais, com essa comunicação autêntica<br />

feita por eles nas re<strong>de</strong>s sociais que gera<br />

essa conversa, para que eles consigam cada<br />

vez mais aprimorar essa compra <strong>de</strong> mídia<br />

regionalizada, mais voltada para WhatsApp,<br />

inclusive, porque a gente acha que essa<br />

é uma outra camada <strong>de</strong> comunicação extremamente<br />

po<strong>de</strong>rosa”.<br />

Ilca Sierra: “Continuamos muito<br />

focados no ven<strong>de</strong>dor online”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 39


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

Juliana HoskEn suvinil<br />

“Estamos com muitos<br />

planos, para nós a<br />

mudança será frequente”<br />

sido um momento intenso,<br />

único, e para a gente começou logo<br />

na primeira semana quando a<br />

“Tem<br />

gente se viu em casa, em março. Ao mesmo<br />

tempo, as lojas <strong>de</strong> tintas não fecharam, elas<br />

continuaram abertas, porque foram caracterizadas<br />

como ativida<strong>de</strong> essencial. E o interessante<br />

é que as pessoas se voltaram para<br />

suas casas, o que ocasionou um aumento<br />

enorme <strong>de</strong> reformas, <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar<br />

o home office, colorir uma pare<strong>de</strong>. Então,<br />

a gente teve <strong>de</strong> reconstruir toda a nossa<br />

abordagem, os contatos com nosso público,<br />

fornecedores, parceiros, lojistas e consumidores,<br />

a toque <strong>de</strong> caixa. No entanto, a Suvinil<br />

já vinha se preparando para uma mudança,<br />

pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018 a marca foi reposicionada,<br />

acompanhando<br />

essa mudança do consumidor<br />

mais protagonista, tomando<br />

as próprias <strong>de</strong>cisões.<br />

Quando aconteceu a pan<strong>de</strong>mia,<br />

talvez se a gente não tivesse<br />

se preparado seria muito<br />

mais difícil, como foi para diversas<br />

outras empresas. Mas a<br />

gente já estava numa mudança<br />

cultural, num processo <strong>de</strong><br />

transformação. Para mim, foi<br />

colocar em prática os planos<br />

que a gente já estava em andamento <strong>de</strong> uma<br />

forma diferente. A primeira preocupação<br />

foi com a saú<strong>de</strong> mental das pessoas. Preparamos<br />

a equipe para essa mudança, fizemos<br />

workshops com consultores externos falando<br />

sobre abertura para mudança com 100% do<br />

time <strong>de</strong> marketing. De lá para cá, também<br />

fizemos dois workshops gran<strong>de</strong>s sobre criativida<strong>de</strong>,<br />

porque nessa hora que a gente está<br />

distante, a agilida<strong>de</strong>, a criativida<strong>de</strong> e a abertura<br />

para mudanças são essenciais.<br />

A gente trabalhou muito também a questão<br />

da pluralida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong>, porque<br />

precisamos muito acionar tudo que há <strong>de</strong><br />

potencial no time <strong>de</strong> marketing para vir com<br />

as i<strong>de</strong>ias mais acertadas para os públicos que<br />

interagem com a gente. Falando das nossas<br />

“fizemos um<br />

vi<strong>de</strong>omanifesto<br />

‘suvinil todas as<br />

cores, todas<br />

as histórias’<br />

e a campanha<br />

vai continuar”<br />

ações externas, começamos dando apoio<br />

aos nossos parceiros e clientes. Fizemos os<br />

kits <strong>de</strong> higiene rapidamente, mandamos<br />

para 600 lojas, e totens com álcool em gel,<br />

enquanto ninguém estava pensando nisso<br />

ainda. Produzimos também álcool em gel na<br />

nossa fábrica, foi uma gran<strong>de</strong> mobilização.<br />

Também fizemos conteúdo para os nossos<br />

clientes sobre segurança no ponto <strong>de</strong> venda,<br />

por exemplo, e <strong>de</strong> marketing digital, porque<br />

muitos nem vendiam no online. Outra coisa<br />

que fizemos muito rápido foi colocar nas plataformas<br />

da Suvinil o contato <strong>de</strong> WhatsApp<br />

dos lojistas que quiseram.<br />

Com o nosso e-commerce <strong>de</strong> tintas, crescemos<br />

em 70% o número <strong>de</strong><br />

reven<strong>de</strong>dores na nossa plataforma.<br />

E as vendas dispararam<br />

nesse período. E ainda<br />

falando <strong>de</strong> apoio aos lojistas,<br />

como não podíamos mais fazer<br />

treinamento presencial<br />

para pintores e lojistas, acionamos<br />

o nosso time para fazer<br />

lives. Fizemos mais <strong>de</strong> 600<br />

palestras e treinamentos para<br />

atingir pintores e consumidores<br />

sobre como usar e escolher<br />

tintas. Dentro do reposicionamento<br />

da marca, chegamos<br />

à conclusão que a Suvinil não ven<strong>de</strong> tintas,<br />

ela pinta histórias, porque sempre por trás<br />

<strong>de</strong> uma pintura tem uma história que as pessoas<br />

contam. E a Suvinil resolveu dar voz a<br />

essa essência e na pan<strong>de</strong>mia isso se intensificou<br />

<strong>de</strong>mais, com todos esses movimentos que<br />

aconteceram, como o Black Lives Matter.<br />

Fizemos um vi<strong>de</strong>omanifesto ‘Suvinil todas<br />

as cores, todas as histórias’ e vamos continuar<br />

com essa campanha. Em 2021, a Suvinil<br />

vai fazer 60 anos e vamos dar voz para essa<br />

questão da diversida<strong>de</strong> cada vez mais. Estou<br />

bem feliz com o que a gente construiu, os resultados<br />

que alcançamos. Temos enormes<br />

<strong>de</strong>safios, mas já estamos com muitos planos<br />

para os próximos passos, porque para nós a<br />

mudança vai ser frequente.”<br />

Juliana Hosken: “Fizemos mais <strong>de</strong><br />

600 palestras e treinamentos”<br />

40 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

loraine riCino Gol<br />

“Transformamos o<br />

nosso site em uma<br />

‘central <strong>de</strong> atendimento’”<br />

<strong>de</strong> março, a Gol tinha uma<br />

situação <strong>de</strong> 800 voos diários e<br />

“Em 14<br />

caiu para 50. De um dia para o<br />

outro, você vê o aeroporto vazio. Aviação foi<br />

um dos setores mais afetados. De lá para cá,<br />

a gente vem intensificando ações <strong>de</strong> conteúdo<br />

em educação. Essa é uma gran<strong>de</strong> fortaleza<br />

nesses tempos. Obviamente, todo mundo<br />

acelerou a transformação digital, não tinha<br />

como ser <strong>de</strong> forma diferente. A gran<strong>de</strong> questão<br />

é que apren<strong>de</strong>mos com essa pan<strong>de</strong>mia<br />

que o que para a indústria era algo tão comum<br />

<strong>de</strong> falar, como a sanitização do avião,<br />

o Filtro Hepa, a circulação do ar, tudo que<br />

era tão evi<strong>de</strong>nte para nós, não era evi<strong>de</strong>nte<br />

para os clientes, a ponto <strong>de</strong> clientes acharem<br />

que acabamos <strong>de</strong> colocar esses itens nos nossos<br />

aviões, como vimos em pesquisas.<br />

Começamos a pan<strong>de</strong>mia<br />

fazendo uma ação empática,<br />

genuína, que foi o transporte<br />

gratuito dos médicos, porque<br />

eram clientes essenciais. Convidamos<br />

Azul e Latam para<br />

seguirem com a gente, ambas<br />

continuaram, a Passaredo<br />

entrou também, ou seja, as<br />

quatro companhias aéreas<br />

que atuam no país fazendo<br />

transporte não só <strong>de</strong> médicos, mas também<br />

<strong>de</strong> equipamentos necessários para essa pan<strong>de</strong>mia.<br />

Transformamos o nosso site, que sempre<br />

foi <strong>de</strong> varejo totalmente, em uma ‘central <strong>de</strong><br />

atendimento’. Ele <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um site <strong>de</strong><br />

vendas para ser um canal <strong>de</strong> atendimento,<br />

tirando todo aquele acúmulo <strong>de</strong> ligações<br />

do nosso call center também. Isso foi uma<br />

gran<strong>de</strong> transformação, coisa que talvez não<br />

tivéssemos feito em um ano, se não tivéssemos<br />

passando por esse caos. E agora, certamente,<br />

nosso site nunca mais <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser<br />

também informativo, e não somente um site<br />

<strong>de</strong> vendas, já que não tem mais como lidar<br />

com o consumidor <strong>de</strong> forma diferente, porque<br />

ele sai diferente <strong>de</strong> tudo isso. O primeiro<br />

impacto foi o caos, <strong>de</strong>pois paramos para<br />

“enten<strong>de</strong>mos que<br />

o foco tinha <strong>de</strong><br />

continuar sendo<br />

o cliente, mesmo<br />

ele não voando”<br />

respirar e enten<strong>de</strong>mos que o foco tinha <strong>de</strong><br />

continuar sendo o cliente, mesmo ele não<br />

voando. No início, o nosso gran<strong>de</strong> trabalho<br />

com o cliente e operadoras foi a remarcação<br />

<strong>de</strong> voos, porque os pacotes foram cancelados.<br />

Tinha obviamente protocolos <strong>de</strong> cancelamentos<br />

que foram mudados para que as<br />

pessoas pu<strong>de</strong>ssem voar num período maior<br />

<strong>de</strong> tempo e não per<strong>de</strong>r a passagem. Quem<br />

queria reembolso da passagem também<br />

passamos a dar. Enfim, foi toda uma indústria<br />

transformada e tentamos fazer isso <strong>de</strong><br />

forma conjunta porque foi um transtorno.<br />

Para mim, o maior <strong>de</strong>safio foi passar a ser<br />

muito clara e transparente nas comunicações.<br />

Ou seja, migrar <strong>de</strong> uma comunicação<br />

promocional, basicamente, para uma comunicação<br />

que <strong>de</strong>sse esclarecimentos não<br />

só sobre o momento, mas também sobre<br />

cancelamentos, remarcações<br />

e sanitização <strong>de</strong>ntro dos voos.<br />

A gente já tinha protocolos<br />

muito fortes do setor, mas as<br />

pessoas não conheciam.<br />

Usamos todos os nossos canais<br />

digitais, fora isso, intensificamos<br />

nossa comunicação<br />

por meio das re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Obviamente, todos os budgets<br />

foram cortados. E eu sempre falo que fazer<br />

bem com bastante dinheiro é fácil, quero<br />

ver fazer coisa boa com pouco. Agora, estamos<br />

relançando o ‘Compromisso Gol’, falando<br />

ainda mais sobre a segurança <strong>de</strong>ntro<br />

do voo, com estudos feitos pelos fabricantes<br />

<strong>de</strong> avião. Assim como os cientistas, as<br />

empresas que fabricam as vacinas, a gente<br />

também apren<strong>de</strong>u ao longo do tempo com<br />

tudo isso.<br />

A gente fez um outro movimento que foi<br />

lançado recentemente, o ‘Aproximando distâncias’,<br />

uma ação social para o setor, para<br />

as pessoas comprarem artigos <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

locais pelo e-commerce. Essa foi a forma<br />

que a gente encontrou para fazer com que esses<br />

produtores conseguissem se manter até o<br />

turismo voltar e ele está voltando”.<br />

Loraine Ricino: “O nosso gran<strong>de</strong><br />

trabalho foi com remarcações <strong>de</strong> voos”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 41


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

priscila salles bancO inter<br />

“O banco nunca tinha<br />

trabalhado em estado<br />

<strong>de</strong> home office”<br />

“Em março, quando a gente viu a onda<br />

chegando, reunimos todo o corpo<br />

executivo da empresa e em três<br />

dias conseguimos nos reestruturar e se estabelecer<br />

no sentido <strong>de</strong> que mandaríamos todo<br />

mundo para casa, num primeiro momento,<br />

e <strong>de</strong>pois avaliariamos como ficaria o mundo.<br />

A gente não tinha noção do que estava<br />

acontecendo, na verda<strong>de</strong>. Fizemos a <strong>de</strong>smobilização<br />

nos escritórios <strong>de</strong> Belo Horizonte,<br />

em São Paulo, em operações pontuais que temos<br />

em coworking pelo Brasil, e também do<br />

pessoal <strong>de</strong> call center. Temos três operações<br />

<strong>de</strong> call center no país, são mais <strong>de</strong> mil pessoas<br />

indiretas trabalhando para nós. Talvez o<br />

maior <strong>de</strong>safio nessa mudança foi justamente<br />

essa <strong>de</strong>sestruturação física.<br />

Depois <strong>de</strong> cuidar dos colaboradores,<br />

foi a hora <strong>de</strong> olhar<br />

para os clientes. Sem dúvida<br />

nenhuma, foi o momento <strong>de</strong><br />

crise financeira e, sendo um<br />

banco, a gente precisava pensar<br />

obviamente no bolso das<br />

pessoas. O Banco Inter assinou<br />

um termo <strong>de</strong> ‘não <strong>de</strong>mita’ com<br />

os funcionários e, mesmo com<br />

baixa performance, não tivemos<br />

nenhuma <strong>de</strong>missão nos<br />

meses <strong>de</strong> abril, maio e junho. E<br />

para os clientes finais, o banco se voltou para<br />

o marketplace, a parte <strong>de</strong> shopping <strong>de</strong>ntro<br />

do aplicativo do Inter, dobrando as ofertas<br />

<strong>de</strong> cashback para eles. A parte <strong>de</strong> farmácias<br />

ficou muito acessada, supermercados também<br />

naquele momento.<br />

“Sem dúvidaS,<br />

fomoS<br />

aceleradoS pela<br />

covid-19, maS<br />

já éramoS uma<br />

empreSa<br />

digital”<br />

Outros movimentos que fizemos também<br />

foram muito relevantes. O Inter foi o único<br />

banco a zerar a cobrança <strong>de</strong> cartão <strong>de</strong> crédito.<br />

A gente <strong>de</strong>u para o cliente 60 dias <strong>de</strong> pagamento,<br />

sem nenhum tipo <strong>de</strong> taxa, multa,<br />

mora ou juros, justamente para ele se reorganizar<br />

e se reestabelecer financeiramente.<br />

Foram movimentos importantes em que os<br />

clientes enxergaram o valor <strong>de</strong> a marca estar<br />

próxima <strong>de</strong>les naquele momento mais<br />

crítico. E agora, a gente está retomando, sinto<br />

que as coisas estão melhorando bastante.<br />

Apren<strong>de</strong>mos muito com o momento, o banco<br />

nunca tinha trabalhado em estado <strong>de</strong> home<br />

office e, quando a gente fez a mudança, não<br />

tivemos nenhuma perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Pelo contrário, o Inter bateu recor<strong>de</strong> atrás <strong>de</strong><br />

recor<strong>de</strong> em nível <strong>de</strong> entrega para os nossos<br />

clientes. O estado <strong>de</strong> home office não muda<br />

o engajamento, o nível <strong>de</strong> energia das pessoas.<br />

Foi um aprendizado para enten<strong>de</strong>r que<br />

tipo <strong>de</strong> estrutura tem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficar<br />

em home office. Hoje posso contratar um <strong>de</strong>senvolvedor<br />

na Índia. As coisas mudaram<br />

muito. Sem dúvidas, fomos acelerados pela<br />

Covid-19, mas já éramos uma empresa digital.<br />

Então, não sentimos as mudanças tão<br />

abruptas como gran<strong>de</strong>s corporações<br />

acabaram sentindo.<br />

O Inter tem uma estrutura<br />

muito horizontal e a conversa<br />

flui muito fácil. Fico também<br />

com a parte da experiência<br />

do cliente no Inter e ouvimos<br />

muito os clientes no sentido <strong>de</strong><br />

saber quais eram as necessida<strong>de</strong>s<br />

financeiras <strong>de</strong>les, <strong>de</strong>safios<br />

no momento para en<strong>de</strong>reçar<br />

o atendimento a eles, porque<br />

não podíamos per<strong>de</strong>r a qualida<strong>de</strong>.<br />

A marca é digital. Também<br />

tivemos novas aberturas <strong>de</strong> contas em<br />

função do auxílio da Caixa para a Covid-19.<br />

Naquele momento, as pessoas estavam<br />

bastante incomodadas com as tarifas bancárias<br />

e ninguém queria sair <strong>de</strong> casa para<br />

pagar uma conta ou resolver um problema.<br />

Saiu há pouco tempo um levantamento que<br />

mostra a migração dos clientes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

bancos para os bancos digitais. Vimos também<br />

a plataforma <strong>de</strong> investimentos crescendo<br />

muito. Na parte <strong>de</strong> comunicação, usamos<br />

muita re<strong>de</strong> social, o Inter é uma marca <strong>de</strong><br />

social, e-mail marketing e criamos uma landing<br />

page sobre as nossas medidas com a Covid-19.<br />

Obviamente, telefone também, que é<br />

o meio mais tradicional, mas hoje os clientes<br />

têm preferência pela relação mais escrita.”<br />

Priscila Salles: “Usamos muita re<strong>de</strong><br />

social, o Inter é uma marca <strong>de</strong> social”<br />

42 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

Renata lamaRco outback<br />

“Do dia para a noite<br />

viramos um gran<strong>de</strong><br />

e-commerce”<br />

“N<br />

ão tem sido fácil o momento<br />

para o varejo, a gente ficou mais<br />

<strong>de</strong> 100 dias com todas as lojas fechadas,<br />

mais <strong>de</strong> 110 unida<strong>de</strong>s, foi um <strong>de</strong>safio<br />

muito gran<strong>de</strong> em se reinventar. Hoje nós temos<br />

12 mil outbackers, como a gente chama<br />

o nosso time, e manter todo mundo primeiramente<br />

com saú<strong>de</strong>, seguro, mas ao mesmo<br />

tempo motivado, engajado, e manter o emprego<br />

<strong>de</strong> todo mundo, é uma responsabilida<strong>de</strong><br />

muito gran<strong>de</strong> como companhia. A gente<br />

pensava o tempo todo nessa comunida<strong>de</strong> e<br />

em como nós manteríamos o business ativo.<br />

Primeiro, criamos alguns comitês. Tinha o<br />

comitê <strong>de</strong> crise, claro, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro<br />

momento a gente enten<strong>de</strong>u que também<br />

precisaríamos ter comitês <strong>de</strong><br />

marca, inovação e disrupção.<br />

O nosso primeiro momento<br />

no comitê <strong>de</strong> marca foi enten<strong>de</strong>r<br />

como o Outback, enquanto<br />

marca, que é uma love brand,<br />

que as pessoas estão superconectadas,<br />

po<strong>de</strong> se tornar<br />

ainda mais relevante e trazer<br />

ações para a socieda<strong>de</strong>. A nossa<br />

primeira gran<strong>de</strong> ação foi <strong>de</strong><br />

ovos <strong>de</strong> Páscoa. A gente fez a<br />

doação <strong>de</strong> 70% dos ovos em<br />

duas iniciativas: a primeira a<br />

gente doou para primeiros negócios, 85 pequenos<br />

empreen<strong>de</strong>dores, que foram os mais<br />

afetados pela pan<strong>de</strong>mia. Fizemos a doação<br />

e mídia para levar as pessoas a comprarem<br />

ovos <strong>de</strong> Páscoa naqueles locais.<br />

Recebemos <strong>de</strong>poimentos muito legais <strong>de</strong>sses<br />

empreen<strong>de</strong>dores, dizendo coisas como ‘só<br />

conseguimos pagar a folha <strong>de</strong> pagamento ou<br />

o aluguel do mês, manter o meu negócio no<br />

mês, por conta <strong>de</strong>ssa doação, porque muita<br />

gente veio em busca dos ovos do Outback e<br />

acabou comprando outros itens’. E também<br />

fizemos uma doação gran<strong>de</strong> para profissionais<br />

da saú<strong>de</strong>, para três hospitais em São<br />

Paulo. Começamos pensando em como se<br />

manter próximo, mas trazendo ações relevantes.<br />

A gente começou a pan<strong>de</strong>mia com<br />

50 restaurantes no <strong>de</strong>livery e hoje todos os<br />

restaurantes Outback têm <strong>de</strong>livery, que foi<br />

fundamental para a sobrevivência do negócio.<br />

Foi um momento bastante intenso para<br />

garantir que a gente conseguiria treinar todos<br />

os restaurantes para entregar o padrão<br />

Outback e a experiência da marca em casa. O<br />

<strong>de</strong>livery era 3% do nosso negócio. Depois <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> seis meses, há algumas semanas fizemos<br />

a nossa última reabertura, que foi em<br />

São José do Rio Preto. É até engraçado dizer<br />

isso, mas o time nunca esteve tão próximo.<br />

Fizemos muitas lives e doações <strong>de</strong> alimentos,<br />

foram mais <strong>de</strong> 14 toneladas. O time pensou<br />

muito na disrupção, em como manter o<br />

Outback inovando a distância.<br />

O nosso processo <strong>de</strong> inovação,<br />

“a gente se<br />

reinventou<br />

bastante<br />

para tentar<br />

extrapolar o<br />

ambiente do<br />

restaurante”<br />

normalmente, durava <strong>de</strong> três<br />

a seis meses. Nessa pan<strong>de</strong>mia,<br />

a gente lançou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Pipoca<br />

Cinemark Outback até a Coxinha<br />

Outback, em tempo recor<strong>de</strong>.<br />

Desenvolvemos o produto<br />

em <strong>de</strong>z dias. Com a pipoca,<br />

participamos <strong>de</strong> drive-in, sempre<br />

pensando em como criar<br />

uma experiência que transcen<strong>de</strong><br />

o restaurante. O Outback<br />

como restaurante tem uma<br />

experiência que as pessoas conhecem<br />

e gostam muito, mas a gente precisava<br />

levar isso para on<strong>de</strong> elas estavam.<br />

A gente se reinventou bastante, enfim,<br />

para tentar extrapolar o ambiente do restaurante.<br />

Éramos uma empresa <strong>de</strong> 110 unida<strong>de</strong>s<br />

e do dia para a noite viramos um gran<strong>de</strong> e-<br />

-commerce. Tivemos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r muito sobre<br />

performance do <strong>de</strong>livery, <strong>de</strong> canais digitais.<br />

E precisávamos ser muito assertivos<br />

porque estávamos com uma questão <strong>de</strong> fluxo<br />

<strong>de</strong> caixa importante. Foi um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.<br />

Eu tive o papel <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>rar a minha equipe<br />

e dar autonomia a distância. Fomos até reconhecidos<br />

entre as 100 marcas mais lembradas<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia, pela revista Exame.<br />

Quanto mais a gente fazia, mais sentia<br />

que estávamos no caminho certo”.<br />

Renata Lamarco: “O time pensou<br />

muito na disrupção”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 43


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

silvana balbo carrEfour<br />

“Estávamos sempre<br />

tentando antecipar os<br />

dilemas dos clientes”<br />

a pan<strong>de</strong>mia um dos principais<br />

<strong>de</strong>safios foi conseguir acompanhar<br />

o comportamento dos<br />

“Durante<br />

clientes em diferentes estágios. As ações da<br />

marca foram exatamente acompanhando esse<br />

ritmo e essas diferenças. Esse foi o gran<strong>de</strong><br />

fator que trouxe o Carrefour até aqui, tendo<br />

resultados muito relevantes e até melhores<br />

do que os concorrentes. O comportamento<br />

do cliente foi seguindo como se fosse a pirâmi<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Maslow. Começou com necessida<strong>de</strong>s<br />

completamente básicas, essenciais, e o nosso<br />

primeiro step teve muito a ver com isso, <strong>de</strong><br />

garantir ao cliente que as lojas continuariam<br />

abertas, <strong>de</strong> que não ia faltar alimentos, <strong>de</strong><br />

que estávamos suficientemente abastecidos.<br />

A gente usou um mix <strong>de</strong> comunicação<br />

para falar com o<br />

maior número <strong>de</strong> clientes possível<br />

para dar essa tranquilida<strong>de</strong><br />

num primeiro momento<br />

e também conseguimos trazer<br />

dos outros países <strong>de</strong> operação<br />

própria, principalmente da<br />

Europa, as melhores práticas<br />

e implementar no Brasil. O<br />

segundo step começou a pegar<br />

na questão financeira, porque<br />

a pan<strong>de</strong>mia tem um impacto<br />

muito forte na economia e no<br />

<strong>de</strong>semprego. Começamos a perceber as pessoas<br />

muito preocupadas com inflação, alta<br />

<strong>de</strong> preços e commodities, e aí a nossa iniciativa<br />

foi congelar os preços das nossas marcas<br />

próprias, com 200 itens que eram super-relevantes.<br />

A cada passo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> comportamento,<br />

porque monitoramos muito o sentimento<br />

dos clientes, tanto nas nossas lojas<br />

on<strong>de</strong> já temos mecanismos recorrentes <strong>de</strong><br />

pesquisa, quanto no monitoramento das re<strong>de</strong>s<br />

sociais, a gente ia percebendo qual era a<br />

preocupação e lançando iniciativas ou projetos<br />

para <strong>de</strong>ixarem as pessoas mais tranquilas<br />

ou mitigar os efeitos da pan<strong>de</strong>mia. E<br />

o terceiro step tinha muito a ver com a preocupação<br />

com os outros.<br />

“Um dos <strong>de</strong>safios<br />

foi consegUir<br />

acompanhar o<br />

comportamento<br />

dos clientes<br />

em diferentes<br />

estágios”<br />

Então, a gente viu num primero momento<br />

o cliente muito egoísta para garantir o<br />

abastecimento da sua casa, já num segundo<br />

momento tinha uma preocupação um pouco<br />

maior com a família, porque todo mundo enten<strong>de</strong>u<br />

que ia ter <strong>de</strong> viver <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. E o<br />

terceiro step foi o <strong>de</strong> ajuda coletiva, quando<br />

a marca lançou uma iniciativa gran<strong>de</strong> que a<br />

gente chamou <strong>de</strong> Compra Solidária, em que<br />

as pessoas podiam fazer doações pelo site<br />

e por meio das nossas lojas. A gente conseguiu<br />

convidar os parceiros fornecedores, os<br />

próprios consumidores e o grupo doou R$ 20<br />

milhões para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>stinar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cestas básicas<br />

a vale alimentação para as pessoas.<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi conseguir<br />

acompanhar os diferentes<br />

comportamentos e estágios da<br />

pan<strong>de</strong>mia e respon<strong>de</strong>r com<br />

iniciativas que fossem pertinentes<br />

e relevantes a cada<br />

momento, tanto para o consumidor<br />

final como para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Internamente, rapidamente<br />

conseguimos constituir<br />

comitês que tinham focos específicos,<br />

um comitê era mais<br />

operacional voltado para as<br />

lojas; outro comitê para a comunicação,<br />

com reuniões diárias,<br />

e com isso a gente ganhou muita agilida<strong>de</strong>,<br />

porque o foco era muito claro. A partir<br />

do momento que a <strong>de</strong>cisão era tomada pelo<br />

colegiado, a gente cascateava para os times e<br />

com isso conseguimos fazer muita coisa.<br />

Estávamos sempre tentando antecipar os<br />

dilemas dos clientes. O Carrefour conseguiu<br />

ser pioneiro em colocar as placas <strong>de</strong> acrílico<br />

no check-out das lojas, os a<strong>de</strong>sivos no chão<br />

e <strong>de</strong>pois começou a controlar a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> clientes <strong>de</strong>ntro das lojas, medir a temperatura<br />

e criar um processo para quem estava<br />

com febre, oferecendo para fazer a compra<br />

e entregar em casa ou o nosso e-commerce.<br />

A cada passo que dávamos, tentávamos antecipar<br />

qual seria o próximo problema dos<br />

consumidores”.<br />

Silvana Balbo: “Rapidamente,<br />

conseguimos constituir comitês”<br />

44 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


EspEcial cmo<br />

Divulgação<br />

vAnessA AmOrim hOspitAl Albert einstein<br />

“O nosso plano <strong>de</strong><br />

marketing começou<br />

com uma FAQ”<br />

fazendo reunião <strong>de</strong><br />

crise <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro, ela era<br />

“Estávamos<br />

quinzenal e multidisciplinar, e o<br />

marketing já participava com outras áreas<br />

corporativas do hospital. A gente vinha se<br />

preparando para uma avalanche. Criamos<br />

um material em janeiro com respostas para<br />

as principais perguntas sobre o coronavírus<br />

que foi muito acessado. As pessoas tinham<br />

muitas dúvidas. Com a confirmação do primeiro<br />

caso no Brasil, em 26 <strong>de</strong> fevereiro, liguei<br />

para o meu pessoal para pegarmos todo<br />

o material da OMS (Organização Mundial da<br />

Saú<strong>de</strong>) e já começamos a traduzir. Foi muito<br />

maluco tudo isso porque o nosso plano <strong>de</strong><br />

marketing começou com uma FAQ.<br />

precisamos começar a segmentar o conteúdo<br />

porque as pessoas começaram a ter dúvidas<br />

diferentes. Criamos PDFs que disparávamos<br />

pelo WhatsApp com data, <strong>de</strong>pois passamos<br />

a colocar data e horário. A gente usou muito<br />

o nosso blog como repositório e o WhatsApp<br />

para disseminar informação e combater as<br />

fake news. Foi muito legal o protagonismo e<br />

a transparência que tivemos, porque no começo<br />

nenhum outro hospital estava falando<br />

sobre a Covid, uma vez que nós i<strong>de</strong>ntificamos<br />

o primeiro caso. O que senti, tanto do time<br />

corporativo como do pessoal que estava na<br />

linha <strong>de</strong> frente, foi o cuidado com as pessoas,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se elas tinham acesso ao<br />

Einstein ou não.<br />

Vanessa Amorim: “A gente quis levar<br />

informação <strong>de</strong> todas as formas”<br />

Tive um compromisso muito<br />

gran<strong>de</strong> na questão da <strong>de</strong>mocratização<br />

da informação. O<br />

nosso canal principal quando<br />

começou a pan<strong>de</strong>mia foi o blog<br />

Vida Saudável, que criamos<br />

em <strong>de</strong>zembro do ano passado,<br />

com linguagem mais simples.<br />

No site do Einstein, colocamos<br />

um banner direcionando as<br />

pessoas para o blog. A meta<br />

inicial do blog era que até o<br />

fim do ano teríamos 100 mil<br />

acessos por mês e, <strong>de</strong> janeiro<br />

a junho, tivemos quatro milhões <strong>de</strong> acessos.<br />

A gente começou a divulgar o blog nas nossas<br />

entrevistas também para que as pessoas<br />

acessassem. O blog foi o catalisador <strong>de</strong> tudo.<br />

A gente tinha duas aprovações diárias no começo,<br />

porque o que a gente traduzia <strong>de</strong> manhã,<br />

à noite já não valia mais.<br />

Hoje, temos cerca <strong>de</strong> 150 perguntas na<br />

FAQ, só sobre coronavírus, que atualizamos<br />

constantemente. Começamos com um conteúdo<br />

com perguntas gerais e respostas curtas.<br />

Na primeira semana <strong>de</strong> março, a gente fez<br />

a primeira live, numa época em que as lives<br />

nem estavam na moda. Fizemos lives com<br />

médicos, pediatras, psiquiatras, infectologistas<br />

e cardiologistas, enfim, conforme iam<br />

surgindo as dúvidas. No segundo momento,<br />

Era muito conteúdo criado<br />

todo dia. Começamos com<br />

texto, <strong>de</strong>pois passamos a fazer<br />

ilustração para facilitar e ví<strong>de</strong>os<br />

animados, tudo internamente.<br />

Tínhamos uma in-house<br />

que dobrou <strong>de</strong> tamanho<br />

nesse período. De fevereiro<br />

até agosto, o hospital foi citado<br />

em quase 37 mil matérias.<br />

Tínhamos uma campanha<br />

pronta para sair em março,<br />

mas guardamos ela na gaveta.<br />

O que a gente quis foi levar<br />

informação <strong>de</strong> todas as formas. Colocamos<br />

conteúdo na Alexa, fizemos parceria com a<br />

Elemidia para colocar conteúdo gratuito nos<br />

elevadores, enfim, levamos o Einstein para<br />

todos os canais e re<strong>de</strong>s sociais.<br />

“A GENTE<br />

USOU MUITO O<br />

WHATSAPP PARA<br />

DISSEMINAR<br />

INFORMAÇÃO<br />

E COMBATER<br />

AS FAKE NEWS”<br />

Não fizemos campanha publicitária durante<br />

o período, lançamos só agora, recentemente,<br />

‘O cuidado não para nunca’, criada<br />

pela McCann Health, para reforçar nossos<br />

cuidados com as pessoas. E uma questão que<br />

a gente quis reforçar nesse período foi a atuação<br />

na saú<strong>de</strong> pública também. A construção<br />

dos 100 leitos a mais no Hospital M’Boi<br />

Mirim, que foi uma parceria da Ambev, Gerdau<br />

e Einstein, surgiu via marketing. Acho<br />

que uma coisa bacana foi essa preocupação<br />

genuína com a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os segmentos.”<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 45


prêMiOS<br />

SBT aposta no humor em campanha<br />

para O Melhor Comercial do Brasil<br />

O filme brinca com uma paródia da música dos elefantinhos e traz referências <strong>de</strong> hits do momento no Tik Tok<br />

Divulgacão<br />

Criados pela Giusti,<br />

ví<strong>de</strong>os trazem<br />

Murilo Couto<br />

como protagonista<br />

SBT lançou na última semana a campanha<br />

do Melhor Comercial do Brasil<br />

O<br />

<strong>2020</strong>. Criada pela Giusti, a comunicação<br />

traz o humorista Murilo Couto, que faz<br />

parte do elenco do The Noite, como protagonista.<br />

Nas peças, Murilo lembra que para participar<br />

basta ter uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> peso e veicular<br />

o comercial até o fim do ano no SBT.<br />

Depois, o trabalho será julgado por um<br />

júri <strong>de</strong> mercado, que reúne executivos <strong>de</strong><br />

agências e anunciantes. O vencedor será<br />

revelado em 2021.<br />

Além do troféu e <strong>de</strong> todo o <strong>de</strong>staque no<br />

mercado, os vencedores ainda ganham<br />

um pacote para o Cannes Lions 2021, com<br />

tudo pago pela emissora.<br />

A campanha traz referências <strong>de</strong> hits do<br />

momento do Tik Tok. O filme brinca ainda<br />

com uma paródia da música dos elefantinhos,<br />

ressignificando a letra.<br />

A campanha conta com peças digitais<br />

para YouTube, LinkedIn, Instagram e Facebook.<br />

O Melhor Comercial do Brasil chega<br />

este ano em sua nona edição. Como novida<strong>de</strong>,<br />

o SBT criou uma categoria especial<br />

Covid-19, que vai homenagear a marca<br />

que durante a crise do novo coronavírus<br />

mais empenhou seus esforços <strong>de</strong> mídia<br />

no SBT para promover ações, comunicados<br />

e informações sobre a pan<strong>de</strong>mia que<br />

alarma o país. Como prêmio, a marca e a<br />

agência vencedoras po<strong>de</strong>rão veicular a<br />

mesma carga <strong>de</strong> comerciais a serem utilizados<br />

entre janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2021,<br />

além <strong>de</strong> um troféu especial da categoria.<br />

As campanhas já premiadas foram:<br />

em 2011, Pôneis Malditos, da agência<br />

Lew’Lara/TBWA para a Nissan do Brasil;<br />

2012, Tradutor, da AlmapBBDO para<br />

a Pepsi; 2013, Brasil 70, da AlmapBBDO<br />

para Volkswagen (Novo Fusca); 2014,<br />

Compadre, da NBS para Bom Negócio.<br />

com; 2015, Desejos, da AlmapBBDO para<br />

o novo Golf; 2016, Pé na porta, da AlmapBBDO<br />

para Volkswagen; 2017, Visões, da<br />

Y&R para a Vivo; 2018, Robô, da DPZ&T<br />

para o Itaú.<br />

A votação da edição do ano anterior<br />

sempre acontece no primeiro semestre<br />

do ano seguinte. Por conta da pan<strong>de</strong>mia,<br />

o evento <strong>de</strong> votação da edição 2019 foi<br />

adiado para o fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />

46 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

NBAE/Getty Images<br />

Cesta 1<br />

A temporada 2019/<strong>2020</strong> da NBA será histórica do ponto <strong>de</strong> vista esportivo, <strong>de</strong> mídia<br />

e patrocínios. Na semana passada, os fãs do torneio em 215 países acompanharam os<br />

dois primeiros confrontos finais entre o Miami Heat, campeão da Conferência Leste,<br />

e o Los Angeles Lakers, campeões da Conferência Oeste. A série <strong>de</strong>cisiva da temporada<br />

está sendo transmitida no Brasil por Band, ESPN e pelo app NBA League Pass.<br />

Disputados em se<strong>de</strong> única pela primeira vez em 74 anos <strong>de</strong> história da liga, no complexo<br />

Walt Disney, em Orlando, os eventos precisaram ser adaptados para seguir os protocolos<br />

<strong>de</strong> segurança em meio à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19.<br />

Cesta 2<br />

Des<strong>de</strong> a retomada da competição, em 30 <strong>de</strong> julho, os canais sociais da NBA geraram mais <strong>de</strong><br />

5,3 bilhões <strong>de</strong> visualizações em ví<strong>de</strong>os, além <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> novos fãs globalmente.<br />

As finais prometem alavancar ainda mais os números. Apresentadas pela YouTube TV,<br />

que renovou a parceria <strong>de</strong> marketing com a NBA, WNBA e da NBA G League Finals, as partidas<br />

contam com quadra personalizada, trazendo a logo da plataforma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o do Google. O<br />

patrocinador também prepara uma campanha <strong>de</strong> TV para o mercado norte-americano, além<br />

<strong>de</strong> experiências e outras ativações no digital. Outro patrocinador que marca presença no torneio<br />

é a cerveja Michelob ULTRA. Serão 320 fãs virtuais assistindo a cada partida das finais<br />

<strong>de</strong> casa, sendo vistos <strong>de</strong>ntro da arena como parte do projeto Michelob ULTRA Courtsi<strong>de</strong>.<br />

Global<br />

A Asics acaba <strong>de</strong> anunciar sua primeira corrida virtual gratuita: a World Eki<strong>de</strong>n <strong>2020</strong>. No<br />

formato revezamento em equipe, times com até seis pessoas <strong>de</strong> qualquer lugar do mundo<br />

po<strong>de</strong>rão participar e completar uma maratona (42km). O lançamento do projeto é uma resposta<br />

direta às <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong> uma nova pesquisa global realizada pela Asics durante a pan<strong>de</strong>mia<br />

da Covid-19. Mais da meta<strong>de</strong> (55%) dos praticantes <strong>de</strong> exercícios regulares em todo o<br />

mundo afirmam que a falta <strong>de</strong> competição<br />

os torna menos motivados para a prática<br />

<strong>de</strong> esportes. A competição ocorre da<br />

seguinte forma: combinando a tecnologia<br />

Race Roster e o aplicativo Asics Runkeeper<br />

será possível rastrear o progresso <strong>de</strong> todas<br />

as equipes em tempo real em dispositivos<br />

como o Apple Watch. A classificação é<br />

feita em tabelas online com atualização<br />

ao vivo. Durante a World Eki<strong>de</strong>n <strong>2020</strong>,<br />

duas equipes com atletas globais <strong>de</strong> elite<br />

também vão se <strong>de</strong>safiar, entre eles, o brasileiro<br />

E<strong>de</strong>rson Vilela.<br />

Vibração<br />

Para entregar ao público uma experiência<br />

<strong>de</strong> som mais envolvente e a vibração<br />

sonora do estádio para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa,<br />

a Globo começa a testar novos recursos<br />

áudio imersivo em Dolby Atmos. A ferramenta<br />

foi disponibilizada durante partida<br />

entre Corinthians e Atlético-GO, na semana<br />

passada. O serviço está disponível para<br />

os torcedores da região metropolitana <strong>de</strong><br />

São Paulo que recebem o sinal digital livre<br />

e gratuito na TV aberta. É preciso que o<br />

televisor, home theater ou soundbar sejam<br />

dotados da tecnologia Dolby Atmos e o<br />

espectador selecione no menu do televisor<br />

o serviço <strong>de</strong> áudio correspon<strong>de</strong>nte (atualmente<br />

5º).<br />

#perGuntapraela<br />

Tradicionalmente marcado por uma série<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> conscientização sobre o tratamento<br />

e diagnóstico do câncer <strong>de</strong> mama, o<br />

mês <strong>de</strong> Outubro foi escolhido pela Umbro<br />

para sua nova campanha. A marca esportiva<br />

firmou parceria com a Fe<strong>de</strong>ração<br />

Brasileira <strong>de</strong> Instituições Filantrópicas <strong>de</strong><br />

Apoio à Saú<strong>de</strong> da Mama (Femama) para<br />

ação que envolve não apenas as mulheres,<br />

mas também amigos e familiares. O pontapé<br />

inicial da campanha 3 Perguntas que<br />

Salvam #perguntapraela foi feito no último<br />

dia 1º <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, durante live no canal<br />

do YouTube da Femama. O evento virtual<br />

contou com a participação <strong>de</strong> nomes da<br />

música e das artes, entre eles, Zeca Baleiro,<br />

Tom Cavalcante, Leandro Hassum, Gustavo<br />

Men<strong>de</strong>s e Elisa Lucinda.<br />

48 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotod: Divulgtação<br />

O implacável chef Érick Jacquin empresta sua imagem para a campanha <strong>de</strong> lançamento da linha Temperos Pets que ajuda a incrementar as rações servidas para cães e gatos<br />

SABOR<br />

Está pensando que o renomado Érick Jacquin, implacável nos seus<br />

julgamentos no programa Masterchef e referência na alta gastronomia<br />

no país, só pensa na culinária para humanos? Ledo engano!<br />

Uma prova é a campanha <strong>de</strong> lançamento da marca Mon Petit Chéri,<br />

que promove temperos para os alimentos dos pets, estrelada por<br />

ele. Salmão e carborana são alguns dos sabores preparados por<br />

Jacquin para <strong>de</strong>ixar as rações servidas a cães e gatos menos monótonas.<br />

“As rações pets tradicionais do mercado são muito saudáveis,<br />

mas, por não oferecerem sabores que proporcionam prazer<br />

ao se alimentar, fazem com que muitos pets fiquem cansados<br />

<strong>de</strong>sses alimentos. Dessa forma, começam a recusar e não ter uma<br />

alimentação completa. E assim como nós, humanos, eles merecem<br />

ter também o prazer da gastronomia”, explica Hugo Fonseca,<br />

CEO da Mon Petit Chéri. Jacquin teve a assessoria <strong>de</strong> nutrólogos,<br />

nutricionistas e veterinários para <strong>de</strong>senvolver os aditivos que dão<br />

sabor mais acentuados às rações. A marca foi lançada no último<br />

mês <strong>de</strong> setembro e já chama a atenção das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> varejo.<br />

Os temperos da Mon Petit Chéri já estão disponíveis em PDVs na<br />

região Sul, São Paulo e Pernambuco.<br />

Diretora-executiva <strong>de</strong> criação da BETC Havas, Andrea Siqueira manteve ritmo em júris<br />

EXPERIÊNCIA<br />

Representante brasileira na competição Creative eCommerce do<br />

Cannes Lions 2018, a publicitária Andrea Siqueira, diretora-executiva<br />

<strong>de</strong> criação da BETC Havas, manteve em <strong>2020</strong> o ritmo <strong>de</strong> participar<br />

<strong>de</strong> júris <strong>de</strong> propaganda: Festival do Clube <strong>de</strong> Criação, D&AD,<br />

Cresta Awards e Profissionais do Ano, da Re<strong>de</strong> Globo.<br />

Trabalho da Cave para BaianaSystem e Tropkillaz está na disputa do Grammy <strong>2020</strong><br />

GRAMMY<br />

Dirigido por Rafael Kent, da Cave para a AKQA, o clipe Saci, <strong>de</strong><br />

BaianaSystem e Tropkillaz, disputa o Grammy na categoria Melhor<br />

clipe musical em versão curta. O resultado será anunciado no dia<br />

19 <strong>de</strong> novembro.<br />

jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 49


última página<br />

Belina Fewings/Unsplash<br />

Como anda o mindset,<br />

heartset, healthset e<br />

soulset da sua marca?<br />

Flávio Waiteman<br />

Existe um conceito interessante criado<br />

pelo autor best-seller cana<strong>de</strong>nse Robin<br />

Sharma. Ele afirma que as pessoas que<br />

moldam a história, como Nelson Man<strong>de</strong>la e<br />

Madre Teresa, entre outros, só conseguem<br />

fazê-lo porque vão além da configuração da<br />

mente (mindset), mas também se preocupam<br />

com a paixão pelos objetivos da vida<br />

(heartset), com o estar bem consigo próprio<br />

(healthset) e com o propósito ou inspiração<br />

pessoal (soulset). Num mundo cujas empresas<br />

adquirem cada vez mais personalida<strong>de</strong>,<br />

tom <strong>de</strong> voz e empatia, me peguei pensando<br />

se esse conceito (mindset, heartset, healthset<br />

e soulset) faria sentido também para as<br />

marcas hoje. Se seria um exercício válido<br />

pensar a marca sob esses critérios.<br />

Sobre mindset e a sua marca: 90% das<br />

marcas estão preocupadas apenas com<br />

o mindset. Delas próprias e dos clientes.<br />

Números <strong>de</strong> consumo. Vendas.<br />

Share. Mercado. E tudo bem<br />

com isso. Algumas nem fazem<br />

comunicação, pois os números<br />

sempre vão bem. Gran<strong>de</strong> parte<br />

das metas e objetivos é sobre informações<br />

mensuráveis. E se é<br />

mensurável, é bonificável. Mas<br />

estamos falando sobre quem<br />

“faz história”. E o mindset é um<br />

dos quatro pilares. É claro que o<br />

mindset é o início, é a estratégia,<br />

a inteligência. Mas geralmente os dados,<br />

sob tortura, conseguem confessar qualquer<br />

realida<strong>de</strong>.<br />

Sobre health set e sua marca: Robin afirma<br />

que as substâncias que o corpo produz<br />

e libera mediante exercícios, meditação e<br />

quietu<strong>de</strong> são importantes para fortalecer<br />

o todo. Para uma marca ser saudável, ela<br />

precisa ser trabalhada para isso. Uma marca<br />

bem mensurada. Pon<strong>de</strong>rada. Cuidada.<br />

“Talvez um treino aeróbico para ela”. “Um<br />

pouco <strong>de</strong> musculação para sua marca?”. E<br />

até: será que a minha marca não precisa <strong>de</strong><br />

um pouco <strong>de</strong> silêncio e meditação? Num<br />

mundo em que todos falam o tempo todo, o<br />

silêncio po<strong>de</strong> ser o novo luxo. Uma conversa<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser melhor que uma<br />

centena <strong>de</strong> memes.<br />

“Num muNdo<br />

em que todos<br />

falam o<br />

tempo todo,<br />

o silêNcio<br />

po<strong>de</strong> ser o<br />

Novo luxo”<br />

Sobre heartset e sua marca: apenas dados,<br />

raciocínio, metas <strong>de</strong> venda e performance<br />

po<strong>de</strong>m até levar você bem longe,<br />

mas será que são suficientes para “mudar<br />

a história”? É preciso coração. É preciso<br />

pulsação. Um sentimento. Mas é preciso<br />

também executivos com coragem. Já imaginou<br />

hoje alguém chegando ao conselho<br />

<strong>de</strong> administração, falando para acionistas<br />

e executivos sobre conceitos como coração,<br />

paixão, amor? Isso po<strong>de</strong> não pegar muito<br />

bem, não é? Só que todas aquelas pessoas<br />

da reunião chegam em casa e dizem: “amor,<br />

cheguei”. Mandam emojis <strong>de</strong> coraçãozinho<br />

para filhos e coisas do tipo. Se fazem no privado,<br />

po<strong>de</strong>riam assumir que isso também<br />

é importante no público e para a empresa.<br />

Como medir isso? Olha, tem coisas que só<br />

a coragem pessoal po<strong>de</strong> fazer por uma marca.<br />

E o tempo é que se encarrega <strong>de</strong> contar<br />

a história e os resultados. É por isso que a<br />

gran<strong>de</strong> maioria das pessoas e das marcas<br />

não “faz história”.<br />

Sobre soulset e sua marca:<br />

as marcas têm alma? Se você<br />

quer dizer que alma é algo que<br />

vai além das mesas, ca<strong>de</strong>iras e<br />

talentos envolvidos, sim. Talvez<br />

a soma <strong>de</strong> tudo (pessoas, lugar,<br />

clima, educação envolvida nos<br />

processos, talento etc.) possa ser<br />

chamado <strong>de</strong> alma. Alma para a<br />

marca é aquele brilho que acen<strong>de</strong><br />

na mente quando alguém fala<br />

o nome da marca. E vendo algumas empresas<br />

incríveis, bem administradas e sérias,<br />

porém sem voz, sem olhar, cabisbaixas ou<br />

ensimesmadas me dá uma dó danada. Sem<br />

alma, não há solução. Po<strong>de</strong> haver dinheiro.<br />

Mas veja um vírus que mesmo sem ter vida<br />

se reproduz muito. Dos history makers, a<br />

maior parte, mais do que saber o que iria<br />

fazer, <strong>de</strong>terminava valores inegociáveis<br />

e sabia exatamente o que não faria. E<br />

comunicava isso com sua mente, saú<strong>de</strong>,<br />

coração e alma. Por isso <strong>de</strong>ixou a sua marca.<br />

A lição que <strong>de</strong>ixam para as empresas é<br />

que comunicar os próprios valores po<strong>de</strong><br />

ser melhor do que esperar que alguém<br />

<strong>de</strong>scubra eles. O ser humano é complexo.<br />

E, como diria Einstein, conhecimento é<br />

importante, mas a diferença está na imaginação.<br />

Flávio Waiteman é CCO - Foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />

flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />

50 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark

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