You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
madrugada. Mais que prazer, é preciso alegria. “Não quero prazer”, dizia Tereza a<br />
Tomás. “Quero alegria!”<br />
Maquineta de fazer crianças<br />
Nos livros de medicina, os órgãos sexuais aparecem sob o título de “aparelho<br />
reprodutor”. Essa ideia de sexo como aparelho, maquineta de fazer crianças, me é<br />
repulsiva. Só podem tê-la aqueles que não leram o Cântico dos cânticos. Não existe<br />
naquele livro uma única sugestão de que sexo seja para procriar. Ali, sexo é só<br />
para a alegria do amor.<br />
Bicho-de-pé e educação sexual<br />
O bicho-de-pé (Tunga penetrans) merece sobreviver por suas múltiplas utilidades,<br />
entre elas, o seu uso didático, utilíssimo em aulas de educação sexual. A jovem,<br />
com medo da noite de núpcias, perguntou à mãe se doía muito. Ao que a mãe<br />
respondeu: “É feito bicho-de-pé. Dói um pouquinho, mas depois a gente não quer<br />
parar de esfregar...”.<br />
Luz das velas<br />
O amor nasce, vive e morre pelo poder – delicado – da imagem poética que o<br />
amante vê no rosto da amada. O amor prefere a luz das velas. Talvez porque seja<br />
isso tudo o que desejamos da pessoa amada: que ela seja uma luz suave que nos<br />
ajude a suportar o terror da noite.<br />
As mãos<br />
Como são diferentes as mãos ternas das mãos que desejam a posse! A ternura não<br />
deseja nada. O beijo terno apenas encosta os lábios... O olhar terno deseja que<br />
aquele momento seja eterno. Daí o seu cuidado, a voz que fala baixo, a mão que<br />
tateia, o mover-se vagaroso: para que o encanto da imagem não se quebre...<br />
Conversa<br />
“Ao pensar a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte<br />
pergunta: ‘Serei capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a minha<br />
velhice?’” (Nietzsche) Tudo o mais no casamento é transitório.