Jornal das Oficinas 119
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<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> Of icinas<br />
07<br />
Parceria<br />
Patrocinadores<br />
solutions<br />
for<br />
your<br />
business<br />
soluções para o seu negócio<br />
uma alteração que redefinirá principalmente a vida<br />
<strong>das</strong> pessoas nos centros urbanos.<br />
Com to<strong>das</strong> estas alterações que se preveem, indústrias<br />
como as seguradoras e os distribuidores<br />
de peças auto, já fizeram sentir aos seus acionistas<br />
e entidades reguladoras o facto de os seus negócios<br />
virem a ser fortemente afetados a médio prazo.<br />
Seguramente, um dos setores que também será<br />
atingido com estas alterações diz respeito ao pós-<br />
-venda. Se os fabricantes de automóveis tradicionais<br />
reforçarem conceitos comerciais de renting com<br />
assistência incluída, então o pós-venda independente<br />
sofrerá com isso. Mas se nos centros urbanos<br />
o carsharing e os self-driving cars forem geridos<br />
por empresas que adquiram os meios que proporcionam<br />
a mobilidade e, depois, os comercializam,<br />
então serão estas as empresas target dos operadores<br />
de pós-venda.<br />
Estamos habituados na indústria automóvel a que<br />
o fabricante A, B ou C venda o seu produto com a<br />
sua marca. Mas temos na indústria aeronáutica um<br />
exemplo bem diferente. A Boeing e a Airbus fabricam<br />
aviões e não oferecem serviços de transporte,<br />
deixando tal função às várias empresas que prestam<br />
tais serviços a nível mundial. Se a Google consegue<br />
compreender melhor o que o cliente da geração<br />
online quer, porque razão não pode vender soluções<br />
de mobilidade? Se a Uber consegue um serviço de<br />
mobilidade com qualidade superior ao standard<br />
dos Táxis, com preços mais baixos, porque razão<br />
não pode desenvolver o seu conceito? Se a Tesla<br />
está um passo à frente na implementação de viaturas<br />
elétricas, porque razão não acreditamos que<br />
é um novo e forte player da indústria?<br />
Durante déca<strong>das</strong>, a indústria automóvel teve os<br />
mesmos players sem que outsiders conseguissem<br />
entrar nela com sucesso. Em Portugal, temos dois<br />
casos relativamente recentes: UMM e Portaro. No<br />
caso dos UMM, eram viaturas que provaram grande<br />
fiabilidade, até mesmo para fins militares, e, no<br />
entanto, não conseguiram resistir. Mas, em pleno<br />
século XXI, a indústria automóvel tem o maior desafio<br />
da sua história: conseguir estar no mercado<br />
dependendo de empresas gigantes, como a Google<br />
ou a Apple, que têm, ao mesmo tempo, condições<br />
para serem os seus maiores concorrentes. Esta relação<br />
de forças ainda não foi encontrada.<br />
As oficinas auto necessitam de perceber que a<br />
tecnologia de propulsão e toda a tecnologia envolvida<br />
na telemática e nas viaturas sem condutor,<br />
obrigam a uma alteração profunda nos serviços<br />
técnicos que prestam.<br />
As oficinas necessitarão de ter um “técnico de<br />
informática” ou ter a possibilidade de se ligarem<br />
remotamente a um call center técnico, especialista<br />
em viaturas da nova geração, que lhes poderemos<br />
chamar “viaturas autónomas online”. Se olharmos<br />
para estas viaturas como “smartphones com ro<strong>das</strong>”<br />
(e estas palavras têm sido repeti<strong>das</strong> pelos presidentes<br />
dos fabricantes de automóveis), então as<br />
oficinas auto têm de olhar para o seu negócio também<br />
como quem terá de assistir (para além <strong>das</strong><br />
viaturas <strong>das</strong> gerações mais antigas) um smartphone.<br />
A venda de acessórios e, principalmente, a venda<br />
de apps, será uma parte do negócio <strong>das</strong> oficinas<br />
auto. A instalação de antivírus, firewalls, upgrades,<br />
entre outros, que, hoje, são linguagem dos computadores,<br />
farão parte do dia-a-dia <strong>das</strong> oficinas auto<br />
do século XXI.<br />
Mas a alteração não se pode confinar à tecnologia<br />
do produto. Se, efetivamente, nos centros urbanos<br />
circularem menos viaturas, então o mercado potencial<br />
de pós-venda será tendencialmente reduzido.<br />
Se as viaturas sem condutor tiverem menos<br />
desgaste e menos acidentes, então existirá menos<br />
negócio de pós-venda.<br />
Se há uma nova geração que estranhará o facto<br />
de os seus pais ou avós terem comprado um veículo,<br />
então o cliente do pós-venda passará a ser quem<br />
gere a frota e não quem a utiliza diariamente.<br />
As oficinas auto têm de estar prepara<strong>das</strong> para uma<br />
nova realidade tecnológica mas, também, para uma<br />
nova tipologia de clientes.<br />
A Nokia e a Kodak são, frequentemente, aponta<strong>das</strong><br />
como exemplos de grandes empresas, que não<br />
perceberam atempadamente as mudanças que os<br />
setores em que operavam sofreram. Todos nós,<br />
independentemente da dimensão, necessitamos<br />
de perceber o que está a acontecer à nossa volta e<br />
quais as tendências tecnológicas e de consumo.<br />
Com ciclos de vida de produtos cada vez menores<br />
e modelos de negócio completamente disruptivos<br />
dos tradicionais, o pós-venda terá sempre o seu<br />
futuro garantido, desde que consiga acompanhar<br />
as tendências. Para tal, a recetividade à mudança<br />
é o maior ativo <strong>das</strong> organizações do século XXI.<br />
Um dos setores que será atingido pelos veículos sem condutor<br />
diz respeito ao pós-venda. A revolução está ao virar da esquina<br />
O mundo está na iminência de passar de veículos com condutor<br />
para veículos sem condutor. Testes e protótipos não têm faltado<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Outubro I 2015