Edição 36 - Hotel Boutique

Especial
taque às de origem calvinista, sob a liderança de
João Calvino que a partir de 1531 passou a escrever
obras com forte apelo protestante.
Embora muitas mudanças também tenham
surgido ao longo de 500 anos de Lutero
é certo que ele foi a origem ao movimento que
mudou a face do mundo, não apenas no tocante
à religião mas também quanto à visão das
sociedades politicamente organizadas como
estados soberanos.
Até então, os pregadores católicos preocupavam-se
em proclamar as virtudes da pobreza, em
abominar a riqueza, como sendo obra do demônio
e fonte de todas as desgraças. Mas na esteira da
pregação da doutrina luterana divulgou-se o princípio
de que a prosperidade, como fruto do trabalho
honrado, é uma dádiva de Deus, com total respaldo
no texto bíblico. É certo que a Bíblia ensina que “é
mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma
agulha do que o rico entrar no Reino dos Céus...”
mas é também certo que “agulha” era o simbolismo
dado à porta estreita das guaritas existentes nas
esquinas das muralhas que cercavam as cidades,
onde o camelo entrava com grande dificuldade e
precisava ficar de joelhos no chão para passar...
Também é certo que Lutero teve uma decisiva
influência política nos destinos da humanidade.
E os países que adotaram os princípios
da Reforma Luterana, apresentam hoje sensível
diferença sobre aqueles que permaneceram tutelados
pela mitra da Igreja Romana.
Alguns pensadores têm até afirmado que
as diferenças dos americanos do norte com os
brasileiros do Sul da América reside na origem.
Segundo tais pensadores, os norte-americanos
chegaram a bordo do “Mayflower” cantando um
hino de louvor a Deus, por que vinham das perseguições
religiosas na Inglaterra. Tão logo chegaram,
fundaram uma escola e uma igreja. Já os
nossos portugueses, tão logo chegaram ao Brasil
rezaram uma missa, que os índios não entenderam,
e dali saíram perseguidos à procura de
ouro. Os norte americanos chegaram à procura
de “God” enquanto os nossos colonizadores caçaram
índios à procura de “Gold”...
Fiel aos princípios doutrinários estabelecidos
por Martinho Lutero naquele memorável 31
de outubro de 1517, a Igreja Evangélica Luterana
do Brasil vem proclamando as verdades que
ele restaurou com sua abençoada obra.
A própria Igreja Católica de hoje tem procurado
restaurar a imagem daquele grande reformador
que ousou discordar do Papa numa
época que o mesmo detinha na mão superpoderes
de vida ou de morte sobre os seus súditos,
deixando para a sua igreja a certeza de que “o
justo viverá pela fé...” e não pelas obras, para que
ninguém se glorie (Efésios 2.9).
Não é sem razão que hoje a Igreja Católica
já revogou a excomunhão imposta a Lutero, e o
Papa Francisco, em reinterados pronunciamentos,
tem manifestado seu ponto de vista contrário
à pregação de alguns setores radicais, que insistem
em pregar um clima de adversidade entre
“ricos e pobres”, “negros e brancos”, “homens e mulheres”,
como se Deus fizesse acepção de pessoas.
Agora, recentemente, o Papa manifestou-
-se em favor de uma nova sociedade conjugal,
quando motivada por motivos relevantes. E tem
manifestado simpatia em favor do fim do celibato
clerical já defendido por Lutero, ao casar-se
com a freira Katharina Von Bora.
Daí por que é de inteira e salutar Justiça
que Lutero não seja visto sob o rótulo de protestante
rebelde. Mas como o restaurador da verdade
eterna que conduziu ao céu até o ladrão
da Cruz arrependido comprovando que “na casa
do meu Pai tem muitas moradas”, segundo o ensinamento
de João 14.2.
E que todos somos, potencialmente, herdeiros
da bendita vida eterna, independente das
normas éticas de conduta criadas pelo homem,
pois, “o justo viverá pela fé” e não pela roupa que veste,
pelo alimento que come, ou pela bebida que bebe.
“Por que Deus amou o mundo de tal maneira
que deu seu Filho Unigênito para que todo que nele
crê não pereça mas tenha a vida eterna...”, João 3:16.
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