Edição de 5 de outubro de 2020
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LIDE vê ADAptAçãO DO<br />
mARkEtINg E vAREjO<br />
Fórum <strong>de</strong>bateu i<strong>de</strong>ias<br />
que impulsionaram<br />
negócios durante<br />
a pan<strong>de</strong>mia. A VP<br />
executiva Célia Pompeia<br />
<strong>de</strong>stacou serviços como<br />
o <strong>de</strong>livery. pág. 12<br />
SBt LANçA O mELhOR COmERCIAL DO BRASIL<br />
Humorista Murilo Couto estrela campanha<br />
criada pela Giusti Comunicação para a nova<br />
edição da premiação da emissora. pág. 46<br />
CRISE NAS AgêNCIAS<br />
COmEçA A RECUAR<br />
Um terço das 347<br />
agências ouvidas pela<br />
pesquisa VanPro, da<br />
Fenapro, afirma que<br />
já recuperou a receita<br />
registrada antes da<br />
pan<strong>de</strong>mia. pág. 14<br />
propmark.com.br<br />
ANO 56 - Nº 2815 - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> R$ 15,00<br />
Pixabay<br />
CmOs revelam suas estratégias<br />
<strong>de</strong> comunicação na pan<strong>de</strong>mia<br />
Em parceria com a makers, o pROpmARk selecionou 14 executivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas para<br />
falarem sobre os seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> marketing nesse período <strong>de</strong> incertezas. Diante <strong>de</strong> um<br />
cenário adverso, esses profissionais tiveram <strong>de</strong> lidar com a aceleração <strong>de</strong> negócios, mudanças<br />
no comportamento do consumidor e li<strong>de</strong>rar transformações <strong>de</strong>ntro das empresas. pág. 30
A CNN parabeniza<br />
os CMOs que ajudam<br />
o mercado brasileiro<br />
a crescer e conquistam<br />
gran<strong>de</strong>s números.<br />
Estamos há apenas 6 meses no ar e em constante expansão.<br />
Com inovação e autenticida<strong>de</strong>, em mais <strong>de</strong> 3 mil horas ao vivo,<br />
já somos lí<strong>de</strong>res do público AB.<br />
Traga sua marca para cá. Anuncie com a gente.<br />
FONTE: Kantar Ibope Media - Período: 15 a 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - TT Indivíduos com Pay TV AS ABC 25+
Siga as nossas re<strong>de</strong>s sociais<br />
@CNNBrasil
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
a propaganda voltou<br />
Sem ainda o capricho criativo que a fez uma das melhores do mundo,<br />
a propaganda brasileira começa a reaparecer nos meios, voltando<br />
a ocupar seus espaços momentaneamente cedidos para outros<br />
formatos <strong>de</strong> comunicação publicitária.<br />
Sem dúvida, ambas <strong>de</strong>signações significam a mesma coisa no idioma<br />
pátrio, mas quem pertence ao meio sabe que há uma gran<strong>de</strong> diferença<br />
entre a comunicação publicitária extremamente criativa e aquela que<br />
é feita apenas para ocupar um espaço nos meios, muitas vezes (como<br />
recentemente) cedido por estes a custos bem abaixo das suas tabelas<br />
e com o intuito, além <strong>de</strong> faturar o possível, <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar que os anunciantes<br />
abandonem seus espaços e tempo.<br />
Durante o auge da pan<strong>de</strong>mia, pu<strong>de</strong>mos observar bem essa diferença,<br />
com o Brasil se estranhando diante da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho publicitário<br />
nos meios que remetia a décadas passadas, quando o nosso<br />
país pertencia à segunda divisão da ativida<strong>de</strong> mundial.<br />
a capacida<strong>de</strong> financeira dos consumidores e o enorme investimento<br />
necessário às organizações <strong>de</strong> TV se instalarem, com seu início <strong>de</strong>limitado<br />
a raios <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> pequena monta.<br />
***<br />
O <strong>de</strong>talhe mais importante do conjunto <strong>de</strong> medidas contra o coronavírus<br />
é a criação da vacina que o neutralizará. Nessa empreitada, o Brasil<br />
está caminhando célere, principalmente sob o comando do governador<br />
João Doria, que tem feito apelos e fornecido recursos para que o nosso<br />
Instituto Butantan, em parcerias com outros congêneres espalhados<br />
pelo planeta, inicie 2021 vacinando boa parte da população global.<br />
Um trabalho hercúleo, mas necessário, porque o inimigo ainda é <strong>de</strong>sconhecido<br />
e requer da nossa parte uma “arma” <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição (ou impedimento)<br />
em massa da sua ação <strong>de</strong>vastadora, que será a vacina.<br />
***<br />
Para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o que estava sendo feito, muitos profissionais chegaram<br />
a justificar como a nova propaganda, aquela que veio em meio a<br />
uma crise pandêmica para inovar, ser ainda mais criativa do que recentemente<br />
já foi a nova propaganda brasileira.<br />
Os publicitários sabiam que não era bem assim: estava se barateando<br />
a criação <strong>de</strong> peças e <strong>de</strong>pois até campanhas, na expectativa <strong>de</strong> que<br />
o retorno <strong>de</strong> todos aos seus verda<strong>de</strong>iros lugares <strong>de</strong> trabalho supriria<br />
essa diferença qualitativa.<br />
É <strong>de</strong> fato o que começa a ocorrer agora, ainda com boa parte das<br />
agências fechadas e seu pessoal trabalhando no famoso home office,<br />
com outras abertas às escondidas, mas todos conscientes <strong>de</strong> que<br />
o retorno da aplaudida propaganda brasileira muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />
trabalho em grupo (equipes), do vaivém eletrônico das i<strong>de</strong>ias, muitas<br />
já em rascunho facilitando a visão do cliente-anunciante, quanto<br />
à qualida<strong>de</strong> da finalização dos trabalhos, sejam para que espécie<br />
<strong>de</strong> mídia forem.<br />
Muito se falou ainda no crescimento do online diante da crise e isso<br />
é uma verda<strong>de</strong> inconteste, atrapalhada porém pela força e ao mesmo<br />
tempo facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação dos meios tradicionais, que ainda<br />
fazem mais a cabeça do gran<strong>de</strong> público do que os pertencentes ao<br />
novo mundo online.<br />
Temos para nós que levará ainda uma geração, ou talvez duas, para<br />
que a batalha final do online sobre os meios tradicionais seja vencida<br />
pelo primeiro, no que diz respeito à comunicação publicitária.<br />
Quando a televisão ainda não existia no Brasil (e ela somente surgiu<br />
entre nós em 1950), os gran<strong>de</strong>s veículos, os que mais recebiam as verbas<br />
dos anunciantes, eram os gran<strong>de</strong>s e famosos jornais.<br />
Levou muito tempo para que a televisão, mais simples no seu manuseio<br />
na época do que hoje todos os formatos online existentes,<br />
ganhasse a corrida dos impressos, incluindo nesse caso até mesmo<br />
Nossa matéria <strong>de</strong> capa da presente edição – Especial CMO – foi aqui<br />
redigida por Kelly Dores, editora-chefe do PROPMARK, permitindo-<br />
-nos a reprodução do parágrafo <strong>de</strong> abertura da mesma:<br />
“Em parceria com a Makers, plataforma que conecta li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />
e inovação, o PROPMARK selecionou 14 CMOs (chief marketing<br />
officer) <strong>de</strong> marcas que estiveram entre as que mais se <strong>de</strong>stacaram no<br />
período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia, para contar sobre os seus <strong>de</strong>safios e as estratégias<br />
que li<strong>de</strong>raram com ações sociais, inovações e campanhas <strong>de</strong> impacto.<br />
Passados quase sete meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a OMS (Organização Mundial<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) <strong>de</strong>clarou a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Covid-19, em 11 <strong>de</strong> março, e com<br />
os números <strong>de</strong> casos diminuindo no Brasil, além da retomada dos negócios,<br />
vale fazer um retrospecto do que marcas como Ambev, Burger<br />
King, Camil, Rappi, Suvinil e Via Varejo fizeram para manter seus negócios<br />
ativos e se unir pela causa em comum”.<br />
***<br />
A agilida<strong>de</strong> do SBT uma vez mais se concretiza, com o lançamento do<br />
prêmio “O melhor comercial do Brasil”, com matéria explicativa nesta<br />
edição. O SBT sabe que o mercado publicitário sofreu muito este<br />
ano e atitu<strong>de</strong>s como esta trazem um novo alento a todos os players.<br />
***<br />
Nesta edição do PROPMARK, também, matéria <strong>de</strong> apresentação do 8 º<br />
Fórum Li<strong>de</strong> do Varejo e Marketing, do Grupo Doria.<br />
***<br />
Uma boa notícia para o mercado publicitário: matéria sobre o novo levantamento<br />
VanPro, da Fenapro, que mostra que um terço das agências<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> já recuperou a receita pré-pan<strong>de</strong>mia.<br />
O Brasil é mesmo <strong>de</strong> fazer inveja aos lerdos.<br />
4 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Índice<br />
cMOs falam sobre<br />
suas experiências<br />
durante pan<strong>de</strong>mia<br />
Em parceria com a Makers,<br />
o PROPMARK selecionou 14<br />
profissionais <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s marcas para contar sobre<br />
seus <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> comunicação.<br />
caPa<br />
30<br />
Unsplash<br />
entreviSta<br />
Divulgação<br />
Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />
aposta em proteção<br />
agênciaS<br />
Divulgação<br />
O diretor <strong>de</strong> marketing Alexandre Nogueira<br />
afirma que o distanciamento social trouxe<br />
um componente a mais para o mercado: a<br />
reflexão das pessoas em torno <strong>de</strong> proteção,<br />
estabilida<strong>de</strong> e planejamento para o futuro.<br />
“Acredito que esse seja um momento<br />
favorável para falarmos <strong>de</strong> proteção”. pág. 22<br />
Publicis resgata<br />
Jetsons para banco<br />
MarcaS<br />
Divulgação<br />
OutuBrO rOSa<br />
Divulgação<br />
Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela Publicis<br />
mostra integrantes da família do famoso<br />
<strong>de</strong>senho animado lidando com as<br />
circunstâncias atuais, enquanto resolvem<br />
suas questões financeiras com a ajuda do<br />
Soluções Bra<strong>de</strong>sco. Estratégia tem peças<br />
para diversos meios. pág. 16<br />
Motorola <strong>de</strong>staca<br />
pessoas impactantes<br />
Criada pela Other Guyz e produzida pela<br />
Delicatessen, campanha foi gravada em<br />
quatro países e reforça o po<strong>de</strong>r da tecnologia<br />
como ferramenta para expressão e conexão<br />
com o mundo. No Brasil, estratégia tem mais<br />
<strong>de</strong> 40 influenciadores. pág. 18<br />
vigor intensifica<br />
ações neste mês<br />
Marca vai realizar uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
durante o mês. Estratégia criada pela<br />
SunsetDDB tem ações para público interno,<br />
projeto para o digital e mudanças no varejo.<br />
Iniciativa está atrelada ao posicionamento<br />
#EsseMomentoÉMeu. pág. 16<br />
editorial ................................................................4<br />
conexões ...............................................................8<br />
curtas ..................................................................10<br />
Mercado ..............................................................12<br />
Marcas .................................................................16<br />
Beyond the Line ................................................20<br />
Quem Fez ............................................................21<br />
entrevista ...........................................................22<br />
We Love MKt ......................................................26<br />
inspiração ..........................................................27<br />
Storyteller ..........................................................28<br />
especial cMO ......................................................30<br />
Prêmios ...............................................................46<br />
arena do esporte ...............................................48<br />
Supercenas .........................................................49<br />
Última Página ....................................................50<br />
6 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
conexões<br />
Linkedin<br />
Post: Lew’Lara\TBWA contrata<br />
diretora <strong>de</strong> criação<br />
Maravilhosa, brilha muito!<br />
Joyce Santos<br />
última Hora<br />
Matéria <strong>de</strong> capa<br />
Um assunto importantíssimo (“Home<br />
office traz riscos jurídicos para<br />
agências e anunciantes”). Golaço!<br />
Marcelo Lenhard<br />
Hands<br />
dorinHo<br />
Post: Natura mostra resultado da<br />
reciclagem dos copos do Rock in<br />
Rio<br />
Duas supermarcas ! Que orgulho!<br />
Amanda Cardoso<br />
Post: Influenciadores humoristas<br />
crescem e atraem marcas<br />
No meio do caos é preciso respirar, é<br />
preciso ter alguma leveza.<br />
Juliana Santicioli<br />
Post: Trainee para negros do Magalu<br />
é reparação histórica, diz<br />
MPT<br />
Luiza Helena Trajano é um exemplo<br />
a ser seguido, muito visionária.<br />
Jorge Estival<br />
Post: Brahma investe no universo<br />
<strong>de</strong> game show<br />
Ai, ai. Não sei se fico feliz ou triste<br />
Rodrigo Arantes<br />
CONTROLE<br />
A ReachLocal, fundada nos EUA em 2004, passa a ser<br />
controlada na América Latina pelos gestores locais Thiago<br />
Santos e Leonardo Simão. Eles vão dividir o comando da<br />
nova operação na região. Um dos planos da pauta é ampliar<br />
a digitalização <strong>de</strong> negócios brasileiros. E oferecer soluções<br />
tecnológicas para empreen<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> pequeno, médio e<br />
gran<strong>de</strong> porte.<br />
DURABILIDADE<br />
Moda Sem Ponto Final é<br />
o novo posicionamento<br />
da Malwee. A i<strong>de</strong>ia é<br />
reforçar seu propósito<br />
em sustentabilida<strong>de</strong> e<br />
consumo consciente.<br />
“A campanha é sobre<br />
roupas que duram mais<br />
e não se per<strong>de</strong>m a cada<br />
nova estação”, resume<br />
Guilherme Moreno, gerente<br />
<strong>de</strong> marketing da marca,<br />
que aprovou a campanha<br />
assinada pela agência 35.<br />
CONTRATAÇÃO<br />
Rafael Rosi, que li<strong>de</strong>rou<br />
a área <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
agências como Ogilvy<br />
e WMcCann, além <strong>de</strong><br />
passar por produtoras<br />
como Conspiração, Cine<br />
e Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Filmes,<br />
é o novo diretor <strong>de</strong><br />
negócios da The End.<br />
estúdio especializado em<br />
edição e pós-produção<br />
para publicida<strong>de</strong> e<br />
entretenimento.<br />
VAREJO<br />
Ibevar publicou ranking<br />
com as maiores empresas<br />
<strong>de</strong> varejo do país. Carrefour<br />
li<strong>de</strong>ra lista, com receita <strong>de</strong><br />
R$ 62,2 bilhões em 2019.<br />
Em seguida, Grupo Pão <strong>de</strong><br />
Açúcar, com R$ 61,5 bi; e<br />
Via Varejo, com R$ 29,8 bi.<br />
COTAS<br />
A Re<strong>de</strong> Globo comercializou<br />
as seis cotas do The Voice<br />
Brasil <strong>2020</strong>. As marcas que<br />
renovaram compromisso<br />
foram Bra<strong>de</strong>sco, B2W,<br />
Cervejaria Petrópolis e Claro.<br />
Já C&A e Seara entram pela<br />
primeira vez na atração, que<br />
estreia sua nova temporada<br />
no dia 15 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>.<br />
MÍDIA<br />
A Chestfit, do empresário<br />
Aluisio Mol, apresenta às<br />
agências e anunciantes uma<br />
nova opção <strong>de</strong> mídia mobile<br />
out of home (MOOH) a partir<br />
<strong>de</strong>ste mês <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>. O<br />
projeto transforma as bags<br />
e baús <strong>de</strong> motociclistas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>livery em oportunida<strong>de</strong><br />
para as marcas veicularem<br />
ações <strong>de</strong> comunicação<br />
(foto abaixo). Todos os<br />
equipamentos do MIC,<br />
nome que i<strong>de</strong>ntifica o<br />
sistema, são conectados à<br />
internet e acompanhados<br />
por GPS.<br />
8 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
curtas<br />
NEOOH GANHA ESPAÇO EM brASíliA<br />
Painel <strong>de</strong> 200 metros quadrados em Brasília<br />
A NEOOH venceu a concorrência e assumiu<br />
a mídia exterior do Aeroporto Internacional<br />
<strong>de</strong> Brasília - Juscelino Kubitschek.<br />
A empresa será responsável por criar, gerenciar<br />
e comercializar os espaços <strong>de</strong> mídia<br />
da área externa do complexo. “O Aeroporto<br />
<strong>de</strong> Brasília é o terceiro maior do país.<br />
Somos a única empresa que possui ativos<br />
exclusivos em cinco dos sete principais<br />
aeroportos brasileiros”, afirma Leonardo<br />
Chebly, CEO da NEOOH, que criou projeto<br />
personalizado, tendo como <strong>de</strong>staque o painel<br />
digital formado por duas torres <strong>de</strong> LED<br />
com mais <strong>de</strong> 200 metros quadrados.<br />
ExEcUtivAS NO PrOPMArk livE<br />
Gleidys Salvanha e Juliana Ferraz<br />
A transformação digital dos consumidores<br />
nos últimos meses foi o tema da conversa<br />
no PrOPMArk livE com Sergio Giorgetti,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing da Visa no<br />
Brasil. O executivo ressaltou o fortalecimento<br />
da tecnologia <strong>de</strong> pagamento por aproximação<br />
e comentou sobre a joint venture<br />
entre F.biz e Y&R. Nesta semana é a vez <strong>de</strong><br />
Juliana Ferraz, da Holding Clube, e Gleidys<br />
Salvanha, do Google Brasil. Elas vão falar sobre<br />
criativida<strong>de</strong>, live marketing, ações para<br />
Black Friday e perspectivas para o fim do<br />
ano. É sempre às terça e quinta-feira, às 16h,<br />
no canal do PROPMARK no Youtube.<br />
rEviStA EllE rEtOrNA AO brASil<br />
A Elle Brasil<br />
lançou sua<br />
primeira edição<br />
impressa<br />
após retorno<br />
da marca ao<br />
país. A publicação<br />
tem<br />
acabamento<br />
<strong>de</strong> luxo e formato<br />
<strong>de</strong> coffee<br />
table book.<br />
A capa tem<br />
quatro nomes:<br />
Gilberto Gil,<br />
Djamila é uma das capas<br />
Iza, Djamila e<br />
Katú Mirim.<br />
“Elle sempre foi referência por ocupar<br />
uma posição <strong>de</strong> vanguarda na produção <strong>de</strong><br />
conteúdo inovador e crítico. Nosso impresso<br />
manterá esse olhar, agora materializado<br />
um produto premium, que será publicado<br />
quatro vezes por ano”, diz Paula Mageste,<br />
publisher da Elle Brasil. Elle será publicada<br />
em março, maio, setembro e <strong>de</strong>zembro.<br />
O volume 01 completa o ecossistema da<br />
marca em seu novo momento.<br />
AbA diScUtE ENtrEtENiMENtO<br />
GOOGlE APrESENtA dEStAqUES<br />
idEc qUEr AliMENtAÇãO SAUdávEl<br />
Edmar Bulla, Claudia Neufeld e Kellen Silverio<br />
O episódio da série Perspectivas – uma<br />
visão setorizada da inovação, na semana<br />
passada, abordou a indústria <strong>de</strong> conteúdo<br />
e entretenimento. Claudia Neufeld, VP<br />
<strong>de</strong> marketing da Disney Brasil, e Kellen<br />
Silverio, diretora <strong>de</strong> marketing da Hasbro,<br />
falaram sob mediação <strong>de</strong> Edmar Bulla, do<br />
Croma, que organiza o bate-papo, ao lado<br />
da ABA. Claudia lembrou que a base do<br />
trabalho da Disney é o entretenimento e há<br />
várias formas <strong>de</strong> fazer isso. Kellen também<br />
resgatou a história da empresa: “A Hasbro<br />
começou por brinquedos, então sabemos<br />
que brincar é entreter”.<br />
Google efetiva programa <strong>de</strong> conteúdo<br />
O Google apresentou semana passada<br />
a efetivação <strong>de</strong> seu programa <strong>de</strong> licenciamento<br />
<strong>de</strong> conteúdo chamado Google<br />
News Showcase – ou, no Brasil, Destaques.<br />
Anunciado em junho, o programa entra<br />
em funcionamento, inicialmente, no Brasil<br />
e na Alemanha. “Destaques vai oferecer<br />
aos leitores mais contexto e diferentes<br />
perspectivas sobre temas importantes do<br />
noticiário, atraindo, ao mesmo tempo, um<br />
tráfego valioso para os sites das publicações.<br />
Nos primeiros três anos, vamos<br />
investir US$ 1 bilhão globalmente em parcerias<br />
com veículos <strong>de</strong> comunicação.<br />
O salgadinho é um dos “protagonistas” da ação<br />
O I<strong>de</strong>c (Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Defesa do<br />
Consumidor) e a coalizão Aliança pela Alimentação<br />
A<strong>de</strong>quada e Saudável lançaram<br />
semana passada campanha sobre a atualização<br />
da rotulagem <strong>de</strong> alimentos no Brasil.<br />
Des<strong>de</strong> 2014, as entida<strong>de</strong>s buscam aprovar<br />
um mo<strong>de</strong>lo com advertência nutricional<br />
na parte da frente das embalagens <strong>de</strong> alimentos.<br />
Protagonistas das peças da nova<br />
campanha, o “refri”, o “salgadinho” e a<br />
“barrinha <strong>de</strong> cereal” representam o açúcar,<br />
o sódio e a gordura saturada dos alimentos<br />
processados. Nova campanha é assinada<br />
pela repense.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />
res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Danúbia<br />
Paraizo e Leonardo Araujo<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z e<br />
Jéssica Oliveira<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />
Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
Gerentes: Mel Floriano<br />
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Tel.: (11) 2065-0748<br />
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Ferrentini<br />
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Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />
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Atendimento a assinantes<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
10 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
mercado<br />
Fórum do Li<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate transformação<br />
do marketing e varejo na pan<strong>de</strong>mia<br />
Li<strong>de</strong>ranças do Magazine Luiza, Raia Drogasil, Aché, Telhanorte e Petz<br />
estiveram presentes para narrar experiências e <strong>de</strong>safios às marcas<br />
paulo macedo<br />
Reescrever a história diante<br />
<strong>de</strong> um cenário 100% novo<br />
foi o principal <strong>de</strong>safio das marcas<br />
neste ano atípico <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />
Planos precisaram ser revistos<br />
e medidas práticas foram implantadas<br />
para minimizar os<br />
efeitos da pan<strong>de</strong>mia nos negócios.<br />
Após seis meses <strong>de</strong> convivência<br />
com essa realida<strong>de</strong>,<br />
a conclusão é que o mercado<br />
não parou e buscou adaptação.<br />
Algumas empresas relataram<br />
suas experiências no período<br />
durante a 8ª edição do Fórum<br />
Li<strong>de</strong> do Varejo e Marketing, encerrado<br />
neste domingo (4) no<br />
Hotel Unique, em São Paulo. Cases<br />
da Petz, Renner, Carrefour,<br />
Raia Drogasil, Hirota, Raizen,<br />
Telhanorte, Multiplan, Magazine<br />
Luiza, Aché e Pernambucanas,<br />
por exemplo, mostraram<br />
para uma plateia presencial restrita,<br />
mas multiplicada no canal<br />
do YouTube do Li<strong>de</strong> (Grupo <strong>de</strong><br />
Lí<strong>de</strong>res Empresariais), que a reativida<strong>de</strong><br />
é uma arma para enfrentar<br />
crises.<br />
O tema central do evento foi<br />
As transformações globais e seus<br />
impactos no marketing, varejo<br />
e consumo brasileiro. Segundo<br />
Célia Pompeia, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
executiva do Grupo Doria, o<br />
marketing e o varejo <strong>de</strong>ram as<br />
mãos no isolamento.<br />
“As compras passaram a ser<br />
feitas pela internet. Isso impulsionou<br />
o e-commerce <strong>de</strong> muitas<br />
marcas. Tudo para gerar conveniência<br />
a quem estava em casa.<br />
Essa forma <strong>de</strong> comprar não é<br />
novida<strong>de</strong>, mas foi a forma para<br />
o varejo se manter ativo. Isso<br />
envolveu supermercados, farmácias<br />
e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção<br />
civil. A reinvenção foi imediata.<br />
As agências <strong>de</strong>senvolveram estratégias<br />
para mostrar que seus<br />
clientes tinham serviços para<br />
os consumidores. Algo que me<br />
chamou a atenção foi a reinvenção<br />
dos restaurantes <strong>de</strong> alto padrão.<br />
O <strong>de</strong>livery foi uma saída<br />
para eles. Mas não era só fazer<br />
a entrega. Eles passaram a oferecer<br />
a mesma experiência em<br />
casa como se o cliente estivesse<br />
no seu salão. Isso movimentou<br />
apps <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery e todos foram<br />
beneficiados”, <strong>de</strong>stacou Célia.<br />
Rodrigo Garcia, vice-governador<br />
<strong>de</strong> São Paulo, fez explanação<br />
sobre como o estado<br />
participou da retomada, mas<br />
sem <strong>de</strong>ixar os protocolos <strong>de</strong> segurança<br />
<strong>de</strong> lado. Caio Megale,<br />
economista-chefe da XP Investimentos,<br />
também fez consi<strong>de</strong>rações<br />
sobre os impactos da<br />
Covid-19 na economia. O painel<br />
A revolução dos meios <strong>de</strong> pagamento<br />
e os impactos no consumidor<br />
brasileiro teve como<br />
palestrantes Angelo Duarte, do<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> competição e<br />
<strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> mercado financeiro<br />
do Banco Central, e Fabio<br />
A<strong>de</strong>gas, presi<strong>de</strong>nte da Renner.<br />
Outro painel que mobilizou<br />
o Fórum <strong>de</strong> Marketing e Varejo<br />
do Li<strong>de</strong> foi Repensando negócios<br />
com big bang financeiro<br />
“As AgênciAs<br />
<strong>de</strong>senvolverAm<br />
estrAtégiAs pArA<br />
mostrAr que seus<br />
clientes tinhAm<br />
serviços”<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
Célia Pompeia, VP executiva do Grupo Doria: “Transformação” Marcos Quintela, da VML&Y&R, fez a curadoria <strong>de</strong> marketing<br />
(LGPD, taxa real próxima zero,<br />
pagamento instantâneo, cadastro<br />
positivo e open banking).<br />
Um dos palestrantes foi Helio<br />
Freddi, gerente-geral da re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> supermercados Hirota, que<br />
discorreu o tema O que muda<br />
no varejo <strong>de</strong> alimentos com o<br />
crescimento da alimentação<br />
fora do lar.<br />
A curadoria do fórum foi <strong>de</strong><br />
Marcos Quintela, CEO e sócio<br />
do VMLY&R, no segmento <strong>de</strong><br />
marketing; e Marcos Gouvêa<br />
<strong>de</strong> Souza, fundador e diretor-<br />
-geral da Gouvêa Ecosystem,<br />
na parte <strong>de</strong> varejo. “Tivemos<br />
<strong>de</strong> inovar 100% <strong>de</strong> produtos e<br />
serviços e encontrar uma nova<br />
forma <strong>de</strong> nos relacionarmos<br />
com o cliente. Foi um momento<br />
<strong>de</strong>safiador, <strong>de</strong> renovação total<br />
e <strong>de</strong> muita criativida<strong>de</strong>. Acompanhar<br />
o ritmo das mudanças<br />
tecnológicas, da economia global<br />
e do comportamento do<br />
consumidor é um <strong>de</strong>safio”, explicou<br />
Quintela.<br />
12 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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mercado<br />
agências começam a se recuperar<br />
dos impactos causados pela covid-19<br />
Daniel Queiroz, presi<strong>de</strong>nte da Fenapro: “Detectamos uma visível melhora na percepção dos entrevistados”<br />
AS NOVAS AGÊNCIAS<br />
Divulgação<br />
Pesquisa da Fenapro<br />
mostra que 33% já<br />
retomaram a receita<br />
pré-pan<strong>de</strong>mia<br />
crise provocada nas agências pela<br />
A pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 começa a se<br />
reverter. Esta é uma das conclusões da<br />
sondagem VanPro, realizada pela Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional das Agências <strong>de</strong> Propaganda<br />
(Fenapro), que, nesta 2ª edição,<br />
contou com a participação <strong>de</strong> 347 empresas<br />
<strong>de</strong> 21 estados e do Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Realizada no último quadrimestre<br />
(maio-agosto), a sondagem mostrou que,<br />
passado o grave choque inicial da pan<strong>de</strong>mia,<br />
33% das agências já conseguiram retomar<br />
o <strong>de</strong>sempenho nos níveis anteriores<br />
à Covid-19 e 41% <strong>de</strong>las veem o futuro<br />
com perspectivas boas ou muito boas.<br />
Por outro lado, o número <strong>de</strong> empresas<br />
que apontam as perspectivas como ruins,<br />
muito ruins, ou inclusive admitem que<br />
po<strong>de</strong>riam interromper as ativida<strong>de</strong>s, caiu<br />
<strong>de</strong> 30% para 11%.<br />
“Detectamos uma visível melhora na<br />
percepção dos entrevistados em relação<br />
à recuperação do negócio e das perspectivas<br />
futuras”, afirma Daniel Queiroz,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Fenapro, ao explicar que<br />
o número <strong>de</strong> agências que viam o cenário<br />
como positivo, no quadrimestre passado,<br />
era <strong>de</strong> apenas 16%. “Este número aumentou<br />
150% no último quadrimestre”, <strong>de</strong>staca.<br />
Contudo, o impacto ainda não foi revertido<br />
em gran<strong>de</strong> parte das empresas:<br />
analisando as que tiveram perda <strong>de</strong> receitas,<br />
48% <strong>de</strong>las projetam perda superior a<br />
30%, enquanto outra parte significativa –<br />
35% – estima que levará mais <strong>de</strong> um ano<br />
para retomarem o <strong>de</strong>sempenho pré-pan<strong>de</strong>mia<br />
ou, inclusive, po<strong>de</strong>m não recuperar<br />
os níveis pré-crise.<br />
Já as agências que apontam as perspectivas<br />
como estáveis mantiveram-se<br />
basicamente no mesmo patamar (37% na<br />
primeira sondagem e 39% da segunda), e<br />
as que não conseguem prever caíram <strong>de</strong><br />
17% para 10%.<br />
Entre as empresas que tiveram redução<br />
na receita, 22% preveem se recuperar em<br />
seis meses; 42%, entre seis meses e um<br />
ano; e 30%, em mais <strong>de</strong> um ano, sendo<br />
que 5% não prevê retomar o mesmo patamar<br />
<strong>de</strong> receita. Estes percentuais tiveram<br />
variação pequena em relação à pesquisa<br />
anterior, em torno <strong>de</strong> 1 ou 2 pontos percentuais.<br />
14 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Alimentando dias<br />
melhores em<br />
<strong>2020</strong>.<br />
Este ano não tem sido fácil.<br />
A pan<strong>de</strong>mia chegou e nos obrigou a enfrentar uma<br />
realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecida, mudando a vida<br />
<strong>de</strong> todos os brasileiros.<br />
Nós, da Camil Alimentos, com nossas marcas<br />
Arroz e Feijão Camil, Coqueiro e União, sabemos<br />
da nossa responsabilida<strong>de</strong> e não ficamos parados.<br />
União espalhou pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />
em relógios <strong>de</strong> rua, pedidos para que as pessoas<br />
ficassem em casa, Arroz e Feijão Camil lançou<br />
o movimento #ComidaDeCasa para incentivar uma<br />
alimentação mais saudável, Coqueiro facilitou<br />
a vida dos brasileiros disponibilizando em suas<br />
re<strong>de</strong>s várias receitas fáceis e práticas<br />
e Camil Alimentos doou mais <strong>de</strong> 200 toneladas<br />
<strong>de</strong> comida para mais <strong>de</strong> 60 mil famílias.<br />
Camil Alimentos.<br />
Alimentando relações que <strong>de</strong>ixam<br />
a vida mais saborosa, todos os dias.
maRcaS<br />
Bra<strong>de</strong>sco mostra Jetsons usando as<br />
soluções do banco no contexto atual<br />
Campanha <strong>de</strong>senvolvida pela Publicis tem peças para TV aberta<br />
e fechada, rádio, mídia impressa, YouTube, re<strong>de</strong>s sociais e OOH<br />
Publicis colocou a família <strong>de</strong><br />
A Os Jetsons para usar as soluções<br />
do Bra<strong>de</strong>sco na nova campanha<br />
do banco.<br />
O conceito Pros <strong>de</strong>safios do presente,<br />
experimente o futuro com o<br />
Bra<strong>de</strong>sco é trabalhado <strong>de</strong> forma<br />
integrada com filme <strong>de</strong> TV aberta<br />
e fechada, spots <strong>de</strong> rádio, anúncios<br />
<strong>de</strong> mídia impressa, inserções<br />
no YouTube, além <strong>de</strong> conteúdo<br />
para re<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>senvolvidos<br />
em parceria com creators e OOH.<br />
No comercial, Jane, George e<br />
seus filhos interagem com tecnologias<br />
como a BIA, inteligência<br />
artificial do Bra<strong>de</strong>sco, usam vi<strong>de</strong>oconferências<br />
para falar com o<br />
gerente e fazem pagamentos por<br />
aproximação.<br />
A i<strong>de</strong>ia é motrar que eles resolvem<br />
as questões financeiras em<br />
Divulgação<br />
latente. Com o Bra<strong>de</strong>sco, isso é<br />
possível”, diz.<br />
Segundo Domenico Massareto,<br />
CCO da Publicis, assim como<br />
no primeiro filme, a segunda produção<br />
traz além do elenco original<br />
do <strong>de</strong>senho, os personagens<br />
que buscam retratar a diversida<strong>de</strong><br />
brasileira. Em sua avaliação,<br />
valores como inovação e representativida<strong>de</strong><br />
são os alicerces<br />
da atuação do Bra<strong>de</strong>sco e naturalmente<br />
reverberam para a sua<br />
comunicação. “O que acontece<br />
mais uma vez nesta campanha.<br />
O gerente do banco, por exemplo,<br />
é o mesmo personagem do primeiro<br />
filme, retratando as relações<br />
próximas, mesmo a distância,<br />
e duradouras que o Bra<strong>de</strong>sco<br />
mantém com os seus clientes”,<br />
afirma.<br />
Vigor Grego abraça o Outubro Rosa<br />
em campanha criada pela SunsetDDB<br />
Estratégia <strong>de</strong>senvolvida tem parceria com instituição, iniciativas no digital,<br />
projetos com público interno da marca e mudanças para o varejo<br />
Vigor Grego está com uma<br />
A campanha integrada para o<br />
Outubro Rosa, mundialmente<br />
utilizado para celebrar iniciativas<br />
<strong>de</strong> conscientização sobre o<br />
câncer <strong>de</strong> mama.<br />
A comunicação criada pela<br />
SunsetDDB tem ação com a<br />
Fundação Laço Rosa para disseminar<br />
informações e orientações<br />
sobre a importância do<br />
autocuidado feminino e do<br />
diagnóstico precoce.<br />
A i<strong>de</strong>ia é estimular conversas<br />
entre mulheres e reforçar a importância<br />
<strong>de</strong> discussões abertas<br />
sobre o tema, exames e acompanhamento<br />
médico, além <strong>de</strong><br />
esclarecer mitos e tabus.<br />
A estratégia acontece principalmente<br />
no ambiente digital,<br />
se esten<strong>de</strong> a ações internas com<br />
funcionárias e doações para a<br />
Personagens <strong>de</strong> Os Jetsons estrelam campanha da Publicis para o Bra<strong>de</strong>sco<br />
qualquer lugar, seguindo todos<br />
os protocolos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e segurança.<br />
Márcio Parizotto, diretor <strong>de</strong><br />
marketing do banco, comenta<br />
que a primeira campanha do Bra<strong>de</strong>sco<br />
com os personagens futuristas<br />
foi ao ar em fevereiro <strong>de</strong>ste<br />
ano. “De lá para cá, o mundo<br />
mudou completamente e a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> experimentar o futuro<br />
agora tornou-se ainda mais<br />
Divulgação<br />
Estratégia tem ações para público interno, projeto para o digital e mudanças no varejo<br />
instituição. Além disso, no varejo<br />
os potinhos azuis dos produtos<br />
serão substituídos por<br />
potes cor-<strong>de</strong>-rosa.<br />
Flávia Drummond, diretora<br />
<strong>de</strong> marketing da Vigor, lembra<br />
que a iniciativa está atrelada ao<br />
novo posicionamento da marca<br />
– #EsseMomentoÉMeu –, lançado<br />
para reforçar a importância<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar momentos a si<br />
mesmo. “Abraçamos essa causa<br />
como uma forma <strong>de</strong> ajudar a<br />
amplificar mensagens <strong>de</strong> conscientização<br />
sobre esse tema tão<br />
importante. Além do alcance <strong>de</strong><br />
nossas ações, po<strong>de</strong>remos contribuir<br />
para ajudar mulheres<br />
que encontram na autoestima<br />
um estímulo para enfrentar a<br />
doença. Queremos também incentivar<br />
consumidores a se engajarem”,<br />
diz.<br />
16 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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Re<strong>de</strong> Globo tem campanha b2b que<br />
mostra possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />
Ação Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s apresenta a anunciantes e agências<br />
as diversas opções omnichannel da programação comercial da emissora<br />
protagonista é o humorista<br />
O e ator Marcelo Adnet. Ele é<br />
o porta-voz da Re<strong>de</strong> Globo na<br />
campanha Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s,<br />
que propõe às agências e<br />
anunciantes as soluções omnichannel<br />
oferecidas pela emissora.<br />
Adnet lista as opções, que<br />
vão da gra<strong>de</strong> comercial da Globo,<br />
mas passando por Gloob,<br />
G1, Globonews e todos os canais<br />
<strong>de</strong> TV do grupo <strong>de</strong> mídia e conteúdo.<br />
“É a primeira <strong>de</strong> uma série<br />
<strong>de</strong> trabalhos que vai marcar a<br />
evolução do conceito Milhões<br />
<strong>de</strong> Uns. Oferecer milhões <strong>de</strong><br />
oportunida<strong>de</strong>s para o mercado<br />
só é possível porque a Globo é<br />
plural. Está em todas as telas,<br />
no cotidiano e nas conversas<br />
Motorola evi<strong>de</strong>ncia a tecnologia<br />
na conexão e expressão das pessoas<br />
Criado pela Other Guyz e produzido pela Delicatessen, material foi<br />
gravado em quatro países: Brasil, Estados Unidos, Nigéria e Sérvia<br />
Motorola iniciou <strong>outubro</strong><br />
A com a campanha global You<br />
want it. You got it, que <strong>de</strong>staca<br />
os “risers” do Brasil, EUA, Nigéria<br />
e Sérvia. Criada pela Other<br />
Guyz e produzida pela Delicatessen,<br />
no Brasil ela chega como<br />
Você quer. Você tem reforçando a<br />
pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moto G. A i<strong>de</strong>ia é<br />
mostrar a tecnologia como uma<br />
ferramenta po<strong>de</strong>rosa para que<br />
as pessoas se expressem e se conectem.<br />
Há ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong> 30’’, 15’’, 10’’<br />
e 6’’ para TV fechada e aberta,<br />
além <strong>de</strong> estratégia para os<br />
meios digitais, como YouTube,<br />
portais <strong>de</strong> notícias, re<strong>de</strong>s sociais<br />
da Motorola e formatos <strong>de</strong><br />
mídia especiais.<br />
Para a empresa, “risers” são<br />
pessoas que querem viver e se<br />
expressar <strong>de</strong> acordo com seus<br />
propósitos e impactam pessoas<br />
Sergio Valente li<strong>de</strong>rou a criação da campanha Milhões <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s, da Globo<br />
Campanha tem cenas gravadas no Brasil, Estados Unidos, Nigéria e Sérvia<br />
próximas e ao redor do mundo.<br />
Segundo Renata Altenfel<strong>de</strong>r,<br />
diretora-executiva global <strong>de</strong><br />
marketing da Motorola, a campanha<br />
representa muito o que<br />
Moto G é. “Conseguimos também<br />
trazer valores ainda mais<br />
em alta, que é se expressar, ter<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
espaço para sua voz, olhar para<br />
si e valorizar o que importa. Ela<br />
sempre foi muito importante<br />
na conexão, mas agora mais do<br />
que nunca. A tecnologia móvel<br />
é uma das gran<strong>de</strong>s responsáveis<br />
pelo mundo não ter literalmente<br />
parado”, diz. Além disso, a<br />
dos brasileiros. E fala, diariamente,<br />
com milhões <strong>de</strong> uns<br />
porque está a serviço <strong>de</strong> todos<br />
e <strong>de</strong> cada um. Oferecemos experiências<br />
que agregam, pois as<br />
nossas histórias são um reflexo<br />
da vida das pessoas, seus <strong>de</strong>sejos<br />
e anseios – estejam elas na<br />
TV aberta, por assinatura, streaming<br />
ou plataformas digitais”,<br />
<strong>de</strong>talhou Sergio Valente, diretor<br />
<strong>de</strong> Marca&Comunicação.<br />
“A campanha reflete a nossa<br />
evolução e como acompanhamos<br />
as mudanças no mercado<br />
publicitário. Para oferecer soluções<br />
para os nossos parceiros<br />
comerciais”, finaliza Eduardo<br />
Schaeffer, diretor <strong>de</strong> negócios<br />
integrados em publicida<strong>de</strong> da<br />
Globo.<br />
plataforma é um pontapé inicial.<br />
“Queremos que as pessoas<br />
se engajem para serem novos<br />
‘risers’ e encontrem na gente<br />
um parceiro para se expressar.”<br />
Para Juliana Mott, head <strong>de</strong><br />
marketing da Motorola Brasil, o<br />
tema da campanha tem bastante<br />
sensibilida<strong>de</strong> e é muito atual.<br />
“As pessoas estão dispostas<br />
a ouvir essa proposta <strong>de</strong> conceito.<br />
O mais bacana <strong>de</strong>ssa iniciativa<br />
global é po<strong>de</strong>r localizar<br />
e fazer com personas no Brasil<br />
também. Teremos influenciadores,<br />
amplificadores e creators<br />
<strong>de</strong> diversas áreas”, diz. Entre<br />
os participantes estão Babu,<br />
finalista do BBB20, e Eduardo<br />
Lyra, fundador e CEO do Instituto<br />
Gerando Falcões. “Eles<br />
dão voz contando como inspiram<br />
pessoas e qual o propósito<br />
<strong>de</strong> vida <strong>de</strong>les”, completa.<br />
18 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
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Prêmios mais<br />
valiosos agora<br />
Se você participa do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
por inscrições em premiações, opte pelo sim<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Houve uma época em que começaram a<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar das premiações da área <strong>de</strong><br />
marketing e comunicação. De fato, havia<br />
muitas premiações que pareciam caça-<br />
-níqueis, interessadas apenas em captar o<br />
dinheiro <strong>de</strong> inscrições, criando categorias<br />
e subcategorias, <strong>de</strong> modo a contemplar o<br />
máximo <strong>de</strong> premiados possível.<br />
A maior crítica era para o todo-po<strong>de</strong>roso<br />
Cannes Lions, que, por um tempo, passou<br />
a entregar estatuetas a rodo, multiplicando<br />
categorias. Não se po<strong>de</strong> dizer que o pessoal<br />
do Cannes Lions não escuta as críticas.<br />
Já há um tempo que a organização passou<br />
a ser mais comedida com a abertura<br />
<strong>de</strong> novas categorias e, mais do que isso,<br />
passou a proibir a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> premiações<br />
transversais, que fazia com que<br />
um único case ganhasse Leões em diversas<br />
modalida<strong>de</strong>s.<br />
Foi estabelecido um limite. Mas a crítica<br />
continuava: “prefiro resultados a estatuetas”,<br />
diziam clientes. Mais uma vez, a organização<br />
do Cannes Lions tratou <strong>de</strong> buscar<br />
a comprovação <strong>de</strong> que as duas coisas não<br />
estão dissociadas, ao contrário, há uma relação<br />
direta entre o resultado efetivo <strong>de</strong> negócios<br />
e a criativida<strong>de</strong> que ganha prêmios.<br />
Há diversas apresentações do festival,<br />
com cases reais, comprovando que a eficácia<br />
<strong>de</strong> negócios é diretamente proporcional<br />
à abordagem criativa <strong>de</strong> suas campanhas e<br />
ações <strong>de</strong> ativação.<br />
A verda<strong>de</strong> é que nunca a criativida<strong>de</strong> foi<br />
tão importante como agora, como forma <strong>de</strong><br />
driblar as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma crise sem<br />
prece<strong>de</strong>ntes. Os organizadores <strong>de</strong> premiações<br />
foram obrigados a rever seus planos,<br />
pela impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s<br />
presenciais <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> troféus, mas<br />
também preocupados com a disposição das<br />
agências <strong>de</strong> inscrever seus cases em tempos<br />
<strong>de</strong> vacas magras.<br />
Mas as premiações <strong>de</strong> prestígio e <strong>de</strong> reconhecimento<br />
do mercado procuraram<br />
manter a edição <strong>de</strong>ste ano, mesmo com todas<br />
as limitações. E agora cabe ao mercado<br />
<strong>de</strong>monstrar que tem soluções para todos<br />
os momentos, mesmo os mais adversos. As<br />
inscrições <strong>de</strong>vem envolver cases retratando<br />
dois momentos: antes da pan<strong>de</strong>mia e<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia. São situações diametralmente<br />
opostas: no segundo semestre<br />
<strong>de</strong> 2019, o mercado brasileiro estava com<br />
a expectativa <strong>de</strong> uma melhora, apostando<br />
num crescimento – nada muito expressivo,<br />
mas alentador; já no primeiro semestre <strong>de</strong><br />
<strong>2020</strong>, veio o imprevisível: uma pan<strong>de</strong>mia e<br />
a maior crise da época mo<strong>de</strong>rna.<br />
Mas, como dizia um antigo chefe japonês<br />
no meu início <strong>de</strong> carreira: “Todo problema<br />
tem solução. Tem a solução i<strong>de</strong>al,<br />
tem a média e tem a ruim, mas sempre há<br />
uma solução”.<br />
É a hora <strong>de</strong> selecionar as soluções <strong>de</strong><br />
marketing encontradas e fazerem-nas concorrer<br />
com outras <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> iguais condições.<br />
O que não dá é ficar imobilizado, se<br />
lamentando e esperando que tudo volte ao<br />
normal para começar a agir. Até porque o<br />
tal normal não será o mesmo.<br />
É o que temos e é com essas armas que<br />
precisamos ir ao combate. Apesar do imenso<br />
baque, a vida continua. As pessoas continuam<br />
indo às compras, presencialmente<br />
ou por e-commerce, que teve um gran<strong>de</strong><br />
crescimento em <strong>2020</strong>.<br />
E, à medida em que começa a pintar um<br />
processo <strong>de</strong> flexibilização, o público precisa<br />
ser impactado com maior intensida<strong>de</strong><br />
por marcas que concorrem, não somente<br />
entre si, mas com as circunstâncias adversas.<br />
É preciso um esforço maior agora.<br />
De todos! O mercado precisa <strong>de</strong> ação, <strong>de</strong><br />
iniciativa! Se você participa do processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão por inscrições em premiações,<br />
opte pelo sim, como forma <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar a<br />
peteca cair.<br />
Falo pelo Ampro Globes, premiação <strong>de</strong><br />
live marketing que completa 20 anos, mas<br />
também por todas aquelas que são sérias<br />
e <strong>de</strong>cidiram manter a edição <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. É a<br />
hora <strong>de</strong> fortalecer essas iniciativas que <strong>de</strong>monstram<br />
resiliência e atuação positiva<br />
pelo bem <strong>de</strong> todo o mercado.<br />
Ouvi do incansável José Victor Oliva, numa<br />
live da semana passada, que ele preten<strong>de</strong><br />
encarar este mês como Outubro Ver<strong>de</strong>.<br />
Ver<strong>de</strong> do “permitido”. Ver<strong>de</strong> do fazer! Ver<strong>de</strong><br />
da esperança! Eu tô <strong>de</strong>ntro. E você?<br />
Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />
Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />
alexis@ampro.com.br<br />
20 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
quem fez<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
fotos: Divulgação<br />
COLEÇÃO<br />
Plataforma que explora narrativas femininas<br />
por meio da arte, a Obvius Agency recebeu<br />
convite da C&A para <strong>de</strong>senvolver uma<br />
coleção que integra o seu projeto Mind7,<br />
lançado em 2018. Um dos temas é Logomania,<br />
para t-shirts policrômicas e frases <strong>de</strong><br />
efeito. O lançamento oficial está previsto<br />
para esta quinta-feira (8).<br />
obvius agency<br />
C&a<br />
Título: Despertar; direção <strong>de</strong> criação: Marcela<br />
Ceribelli e Renato Galvão; diretor <strong>de</strong> arte: Mario<br />
Mantovanni; fotografia: Renato Galvão; produção:<br />
Thinkers; beleza: Liege Wisniewski;<br />
styling: Mariana Petriche; aprovação: Mariana<br />
Moraes, Katiane Romero e Mariana Petriche.<br />
BENEFíCIOS<br />
A apresentadora Ana Maria Braga e a médica<br />
Thelma Assis são as protagonistas da campanha<br />
que promove as vantagens do Cartão <strong>de</strong><br />
Todos nas áreas da saú<strong>de</strong>, educação e lazer.<br />
Claudia Kalim, head <strong>de</strong> estratégia e negócios<br />
da agência, explica que mensagens positivas<br />
são importantes para “seguir em frente e efetivamente<br />
superar tudo isso”.<br />
gotcha<br />
CarTÃo DE ToDoS<br />
Título: Guerreiras da superação; direção <strong>de</strong> criação:<br />
Tiago Trinda<strong>de</strong> e Luiz Barretto; criação: Bruna<br />
Oliveira, Nazura, Leandro Silva e Alexandre Viana;<br />
áudio: Waity Produções; produtora: Studio<br />
Fly; diretor: Diego Biazzon; aprovação: Tales Vilar,<br />
Rennan Vilar Antunes e Alexandre Veras.<br />
ECONOMIA<br />
Desperdício <strong>de</strong> água está no cerne da campanha<br />
institucional da Sulformas, um dos<br />
principais players do mercado <strong>de</strong> formas <strong>de</strong><br />
bolo, panetones e outros itens <strong>de</strong> confeitaria e<br />
panificação. Seus produtos não precisam ser<br />
lavados o que, segundo a empresa, proporciona<br />
uma economia <strong>de</strong> 81 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong><br />
água <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação em 2016.<br />
flavor studio<br />
SulformaS<br />
Título: Eu não lavo formas; diretores <strong>de</strong> criação:<br />
Emerson Vieira e Mauricio Daniachi; redator: Anny<br />
Katleen; produtora: Asterói<strong>de</strong>; roteiro e direção:<br />
Thiago Prestes e Guilherme Biglia; áudio: Canja<br />
Audio Culture; atriz: Gabriela Reis; aprovação: An<strong>de</strong>rson<br />
Oliveira.<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 21
entreviStA<br />
AlexAndre nogueirA<br />
diretor <strong>de</strong> marketing do Grupo<br />
Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />
SAú<strong>de</strong> e<br />
queStõeS<br />
finAnceirAS<br />
São<br />
prioridA<strong>de</strong>S<br />
O<br />
segmento <strong>de</strong> seguros vem sofrendo<br />
mudanças radicais, segundo Alexandre<br />
Nogueira, diretor <strong>de</strong> marketing do Grupo<br />
Bra<strong>de</strong>sco Seguros. O perfil <strong>de</strong>mográfico da<br />
população, cada vez mais longeva, até a revolução<br />
tecnológica e digital, dita as linhas, re<strong>de</strong>senha os<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e incorpora novos players.<br />
Neste momento, a i<strong>de</strong>ia é, segundo o executivo,<br />
intensificar o movimento por proteção das pessoas e<br />
das famílias. Veja a seguir os principais trechos <strong>de</strong>sta<br />
entrevista.<br />
Neusa spaulucci<br />
Qual a estratégia da empresa, em<br />
tempos <strong>de</strong> crise, para conquistar<br />
mais clientes?<br />
Diante do cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />
e do distanciamento social <strong>de</strong>correntes<br />
da Covid-19, a Bra<strong>de</strong>sco<br />
Seguros se <strong>de</strong>dicou a oferecer<br />
ainda mais facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento<br />
e na prestação <strong>de</strong> serviços<br />
cada vez mais digitais e eficientes<br />
para nossos clientes e parceiros<br />
<strong>de</strong> negócio. Acreditamos<br />
que neste momento, mais do que<br />
nunca, a frase contida em nossa<br />
assinatura Com você. Sempre precisa<br />
ser praticada. Vale ressaltar<br />
que o mercado <strong>de</strong> seguros vem<br />
passando por transformações<br />
estruturais profundas, incluindo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o perfil <strong>de</strong>mográfico da população,<br />
que a cada dia fica mais<br />
longeva, até a revolução tecnológica<br />
e digital, que re<strong>de</strong>senha<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e incorpora<br />
novos players. Em contrapartida,<br />
as mudanças também criam<br />
oportunida<strong>de</strong>s, sobretudo em<br />
um mercado ainda subpenetrado<br />
e com imenso potencial <strong>de</strong> crescimento<br />
como o brasileiro. Nesse<br />
sentido, temos investido <strong>de</strong> maneira<br />
crescente em inovação e<br />
tecnologia, <strong>de</strong> forma a avaliar os<br />
novos padrões <strong>de</strong> consumo, para<br />
precificar a<strong>de</strong>quadamente nossos<br />
produtos; aceitar melhor o risco -<br />
que é a nossa principal matéria-<br />
-prima; e otimizar nossos canais<br />
<strong>de</strong> comercialização.<br />
A última campanha da Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />
<strong>de</strong>staca a importância <strong>de</strong> se<br />
acreditar no futuro. O apelo emocional<br />
chama mais a atenção do brasileiro<br />
quando o assunto é segurança?<br />
No cenário atual, nosso principal<br />
objetivo tem sido promover<br />
comunicações que <strong>de</strong>staquem a<br />
importância da socieda<strong>de</strong> se engajar<br />
na luta contra o coronavírus<br />
e inspirem a solidarieda<strong>de</strong>, a<br />
positivida<strong>de</strong> e reflexões sobre a<br />
importância da proteção. O tom<br />
da comunicação, alinhado com<br />
o momento que estamos vivendo,<br />
ajuda muito no que tange a<br />
atenção e percepção da mensagem.<br />
Por meio <strong>de</strong>ssas ações, temos<br />
fortalecido ainda mais nosso<br />
compromisso com funcionários,<br />
clientes, colaboradores, corretores<br />
e parceiros do setor. Olhando<br />
para o futuro, nossa estratégia<br />
está sempre focada em aprimorar<br />
a experiência do cliente Bra<strong>de</strong>sco<br />
Seguros, oferecendo, num único<br />
lugar, soluções <strong>de</strong> seguros que<br />
lhe garantam proteção em todos<br />
os seus ciclos <strong>de</strong> vida.<br />
Vocês <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> realizar alguma<br />
estratégia por conta da pan<strong>de</strong>mia?<br />
Com um planejamento totalmente<br />
estruturado para o ano <strong>de</strong><br />
<strong>2020</strong>, tivemos <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões<br />
rápidas e rea<strong>de</strong>quar as estratégias<br />
<strong>de</strong> comunicação e marketing da<br />
seguradora. Colocar em prática<br />
a flexibilida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong><br />
foi muito importante neste momento<br />
<strong>de</strong>safiador. Alguns projetos<br />
foram antecipados e outros<br />
foram adaptados para o contexto<br />
atual. Para isso, realizamos<br />
internamente várias ativida<strong>de</strong>s<br />
com os nossos funcionários que<br />
estão engajados e unidos para<br />
prestar os mais distintos serviços<br />
aos nossos clientes e parceiros.<br />
Desenvolvemos materiais<br />
especiais, como cartilha, hotsite,<br />
ví<strong>de</strong>os e até um 0800 para tirar<br />
dúvidas e explicar <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada<br />
as questões que envolvem<br />
a Covid-19. Gran<strong>de</strong> parte das iniciativas<br />
e ações implementadas<br />
durante o período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />
integra a nossa assinatura Com<br />
Você. Sempre, que reforça o conceito<br />
<strong>de</strong> que a seguradora dispõe<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços para todos<br />
os tipos <strong>de</strong> riscos e situações, a<br />
fim <strong>de</strong> resolver as necessida<strong>de</strong>s<br />
dos nossos segurados com prontidão<br />
e assertivida<strong>de</strong>.<br />
É difícil abordar o assunto seguro<br />
quando o ambiente não está equilibrado.<br />
Como vocês lidam com isso<br />
em tempos tão <strong>de</strong>licados?<br />
O Grupo Bra<strong>de</strong>sco Seguros enten<strong>de</strong><br />
que o seguro precisa estar<br />
inserido naturalmente no dia a<br />
dia das famílias brasileiras por ser<br />
um item <strong>de</strong> primordial importância<br />
que garante tranquilida<strong>de</strong> no<br />
presente e para o futuro <strong>de</strong> todas<br />
as pessoas. Nós temos a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> intensificarmos<br />
esse movimento por proteção. A<br />
visibilida<strong>de</strong> proporcionada por<br />
nossas campanhas, tanto para o<br />
tema seguro quanto para o nosso<br />
portfólio diversificado, <strong>de</strong>staca<br />
a credibilida<strong>de</strong> que caracteriza<br />
a nossa marca, para avançarmos<br />
nas estratégias <strong>de</strong> levar o seguro<br />
a cada vez mais pessoas e empresas<br />
em todo o país. Além <strong>de</strong><br />
reforçarmos nossa estratégia<br />
multirramo, buscamos fortalecer<br />
a comunicação com o cliente, visando<br />
aten<strong>de</strong>r as suas expectativas<br />
<strong>de</strong> maneira ainda mais eficaz<br />
e transparente.<br />
Em função da crise, gerada pela Covid-19,<br />
a população está <strong>de</strong>sistindo<br />
<strong>de</strong> certas <strong>de</strong>spesas. O plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
ou o seguro em geral está entre<br />
esses itens?<br />
O período <strong>de</strong> isolamento social<br />
trouxe à tona um componente a<br />
mais para o mercado segurador:<br />
a reflexão das pessoas em torno<br />
<strong>de</strong> proteção, estabilida<strong>de</strong> e planejamento<br />
para o futuro. É válido<br />
pensarmos neste “novo normal”,<br />
como um momento <strong>de</strong>safiador,<br />
mas acredito que também seja<br />
um momento que promove um<br />
ambiente favorável para falarmos<br />
<strong>de</strong> proteção. De acordo com<br />
um estudo recente da Febraban,<br />
a saú<strong>de</strong> e as questões financeiras<br />
são priorida<strong>de</strong> para a vida pós-<br />
-pan<strong>de</strong>mia. A pesquisa também<br />
<strong>de</strong>staca que a moradia será priorida<strong>de</strong><br />
e a segurança cresce como<br />
gatilho para investimentos, 48%<br />
dos entrevistados preten<strong>de</strong>m<br />
melhorar ou reformar a casa/<br />
comprar imóvel e 37% consi<strong>de</strong>ra<br />
fazer investimentos bancários<br />
ou poupança. Percebemos um<br />
aumento da conscientização das<br />
pessoas sobre a importância <strong>de</strong><br />
assumir e zelar pela direção do<br />
próprio futuro financeiro.<br />
Houve queda no segmento neste período?<br />
Qual o montante?<br />
A Susep (Superintendência<br />
<strong>de</strong> Seguros Privados) divulgou<br />
recentemente uma análise dos<br />
principais dados relativos ao <strong>de</strong>sempenho<br />
do setor <strong>de</strong> seguros,<br />
até junho <strong>de</strong> <strong>2020</strong>. Apesar <strong>de</strong> o<br />
setor ter apresentado uma queda<br />
<strong>de</strong> 4,3% no acumulado do ano,<br />
em relação ao mesmo período <strong>de</strong><br />
2019, há indícios <strong>de</strong> retomada da<br />
22 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
ativida<strong>de</strong> econômica. No que diz<br />
respeito tanto à evolução da pan<strong>de</strong>mia<br />
quanto às suas consequências<br />
econômicas, é natural que as<br />
pessoas sintam certa insegurança<br />
quanto à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> consumir,<br />
pois ainda estão tentando compreen<strong>de</strong>r<br />
o que está sendo chamado<br />
<strong>de</strong> “novo normal” e qual<br />
impacto essa nova realida<strong>de</strong> terá<br />
em suas vidas. Ainda é cedo para<br />
fazer diagnósticos e previsões,<br />
até porque a indústria <strong>de</strong> seguros<br />
é pró-cíclica, ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
diretamente da evolução da<br />
ativida<strong>de</strong> econômica, que ainda<br />
permanece com elevado grau <strong>de</strong><br />
in<strong>de</strong>finição. O que se observa é<br />
que acelerou uma mudança <strong>de</strong><br />
mindset nas pessoas com relação<br />
ao mercado <strong>de</strong> seguros. Superado<br />
este período, porém, avaliamos<br />
que a <strong>de</strong>manda ten<strong>de</strong>, sim, a aumentar,<br />
principalmente por conta<br />
do crescente entendimento da<br />
população quanto à importância<br />
<strong>de</strong> contar com proteção em suas<br />
vidas e na <strong>de</strong> quem mais importa<br />
para elas.<br />
“estamos<br />
vivendo um<br />
momento <strong>de</strong><br />
adaptações<br />
muito<br />
relevantes”<br />
Divulgação<br />
O brasileiro não tem o hábito <strong>de</strong> fazer<br />
seguro, principalmente o <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />
previdência. Qual a melhor forma <strong>de</strong><br />
atrair um segurado?<br />
O mercado <strong>de</strong> seguros brasileiro<br />
evoluiu e estamos vivendo um<br />
momento <strong>de</strong> adaptações muito<br />
relevantes para o atendimento<br />
das necessida<strong>de</strong>s e apontamentos<br />
dos nossos clientes. Hoje,<br />
cada vez mais, diante da multiplicida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> opções, quem <strong>de</strong>termina<br />
como e quando <strong>de</strong>seja ser<br />
atendido é o consumidor. Com<br />
isso, buscamos acompanhar <strong>de</strong><br />
perto as mudanças <strong>de</strong> hábitos,<br />
seus anseios e <strong>de</strong>sejos por proteção.<br />
Nós temos a importante<br />
função <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as reais necessida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong>sejos das pessoas<br />
para cruzá-las com os produtos<br />
que estão disponíveis ampliando<br />
a oferta <strong>de</strong> proteção. No ramo <strong>de</strong><br />
seguros, houve um redirecionamento<br />
do foco para a cobertura<br />
<strong>de</strong> novos riscos e uma contratação<br />
mais ágil. Acredito que exista<br />
uma propensão a um aumento da<br />
conscientização dos brasileiros<br />
sobre a relevância da educação<br />
financeira em geral e a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> proteção. Essas mudanças<br />
ten<strong>de</strong>m a causar uma abertura<br />
maior para a penetração do mercado<br />
<strong>de</strong> seguros no país, em especial<br />
para produtos ainda pouco<br />
disseminados, como o seguro <strong>de</strong><br />
vida, por exemplo. O nosso objetivo<br />
é estimular o cliente a refletir<br />
que precisa estar protegido para<br />
que todos possam lidar com os<br />
“previstos” e imprevistos da vida<br />
com mais tranquilida<strong>de</strong>.<br />
Em geral, os seguros são muito caros<br />
para os padrões brasileiros. Como o<br />
segmento lida com esta questão?<br />
O ramo <strong>de</strong> seguros utiliza o<br />
cálculo acerca da probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados eventos, o<br />
que contribui na avaliação <strong>de</strong><br />
riscos, na fixação <strong>de</strong> prêmios, <strong>de</strong><br />
in<strong>de</strong>nização, <strong>de</strong> benefícios e <strong>de</strong><br />
reservas. O mercado <strong>de</strong> seguros<br />
oferece proteção para as mais<br />
variadas necessida<strong>de</strong>s e para diferentes<br />
situações ou bens materiais.<br />
Há modalida<strong>de</strong>s que cabem<br />
em todos os bolsos e aten<strong>de</strong>m a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. Sendo assim,<br />
não é possível comparar os<br />
diferentes tipos <strong>de</strong> seguros, pois<br />
os riscos estão relacionados nas<br />
condições gerais do seguro.<br />
O setor se une em torno <strong>de</strong> assuntos<br />
que promovem mais a captação <strong>de</strong><br />
clientes?<br />
O setor se une na educação<br />
com a missão <strong>de</strong> difundir a cultura<br />
do seguro. Com o apoio da<br />
CNSEG (Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />
das Seguradoras), buscamos disseminar<br />
a cultura do seguro, fortalecendo<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />
consciente do consumidor, informando<br />
e orientando por meio<br />
<strong>de</strong> uma linguagem clara e objetiva.<br />
Nosso principal <strong>de</strong>safio como<br />
grupo segurador é comunicar,<br />
disseminar a cultura do seguro e<br />
popularizar esses produtos junto<br />
à população brasileira. A indústria<br />
<strong>de</strong> seguros <strong>de</strong>ve ser entendida<br />
como fator presente e indispensável<br />
à preservação do bem-estar<br />
coletivo, da tranquilida<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico.<br />
Em meio a um ambiente tão incerto,<br />
quais os próximos passos do Bra<strong>de</strong>sco<br />
Seguros?<br />
Em termos <strong>de</strong> comunicação,<br />
nosso objetivo é se aproximar<br />
cada vez mais dos clientes, promovendo<br />
ações <strong>de</strong> comunicação<br />
e gerando conteúdo que seja relevante<br />
no dia a dia das pessoas.<br />
Buscamos investir cada vez mais<br />
em informação, conhecimento,<br />
saú<strong>de</strong> e bem-estar que possam<br />
ajudar a socieda<strong>de</strong> a enfrentar<br />
esse período da melhor maneira<br />
possível. Agora, mais do que nunca,<br />
é preciso mostrar propósitos e<br />
<strong>de</strong>ixar claro que isso é verda<strong>de</strong>iro.<br />
Bom exemplo disso é a plataforma<br />
Com Você, em que temos promovido<br />
uma série <strong>de</strong> conteúdos com<br />
dicas e orientações apresentadas<br />
por influenciadores e especialistas<br />
renomados do meio digital.<br />
Buscando fortalecer ainda mais o<br />
“tivemos<br />
<strong>de</strong> tomar<br />
<strong>de</strong>cisões<br />
rápidas e<br />
rea<strong>de</strong>quar as<br />
estratégias”<br />
relacionamento com os parceiros<br />
<strong>de</strong> negócios, a Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />
vem investindo em ações que foram<br />
<strong>de</strong>senhadas especialmente<br />
para apoiar e capacitar o corretor<br />
no cenário <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Gestão<br />
emocional, protagonismo e novos<br />
caminhos para a oferta <strong>de</strong> seguros<br />
foram alguns dos temas trabalhados<br />
nas ações online. Até julho<br />
<strong>de</strong>ste ano, foram mais <strong>de</strong> 56 mil<br />
participações <strong>de</strong> corretores. Recentemente<br />
também veiculamos<br />
o filme Semente, com versos <strong>de</strong><br />
Gonzaguinha, inspirando as pessoas<br />
a não pararem <strong>de</strong> sonhar e a<br />
terem fé no que virá, transmitindo<br />
um ar <strong>de</strong> otimismo e levando<br />
mensagem sobre a importância<br />
<strong>de</strong> acreditarmos no futuro.<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 23
we<br />
mkt<br />
Brett Jordan/Unsplash<br />
Princesa Isabel,<br />
socorro!<br />
“A gente não quer só comida.<br />
A gente quer comida, diversão e arte”<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
No ar, as Dark Kitchens! No início, os<br />
aplicativos <strong>de</strong> entregas <strong>de</strong> comida trabalhavam<br />
com os restaurantes existentes.<br />
E assim passaram-se os primeiros anos, os<br />
anos <strong>de</strong> implantação do sistema ou da nova<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor. Os preços cobrados pelos<br />
restaurantes já existentes incluíam todos os<br />
custos, impostos, aluguel, marca, <strong>de</strong>coração,<br />
aparelhagem, enfim, tudo o que caracteriza<br />
um restaurante <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Portanto,<br />
mesmo comendo-se em casa e a distância,<br />
no preço do prato estava tudo incluído. E<br />
ainda era necessário agregar-se o custo da<br />
empresa <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Ou seja, em relação aos<br />
preços praticados, os entregues em casa,<br />
custavam entre 8% a 12%, até 20% a mais.<br />
Assim, só pediam comida em casa as pessoas<br />
que tinham dinheiro e po<strong>de</strong>riam comer<br />
nos restaurantes, mas, por preguiça ou falta<br />
<strong>de</strong> tempo, preferiam pedir pelo smartphone.<br />
Queriam maratonar na Netflix e não tinham<br />
tempo para per<strong>de</strong>r. Se todos se conformassem<br />
com isso, tudo estaria acomodado e nada<br />
mais aconteceria. Mas as novas empresas<br />
<strong>de</strong> entrega, turbinadas com o capital <strong>de</strong> investidores,<br />
precisavam escalar.<br />
Aditivadas pela inteligência artificial sabiam,<br />
mais do que os donos dos restaurantes,<br />
quais eram os clientes e o que queriam.<br />
E que para continuar crescendo na velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejada pelos investidores precisavam<br />
ser acessíveis às classes C e D. E se<br />
continuassem entregando comida <strong>de</strong> restaurantes,<br />
com todos os custos incluídos,<br />
sem chances. Solução, as Dark Kitchens.<br />
Cozinhas que ninguém tem a mais pálida<br />
i<strong>de</strong>ia on<strong>de</strong> é, <strong>de</strong> quem é, que funcionam<br />
exclusivamente para o <strong>de</strong>livery, eliminam<br />
infinitos custos, e têm condição <strong>de</strong> praticar<br />
preços menores e acessíveis às classes C e<br />
D. Ou seja, antigos donos <strong>de</strong> restaurantes,<br />
e novos donos <strong>de</strong> restaurantes, estão multiplicando<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dark Kitchens<br />
e passam a trabalhar para os aplicativos.<br />
Uma espécie <strong>de</strong> escravos dos tempos mo<strong>de</strong>rnos,<br />
Digital Slaves. Inclusive com direito<br />
a música composta e cantada pelo<br />
Baysi<strong>de</strong> Kings. Lembram, “Alienated, you<br />
choose to live in a world that was built to<br />
entertain you and distance you from what’s<br />
real...”. Daniele Madureira, do jornal Valor,<br />
foi atrás e escreveu, no título <strong>de</strong> sua maté-<br />
Arnaldo Antunes<br />
ria: Aplicativos <strong>de</strong> entrega dão as or<strong>de</strong>ns na<br />
cozinha. Daniele <strong>de</strong>screve o que encontrou:<br />
“Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos gran<strong>de</strong>s aplicativos <strong>de</strong><br />
entrega <strong>de</strong> comida o tradicional convite ‘visite<br />
a nossa cozinha’, exposto em boa parte<br />
dos restaurantes... fim!” E conclui, “empresas<br />
como iFood, Rappi e Uber Eats estão investindo<br />
nas chamadas Dark Kitchens que<br />
só funcionam para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas<br />
dos serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery...”. Nas chamadas<br />
Dark Kitchens, é como se os chefes cozinhassem<br />
<strong>de</strong> olhos vendados. Não têm a<br />
mais pálida i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quem compra e come<br />
a comida. O seu horizonte termina no motoboy<br />
que retira e faz a entrega. Fim. Uma<br />
perna só. Silêncio.<br />
Segundo Daniele, o roteiro é o seguinte:<br />
“Os aplicativos usam os imensos bancos <strong>de</strong><br />
dados que possuem para i<strong>de</strong>ntificar a <strong>de</strong>manda<br />
por um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> refeição<br />
em um bairro ou vizinhança da cida<strong>de</strong>.<br />
De posse <strong>de</strong>ssa informação, buscam um<br />
dos restaurantes que já usam a plataforma<br />
para a entrega e orientam na escolha <strong>de</strong><br />
um ponto para a montagem <strong>de</strong> mais uma<br />
Dark Kitchens. O investimento fica por conta<br />
do restaurante, que fecha um contrato <strong>de</strong><br />
exclusivida<strong>de</strong> com o aplicativo. A cozinha<br />
trabalha <strong>de</strong> portas fechadas e apenas para<br />
aten<strong>de</strong>r os clientes do aplicativo. Como se<br />
fosse a cozinha <strong>de</strong> uma casa. E recebe toda<br />
a orientação do aplicativo, inclusive passa<br />
a trabalhar com uma marca específica<br />
do aplicativo criada para esse serviço. Todos<br />
os aplicativos escon<strong>de</strong>m o número das<br />
tais Dark Kitchens. Mas o Uber Eats abriu<br />
para Daniele uma pequena pista: “Nos 36<br />
países on<strong>de</strong> encontra-se presente são mais<br />
<strong>de</strong> 5,5 mil DKs... É isso amigos. Evolução?<br />
Involução? Por enquanto é o que temos. E<br />
ainda tudo isso condimentado em nosso<br />
país pela crise econômica nossa, conjuntural<br />
e agora pan<strong>de</strong>mia. Acredito, no entanto,<br />
que um pouco mais adiante, quando a<br />
situação econômica melhorar, voltaremos<br />
a nos emocionar com as alegrias e felicida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> comermos num bom restaurante, ao<br />
lado <strong>de</strong> muitas e outras pessoas, contando<br />
com os serviços <strong>de</strong> maîtres e garçons, e a<br />
comida saindo direto da cozinha para nossas<br />
mesas, sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garupas<br />
<strong>de</strong> motos e temperos <strong>de</strong> fumaça e gasolina.<br />
DKs então... Como dizem as crianças,<br />
ekkkkaaaaa!!!, em todos os sentidos.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
26 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
Quer enten<strong>de</strong>r o futuro?<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
“A motivação é <strong>de</strong> fazer o que a zona <strong>de</strong> conforto não me <strong>de</strong>ixava praticar,<br />
porque, quando tudo ia bem, dava uma preguiça danada <strong>de</strong> arriscar”<br />
Fernando Figueiredo<br />
especial para o ProPMarK<br />
Parece dica <strong>de</strong> autoajuda, mas não é.<br />
É apenas um relato <strong>de</strong> mais um sobrevivente<br />
da pan<strong>de</strong>mia, que não viu<br />
apenas 10 anos acontecerem em quatro<br />
meses, mas enten<strong>de</strong>u em pouco tempo<br />
coisas que passou a vida inteira tentando<br />
enten<strong>de</strong>r sobre si mesmo.<br />
Olhar para o passado buscando referências<br />
do que <strong>de</strong>u certo, não podia ser mais<br />
atraso <strong>de</strong> vida.<br />
Afinal, o que <strong>de</strong>u certo antes não vai dar<br />
certo agora, necessariamente.<br />
E tentar adivinhar o que vai acontecer lá na<br />
frente é apenas mais uma loteria na vida que<br />
não vai mudar em nada o seu presente, a não<br />
ser a sua ausência.<br />
Como todo mundo, entrei nessa montanha-russa<br />
com a ansieda<strong>de</strong> nas alturas. Mas,<br />
tudo o que eu não queria pra mim era ficar<br />
mergulhado nas re<strong>de</strong>s sociais, sentando no<br />
meu micromundo, <strong>de</strong> braços cruzados, esperando<br />
o planeta dar certo <strong>de</strong> novo.<br />
Sem qualquer referência parecida no passado<br />
e sem saber como isso iria acabar lá na<br />
frente, fui obrigado a olhar para a única coisa<br />
que eu tinha certeza, o agora.<br />
E percebi que, olhando e fazendo coisas<br />
agora, me realizo instantaneamente a cada<br />
passo dado. E este tesão da realização presente<br />
é uma droga viciante que só te ajuda a dar<br />
o próximo passo.<br />
A pan<strong>de</strong>mia, com todo o estrago provocado<br />
na humanida<strong>de</strong>, me trouxe algo<br />
<strong>de</strong> bom: a motivação <strong>de</strong> fazer o que a<br />
zona <strong>de</strong> conforto não me <strong>de</strong>ixava praticar,<br />
porque, quando tudo ia bem, dava<br />
uma preguiça danada <strong>de</strong> arriscar e fazer<br />
algo novo.<br />
Das minhas atitu<strong>de</strong>s diárias tirei várias<br />
coisas da gaveta: voltei a fazer análise, afinal<br />
ninguém é <strong>de</strong> ferro.<br />
Quebrei o preconceito e resolvi fazer<br />
coaching, que além <strong>de</strong> ter me apaixonado<br />
pela i<strong>de</strong>ia, escolhi a cobaia a <strong>de</strong>do, e meu<br />
ex-cliente e ex-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />
multinacional, se mostrou um ser humano<br />
incrível e um “chefe” perfeito, além <strong>de</strong><br />
um brilhante tocador <strong>de</strong> bumbo dando ritmo<br />
na minha vida.<br />
Voltei pra sala <strong>de</strong> aula e a imperfeição do<br />
EAD me possibilitou me matricular em Kellogg<br />
para uma pós <strong>de</strong> digital marketing pra lá<br />
<strong>de</strong> esclarecedora.<br />
Não sei se foi tudo isso ou o fato <strong>de</strong> eu<br />
ter aterrissado no Brasil <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> três anos<br />
<strong>de</strong> “mestrado” na vida americana, inaugurando<br />
o meu empty nest, vem me dando o<br />
foco, a alegria e o propósito para mexer, sacudir,<br />
aprimorar, inovar e arriscar a minha<br />
vida, a minha agência, os meus negócios,<br />
as minhas i<strong>de</strong>ias.<br />
E já que falei em filhos (ou a ausência<br />
<strong>de</strong>les), eu vi neles a forma mais prática <strong>de</strong><br />
olhar o presente e perceber como o futuro<br />
é moldado.<br />
Filhos não são um projeto <strong>de</strong> vida dos pais.<br />
Eles são donos dos próprios rumos.<br />
E perceber eles crescerem, enten<strong>de</strong>rem<br />
a vida e <strong>de</strong>senharem o próprio futuro<br />
é melhor do que qualquer doutorado do<br />
planeta.<br />
Quer saber sobre social media, olha o celular<br />
<strong>de</strong>les.<br />
Quer enten<strong>de</strong>r sobre consumo, espiona os<br />
últimos carrinhos <strong>de</strong> compra.<br />
E quer conhecer a educação financeira do<br />
consumidor?<br />
Pesquisa como eles lidam com o PayPal, o<br />
Venmo.<br />
Você vai olhar para o passado sem nostalgia,<br />
vai ter uma pequena amostragem<br />
do que será o futuro, mas vai se divertir<br />
muito per<strong>de</strong>ndo tempo olhando o presente<br />
que você criou, sua família.<br />
Fernando Figueiredo é CEO e senior partner da<br />
Bullet<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 27
STORYTELLER<br />
Unsplash<br />
Horário eleitoral<br />
É na telinha do computador que o eleitor<br />
vai se informar sobre quem são e o que<br />
pensam os candidatos <strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong><br />
LuLa Vieira<br />
Está aberta a temporada <strong>de</strong> caça aos<br />
eleitores. Dezenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> candidatos<br />
estão nas ruas e, principalmente,<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais em busca <strong>de</strong> votos. Com<br />
restrições fortíssimas ao trabalho <strong>de</strong> rua,<br />
quem concorre a uma vaga nas Câmaras<br />
Municipais ou preten<strong>de</strong> chegar à Prefeitura<br />
está contando principalmente com o po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> alcance das re<strong>de</strong>s sociais. É na telinha<br />
do computador que o eleitor vai se informar<br />
sobre quem são e o que pensam os candidatos<br />
<strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong>. Uma experiência ainda<br />
não vivida por ninguém, seja candidato ou<br />
eleitor. A internet já vinha ocupando o espaço<br />
das outras ferramentas eleitorais, mas<br />
com a pan<strong>de</strong>mia do coronavírus o papel da<br />
internet cresceu a ponto <strong>de</strong> se situar, hoje,<br />
como o mais influente dos meios para atingir<br />
o eleitorado.<br />
O santinho <strong>de</strong> papel, a faixa, o abraço, as<br />
visitas, os comícios são meros complementos<br />
ao po<strong>de</strong>r das re<strong>de</strong>s. É lá, entre milhares<br />
<strong>de</strong> outros apelos, que os candidatos vão<br />
tentar atrair a atenção e ganhar votos. Mesmo<br />
em situações on<strong>de</strong> são possíveis outros<br />
meios <strong>de</strong> atingimento, as re<strong>de</strong>s sociais<br />
exercem um papel <strong>de</strong>finitivo, como reforço<br />
às convicções ou <strong>de</strong> influência aos in<strong>de</strong>cisos.<br />
Mas, vivo repetindo, sou velho. Já<br />
passei por todo tipo <strong>de</strong> campanha. Já organizei<br />
showmícios que atraiam <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> pessoas, como já <strong>de</strong>struí meu<br />
estômago bebendo centenas <strong>de</strong> xícaras <strong>de</strong><br />
café servidas nas casas <strong>de</strong> eleitores. Acho<br />
que já tenho nas costas muitas centenas <strong>de</strong><br />
horas criando e produzindo materiais para<br />
os horários <strong>de</strong> propaganda eleitoral em rádio<br />
e televisão. Hoje, com o freio <strong>de</strong> estacionamento<br />
meio puxado, pretendo trabalhar<br />
menos, aten<strong>de</strong>ndo um número menor <strong>de</strong><br />
candidatos e me restringindo a consultorias<br />
que exigem menos tempo.<br />
Mas não nego que tenho sauda<strong>de</strong> das<br />
velhas campanhas nas ruas, no corpo a<br />
corpo. Vai ver que tenho mais sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mim mesmo, que conseguia passar muitas<br />
noites sem dormir, comendo sanduíches e<br />
ainda assim me sentir bem disposto. Histórias<br />
como a do Fausto Wolff, um jornalista<br />
conhecido no Rio <strong>de</strong> Janeiro, engraçadíssimo,<br />
cultíssimo, amigo <strong>de</strong> todo mundo.<br />
Pois Fausto, tentando ser eleito vereador,<br />
panfletava na Avenida Atlântica, entregando<br />
aos passantes um santinho com sua plataforma,<br />
trocando meia dúzia <strong>de</strong> palavras.<br />
Pois lá vinha o Fausto andando quando<br />
cruzou com um provável eleitor. Deu-lhe o<br />
santinho, pediu apoio e teve <strong>de</strong> ouvir uma<br />
cantilena do cidadão, reclamando dos políticos,<br />
<strong>de</strong> todo mundo. Como voto é voto,<br />
Fausto se muniu <strong>de</strong> paciência e <strong>de</strong>u trela,<br />
tentando argumentar. Mas o cara, verda<strong>de</strong>iro<br />
mala, não parava.<br />
Juntou gente para ouvir, o que aumentou<br />
a sanha reclamativa. Encheu tanto o<br />
saco que chegou uma hora que Fausto tirou<br />
o santinho da mão do eleitor e sentenciou:<br />
“quer saber <strong>de</strong> uma coisa? Enfie seu voto<br />
no cu!”. Per<strong>de</strong>u a paciência, o voto e mais<br />
tar<strong>de</strong> a eleição. Outro momento histórico<br />
<strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> foi quando uma emissora <strong>de</strong><br />
rádio, se não me engano <strong>de</strong> Campos, entrevistou<br />
candidatos a vereador, fazendo todo<br />
dia apenas uma pergunta. Teve uma vez<br />
que a pergunta era: “Qual é o seu sonho?”.<br />
Dá para imaginar a coleção <strong>de</strong> besteiras e<br />
lugares comuns: “um mundo sem guerra”,<br />
“paz para todos”, “a vitória do amor”. Até<br />
que chegou a vez do Ferrugem, figura conhecidíssima,<br />
que respon<strong>de</strong>u: “Eu sonho<br />
que estou voando, principalmente quando<br />
vou dormir <strong>de</strong> cara cheia”.<br />
Aliás, outra rádio campista entrevistou<br />
o então presi<strong>de</strong>nte da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira<br />
<strong>de</strong> Letras Austregésilo <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong> e o repórter<br />
três vezes chamou dr. Athay<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Astrogildo. Doutor Austregésilo foi tocando,<br />
para não humilhar o entrevistador. Até<br />
que para encerrar o radialista disse “agora<br />
uma última pergunta ao gran<strong>de</strong> intelectual<br />
Astrogildo <strong>de</strong> Ataú<strong>de</strong>”. Neste momento, do<br />
alto <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da ABL<br />
e imortal <strong>de</strong> carteirinha, dr. Austregésilo<br />
pega o microfone e diz: “Astrogildo tudo<br />
bem... mas Ataú<strong>de</strong> é a puta que lhe pariu!”<br />
Ouviu-se a risada até <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />
e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />
editor e professor<br />
lulavieira.luvi@gmail.com<br />
28 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
Todas as cores,<br />
todas as histórias.<br />
Todo mundo tem uma história pra pintar.<br />
E aqui, temos espaço e cor para todas elas.<br />
Estamos presentes nas casas <strong>de</strong> diversos brasileiros e<br />
po<strong>de</strong>mos afirmar: nossos dias são mais coloridos quando<br />
somos mais plurais!<br />
Acesse nossas re<strong>de</strong>s sociais e conheça histórias que<br />
<strong>de</strong>monstram que a beleza está na mistura.<br />
@tintas_suvinil<br />
@TintasSuvinil<br />
tintasSuvinil<br />
tintassuvinil
EspEcial cmo<br />
Executivos falam sobre os <strong>de</strong>safios<br />
<strong>de</strong> marketing durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
Em cenário adverso, profissionais tiveram <strong>de</strong> lidar com a aceleração<br />
<strong>de</strong> negócios e rápidas mudanças no comportamento do consumidor<br />
KELLY DORES<br />
Em parceria com a Makers,<br />
plataforma que conecta<br />
li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong> marketing<br />
e inovação, o PROPMARK selecionou<br />
14 CMOs (chief marketing<br />
officer) <strong>de</strong> marcas que<br />
estiveram entre as que mais<br />
se <strong>de</strong>stacaram no período <strong>de</strong><br />
pan<strong>de</strong>mia para contar sobre os<br />
seus <strong>de</strong>safios e as estratégias<br />
que li<strong>de</strong>raram com ações sociais,<br />
inovações e campanhas<br />
<strong>de</strong> impacto. Passados quase<br />
sete meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a OMS<br />
(Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>)<br />
<strong>de</strong>clarou a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />
Covid-19, em 11 <strong>de</strong> março, e<br />
com os números <strong>de</strong> casos diminuindo<br />
no Brasil, além da<br />
retomada dos negócios, vale<br />
fazer um retrospecto do que<br />
marcas como Ambev, Burger<br />
King, Camil, Rappi, Suvinil e<br />
Via Varejo fizeram para manter<br />
os seus negócios ativos e se unir pela causa em comum. Afinal,<br />
o setor privado foi fundamental para mobilizar a socieda<strong>de</strong><br />
em prol <strong>de</strong> doações, construções <strong>de</strong> novos leitos <strong>de</strong> hospitais e<br />
outras medidas para mitigar os efeitos do coronavírus.<br />
Os <strong>de</strong>safios foram imensos, lembrando que da noite para o dia<br />
praticamente todo o comércio foi fechado. Os CMOs tiveram <strong>de</strong><br />
lidar com a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir uma nova estratégia <strong>de</strong><br />
marca a toque <strong>de</strong> caixa e conduzir as li<strong>de</strong>ranças das empresas<br />
para a aceleração da digitalização <strong>de</strong> processos,<br />
<strong>de</strong>ntro do difícil contexto <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia. Ariel Grunkraut,<br />
VP <strong>de</strong> vendas e marketing do Burger King, por exemplo,<br />
contou que nunca a marca, uma das mais premiadas em<br />
festivais internacionais e acostumada ao marketing <strong>de</strong><br />
guerrilha, investiu tanto em pesquisa para acompanhar as<br />
mudanças dos consumidores. “A gente nunca investiu<br />
tanto dinheiro em pesquisa para enten<strong>de</strong>r semana<br />
a semana o que estava acontecendo e <strong>de</strong> que<br />
forma o comportamento do consumidor estava<br />
mudando, porque nunca essa mudança foi<br />
tão rápida”.<br />
Uma palavra que surgiu muito durante o<br />
período foi empatia e vimos também a união<br />
entre concorrentes e colaboradores. “Des<strong>de</strong> o<br />
início da crise, as palavras empatia e humilda<strong>de</strong><br />
ficaram muito latentes, mostrando que essa<br />
era a postura que a gente tinha <strong>de</strong> adotar”, ressalta<br />
Frank Pflaumer, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing,<br />
comunicação e assuntos<br />
corporativos da Nestlé, que se<br />
uniu a outras oito gran<strong>de</strong>s empresas<br />
para criar o o Movimento<br />
Nós – Juntos pelo pequeno<br />
varejo no Brasil, com “aporte<br />
financeiro gran<strong>de</strong>”.<br />
Das reuniões virtuais da<br />
Makers, que possui 75 integrantes<br />
ativos com CMOs <strong>de</strong><br />
marcas (14 <strong>de</strong>les retratados<br />
neste Especial), também surgiram<br />
i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> parcerias como<br />
a da Ambev, Gerdau e Hospital<br />
Albert Einstein para a construção<br />
<strong>de</strong> 100 novos leitos no<br />
Hospital M’Boi Mirim. “A gente<br />
discutiu muito <strong>de</strong> que forma<br />
as empresas po<strong>de</strong>riam contribuir<br />
para mitigar os efeitos<br />
da pan<strong>de</strong>mia e dali surgiram<br />
várias i<strong>de</strong>ias”, diz Thiego Goularte,<br />
fundador da Makers.<br />
Em meio a essa transformação<br />
acelerada que a Covid-19 trouxe ao cenário do trabalho dos<br />
CMOs, Goularte aponta ainda a mudança <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> carreira<br />
supercomplexa <strong>de</strong>sses profissionais, que envolve vários aspectos,<br />
como a questão <strong>de</strong> mudança geracional, troca <strong>de</strong> mindset<br />
e da forma <strong>de</strong> pensar marketing mais digital. “Hoje a média <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um CMO no Brasil é 41 anos e pesquisas já mostram que<br />
isso ten<strong>de</strong> a cair nos próximos três anos. A gente está falando <strong>de</strong><br />
um gestor <strong>de</strong> marketing que está entrando na geração Y. Esse<br />
gestor começa a pensar marketing <strong>de</strong> forma diferente, mais<br />
digital. Isso não impacta apenas na visão estratégica <strong>de</strong>le,<br />
mas também na gestão que ele faz da sua equipe e como<br />
contrata fornecedores”. Ao que tudo indica, a pan<strong>de</strong>mia<br />
mostrou que essas transformações vieram para ficar, pois<br />
os profissionais <strong>de</strong> marketing precisaram, como nunca antes,<br />
tomarem <strong>de</strong>cisões rápidas <strong>de</strong> comunicação. No Burger<br />
King, foram criadas 14 campanhas em cinco meses, um<br />
recor<strong>de</strong> da marca (que é atendida pela David). Já a<br />
Camil focou em ensinar as pessoas a prepararem<br />
comida na quarentena. “A gente acredita muito<br />
que o marketing transforma a socieda<strong>de</strong>.<br />
Nós abraçamos essa coisa <strong>de</strong> ensinar as<br />
pessoas a cozinharem”, <strong>de</strong>staca Christina<br />
Larrou<strong>de</strong>, diretora <strong>de</strong> marketing da<br />
Camil. Confira a seguir as histórias<br />
dos CMOs nesse período <strong>de</strong>safiador<br />
para os negócios.<br />
Thiego Goularte, da Makers: “Discutimos<br />
muito como criar parcerias entre marcas”<br />
30 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
Ariel grunkrAut burger king<br />
“A gente nunca<br />
investiu tanto<br />
dinheiro em pesquisa”<br />
“A<br />
primeira coisa que fizemos foi <strong>de</strong>finir<br />
quais eram as nossas priorida<strong>de</strong>s<br />
como marca. A primeira foi<br />
que precisávamos proteger os nossos colaboradores<br />
e clientes e a segunda priorida<strong>de</strong><br />
foi <strong>de</strong> que forma como empresa po<strong>de</strong>ríamos<br />
ajudar o país, a socieda<strong>de</strong> como um todo.<br />
Eu lembro que a pan<strong>de</strong>mia oficialmente foi<br />
<strong>de</strong>cretada e chegou ao Brasil na primeira<br />
quinzena <strong>de</strong> março e no dia 17 <strong>de</strong> março nós<br />
fomos a primeira marca a gravar um ví<strong>de</strong>o<br />
para falar sobre todos os procedimentos que<br />
a gente estava adotando e revisões <strong>de</strong> protocolos<br />
<strong>de</strong> segurança. Também entramos em<br />
contato com o Ministério da Saú<strong>de</strong> para perguntar<br />
<strong>de</strong> que forma a gente po<strong>de</strong>ria ajudar<br />
e alinhamos com eles que durante<br />
o mês <strong>de</strong> março um percentual<br />
do nosso faturamento<br />
seria doado para o SUS.<br />
Fomos a primeira marca a<br />
comunicar um apoio para o<br />
SUS. Eu acho que isso também<br />
já conversa um pouco com o<br />
papel do CMO. Ao mesmo tempo<br />
eu pego todo o planejamento<br />
<strong>de</strong> marketing que eu tinha já<br />
aprovado, jogo tudo fora e reviso<br />
tudo do zero. O papel do<br />
CMO nesse momento <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia<br />
virou, não só o <strong>de</strong> ser o guardião da<br />
marca, como sempre foi, mas também <strong>de</strong> alinhar<br />
toda li<strong>de</strong>rança da empresa para todos<br />
caminharem juntos. E também como garantir<br />
os investimentos que precisam ser feitos<br />
no curto prazo, porque a crise foi uma avalanche,<br />
do dia para a noite 100% dos nossos<br />
restaurantes foram fechados, mas sem abrir<br />
mão <strong>de</strong> investir no médio e longo prazo.<br />
Assim como toda a crise que a gente já<br />
passou, sabemos que elas são cíclicas. Então,<br />
o papel do marketing foi muito <strong>de</strong> olhar para<br />
frente e enten<strong>de</strong>r como a marca <strong>de</strong>veria se<br />
comportar nesse momento <strong>de</strong> crise e quais<br />
os investimentos em tecnologia, pessoas e<br />
recursos que <strong>de</strong>veriam ser feitos. Em comunicação,<br />
o primeiro <strong>de</strong>safio foi <strong>de</strong>finir como<br />
“Nós NuNca<br />
fizemos taNtas<br />
campaNhas em<br />
um período tão<br />
curto. foram 14<br />
campaNhas em<br />
ciNco meses”<br />
continuar e até aumentar o contato com o<br />
pulso do consumidor, sendo que ele está em<br />
casa. O Burger King sempre foi uma empresa<br />
que se pautou muito em dados. Temos essa<br />
cultura <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong> ter realmente o tracking<br />
constante do pulso do consumidor, mas<br />
sempre fizemos isso com grupos <strong>de</strong> pesquisa,<br />
ouvindo os clientes nos restaurantes, temos<br />
quase 900 restaurantes. A gente nunca investiu<br />
tanto dinheiro em pesquisa para enten<strong>de</strong>r<br />
semana a semana o que estava acontecendo<br />
e <strong>de</strong> que forma o comportamento do<br />
consumidor estava mudando, porque nunca<br />
essa mudança foi tão rápida.<br />
A primeira semana da pan<strong>de</strong>mia foi muito<br />
diferente da segunda, que<br />
foi muito diferente da quarta<br />
semana. Como uma marca<br />
que está acostumada à estratégia<br />
<strong>de</strong> hackvertising, o BK<br />
usa muito da estratégia <strong>de</strong><br />
acompanhar o que o consumidor<br />
está conversando no dia a<br />
dia e entra na conversa <strong>de</strong>le<br />
<strong>de</strong> alguma forma para po<strong>de</strong>r<br />
ser relevante e isso estava mudando<br />
semana a semana. Nós<br />
nunca fizemos tantas campanhas<br />
em um período tão curto.<br />
Colocamos no ar em cinco meses<br />
14 campanhas no Brasil.<br />
Fizemos, por exemplo, logo no início, uma<br />
campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery grátis falando que<br />
a pessoa po<strong>de</strong>ria estar <strong>de</strong>sacompanhada,<br />
isolada, mas não estava sozinha: ‘Delivery<br />
grátis do Burger King pra você’. E isso foi<br />
evoluindo. É óbvio que a gente teve <strong>de</strong> dosar<br />
o nível da zoeira, mas a marca tem no<br />
DNA positivismo, otimismo e alegria, e nos<br />
mantivemos fiéis a nossa essência. Quando<br />
chegou na meta<strong>de</strong> do ano, as pessoas começaram<br />
a pedir para o ano acabar, e fizemos<br />
uma campanha <strong>de</strong> Natal no dia 25 <strong>de</strong> junho,<br />
ironizando o fim do ano. Você imagina que<br />
loucura foi ter feito todas essas mudanças na<br />
comunicação e ao mesmo tempo administrar<br />
todos os processos <strong>de</strong> reabertura das fases”?<br />
Ariel Grunkraut: “É óbvio que a gente<br />
teve <strong>de</strong> dosar o nível da zoeira”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 31
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
christinA lArrou<strong>de</strong> cAmil<br />
“A gente abraçou essa<br />
coisa <strong>de</strong> ensinar as<br />
pessoas a cozinhar”<br />
setor <strong>de</strong> alimentos, a Camil<br />
não parou em momento algum<br />
“Como<br />
e a gran<strong>de</strong> missão foi manter<br />
as gôndolas cheias. No começo da pan<strong>de</strong>mia,<br />
as pessoas estavam com medo <strong>de</strong><br />
faltar alimentos no Brasil. Colocamos todos<br />
os colaboradores em home office, coisa<br />
que a gente nunca imaginou fazer porque,<br />
diferentemente das multinacionais, nós<br />
somos uma empresa brasileira, familiar.<br />
A presença física sempre foi muito valorizada.<br />
A gente não tinha o hábito <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>oconferência<br />
porque era tudo presencial.<br />
E tivemos um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter os<br />
caminhoneiros girando, já que começou a<br />
fechar tudo e não tinha posto <strong>de</strong> abastecimento<br />
aberto, nem on<strong>de</strong> eles comerem.<br />
Então, começamos a dar cesta básica<br />
para os caminhoneiros, kit <strong>de</strong> higiene,<br />
álcool em gel e máscaras<br />
para eles po<strong>de</strong>rem circular.<br />
Depois iniciaram os protocolos<br />
<strong>de</strong> segurança e não tínhamos,<br />
por exemplo, uma filial<br />
na Europa para nos iluminar,<br />
foi tudo muito na raça.<br />
O marketing andou <strong>de</strong> mãos<br />
dadas com o <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> RH, gerenciando a crise,<br />
toda a parte <strong>de</strong> reputação para fora e ajudando<br />
na comunicação interna. A gente<br />
a<strong>de</strong>sivou todas as instalações para distanciamento,<br />
<strong>de</strong>mos máscaras e álcool em gel<br />
para todo mundo.<br />
E do ponto <strong>de</strong> vista das marcas, a nossa<br />
principal preocupação foi estar do lado do<br />
nosso consumidor, porque ninguém nunca<br />
passou por nada parecido na vida e as<br />
pessoas estavam muito ansiosas. A gente<br />
focou todo o nosso investimento em search,<br />
no CyberCook, que é um parceiro nosso,<br />
para ensinar as pessoas a prepararem<br />
a comida, com parceria com a Rita Lobo<br />
também, porque elas se abasteceram e<br />
muita gente não sabia diversificar o cardápio.<br />
Hoje não dá para viver só <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery e<br />
as pessoas tiveram <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a cozinhar.<br />
“com a marca<br />
união, a gente<br />
abraçou a causa<br />
do fique em casa”<br />
A gente acredita muito que o marketing<br />
transforma a socieda<strong>de</strong>. No caso do arroz<br />
com feijão, que é a base da alimentação do<br />
brasileiro, a gente abraçou essa coisa <strong>de</strong><br />
ensinar as pessoas a cozinharem, trazendo<br />
serviços com a Rita Lobo como embaixadora.<br />
Com a marca União, a gente abraçou a<br />
causa do fique em casa. Nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
pegamos as artes dos nossos sachês <strong>de</strong> açúcar<br />
e falamos coisas do tipo: ‘sorria mais...<br />
em casa’; ‘curta momentos a dois... em<br />
casa’. A campanha (criada pela Lew’Lara\<br />
TBWA) foi tão bem recebida que tanto a<br />
JCDecaux quanto a Otima nos <strong>de</strong>ram os<br />
out of home, em São Paulo, para que nos<br />
meses <strong>de</strong> abril e maio a cida<strong>de</strong> inteira ficasse<br />
vestida com essas mensagens para as<br />
pessoas ficarem em casa.<br />
A Camil tem mais <strong>de</strong> 20 marcas e a comunicação<br />
foi muito importante<br />
no sentido <strong>de</strong> ajudar a ser<br />
mais assertivo na colocação <strong>de</strong><br />
produtos. Como companhia, a<br />
gente acredita que o cozinhar<br />
também é um formador <strong>de</strong> caráter<br />
da família e a gente acha<br />
que a pan<strong>de</strong>mia resgatou um<br />
pouco isso, <strong>de</strong> as pessoas passarem<br />
mais tempo juntas,<br />
criarem novos rituais, novas receitas.<br />
A gente vê a pan<strong>de</strong>mia da seguinte forma:<br />
o primeiro momento foi <strong>de</strong> pânico,<br />
do medo do <strong>de</strong>sabastecimento; daí veio<br />
a acomodação; num segundo momento,<br />
as pessoas apren<strong>de</strong>ram a cozinhar, teve a<br />
questão da goumertização. Agora, com a<br />
reabertura, a gente vê muito a questão da<br />
comida <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>. As pessoas estão<br />
fazendo marmita para levar ao trabalho,<br />
seja por uma questão <strong>de</strong> segurança ou econômica.<br />
Também estamos trabalhando<br />
muito a questão do reaproveitamento da<br />
comida. Esse Natal, por exemplo, vai ser<br />
superdiferente. A gente imagina que vai<br />
haver pequenas e várias confraternizações,<br />
serão vários ‘Natais’ com pequenos<br />
grupos em casa.”<br />
Christina Larrou<strong>de</strong>: “A Camil não<br />
parou em nenhum momento”<br />
32 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
Daniel caMpos cineMark<br />
“Mesmo com os<br />
cinemas fechados,<br />
temos projetos legais”<br />
o começo da pan<strong>de</strong>mia os<br />
cinemas foram os primeiros a fechar<br />
e estão sendo os últimos a re-<br />
“Des<strong>de</strong><br />
abrir, com uma negociação município a município.<br />
Mesmo assim, temos projetos legais<br />
que fizemos ao longo <strong>de</strong>sse tempo, principalmente<br />
em relação à diversificação <strong>de</strong> receitas<br />
e comunicação <strong>de</strong> projetos diferentes.<br />
Lançamos um e-commerce dos brin<strong>de</strong>s que<br />
a Cinemark tem nos cinemas, como copos<br />
e bal<strong>de</strong>s, sendo que 93% dos que compram<br />
nesse e-commerce são <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> a re<strong>de</strong><br />
não tem operação, e virou uma receita adicional.<br />
Ele viabilizou a parceria que a marca<br />
fez com a NBA, <strong>de</strong> produção do kit <strong>de</strong> NBA<br />
para ver as finais em casa.<br />
Juntamos também toda<br />
a estrutura para ven<strong>de</strong>r via<br />
iFood a pipoca Cinemark e<br />
outros produtos, então toda a<br />
parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery está montada,<br />
inclusive com os cinemas<br />
reabrindo, ou seja, isso não<br />
é uma coisa que a gente vai<br />
<strong>de</strong>ixar para o tempo <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />
Preten<strong>de</strong>mos continuar<br />
entregando esses artigos,<br />
pipocas e bebidas na casa dos<br />
clientes. Durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
fizemos uma linha <strong>de</strong> comunicação<br />
em ‘As histórias que queremos contar’,<br />
com a marca dando visibilida<strong>de</strong> para quem<br />
se curou da Covid-19 e os heróis do dia a dia.<br />
Pedimos para os clientes mandarem, a gente<br />
editava, transformava em ví<strong>de</strong>os e subia semanalmente.<br />
“O cOmeçO da<br />
pan<strong>de</strong>mia fOi<br />
pensar em cOmO<br />
preservar O<br />
caixa e mOntar<br />
um planO para<br />
nOvas receitas”<br />
Agora, com a reabertura, acho que nos últimos<br />
quatro meses mergulhamos junto com<br />
infectologistas do Einstein, que virou um<br />
parceiro da Cinemark, para construir toda<br />
a jornada. A reabertura dos cinemas passa<br />
por um novo processo muito mais tecnológico.<br />
O snack bar, por exemplo, passou a ser<br />
um ponto só <strong>de</strong> retirada. A pessoa po<strong>de</strong> fazer<br />
o pedido até pelo WhatsApp, quando estiver<br />
chegando ao shopping, e simplesmente retirar<br />
quando estiver pronto. E estamos comunicando<br />
tudo isso agora, dando boas-vindas,<br />
e explicando essa nova jornada <strong>de</strong> experiência<br />
do cliente da Cinemark que foi construída.<br />
Se fosse dividir a pan<strong>de</strong>mia em blocos,<br />
tivemos o bloco <strong>de</strong> receitas complementares,<br />
<strong>de</strong> coisas que fizemos enquanto os cinemas<br />
estavam fechados, com o e-commerce, a entrada<br />
no iFood e o próprio drive-in, que a<br />
gente se aventurou e fizemos alguns.<br />
Nesse projeto, a gente abriu também parcerias,<br />
como a pipoca com queijo ralado feita<br />
com a Vigor; e a pipoca doce, junto com<br />
o Outback. Outro projeto que ganhou muito<br />
peso foi a Pipoca Cinemark <strong>de</strong> microondas<br />
no varejo, porque os fãs <strong>de</strong> cinema estão consumindo<br />
conteúdo em casa e<br />
têm um carinho com a nossa<br />
pipoca. Ao longo da pan<strong>de</strong>mia<br />
ampliamos muito essa<br />
distribuição. Agora estamos<br />
muito próximos da reabertura<br />
dos cinemas nos principais<br />
centros, Rio <strong>de</strong> Janeiro e São<br />
Paulo, sendo que recentemente<br />
reabrimos em Campinas,<br />
Mogi, Brasília e Salvador. A<br />
gente está vendo a reabertura<br />
acontecendo, mas o que vira a<br />
chave para os lançamentos é<br />
São Paulo e Rio. Se não houver<br />
nenhuma surpresa <strong>de</strong> aumento significativo<br />
<strong>de</strong> casos, e na curva atual, essa reabertura<br />
<strong>de</strong>ve ocorrer agora no início <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>.<br />
Eu acho que o meu primeiro <strong>de</strong>safio na<br />
li<strong>de</strong>rança da companhia foi manter o time<br />
unido. A Cinemark tem mais <strong>de</strong> três mil<br />
funcionários e a gente se orgulha <strong>de</strong> não ter<br />
<strong>de</strong>mitido ninguém, mesmo com sete meses<br />
fechados. O começo da pan<strong>de</strong>mia foi pensar<br />
em como preservar o caixa e montar um plano<br />
para manter todo mundo <strong>de</strong>ntro do barco.<br />
Foi um plano <strong>de</strong> marketing para novas receitas.<br />
Em paralelo a isso, como manter a marca<br />
viva institucionalmente. E tivemos um trabalho<br />
muito forte <strong>de</strong> organizar os conteúdos<br />
para a reabertura e manter aquecido o <strong>de</strong>sejo<br />
do consumidor <strong>de</strong> voltar para a gran<strong>de</strong> tela”.<br />
Daniel Campos: “A Cinemark se<br />
orgulha <strong>de</strong> não ter <strong>de</strong>mitido ninguém”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 33
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
Felipe cerchiAri Ambev<br />
“A gente tentou fazer<br />
coisas que pudéssemos<br />
adaptar na empresa”<br />
pan<strong>de</strong>mia chegou e embaralhou<br />
todas as cartas. A gente está pas-<br />
“A sando por um momento histórico<br />
que nunca vivemos e estamos apren<strong>de</strong>ndo<br />
bastante. A Ambev é uma empresa brasileira,<br />
tem uma responsabilida<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong><br />
com o país, com a forma <strong>de</strong> fazer negócios<br />
aqui. A maioria da nossa força <strong>de</strong> trabalho<br />
vem <strong>de</strong> fornecedores locais, mais <strong>de</strong> 90%. E<br />
estamos no mercado há muito tempo. Nossas<br />
marcas têm centenas <strong>de</strong> anos. Stella Artois,<br />
por exemplo, tem mais <strong>de</strong> 600 anos e a gente<br />
preten<strong>de</strong> ficar por aqui por mais 600. Está<br />
sendo um ano para a gente se reconectar com<br />
essa essência e ajudar o país a vencer isso<br />
mais rápido.<br />
Tivemos <strong>de</strong> adaptar nossos<br />
processos, lançamentos, campanhas,<br />
nesse novo cenário, e a<br />
partir daí agir para realmente<br />
fazer a diferença. O nosso sonho<br />
como Ambev sempre foi unir as<br />
pessoas por um mundo melhor.<br />
E eu acho que esse é um momento<br />
em que estamos conseguindo<br />
colocar isso em prática <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />
Tivemos muitas inovações<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia. A Ambev<br />
sempre foi uma empresa muito<br />
ágil e o nosso forte sempre foi<br />
gestão. Como somos uma empresa muito enxuta,<br />
a partir do momento que combinamos o que<br />
a gente ia fazer, tudo ficou fácil e acessível para<br />
fazer mesmo. Por exemplo, a nossa primeira<br />
i<strong>de</strong>ia foi a produção do álcool em gel.<br />
A gente viu no começo que na China tinha<br />
faltado muito dos ingredientes básicos para<br />
sanitizantes e pensamos que isso ia chegar<br />
ao Brasil. A gente produz álcool na nossa cervejaria,<br />
porque fazemos cerveja, e da cerveja<br />
zero a gente tira o álcool, e foi quando pensamos<br />
se não conseguiríamos transformar<br />
isso em álcool em gel. Em nove dias, a gente<br />
tinha o álcool em gel. 100% do que produzimos<br />
foi para doação a hospitais. No final das<br />
contas, a área <strong>de</strong> inovação estava envolvida,<br />
junto com a <strong>de</strong> marketing e o pessoal do suplay.<br />
Todo mundo se mobilizou. A gente tentou<br />
fazer coisas que pudéssemos adaptar a<br />
empresa para fazer. Como trabalhamos com<br />
plásticos, garrafas pet, pensamos também<br />
em transformar isso em máscaras. E em pouquíssimo<br />
tempo também, em duas ou três<br />
semanas, disponibilizamos três milhões <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s para serem doadas aos profissionais<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Transformamos o pet em face<br />
shield. Ninguém gostaria <strong>de</strong> estar vivendo o<br />
que estamos enfrentando, que é realmente<br />
assustador, mas eu acho que toda crise também<br />
é uma oportunida<strong>de</strong>.<br />
É o momento em que todo mundo para,<br />
presta atenção e muda o foco. Eu acho que<br />
o marketing, pelo menos aqui<br />
na Ambev, enten<strong>de</strong>u muito<br />
“buscamos<br />
fazer ações<br />
que ajudassem<br />
nossos<br />
parceiros a<br />
sobreviverem<br />
a essa crise”<br />
rápido que esse era o momento<br />
<strong>de</strong> a gente transformar e se<br />
conectar com os nossos consumidores<br />
e parceiros. Durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia, o Zé Delivery (aplicativo<br />
que conecta os bares das<br />
regiões com os clientes finais e<br />
faz as entregas), por exemplo,<br />
quintuplicou <strong>de</strong> tamanho. A<br />
gente tentou trazer as dores<br />
dos consumidores para o centro<br />
e transformar tudo aquilo<br />
que estava ali quicando para<br />
ser feito, mas estava em marcha lenta.<br />
Des<strong>de</strong> o começo, tentamos trazer à tona a<br />
história do propósito da marca, <strong>de</strong> conseguir<br />
transformar o nosso sonho em realida<strong>de</strong>,<br />
que é unir as pessoas por um mundo melhor.<br />
E, nesse processo, buscamos fazer ações que<br />
ajudassem nossos parceiros a sobreviverem<br />
a essa crise. As cida<strong>de</strong>s começam a voltar<br />
e lançamos há pouco tempo o ‘Movimento<br />
Nós’, unindo oito empresas, para tentar ajudar<br />
os mais <strong>de</strong> 300 mil pontos <strong>de</strong> venda no<br />
Brasil para quando forem retomar terem o<br />
kit sanitizante e apoio comercial. Nosso plano<br />
é estar muito próximo do nosso ecossistema<br />
para que os parceiros tenham fôlego para<br />
retomar seus negócios. Essa está sendo uma<br />
crise bem intensa para o nosso mercado”.<br />
Felipe Cerchiari: “Eu acho que toda<br />
crise também é uma oportunida<strong>de</strong>”<br />
34 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
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FerNaNdo vilela rappi<br />
“Nada fazia sentido e<br />
tivemos <strong>de</strong> revisitar<br />
toda a comunicação”<br />
começou a pan<strong>de</strong>mia, a<br />
gente tomou uma <strong>de</strong>cisão forte <strong>de</strong><br />
“Quando<br />
que não era o momento <strong>de</strong> fazer<br />
marketing, ou se promover, muito pelo contrário.<br />
No passado, o Rappi foi ousado por<br />
fazer marketing <strong>de</strong> guerrilha, inovações, então<br />
a agressivida<strong>de</strong> e a ousadia como marca<br />
estão no nosso DNA, mas com a pan<strong>de</strong>mia, o<br />
timing era outro. A gente tinha uma campanha<br />
pronta para sair, que levou quatro meses<br />
para ser construída, mas <strong>de</strong>rrubamos,<br />
porque ela não tinha mais nenhum sentido<br />
<strong>de</strong>ntro do contexto. Des<strong>de</strong> o início a gente<br />
se preocupou e segue se preocupando muito<br />
mais em entregar valor, com conteúdo educacional,<br />
<strong>de</strong> como usar o Rappi, quais são as<br />
vantagens e benefícios.<br />
Fizemos uma campanha<br />
com o Facebook para explicar<br />
para a população mais idosa<br />
como você po<strong>de</strong> pedir pelo<br />
Rappi, com uma comunicação<br />
mais simples, um tutorial com<br />
passo a passo. Fomos muito<br />
mais por esse caminho. E também<br />
houve uma preocupação<br />
em treinar os parceiros para<br />
eles comunicarem que estavam<br />
operando o <strong>de</strong>livery na nossa<br />
plataforma. Um ponto importante<br />
com a pan<strong>de</strong>mia foi que<br />
as imposições, principalmente em cima <strong>de</strong><br />
restaurantes e do comércio relacionado à comida<br />
que não seja supermercado, foram tão<br />
gran<strong>de</strong>s que não havia outra opção.<br />
“o rappi teve um<br />
crescimento bem<br />
acelerado, <strong>de</strong><br />
162% no número<br />
<strong>de</strong> downloads,<br />
em março e<br />
abril”<br />
O restaurante tinha o take away, mas naquele<br />
momento inicial as pessoas tinham<br />
receio do take away, porque era muito <strong>de</strong>sconhecida<br />
a Covid-19, então o <strong>de</strong>livery era a<br />
única opção. A gente buscou muito em focar<br />
em treinar os parceiros sobre como comunicar<br />
que eles estão fazendo <strong>de</strong>livery, como<br />
comunicar as regras e medidas que eles estão<br />
adotando para preservar a segurança<br />
no manuseio do alimento, do transporte, <strong>de</strong><br />
embalagem e do staff da cozinha. Foi muito<br />
nessa linha <strong>de</strong> ajudar a educar o ecossistema<br />
do que promover a marca Rappi em si.<br />
A gente não parou totalmente <strong>de</strong> comunicar,<br />
claro, mas seguimos com uma comunicação<br />
mais educacional, teve o cuidado <strong>de</strong> rever<br />
as peças criativas para não ter nada como<br />
‘Sextou, hora <strong>de</strong> comemorar’, que não fazia<br />
nenhum sentido num contexto <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />
Des<strong>de</strong> quando começamos a monitorar<br />
o que vinha acontecendo na China, como os<br />
nossos principais investidores são asiáticos<br />
temos muito acesso a empresas asiáticas, a<br />
gente já tinha entendido em gran<strong>de</strong>s linhas<br />
qual seria o impacto no nosso negócio e se<br />
preparado. A gente já tinha revisitado a nossa<br />
operação logística, a forma como o nosso<br />
atendimento ia respon<strong>de</strong>r em escala, tinha<br />
feito uma série <strong>de</strong> implementações. A partir<br />
do momento que chegaram as<br />
restrições, imposições, o boca a<br />
boca foi muito importante também<br />
com as pessoas comentando<br />
que pediram no Rappi e<br />
foram atendidas. Eu diria que<br />
a gente tinha o top of mind da<br />
categoria em supermercados e<br />
farmácias, o que ajudou muito<br />
as pessoas a buscarem o app.<br />
E a imprensa também teve<br />
um papel fundamental na divulgação<br />
dos aplicativos <strong>de</strong><br />
entrega em geral, mesmo que sem mencionar<br />
a marca. O Rappi teve um crescimento bem<br />
acelerado, <strong>de</strong> 162% no número <strong>de</strong> downloads,<br />
comparando o período março/abril ao início<br />
do ano. Um número muito curioso é que registramos<br />
250% <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> compras vindo <strong>de</strong><br />
pessoas acima <strong>de</strong> 60 anos. E o valor do percentual<br />
<strong>de</strong> pedidos com gorjetas cresceu 50%,<br />
comparando o período <strong>de</strong> junho a fevereiro,<br />
o que <strong>de</strong>monstra como esse ecossistema foi<br />
mudando e até como as pessoas começaram<br />
a reconhecer no entregador um papel fundamental<br />
durante esse período da pan<strong>de</strong>mia.<br />
O meu principal <strong>de</strong>safio foi construir toda a<br />
estratégia, o que não foi fácil, porque naquele<br />
momento nenhuma mensagem fazia sentido<br />
e tivemos <strong>de</strong> revisitar toda a comunicação”.<br />
Fernando Vilela: “Seguimos com<br />
a comunicação mais educacional”<br />
36 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
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frank pflaumer nestlé<br />
“Decisões são tomadas<br />
para implementação<br />
hoje ou amanhã”<br />
a pan<strong>de</strong>mia, a gente teve <strong>de</strong> revisitar<br />
todo o pipeline <strong>de</strong> inovação,<br />
“Com<br />
que faz parte dos nossos processos<br />
diários, previsto para o ano. Nos primeiros<br />
momentos, em que tivemos contato com a<br />
Nestlé China e a Nestlé Europa, começou a<br />
ficar cada vez mais clara, e isso não foi da<br />
noite para o dia, a gravida<strong>de</strong> da situação.<br />
Ainda não sabemos como isso tudo vai acabar<br />
exatamente e quando, então, passamos<br />
a ter um processo <strong>de</strong> gestão diária. O comitê<br />
<strong>de</strong> crise montado no início da pan<strong>de</strong>mia, em<br />
março, tem reuniões diárias. Uma das regras<br />
<strong>de</strong> engajamento <strong>de</strong>sse comitê é: <strong>de</strong>cisões são<br />
tomadas hoje para implementação hoje ou<br />
amanhã. Não vale para a semana que vem.<br />
Toda a companhia passou<br />
a trabalhar nesse ritmo, muito<br />
mais ágil, e obviamente isso<br />
interfere em todos os nossos<br />
processos <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />
A inovação tem<br />
sido aferida <strong>de</strong> maneira muito<br />
constante para ver se a <strong>de</strong>cisão<br />
tomada está surtindo efeito,<br />
porque se não tiver, tira, substitui,<br />
sem muito apego, porque<br />
a gente está apren<strong>de</strong>ndo<br />
toda semana e estamos avançando<br />
muito nesse sentido. A<br />
transformação digital realmente <strong>de</strong>u uma<br />
acelerada em toda a companhia. Estamos<br />
encarando essa transformação na Nestlé<br />
<strong>de</strong> forma transversal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a segurança da<br />
fábrica, com drones, automação <strong>de</strong> linhas,<br />
recursos humanos e obviamente até mídia<br />
programática, CRM, e-commerce. Todos esses<br />
processos foram muito acelerados com a<br />
pan<strong>de</strong>mia.<br />
Outra alteração com a pan<strong>de</strong>mia foi que<br />
os muros existentes entre as funções caíram<br />
todos. A gente enten<strong>de</strong>u que a única maneira<br />
<strong>de</strong> sobreviver a isso tudo era juntando todo<br />
mundo para colaborar. Tanto que criamos o<br />
que o RH chamou <strong>de</strong> missões colaborativas.<br />
Imagina que todas as lojas Nespresso fecharam.<br />
95% dos nossos clientes, que chamamos<br />
“outra alteração<br />
com a pan<strong>de</strong>mia<br />
foi que os muros<br />
existentes<br />
entre as<br />
funções<br />
caíram todos”<br />
<strong>de</strong> food service, fecharam as portas. E o que<br />
fizemos? No caso da Nestlé, uma empresa<br />
que tem muitas categorias <strong>de</strong> produtos, a<br />
gente enten<strong>de</strong>u rapidamente que precisávamos<br />
transferir os colaboradores para áreas<br />
que estavam muito <strong>de</strong>mandadas, acelerando<br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio. Fizemos essa movimentação<br />
e durante seis meses essa foi a nossa<br />
realida<strong>de</strong>. As pessoas se sentiram, inclusive,<br />
prestigiadas, seguras, valorizadas. A Nestlé<br />
está voltando <strong>de</strong> forma gradual ao escritório,<br />
seguindo todos os protocolos. Em relação<br />
à comunicação, continuamos com as campanhas<br />
que achávamos que tinham alguma relevância<br />
nesse contexto e aceleramos muito<br />
mais a parte <strong>de</strong> e-commerce. E, obviamente,<br />
apren<strong>de</strong>mos a fazer eventos<br />
virtuais, junto ao tra<strong>de</strong>, nossos<br />
clientes e fornecedores.<br />
A Nestlé tem uma colaboração<br />
global com a Cruz Vermelha<br />
e aqui no Brasil fizemos<br />
uma série <strong>de</strong> doações <strong>de</strong> materiais<br />
<strong>de</strong> EPIs, como máscaras e<br />
acessórios como álcool em gel.<br />
Também temos uma parceria<br />
com a Gerando Falcões, do<br />
Edu Lyra, com quem fizemos<br />
um programa <strong>de</strong> voluntariado<br />
<strong>de</strong> doações <strong>de</strong> colaboradores<br />
Nestlé, cujo valor doado a gente duplicava.<br />
Essas ações até agora chegaram a quase R$<br />
80 milhões este ano. A Nestlé já foi reconhecida<br />
como uma das multinacionais que fizeram<br />
a maior soma <strong>de</strong> doações. Participamos<br />
também, junto com a Stella Artois, do Programa<br />
‘Apoie um Restaurante’, com vouchers<br />
antecipados para ajudar os pequenos<br />
negócios. E com outras oito empresas fizemos<br />
o ‘Movimento Nós – Juntos pelo pequeno varejo<br />
no Brasil’, com aporte financeiro gran<strong>de</strong>.<br />
Uma das conclusões a que chegamos é que se<br />
a gente não tinha o sentimento <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong><br />
já incorporado no dia a dia, a pan<strong>de</strong>mia<br />
nos trouxe ele <strong>de</strong> um maneira muito frontal.<br />
Des<strong>de</strong> o início da crise a palavra humilda<strong>de</strong><br />
ficou muito latente, mostrando que essa era<br />
a postura que a gente tinha <strong>de</strong> adotar.”<br />
Frank Pflaumer: “A Nestlé teve <strong>de</strong><br />
revisitar todo pipeline <strong>de</strong> inovação”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 37
EspEcial cmo<br />
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igor puga saNTaN<strong>de</strong>r<br />
“No início da pan<strong>de</strong>mia,<br />
passamos a ter um filme<br />
diferente por dia na TV”<br />
mercado financeiro é um setor<br />
com planejamento muito lon-<br />
“O go, porque é regulado, então boa<br />
parte dos movimentos que o Santan<strong>de</strong>r faz<br />
<strong>de</strong> ofertas e produtos tem <strong>de</strong> ser aprovado<br />
com o regulador. Não é trivial mexer numa<br />
tarifa, num preço, criar um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
negócios em banco. O Banco Central é muito<br />
criterioso e normalmente qualquer tipo <strong>de</strong><br />
movimento que a gente faça <strong>de</strong>mora meses.<br />
É a natureza do negócio. Por isso, a gente<br />
passou por um <strong>de</strong>safio maluco <strong>de</strong> como conseguir<br />
fazer coisas relevantes durante a pan<strong>de</strong>mia,<br />
<strong>de</strong>srespeitando esse protocolo.<br />
De fato, tivemos <strong>de</strong> correr riscos, não que<br />
sejamos kamikazes malucos,<br />
mas na medida em que as coisas<br />
são tão lentas, tivemos <strong>de</strong><br />
encontrar meios para ir atrás.<br />
E eu acho que a gente foi bem<br />
feliz. A verda<strong>de</strong> é que, quando<br />
a pan<strong>de</strong>mia explodiu, e as pessoas<br />
<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> trabalhar,<br />
no início do estresse mesmo,<br />
passamos a ter um filme diferente<br />
por dia na televisão.<br />
Num momento em que todo<br />
mundo estava um pouco assustado<br />
ainda em marketing.<br />
Ninguém tinha muita resolução do que<br />
fazer, se mudava a campanha ou fazia campanha<br />
temática. E havia as dificulda<strong>de</strong>s<br />
operacionais, porque as produtoras foram<br />
proibidas <strong>de</strong> filmar por uma questão <strong>de</strong> segurança.<br />
A gente achou internamente que<br />
<strong>de</strong>veríamos tomar riscos, era um momento<br />
muito urgente. Como tivemos a crise financeira,<br />
que agora se comprova, o banco era<br />
primordial. Eu, no marketing, tinha um trabalho<br />
menor, participei mais da operação<br />
<strong>de</strong> tentar colocar isso <strong>de</strong> pé e contar para<br />
as pessoas, o gran<strong>de</strong> mérito foi da área core<br />
do banco, da área <strong>de</strong> negócios, porque eles<br />
conseguiram ter a disciplina <strong>de</strong> durante 15<br />
dias ter uma oferta diferente por dia e muito<br />
antes <strong>de</strong> serem tomadas medidas pelo setor<br />
em comum acordo. Depois <strong>de</strong> 48 horas do<br />
“durante 15 dias,<br />
o banco teve um<br />
filme diferente<br />
no ar por dia,<br />
com uma oferta<br />
diferente para<br />
o cliente”<br />
‘lockdown’, o Santan<strong>de</strong>r tinha um primeiro<br />
filme falando que o banco ia isentar todas as<br />
tarifas dos clientes no mês e a pessoa podia<br />
usar o valor das tarifas para pagar contas<br />
<strong>de</strong> água, luz, internet ou telefone. Foi uma<br />
medida que o banco tomou do dia pra noite.<br />
Além <strong>de</strong> precificar isso, <strong>de</strong> montar a proposta<br />
<strong>de</strong> valor, tem a questão operacional.<br />
Outra benção foi o fato <strong>de</strong> a gente conseguir<br />
a cumplicida<strong>de</strong> do Fernando Meirelles<br />
(dono da O2 Filmes, produtora que aten<strong>de</strong> o<br />
Santan<strong>de</strong>r) para produzir isso respeitando<br />
as medidas sindicais. Ele mesmo arregaçou<br />
as mangas e começou a fazer os filmes (criados<br />
pela Suno, agência do banco). Todos os<br />
filmes foram feitos com funcionários<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, o que<br />
também trouxe uma coisa na<br />
pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> imprimir a verda<strong>de</strong>.<br />
Os ví<strong>de</strong>os tinham até<br />
muito mais cara <strong>de</strong> jornalismo<br />
do que <strong>de</strong> propaganda, porque<br />
era cru, verda<strong>de</strong>iro, uma<br />
câmera aberta e um bancário<br />
tendo <strong>de</strong> se expressar.<br />
Foi uma onda superpositiva,<br />
porque o fato <strong>de</strong> o Santan<strong>de</strong>r<br />
ter conseguido fazer aquilo<br />
surpreen<strong>de</strong>u além do setor.<br />
Talvez a gente foi um dos primeiros anunciantes<br />
a colocar um filme em re<strong>de</strong> nacional,<br />
na televisão aberta, com impacto <strong>de</strong> massa,<br />
assumindo que havia uma pan<strong>de</strong>mia e tentando<br />
trazer soluções. Essa é uma característica<br />
muito do banco, <strong>de</strong> não gostar <strong>de</strong> fazer<br />
campanha institucional, <strong>de</strong> mensagens motivacionais,<br />
como ‘vamos mudar o mundo’,<br />
‘vai passar’, a gente fala <strong>de</strong> produto, ofertas,<br />
soluções. Eu trabalhei 20 anos em agências<br />
<strong>de</strong> propaganda, essa é a minha primeira experiência<br />
do outro lado do banco, e não me<br />
recordo <strong>de</strong> ter trabalhado tanto, virar madrugada,<br />
porque literalmente durante 15<br />
dias colocamos um filme diferente no ar por<br />
dia, que entravam no ‘Jornal da Band’, no<br />
‘Jornal Nacional’ e no ‘Jornal da CNN’. Foi<br />
uma surra <strong>de</strong> audiência no prime time.”<br />
Igor Puga: “Foi uma surra<br />
<strong>de</strong> audiência no prime time”<br />
38 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
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ilca sierra via varejO<br />
“Os ven<strong>de</strong>dores<br />
ensinaram os clientes<br />
a comprarem online”<br />
primeiro <strong>de</strong>safio foi <strong>de</strong> montar toda<br />
a operação no início. Quando<br />
“O foi <strong>de</strong>cretada a pan<strong>de</strong>mia, a companhia<br />
fechou 100% das lojas <strong>de</strong> uma vez.<br />
A partir daquele momento, nós ficamos só<br />
com a operação online. O negócio, que era<br />
majoritariamente loja física, do dia para a<br />
noite, teve todas as lojas fechadas. Para po<strong>de</strong>r<br />
virar a operação para o online, foi um<br />
esforço sem prece<strong>de</strong>ntes na Via Varejo, que<br />
tem 47 mil colaboradores, sendo que só do<br />
time <strong>de</strong> lojas são pelo menos 20 mil ven<strong>de</strong>dores.<br />
E no marketing, temos uma estrutura<br />
focada no e-commerce e uma outra mais<br />
multicanal. Então, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi como<br />
organizar toda a empresa para essa nova realida<strong>de</strong>.<br />
A primeira coisa que<br />
a gente começou a se movimentar<br />
foi em colocar os ven<strong>de</strong>dores<br />
em home office. E isso<br />
foi feito.<br />
O marketing participou disso<br />
ativamente porque numa<br />
organização <strong>de</strong>sse tamanho<br />
se a engrenagem não ocorre<br />
na sua totalida<strong>de</strong> as coisas<br />
não são realizadas. Para que<br />
o ven<strong>de</strong>dor pu<strong>de</strong>sse ser produtivo<br />
no home office, a gente já<br />
tinha um trabalho prévio para<br />
que as lojas tivessem as próprias fanpages.<br />
Do lado <strong>de</strong> CRM, também já havia um alicerce<br />
pronto, que é o <strong>de</strong> enviar leads da base<br />
<strong>de</strong> clientes direto na mão dos ven<strong>de</strong>dores.<br />
Quando aconteceu a situação <strong>de</strong> home office,<br />
tudo isso foi potencializado e passamos<br />
a mandar mais leads qualificados para os<br />
ven<strong>de</strong>dores para ele po<strong>de</strong>r ativar a carteira<br />
e, por outro lado, intensificamos a compra<br />
pela fanpage. E, obviamente, todo o time<br />
<strong>de</strong> treinamento fazendo essa preparação do<br />
ven<strong>de</strong>dor e o time <strong>de</strong> tecnologia correndo por<br />
outro lado.<br />
Os ven<strong>de</strong>dores abraçaram muito forte a<br />
modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas, principalmente pelo<br />
WhatsApp, e começamos a dar visibilida<strong>de</strong><br />
para isso. Levamos isso para a comunicação,<br />
“para po<strong>de</strong>r<br />
virar a operação<br />
para o online,<br />
foi um esforço<br />
sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
na via varejo”<br />
colocando os ven<strong>de</strong>dores em televisão, na TV<br />
aberta com a campanha ‘Me chama no zap’,<br />
pelas Casas Bahia (criada pela Y&R). Eles<br />
mesmo se filmavam das suas casas dizendo<br />
para as pessoas chamarem no ‘zap’. Houve<br />
momentos em que essa mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas<br />
chegou a representar em torno <strong>de</strong> 20%.<br />
No Ponto Frio, a campanha também pegou.<br />
Uma coisa interessante que a gente percebeu<br />
é que o e-commerce brasileiro representa<br />
só 6% <strong>de</strong> todo o varejo nacional. Então a gente<br />
ainda é um país que não tem uma penetração<br />
<strong>de</strong> e-commerce e as pessoas começaram<br />
a se sentir muito seguras <strong>de</strong> fazer a primeira<br />
transação online, porque quem ainda não<br />
tinha hábito <strong>de</strong> comprar pela<br />
internet viu na figura do ven<strong>de</strong>dor<br />
um apoio. Os ven<strong>de</strong>dores<br />
começaram literalmente<br />
a ensinar os clientes a comprarem<br />
online pela primeira<br />
vez. Vimos inúmeros casos <strong>de</strong><br />
ven<strong>de</strong>dores fazerem tutorial,<br />
a gravar passo a passo <strong>de</strong> telas<br />
para o cliente.<br />
Agora, mesmo com praticamente<br />
todas as lojas<br />
abertas, continuamos muito<br />
focados na modalida<strong>de</strong><br />
do ven<strong>de</strong>dor online. E do nosso lado, <strong>de</strong><br />
marketing, tivemos um trabalho 360 para<br />
que as filiais continuem avançando na digitalização<br />
da própria mídia, porque a gente<br />
acredita que essa comunicação local, regional<br />
e autêntica da loja é muito po<strong>de</strong>rosa. Obviamente,<br />
Casas Bahia é um gran<strong>de</strong> anunciante,<br />
Ponto Frio também tem a sua base<br />
<strong>de</strong> marca mais ampla. Mas estamos bastante<br />
envolvidos em <strong>de</strong>senvolver mídia local a partir<br />
das filiais, com essa comunicação autêntica<br />
feita por eles nas re<strong>de</strong>s sociais que gera<br />
essa conversa, para que eles consigam cada<br />
vez mais aprimorar essa compra <strong>de</strong> mídia<br />
regionalizada, mais voltada para WhatsApp,<br />
inclusive, porque a gente acha que essa<br />
é uma outra camada <strong>de</strong> comunicação extremamente<br />
po<strong>de</strong>rosa”.<br />
Ilca Sierra: “Continuamos muito<br />
focados no ven<strong>de</strong>dor online”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 39
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
Juliana HoskEn suvinil<br />
“Estamos com muitos<br />
planos, para nós a<br />
mudança será frequente”<br />
sido um momento intenso,<br />
único, e para a gente começou logo<br />
na primeira semana quando a<br />
“Tem<br />
gente se viu em casa, em março. Ao mesmo<br />
tempo, as lojas <strong>de</strong> tintas não fecharam, elas<br />
continuaram abertas, porque foram caracterizadas<br />
como ativida<strong>de</strong> essencial. E o interessante<br />
é que as pessoas se voltaram para<br />
suas casas, o que ocasionou um aumento<br />
enorme <strong>de</strong> reformas, <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar<br />
o home office, colorir uma pare<strong>de</strong>. Então,<br />
a gente teve <strong>de</strong> reconstruir toda a nossa<br />
abordagem, os contatos com nosso público,<br />
fornecedores, parceiros, lojistas e consumidores,<br />
a toque <strong>de</strong> caixa. No entanto, a Suvinil<br />
já vinha se preparando para uma mudança,<br />
pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018 a marca foi reposicionada,<br />
acompanhando<br />
essa mudança do consumidor<br />
mais protagonista, tomando<br />
as próprias <strong>de</strong>cisões.<br />
Quando aconteceu a pan<strong>de</strong>mia,<br />
talvez se a gente não tivesse<br />
se preparado seria muito<br />
mais difícil, como foi para diversas<br />
outras empresas. Mas a<br />
gente já estava numa mudança<br />
cultural, num processo <strong>de</strong><br />
transformação. Para mim, foi<br />
colocar em prática os planos<br />
que a gente já estava em andamento <strong>de</strong> uma<br />
forma diferente. A primeira preocupação<br />
foi com a saú<strong>de</strong> mental das pessoas. Preparamos<br />
a equipe para essa mudança, fizemos<br />
workshops com consultores externos falando<br />
sobre abertura para mudança com 100% do<br />
time <strong>de</strong> marketing. De lá para cá, também<br />
fizemos dois workshops gran<strong>de</strong>s sobre criativida<strong>de</strong>,<br />
porque nessa hora que a gente está<br />
distante, a agilida<strong>de</strong>, a criativida<strong>de</strong> e a abertura<br />
para mudanças são essenciais.<br />
A gente trabalhou muito também a questão<br />
da pluralida<strong>de</strong>, diversida<strong>de</strong>, porque<br />
precisamos muito acionar tudo que há <strong>de</strong><br />
potencial no time <strong>de</strong> marketing para vir com<br />
as i<strong>de</strong>ias mais acertadas para os públicos que<br />
interagem com a gente. Falando das nossas<br />
“fizemos um<br />
vi<strong>de</strong>omanifesto<br />
‘suvinil todas as<br />
cores, todas<br />
as histórias’<br />
e a campanha<br />
vai continuar”<br />
ações externas, começamos dando apoio<br />
aos nossos parceiros e clientes. Fizemos os<br />
kits <strong>de</strong> higiene rapidamente, mandamos<br />
para 600 lojas, e totens com álcool em gel,<br />
enquanto ninguém estava pensando nisso<br />
ainda. Produzimos também álcool em gel na<br />
nossa fábrica, foi uma gran<strong>de</strong> mobilização.<br />
Também fizemos conteúdo para os nossos<br />
clientes sobre segurança no ponto <strong>de</strong> venda,<br />
por exemplo, e <strong>de</strong> marketing digital, porque<br />
muitos nem vendiam no online. Outra coisa<br />
que fizemos muito rápido foi colocar nas plataformas<br />
da Suvinil o contato <strong>de</strong> WhatsApp<br />
dos lojistas que quiseram.<br />
Com o nosso e-commerce <strong>de</strong> tintas, crescemos<br />
em 70% o número <strong>de</strong><br />
reven<strong>de</strong>dores na nossa plataforma.<br />
E as vendas dispararam<br />
nesse período. E ainda<br />
falando <strong>de</strong> apoio aos lojistas,<br />
como não podíamos mais fazer<br />
treinamento presencial<br />
para pintores e lojistas, acionamos<br />
o nosso time para fazer<br />
lives. Fizemos mais <strong>de</strong> 600<br />
palestras e treinamentos para<br />
atingir pintores e consumidores<br />
sobre como usar e escolher<br />
tintas. Dentro do reposicionamento<br />
da marca, chegamos<br />
à conclusão que a Suvinil não ven<strong>de</strong> tintas,<br />
ela pinta histórias, porque sempre por trás<br />
<strong>de</strong> uma pintura tem uma história que as pessoas<br />
contam. E a Suvinil resolveu dar voz a<br />
essa essência e na pan<strong>de</strong>mia isso se intensificou<br />
<strong>de</strong>mais, com todos esses movimentos que<br />
aconteceram, como o Black Lives Matter.<br />
Fizemos um vi<strong>de</strong>omanifesto ‘Suvinil todas<br />
as cores, todas as histórias’ e vamos continuar<br />
com essa campanha. Em 2021, a Suvinil<br />
vai fazer 60 anos e vamos dar voz para essa<br />
questão da diversida<strong>de</strong> cada vez mais. Estou<br />
bem feliz com o que a gente construiu, os resultados<br />
que alcançamos. Temos enormes<br />
<strong>de</strong>safios, mas já estamos com muitos planos<br />
para os próximos passos, porque para nós a<br />
mudança vai ser frequente.”<br />
Juliana Hosken: “Fizemos mais <strong>de</strong><br />
600 palestras e treinamentos”<br />
40 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
loraine riCino Gol<br />
“Transformamos o<br />
nosso site em uma<br />
‘central <strong>de</strong> atendimento’”<br />
<strong>de</strong> março, a Gol tinha uma<br />
situação <strong>de</strong> 800 voos diários e<br />
“Em 14<br />
caiu para 50. De um dia para o<br />
outro, você vê o aeroporto vazio. Aviação foi<br />
um dos setores mais afetados. De lá para cá,<br />
a gente vem intensificando ações <strong>de</strong> conteúdo<br />
em educação. Essa é uma gran<strong>de</strong> fortaleza<br />
nesses tempos. Obviamente, todo mundo<br />
acelerou a transformação digital, não tinha<br />
como ser <strong>de</strong> forma diferente. A gran<strong>de</strong> questão<br />
é que apren<strong>de</strong>mos com essa pan<strong>de</strong>mia<br />
que o que para a indústria era algo tão comum<br />
<strong>de</strong> falar, como a sanitização do avião,<br />
o Filtro Hepa, a circulação do ar, tudo que<br />
era tão evi<strong>de</strong>nte para nós, não era evi<strong>de</strong>nte<br />
para os clientes, a ponto <strong>de</strong> clientes acharem<br />
que acabamos <strong>de</strong> colocar esses itens nos nossos<br />
aviões, como vimos em pesquisas.<br />
Começamos a pan<strong>de</strong>mia<br />
fazendo uma ação empática,<br />
genuína, que foi o transporte<br />
gratuito dos médicos, porque<br />
eram clientes essenciais. Convidamos<br />
Azul e Latam para<br />
seguirem com a gente, ambas<br />
continuaram, a Passaredo<br />
entrou também, ou seja, as<br />
quatro companhias aéreas<br />
que atuam no país fazendo<br />
transporte não só <strong>de</strong> médicos, mas também<br />
<strong>de</strong> equipamentos necessários para essa pan<strong>de</strong>mia.<br />
Transformamos o nosso site, que sempre<br />
foi <strong>de</strong> varejo totalmente, em uma ‘central <strong>de</strong><br />
atendimento’. Ele <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um site <strong>de</strong><br />
vendas para ser um canal <strong>de</strong> atendimento,<br />
tirando todo aquele acúmulo <strong>de</strong> ligações<br />
do nosso call center também. Isso foi uma<br />
gran<strong>de</strong> transformação, coisa que talvez não<br />
tivéssemos feito em um ano, se não tivéssemos<br />
passando por esse caos. E agora, certamente,<br />
nosso site nunca mais <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser<br />
também informativo, e não somente um site<br />
<strong>de</strong> vendas, já que não tem mais como lidar<br />
com o consumidor <strong>de</strong> forma diferente, porque<br />
ele sai diferente <strong>de</strong> tudo isso. O primeiro<br />
impacto foi o caos, <strong>de</strong>pois paramos para<br />
“enten<strong>de</strong>mos que<br />
o foco tinha <strong>de</strong><br />
continuar sendo<br />
o cliente, mesmo<br />
ele não voando”<br />
respirar e enten<strong>de</strong>mos que o foco tinha <strong>de</strong><br />
continuar sendo o cliente, mesmo ele não<br />
voando. No início, o nosso gran<strong>de</strong> trabalho<br />
com o cliente e operadoras foi a remarcação<br />
<strong>de</strong> voos, porque os pacotes foram cancelados.<br />
Tinha obviamente protocolos <strong>de</strong> cancelamentos<br />
que foram mudados para que as<br />
pessoas pu<strong>de</strong>ssem voar num período maior<br />
<strong>de</strong> tempo e não per<strong>de</strong>r a passagem. Quem<br />
queria reembolso da passagem também<br />
passamos a dar. Enfim, foi toda uma indústria<br />
transformada e tentamos fazer isso <strong>de</strong><br />
forma conjunta porque foi um transtorno.<br />
Para mim, o maior <strong>de</strong>safio foi passar a ser<br />
muito clara e transparente nas comunicações.<br />
Ou seja, migrar <strong>de</strong> uma comunicação<br />
promocional, basicamente, para uma comunicação<br />
que <strong>de</strong>sse esclarecimentos não<br />
só sobre o momento, mas também sobre<br />
cancelamentos, remarcações<br />
e sanitização <strong>de</strong>ntro dos voos.<br />
A gente já tinha protocolos<br />
muito fortes do setor, mas as<br />
pessoas não conheciam.<br />
Usamos todos os nossos canais<br />
digitais, fora isso, intensificamos<br />
nossa comunicação<br />
por meio das re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Obviamente, todos os budgets<br />
foram cortados. E eu sempre falo que fazer<br />
bem com bastante dinheiro é fácil, quero<br />
ver fazer coisa boa com pouco. Agora, estamos<br />
relançando o ‘Compromisso Gol’, falando<br />
ainda mais sobre a segurança <strong>de</strong>ntro<br />
do voo, com estudos feitos pelos fabricantes<br />
<strong>de</strong> avião. Assim como os cientistas, as<br />
empresas que fabricam as vacinas, a gente<br />
também apren<strong>de</strong>u ao longo do tempo com<br />
tudo isso.<br />
A gente fez um outro movimento que foi<br />
lançado recentemente, o ‘Aproximando distâncias’,<br />
uma ação social para o setor, para<br />
as pessoas comprarem artigos <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />
locais pelo e-commerce. Essa foi a forma<br />
que a gente encontrou para fazer com que esses<br />
produtores conseguissem se manter até o<br />
turismo voltar e ele está voltando”.<br />
Loraine Ricino: “O nosso gran<strong>de</strong><br />
trabalho foi com remarcações <strong>de</strong> voos”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 41
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
priscila salles bancO inter<br />
“O banco nunca tinha<br />
trabalhado em estado<br />
<strong>de</strong> home office”<br />
“Em março, quando a gente viu a onda<br />
chegando, reunimos todo o corpo<br />
executivo da empresa e em três<br />
dias conseguimos nos reestruturar e se estabelecer<br />
no sentido <strong>de</strong> que mandaríamos todo<br />
mundo para casa, num primeiro momento,<br />
e <strong>de</strong>pois avaliariamos como ficaria o mundo.<br />
A gente não tinha noção do que estava<br />
acontecendo, na verda<strong>de</strong>. Fizemos a <strong>de</strong>smobilização<br />
nos escritórios <strong>de</strong> Belo Horizonte,<br />
em São Paulo, em operações pontuais que temos<br />
em coworking pelo Brasil, e também do<br />
pessoal <strong>de</strong> call center. Temos três operações<br />
<strong>de</strong> call center no país, são mais <strong>de</strong> mil pessoas<br />
indiretas trabalhando para nós. Talvez o<br />
maior <strong>de</strong>safio nessa mudança foi justamente<br />
essa <strong>de</strong>sestruturação física.<br />
Depois <strong>de</strong> cuidar dos colaboradores,<br />
foi a hora <strong>de</strong> olhar<br />
para os clientes. Sem dúvida<br />
nenhuma, foi o momento <strong>de</strong><br />
crise financeira e, sendo um<br />
banco, a gente precisava pensar<br />
obviamente no bolso das<br />
pessoas. O Banco Inter assinou<br />
um termo <strong>de</strong> ‘não <strong>de</strong>mita’ com<br />
os funcionários e, mesmo com<br />
baixa performance, não tivemos<br />
nenhuma <strong>de</strong>missão nos<br />
meses <strong>de</strong> abril, maio e junho. E<br />
para os clientes finais, o banco se voltou para<br />
o marketplace, a parte <strong>de</strong> shopping <strong>de</strong>ntro<br />
do aplicativo do Inter, dobrando as ofertas<br />
<strong>de</strong> cashback para eles. A parte <strong>de</strong> farmácias<br />
ficou muito acessada, supermercados também<br />
naquele momento.<br />
“Sem dúvidaS,<br />
fomoS<br />
aceleradoS pela<br />
covid-19, maS<br />
já éramoS uma<br />
empreSa<br />
digital”<br />
Outros movimentos que fizemos também<br />
foram muito relevantes. O Inter foi o único<br />
banco a zerar a cobrança <strong>de</strong> cartão <strong>de</strong> crédito.<br />
A gente <strong>de</strong>u para o cliente 60 dias <strong>de</strong> pagamento,<br />
sem nenhum tipo <strong>de</strong> taxa, multa,<br />
mora ou juros, justamente para ele se reorganizar<br />
e se reestabelecer financeiramente.<br />
Foram movimentos importantes em que os<br />
clientes enxergaram o valor <strong>de</strong> a marca estar<br />
próxima <strong>de</strong>les naquele momento mais<br />
crítico. E agora, a gente está retomando, sinto<br />
que as coisas estão melhorando bastante.<br />
Apren<strong>de</strong>mos muito com o momento, o banco<br />
nunca tinha trabalhado em estado <strong>de</strong> home<br />
office e, quando a gente fez a mudança, não<br />
tivemos nenhuma perda <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />
Pelo contrário, o Inter bateu recor<strong>de</strong> atrás <strong>de</strong><br />
recor<strong>de</strong> em nível <strong>de</strong> entrega para os nossos<br />
clientes. O estado <strong>de</strong> home office não muda<br />
o engajamento, o nível <strong>de</strong> energia das pessoas.<br />
Foi um aprendizado para enten<strong>de</strong>r que<br />
tipo <strong>de</strong> estrutura tem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficar<br />
em home office. Hoje posso contratar um <strong>de</strong>senvolvedor<br />
na Índia. As coisas mudaram<br />
muito. Sem dúvidas, fomos acelerados pela<br />
Covid-19, mas já éramos uma empresa digital.<br />
Então, não sentimos as mudanças tão<br />
abruptas como gran<strong>de</strong>s corporações<br />
acabaram sentindo.<br />
O Inter tem uma estrutura<br />
muito horizontal e a conversa<br />
flui muito fácil. Fico também<br />
com a parte da experiência<br />
do cliente no Inter e ouvimos<br />
muito os clientes no sentido <strong>de</strong><br />
saber quais eram as necessida<strong>de</strong>s<br />
financeiras <strong>de</strong>les, <strong>de</strong>safios<br />
no momento para en<strong>de</strong>reçar<br />
o atendimento a eles, porque<br />
não podíamos per<strong>de</strong>r a qualida<strong>de</strong>.<br />
A marca é digital. Também<br />
tivemos novas aberturas <strong>de</strong> contas em<br />
função do auxílio da Caixa para a Covid-19.<br />
Naquele momento, as pessoas estavam<br />
bastante incomodadas com as tarifas bancárias<br />
e ninguém queria sair <strong>de</strong> casa para<br />
pagar uma conta ou resolver um problema.<br />
Saiu há pouco tempo um levantamento que<br />
mostra a migração dos clientes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
bancos para os bancos digitais. Vimos também<br />
a plataforma <strong>de</strong> investimentos crescendo<br />
muito. Na parte <strong>de</strong> comunicação, usamos<br />
muita re<strong>de</strong> social, o Inter é uma marca <strong>de</strong><br />
social, e-mail marketing e criamos uma landing<br />
page sobre as nossas medidas com a Covid-19.<br />
Obviamente, telefone também, que é<br />
o meio mais tradicional, mas hoje os clientes<br />
têm preferência pela relação mais escrita.”<br />
Priscila Salles: “Usamos muita re<strong>de</strong><br />
social, o Inter é uma marca <strong>de</strong> social”<br />
42 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
Renata lamaRco outback<br />
“Do dia para a noite<br />
viramos um gran<strong>de</strong><br />
e-commerce”<br />
“N<br />
ão tem sido fácil o momento<br />
para o varejo, a gente ficou mais<br />
<strong>de</strong> 100 dias com todas as lojas fechadas,<br />
mais <strong>de</strong> 110 unida<strong>de</strong>s, foi um <strong>de</strong>safio<br />
muito gran<strong>de</strong> em se reinventar. Hoje nós temos<br />
12 mil outbackers, como a gente chama<br />
o nosso time, e manter todo mundo primeiramente<br />
com saú<strong>de</strong>, seguro, mas ao mesmo<br />
tempo motivado, engajado, e manter o emprego<br />
<strong>de</strong> todo mundo, é uma responsabilida<strong>de</strong><br />
muito gran<strong>de</strong> como companhia. A gente<br />
pensava o tempo todo nessa comunida<strong>de</strong> e<br />
em como nós manteríamos o business ativo.<br />
Primeiro, criamos alguns comitês. Tinha o<br />
comitê <strong>de</strong> crise, claro, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro<br />
momento a gente enten<strong>de</strong>u que também<br />
precisaríamos ter comitês <strong>de</strong><br />
marca, inovação e disrupção.<br />
O nosso primeiro momento<br />
no comitê <strong>de</strong> marca foi enten<strong>de</strong>r<br />
como o Outback, enquanto<br />
marca, que é uma love brand,<br />
que as pessoas estão superconectadas,<br />
po<strong>de</strong> se tornar<br />
ainda mais relevante e trazer<br />
ações para a socieda<strong>de</strong>. A nossa<br />
primeira gran<strong>de</strong> ação foi <strong>de</strong><br />
ovos <strong>de</strong> Páscoa. A gente fez a<br />
doação <strong>de</strong> 70% dos ovos em<br />
duas iniciativas: a primeira a<br />
gente doou para primeiros negócios, 85 pequenos<br />
empreen<strong>de</strong>dores, que foram os mais<br />
afetados pela pan<strong>de</strong>mia. Fizemos a doação<br />
e mídia para levar as pessoas a comprarem<br />
ovos <strong>de</strong> Páscoa naqueles locais.<br />
Recebemos <strong>de</strong>poimentos muito legais <strong>de</strong>sses<br />
empreen<strong>de</strong>dores, dizendo coisas como ‘só<br />
conseguimos pagar a folha <strong>de</strong> pagamento ou<br />
o aluguel do mês, manter o meu negócio no<br />
mês, por conta <strong>de</strong>ssa doação, porque muita<br />
gente veio em busca dos ovos do Outback e<br />
acabou comprando outros itens’. E também<br />
fizemos uma doação gran<strong>de</strong> para profissionais<br />
da saú<strong>de</strong>, para três hospitais em São<br />
Paulo. Começamos pensando em como se<br />
manter próximo, mas trazendo ações relevantes.<br />
A gente começou a pan<strong>de</strong>mia com<br />
50 restaurantes no <strong>de</strong>livery e hoje todos os<br />
restaurantes Outback têm <strong>de</strong>livery, que foi<br />
fundamental para a sobrevivência do negócio.<br />
Foi um momento bastante intenso para<br />
garantir que a gente conseguiria treinar todos<br />
os restaurantes para entregar o padrão<br />
Outback e a experiência da marca em casa. O<br />
<strong>de</strong>livery era 3% do nosso negócio. Depois <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> seis meses, há algumas semanas fizemos<br />
a nossa última reabertura, que foi em<br />
São José do Rio Preto. É até engraçado dizer<br />
isso, mas o time nunca esteve tão próximo.<br />
Fizemos muitas lives e doações <strong>de</strong> alimentos,<br />
foram mais <strong>de</strong> 14 toneladas. O time pensou<br />
muito na disrupção, em como manter o<br />
Outback inovando a distância.<br />
O nosso processo <strong>de</strong> inovação,<br />
“a gente se<br />
reinventou<br />
bastante<br />
para tentar<br />
extrapolar o<br />
ambiente do<br />
restaurante”<br />
normalmente, durava <strong>de</strong> três<br />
a seis meses. Nessa pan<strong>de</strong>mia,<br />
a gente lançou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Pipoca<br />
Cinemark Outback até a Coxinha<br />
Outback, em tempo recor<strong>de</strong>.<br />
Desenvolvemos o produto<br />
em <strong>de</strong>z dias. Com a pipoca,<br />
participamos <strong>de</strong> drive-in, sempre<br />
pensando em como criar<br />
uma experiência que transcen<strong>de</strong><br />
o restaurante. O Outback<br />
como restaurante tem uma<br />
experiência que as pessoas conhecem<br />
e gostam muito, mas a gente precisava<br />
levar isso para on<strong>de</strong> elas estavam.<br />
A gente se reinventou bastante, enfim,<br />
para tentar extrapolar o ambiente do restaurante.<br />
Éramos uma empresa <strong>de</strong> 110 unida<strong>de</strong>s<br />
e do dia para a noite viramos um gran<strong>de</strong> e-<br />
-commerce. Tivemos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r muito sobre<br />
performance do <strong>de</strong>livery, <strong>de</strong> canais digitais.<br />
E precisávamos ser muito assertivos<br />
porque estávamos com uma questão <strong>de</strong> fluxo<br />
<strong>de</strong> caixa importante. Foi um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.<br />
Eu tive o papel <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>rar a minha equipe<br />
e dar autonomia a distância. Fomos até reconhecidos<br />
entre as 100 marcas mais lembradas<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia, pela revista Exame.<br />
Quanto mais a gente fazia, mais sentia<br />
que estávamos no caminho certo”.<br />
Renata Lamarco: “O time pensou<br />
muito na disrupção”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 43
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
silvana balbo carrEfour<br />
“Estávamos sempre<br />
tentando antecipar os<br />
dilemas dos clientes”<br />
a pan<strong>de</strong>mia um dos principais<br />
<strong>de</strong>safios foi conseguir acompanhar<br />
o comportamento dos<br />
“Durante<br />
clientes em diferentes estágios. As ações da<br />
marca foram exatamente acompanhando esse<br />
ritmo e essas diferenças. Esse foi o gran<strong>de</strong><br />
fator que trouxe o Carrefour até aqui, tendo<br />
resultados muito relevantes e até melhores<br />
do que os concorrentes. O comportamento<br />
do cliente foi seguindo como se fosse a pirâmi<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Maslow. Começou com necessida<strong>de</strong>s<br />
completamente básicas, essenciais, e o nosso<br />
primeiro step teve muito a ver com isso, <strong>de</strong><br />
garantir ao cliente que as lojas continuariam<br />
abertas, <strong>de</strong> que não ia faltar alimentos, <strong>de</strong><br />
que estávamos suficientemente abastecidos.<br />
A gente usou um mix <strong>de</strong> comunicação<br />
para falar com o<br />
maior número <strong>de</strong> clientes possível<br />
para dar essa tranquilida<strong>de</strong><br />
num primeiro momento<br />
e também conseguimos trazer<br />
dos outros países <strong>de</strong> operação<br />
própria, principalmente da<br />
Europa, as melhores práticas<br />
e implementar no Brasil. O<br />
segundo step começou a pegar<br />
na questão financeira, porque<br />
a pan<strong>de</strong>mia tem um impacto<br />
muito forte na economia e no<br />
<strong>de</strong>semprego. Começamos a perceber as pessoas<br />
muito preocupadas com inflação, alta<br />
<strong>de</strong> preços e commodities, e aí a nossa iniciativa<br />
foi congelar os preços das nossas marcas<br />
próprias, com 200 itens que eram super-relevantes.<br />
A cada passo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> comportamento,<br />
porque monitoramos muito o sentimento<br />
dos clientes, tanto nas nossas lojas<br />
on<strong>de</strong> já temos mecanismos recorrentes <strong>de</strong><br />
pesquisa, quanto no monitoramento das re<strong>de</strong>s<br />
sociais, a gente ia percebendo qual era a<br />
preocupação e lançando iniciativas ou projetos<br />
para <strong>de</strong>ixarem as pessoas mais tranquilas<br />
ou mitigar os efeitos da pan<strong>de</strong>mia. E<br />
o terceiro step tinha muito a ver com a preocupação<br />
com os outros.<br />
“Um dos <strong>de</strong>safios<br />
foi consegUir<br />
acompanhar o<br />
comportamento<br />
dos clientes<br />
em diferentes<br />
estágios”<br />
Então, a gente viu num primero momento<br />
o cliente muito egoísta para garantir o<br />
abastecimento da sua casa, já num segundo<br />
momento tinha uma preocupação um pouco<br />
maior com a família, porque todo mundo enten<strong>de</strong>u<br />
que ia ter <strong>de</strong> viver <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. E o<br />
terceiro step foi o <strong>de</strong> ajuda coletiva, quando<br />
a marca lançou uma iniciativa gran<strong>de</strong> que a<br />
gente chamou <strong>de</strong> Compra Solidária, em que<br />
as pessoas podiam fazer doações pelo site<br />
e por meio das nossas lojas. A gente conseguiu<br />
convidar os parceiros fornecedores, os<br />
próprios consumidores e o grupo doou R$ 20<br />
milhões para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>stinar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cestas básicas<br />
a vale alimentação para as pessoas.<br />
O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi conseguir<br />
acompanhar os diferentes<br />
comportamentos e estágios da<br />
pan<strong>de</strong>mia e respon<strong>de</strong>r com<br />
iniciativas que fossem pertinentes<br />
e relevantes a cada<br />
momento, tanto para o consumidor<br />
final como para a socieda<strong>de</strong>.<br />
Internamente, rapidamente<br />
conseguimos constituir<br />
comitês que tinham focos específicos,<br />
um comitê era mais<br />
operacional voltado para as<br />
lojas; outro comitê para a comunicação,<br />
com reuniões diárias,<br />
e com isso a gente ganhou muita agilida<strong>de</strong>,<br />
porque o foco era muito claro. A partir<br />
do momento que a <strong>de</strong>cisão era tomada pelo<br />
colegiado, a gente cascateava para os times e<br />
com isso conseguimos fazer muita coisa.<br />
Estávamos sempre tentando antecipar os<br />
dilemas dos clientes. O Carrefour conseguiu<br />
ser pioneiro em colocar as placas <strong>de</strong> acrílico<br />
no check-out das lojas, os a<strong>de</strong>sivos no chão<br />
e <strong>de</strong>pois começou a controlar a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> clientes <strong>de</strong>ntro das lojas, medir a temperatura<br />
e criar um processo para quem estava<br />
com febre, oferecendo para fazer a compra<br />
e entregar em casa ou o nosso e-commerce.<br />
A cada passo que dávamos, tentávamos antecipar<br />
qual seria o próximo problema dos<br />
consumidores”.<br />
Silvana Balbo: “Rapidamente,<br />
conseguimos constituir comitês”<br />
44 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
EspEcial cmo<br />
Divulgação<br />
vAnessA AmOrim hOspitAl Albert einstein<br />
“O nosso plano <strong>de</strong><br />
marketing começou<br />
com uma FAQ”<br />
fazendo reunião <strong>de</strong><br />
crise <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro, ela era<br />
“Estávamos<br />
quinzenal e multidisciplinar, e o<br />
marketing já participava com outras áreas<br />
corporativas do hospital. A gente vinha se<br />
preparando para uma avalanche. Criamos<br />
um material em janeiro com respostas para<br />
as principais perguntas sobre o coronavírus<br />
que foi muito acessado. As pessoas tinham<br />
muitas dúvidas. Com a confirmação do primeiro<br />
caso no Brasil, em 26 <strong>de</strong> fevereiro, liguei<br />
para o meu pessoal para pegarmos todo<br />
o material da OMS (Organização Mundial da<br />
Saú<strong>de</strong>) e já começamos a traduzir. Foi muito<br />
maluco tudo isso porque o nosso plano <strong>de</strong><br />
marketing começou com uma FAQ.<br />
precisamos começar a segmentar o conteúdo<br />
porque as pessoas começaram a ter dúvidas<br />
diferentes. Criamos PDFs que disparávamos<br />
pelo WhatsApp com data, <strong>de</strong>pois passamos<br />
a colocar data e horário. A gente usou muito<br />
o nosso blog como repositório e o WhatsApp<br />
para disseminar informação e combater as<br />
fake news. Foi muito legal o protagonismo e<br />
a transparência que tivemos, porque no começo<br />
nenhum outro hospital estava falando<br />
sobre a Covid, uma vez que nós i<strong>de</strong>ntificamos<br />
o primeiro caso. O que senti, tanto do time<br />
corporativo como do pessoal que estava na<br />
linha <strong>de</strong> frente, foi o cuidado com as pessoas,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente se elas tinham acesso ao<br />
Einstein ou não.<br />
Vanessa Amorim: “A gente quis levar<br />
informação <strong>de</strong> todas as formas”<br />
Tive um compromisso muito<br />
gran<strong>de</strong> na questão da <strong>de</strong>mocratização<br />
da informação. O<br />
nosso canal principal quando<br />
começou a pan<strong>de</strong>mia foi o blog<br />
Vida Saudável, que criamos<br />
em <strong>de</strong>zembro do ano passado,<br />
com linguagem mais simples.<br />
No site do Einstein, colocamos<br />
um banner direcionando as<br />
pessoas para o blog. A meta<br />
inicial do blog era que até o<br />
fim do ano teríamos 100 mil<br />
acessos por mês e, <strong>de</strong> janeiro<br />
a junho, tivemos quatro milhões <strong>de</strong> acessos.<br />
A gente começou a divulgar o blog nas nossas<br />
entrevistas também para que as pessoas<br />
acessassem. O blog foi o catalisador <strong>de</strong> tudo.<br />
A gente tinha duas aprovações diárias no começo,<br />
porque o que a gente traduzia <strong>de</strong> manhã,<br />
à noite já não valia mais.<br />
Hoje, temos cerca <strong>de</strong> 150 perguntas na<br />
FAQ, só sobre coronavírus, que atualizamos<br />
constantemente. Começamos com um conteúdo<br />
com perguntas gerais e respostas curtas.<br />
Na primeira semana <strong>de</strong> março, a gente fez<br />
a primeira live, numa época em que as lives<br />
nem estavam na moda. Fizemos lives com<br />
médicos, pediatras, psiquiatras, infectologistas<br />
e cardiologistas, enfim, conforme iam<br />
surgindo as dúvidas. No segundo momento,<br />
Era muito conteúdo criado<br />
todo dia. Começamos com<br />
texto, <strong>de</strong>pois passamos a fazer<br />
ilustração para facilitar e ví<strong>de</strong>os<br />
animados, tudo internamente.<br />
Tínhamos uma in-house<br />
que dobrou <strong>de</strong> tamanho<br />
nesse período. De fevereiro<br />
até agosto, o hospital foi citado<br />
em quase 37 mil matérias.<br />
Tínhamos uma campanha<br />
pronta para sair em março,<br />
mas guardamos ela na gaveta.<br />
O que a gente quis foi levar<br />
informação <strong>de</strong> todas as formas. Colocamos<br />
conteúdo na Alexa, fizemos parceria com a<br />
Elemidia para colocar conteúdo gratuito nos<br />
elevadores, enfim, levamos o Einstein para<br />
todos os canais e re<strong>de</strong>s sociais.<br />
“A GENTE<br />
USOU MUITO O<br />
WHATSAPP PARA<br />
DISSEMINAR<br />
INFORMAÇÃO<br />
E COMBATER<br />
AS FAKE NEWS”<br />
Não fizemos campanha publicitária durante<br />
o período, lançamos só agora, recentemente,<br />
‘O cuidado não para nunca’, criada<br />
pela McCann Health, para reforçar nossos<br />
cuidados com as pessoas. E uma questão que<br />
a gente quis reforçar nesse período foi a atuação<br />
na saú<strong>de</strong> pública também. A construção<br />
dos 100 leitos a mais no Hospital M’Boi<br />
Mirim, que foi uma parceria da Ambev, Gerdau<br />
e Einstein, surgiu via marketing. Acho<br />
que uma coisa bacana foi essa preocupação<br />
genuína com a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os segmentos.”<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 45
prêMiOS<br />
SBT aposta no humor em campanha<br />
para O Melhor Comercial do Brasil<br />
O filme brinca com uma paródia da música dos elefantinhos e traz referências <strong>de</strong> hits do momento no Tik Tok<br />
Divulgacão<br />
Criados pela Giusti,<br />
ví<strong>de</strong>os trazem<br />
Murilo Couto<br />
como protagonista<br />
SBT lançou na última semana a campanha<br />
do Melhor Comercial do Brasil<br />
O<br />
<strong>2020</strong>. Criada pela Giusti, a comunicação<br />
traz o humorista Murilo Couto, que faz<br />
parte do elenco do The Noite, como protagonista.<br />
Nas peças, Murilo lembra que para participar<br />
basta ter uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> peso e veicular<br />
o comercial até o fim do ano no SBT.<br />
Depois, o trabalho será julgado por um<br />
júri <strong>de</strong> mercado, que reúne executivos <strong>de</strong><br />
agências e anunciantes. O vencedor será<br />
revelado em 2021.<br />
Além do troféu e <strong>de</strong> todo o <strong>de</strong>staque no<br />
mercado, os vencedores ainda ganham<br />
um pacote para o Cannes Lions 2021, com<br />
tudo pago pela emissora.<br />
A campanha traz referências <strong>de</strong> hits do<br />
momento do Tik Tok. O filme brinca ainda<br />
com uma paródia da música dos elefantinhos,<br />
ressignificando a letra.<br />
A campanha conta com peças digitais<br />
para YouTube, LinkedIn, Instagram e Facebook.<br />
O Melhor Comercial do Brasil chega<br />
este ano em sua nona edição. Como novida<strong>de</strong>,<br />
o SBT criou uma categoria especial<br />
Covid-19, que vai homenagear a marca<br />
que durante a crise do novo coronavírus<br />
mais empenhou seus esforços <strong>de</strong> mídia<br />
no SBT para promover ações, comunicados<br />
e informações sobre a pan<strong>de</strong>mia que<br />
alarma o país. Como prêmio, a marca e a<br />
agência vencedoras po<strong>de</strong>rão veicular a<br />
mesma carga <strong>de</strong> comerciais a serem utilizados<br />
entre janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2021,<br />
além <strong>de</strong> um troféu especial da categoria.<br />
As campanhas já premiadas foram:<br />
em 2011, Pôneis Malditos, da agência<br />
Lew’Lara/TBWA para a Nissan do Brasil;<br />
2012, Tradutor, da AlmapBBDO para<br />
a Pepsi; 2013, Brasil 70, da AlmapBBDO<br />
para Volkswagen (Novo Fusca); 2014,<br />
Compadre, da NBS para Bom Negócio.<br />
com; 2015, Desejos, da AlmapBBDO para<br />
o novo Golf; 2016, Pé na porta, da AlmapBBDO<br />
para Volkswagen; 2017, Visões, da<br />
Y&R para a Vivo; 2018, Robô, da DPZ&T<br />
para o Itaú.<br />
A votação da edição do ano anterior<br />
sempre acontece no primeiro semestre<br />
do ano seguinte. Por conta da pan<strong>de</strong>mia,<br />
o evento <strong>de</strong> votação da edição 2019 foi<br />
adiado para o fim <strong>de</strong> <strong>2020</strong>.<br />
46 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
NBAE/Getty Images<br />
Cesta 1<br />
A temporada 2019/<strong>2020</strong> da NBA será histórica do ponto <strong>de</strong> vista esportivo, <strong>de</strong> mídia<br />
e patrocínios. Na semana passada, os fãs do torneio em 215 países acompanharam os<br />
dois primeiros confrontos finais entre o Miami Heat, campeão da Conferência Leste,<br />
e o Los Angeles Lakers, campeões da Conferência Oeste. A série <strong>de</strong>cisiva da temporada<br />
está sendo transmitida no Brasil por Band, ESPN e pelo app NBA League Pass.<br />
Disputados em se<strong>de</strong> única pela primeira vez em 74 anos <strong>de</strong> história da liga, no complexo<br />
Walt Disney, em Orlando, os eventos precisaram ser adaptados para seguir os protocolos<br />
<strong>de</strong> segurança em meio à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19.<br />
Cesta 2<br />
Des<strong>de</strong> a retomada da competição, em 30 <strong>de</strong> julho, os canais sociais da NBA geraram mais <strong>de</strong><br />
5,3 bilhões <strong>de</strong> visualizações em ví<strong>de</strong>os, além <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> novos fãs globalmente.<br />
As finais prometem alavancar ainda mais os números. Apresentadas pela YouTube TV,<br />
que renovou a parceria <strong>de</strong> marketing com a NBA, WNBA e da NBA G League Finals, as partidas<br />
contam com quadra personalizada, trazendo a logo da plataforma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o do Google. O<br />
patrocinador também prepara uma campanha <strong>de</strong> TV para o mercado norte-americano, além<br />
<strong>de</strong> experiências e outras ativações no digital. Outro patrocinador que marca presença no torneio<br />
é a cerveja Michelob ULTRA. Serão 320 fãs virtuais assistindo a cada partida das finais<br />
<strong>de</strong> casa, sendo vistos <strong>de</strong>ntro da arena como parte do projeto Michelob ULTRA Courtsi<strong>de</strong>.<br />
Global<br />
A Asics acaba <strong>de</strong> anunciar sua primeira corrida virtual gratuita: a World Eki<strong>de</strong>n <strong>2020</strong>. No<br />
formato revezamento em equipe, times com até seis pessoas <strong>de</strong> qualquer lugar do mundo<br />
po<strong>de</strong>rão participar e completar uma maratona (42km). O lançamento do projeto é uma resposta<br />
direta às <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong> uma nova pesquisa global realizada pela Asics durante a pan<strong>de</strong>mia<br />
da Covid-19. Mais da meta<strong>de</strong> (55%) dos praticantes <strong>de</strong> exercícios regulares em todo o<br />
mundo afirmam que a falta <strong>de</strong> competição<br />
os torna menos motivados para a prática<br />
<strong>de</strong> esportes. A competição ocorre da<br />
seguinte forma: combinando a tecnologia<br />
Race Roster e o aplicativo Asics Runkeeper<br />
será possível rastrear o progresso <strong>de</strong> todas<br />
as equipes em tempo real em dispositivos<br />
como o Apple Watch. A classificação é<br />
feita em tabelas online com atualização<br />
ao vivo. Durante a World Eki<strong>de</strong>n <strong>2020</strong>,<br />
duas equipes com atletas globais <strong>de</strong> elite<br />
também vão se <strong>de</strong>safiar, entre eles, o brasileiro<br />
E<strong>de</strong>rson Vilela.<br />
Vibração<br />
Para entregar ao público uma experiência<br />
<strong>de</strong> som mais envolvente e a vibração<br />
sonora do estádio para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa,<br />
a Globo começa a testar novos recursos<br />
áudio imersivo em Dolby Atmos. A ferramenta<br />
foi disponibilizada durante partida<br />
entre Corinthians e Atlético-GO, na semana<br />
passada. O serviço está disponível para<br />
os torcedores da região metropolitana <strong>de</strong><br />
São Paulo que recebem o sinal digital livre<br />
e gratuito na TV aberta. É preciso que o<br />
televisor, home theater ou soundbar sejam<br />
dotados da tecnologia Dolby Atmos e o<br />
espectador selecione no menu do televisor<br />
o serviço <strong>de</strong> áudio correspon<strong>de</strong>nte (atualmente<br />
5º).<br />
#perGuntapraela<br />
Tradicionalmente marcado por uma série<br />
<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> conscientização sobre o tratamento<br />
e diagnóstico do câncer <strong>de</strong> mama, o<br />
mês <strong>de</strong> Outubro foi escolhido pela Umbro<br />
para sua nova campanha. A marca esportiva<br />
firmou parceria com a Fe<strong>de</strong>ração<br />
Brasileira <strong>de</strong> Instituições Filantrópicas <strong>de</strong><br />
Apoio à Saú<strong>de</strong> da Mama (Femama) para<br />
ação que envolve não apenas as mulheres,<br />
mas também amigos e familiares. O pontapé<br />
inicial da campanha 3 Perguntas que<br />
Salvam #perguntapraela foi feito no último<br />
dia 1º <strong>de</strong> <strong>outubro</strong>, durante live no canal<br />
do YouTube da Femama. O evento virtual<br />
contou com a participação <strong>de</strong> nomes da<br />
música e das artes, entre eles, Zeca Baleiro,<br />
Tom Cavalcante, Leandro Hassum, Gustavo<br />
Men<strong>de</strong>s e Elisa Lucinda.<br />
48 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotod: Divulgtação<br />
O implacável chef Érick Jacquin empresta sua imagem para a campanha <strong>de</strong> lançamento da linha Temperos Pets que ajuda a incrementar as rações servidas para cães e gatos<br />
SABOR<br />
Está pensando que o renomado Érick Jacquin, implacável nos seus<br />
julgamentos no programa Masterchef e referência na alta gastronomia<br />
no país, só pensa na culinária para humanos? Ledo engano!<br />
Uma prova é a campanha <strong>de</strong> lançamento da marca Mon Petit Chéri,<br />
que promove temperos para os alimentos dos pets, estrelada por<br />
ele. Salmão e carborana são alguns dos sabores preparados por<br />
Jacquin para <strong>de</strong>ixar as rações servidas a cães e gatos menos monótonas.<br />
“As rações pets tradicionais do mercado são muito saudáveis,<br />
mas, por não oferecerem sabores que proporcionam prazer<br />
ao se alimentar, fazem com que muitos pets fiquem cansados<br />
<strong>de</strong>sses alimentos. Dessa forma, começam a recusar e não ter uma<br />
alimentação completa. E assim como nós, humanos, eles merecem<br />
ter também o prazer da gastronomia”, explica Hugo Fonseca,<br />
CEO da Mon Petit Chéri. Jacquin teve a assessoria <strong>de</strong> nutrólogos,<br />
nutricionistas e veterinários para <strong>de</strong>senvolver os aditivos que dão<br />
sabor mais acentuados às rações. A marca foi lançada no último<br />
mês <strong>de</strong> setembro e já chama a atenção das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> varejo.<br />
Os temperos da Mon Petit Chéri já estão disponíveis em PDVs na<br />
região Sul, São Paulo e Pernambuco.<br />
Diretora-executiva <strong>de</strong> criação da BETC Havas, Andrea Siqueira manteve ritmo em júris<br />
EXPERIÊNCIA<br />
Representante brasileira na competição Creative eCommerce do<br />
Cannes Lions 2018, a publicitária Andrea Siqueira, diretora-executiva<br />
<strong>de</strong> criação da BETC Havas, manteve em <strong>2020</strong> o ritmo <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong> júris <strong>de</strong> propaganda: Festival do Clube <strong>de</strong> Criação, D&AD,<br />
Cresta Awards e Profissionais do Ano, da Re<strong>de</strong> Globo.<br />
Trabalho da Cave para BaianaSystem e Tropkillaz está na disputa do Grammy <strong>2020</strong><br />
GRAMMY<br />
Dirigido por Rafael Kent, da Cave para a AKQA, o clipe Saci, <strong>de</strong><br />
BaianaSystem e Tropkillaz, disputa o Grammy na categoria Melhor<br />
clipe musical em versão curta. O resultado será anunciado no dia<br />
19 <strong>de</strong> novembro.<br />
jornal propmark - 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> 49
última página<br />
Belina Fewings/Unsplash<br />
Como anda o mindset,<br />
heartset, healthset e<br />
soulset da sua marca?<br />
Flávio Waiteman<br />
Existe um conceito interessante criado<br />
pelo autor best-seller cana<strong>de</strong>nse Robin<br />
Sharma. Ele afirma que as pessoas que<br />
moldam a história, como Nelson Man<strong>de</strong>la e<br />
Madre Teresa, entre outros, só conseguem<br />
fazê-lo porque vão além da configuração da<br />
mente (mindset), mas também se preocupam<br />
com a paixão pelos objetivos da vida<br />
(heartset), com o estar bem consigo próprio<br />
(healthset) e com o propósito ou inspiração<br />
pessoal (soulset). Num mundo cujas empresas<br />
adquirem cada vez mais personalida<strong>de</strong>,<br />
tom <strong>de</strong> voz e empatia, me peguei pensando<br />
se esse conceito (mindset, heartset, healthset<br />
e soulset) faria sentido também para as<br />
marcas hoje. Se seria um exercício válido<br />
pensar a marca sob esses critérios.<br />
Sobre mindset e a sua marca: 90% das<br />
marcas estão preocupadas apenas com<br />
o mindset. Delas próprias e dos clientes.<br />
Números <strong>de</strong> consumo. Vendas.<br />
Share. Mercado. E tudo bem<br />
com isso. Algumas nem fazem<br />
comunicação, pois os números<br />
sempre vão bem. Gran<strong>de</strong> parte<br />
das metas e objetivos é sobre informações<br />
mensuráveis. E se é<br />
mensurável, é bonificável. Mas<br />
estamos falando sobre quem<br />
“faz história”. E o mindset é um<br />
dos quatro pilares. É claro que o<br />
mindset é o início, é a estratégia,<br />
a inteligência. Mas geralmente os dados,<br />
sob tortura, conseguem confessar qualquer<br />
realida<strong>de</strong>.<br />
Sobre health set e sua marca: Robin afirma<br />
que as substâncias que o corpo produz<br />
e libera mediante exercícios, meditação e<br />
quietu<strong>de</strong> são importantes para fortalecer<br />
o todo. Para uma marca ser saudável, ela<br />
precisa ser trabalhada para isso. Uma marca<br />
bem mensurada. Pon<strong>de</strong>rada. Cuidada.<br />
“Talvez um treino aeróbico para ela”. “Um<br />
pouco <strong>de</strong> musculação para sua marca?”. E<br />
até: será que a minha marca não precisa <strong>de</strong><br />
um pouco <strong>de</strong> silêncio e meditação? Num<br />
mundo em que todos falam o tempo todo, o<br />
silêncio po<strong>de</strong> ser o novo luxo. Uma conversa<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser melhor que uma<br />
centena <strong>de</strong> memes.<br />
“Num muNdo<br />
em que todos<br />
falam o<br />
tempo todo,<br />
o silêNcio<br />
po<strong>de</strong> ser o<br />
Novo luxo”<br />
Sobre heartset e sua marca: apenas dados,<br />
raciocínio, metas <strong>de</strong> venda e performance<br />
po<strong>de</strong>m até levar você bem longe,<br />
mas será que são suficientes para “mudar<br />
a história”? É preciso coração. É preciso<br />
pulsação. Um sentimento. Mas é preciso<br />
também executivos com coragem. Já imaginou<br />
hoje alguém chegando ao conselho<br />
<strong>de</strong> administração, falando para acionistas<br />
e executivos sobre conceitos como coração,<br />
paixão, amor? Isso po<strong>de</strong> não pegar muito<br />
bem, não é? Só que todas aquelas pessoas<br />
da reunião chegam em casa e dizem: “amor,<br />
cheguei”. Mandam emojis <strong>de</strong> coraçãozinho<br />
para filhos e coisas do tipo. Se fazem no privado,<br />
po<strong>de</strong>riam assumir que isso também<br />
é importante no público e para a empresa.<br />
Como medir isso? Olha, tem coisas que só<br />
a coragem pessoal po<strong>de</strong> fazer por uma marca.<br />
E o tempo é que se encarrega <strong>de</strong> contar<br />
a história e os resultados. É por isso que a<br />
gran<strong>de</strong> maioria das pessoas e das marcas<br />
não “faz história”.<br />
Sobre soulset e sua marca:<br />
as marcas têm alma? Se você<br />
quer dizer que alma é algo que<br />
vai além das mesas, ca<strong>de</strong>iras e<br />
talentos envolvidos, sim. Talvez<br />
a soma <strong>de</strong> tudo (pessoas, lugar,<br />
clima, educação envolvida nos<br />
processos, talento etc.) possa ser<br />
chamado <strong>de</strong> alma. Alma para a<br />
marca é aquele brilho que acen<strong>de</strong><br />
na mente quando alguém fala<br />
o nome da marca. E vendo algumas empresas<br />
incríveis, bem administradas e sérias,<br />
porém sem voz, sem olhar, cabisbaixas ou<br />
ensimesmadas me dá uma dó danada. Sem<br />
alma, não há solução. Po<strong>de</strong> haver dinheiro.<br />
Mas veja um vírus que mesmo sem ter vida<br />
se reproduz muito. Dos history makers, a<br />
maior parte, mais do que saber o que iria<br />
fazer, <strong>de</strong>terminava valores inegociáveis<br />
e sabia exatamente o que não faria. E<br />
comunicava isso com sua mente, saú<strong>de</strong>,<br />
coração e alma. Por isso <strong>de</strong>ixou a sua marca.<br />
A lição que <strong>de</strong>ixam para as empresas é<br />
que comunicar os próprios valores po<strong>de</strong><br />
ser melhor do que esperar que alguém<br />
<strong>de</strong>scubra eles. O ser humano é complexo.<br />
E, como diria Einstein, conhecimento é<br />
importante, mas a diferença está na imaginação.<br />
Flávio Waiteman é CCO - Foun<strong>de</strong>r da Tech and Soul<br />
flavio.waiteman@techandsoul.com.br<br />
50 5 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark