Jornal das Oficinas 119
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06<br />
Destaque<br />
Oficina para Viaturas Sem Condutor<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> Of icinas<br />
o<br />
X Capítulo<br />
Por: Dário Afonso<br />
Visite o microsite da Campanha em www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
Recetividade à mudança<br />
› Viaturas sem condutor<br />
ou, na versão anglosaxónica,<br />
self-driving<br />
cars, não são futurologia.<br />
São uma realidade<br />
tecnológica de hoje,<br />
que apenas aguarda<br />
enquadramento legal<br />
para poder ser utilizada<br />
nas estra<strong>das</strong> europeias<br />
Temas Específicos em cada<br />
Edição Mensal do <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong><br />
Nov Oficina de Serviços<br />
(só vende MDO especializada)<br />
Dez Oficina B2B<br />
(não trabalha consumidor final)<br />
Fabricantes como a Audi e a Volvo, entre outros,<br />
têm investido muito nesta tecnologia. E após<br />
milhões de quilómetros realizados, enaltecem,<br />
de forma contundente, a segurança rodoviária desta<br />
inovação. Segundo a Morgan Stanley, são estas as<br />
principais vantagens da condução autónoma:<br />
● Redução de custos em acidentes de viação;<br />
● Redução de mortes em acidentes de viação;<br />
● Aumento da mobilidade para seniores, cegos<br />
e deficientes;<br />
● Redução de congestão de trânsito;<br />
● Diminuição de emissões para a atmosfera;<br />
● Aumento da produtividade;<br />
● Valor potencial de poupança anual nos Estados<br />
Unidos da América: 1.3 MM de Dólares.<br />
Como na maioria dos casos, na indústria automóvel,<br />
a passagem de viatura com condutor para viatura<br />
sem condutor será feita de forma gradual. Hoje,<br />
é mundano o sistema de cruise control nas viaturas.<br />
Se adicionarmos ao tradicional cruise control o<br />
sistema de assistência à travagem por radar (que<br />
identifica um veículo a circular na sua trajetória a<br />
velocidade reduzida), então, praticamente já só nos<br />
falta entregar o controlo da direção...<br />
Mesmo no que diz respeito à total condução autónoma,<br />
o que está definido e que, hoje, existe é<br />
que, em determinados locais (como autoestra<strong>das</strong>),<br />
a própria viatura informa o condutor que naquele<br />
ambiente está disponível a “condução pilotada”,<br />
podendo então o condutor desenvolver outro tipo<br />
de funções dentro da viatura - que não a típica<br />
condução da mesma. O condutor está, assim, livre<br />
de poder trabalhar no seu tablet ou smartphone,<br />
ler uma revista ou, simplesmente, ter uma conversa<br />
relaxada com os restantes ocupantes do veículo.<br />
Todos os estudos relativos ao setor automóvel<br />
indicam que há uma forte tendência para a alteração<br />
do comportamento dos consumidores no que<br />
diz respeito à compra de viatura. Se até hoje a compra<br />
deste bem foi a opção mais comum, a verdade<br />
é que iremos, gradualmente, passar para a compra<br />
do serviço de mobilidade. Ou seja, as viaturas serão<br />
geri<strong>das</strong> por gestoras de frota (não forçosamente<br />
aquelas a que estamos habituados nos dias de hoje<br />
ou, pelo menos, não com os modelos de negócio<br />
que conhecemos atualmente) e os seus clientes<br />
pagarão um serviço de utilização de meios, que<br />
garantam a sua mobilidade.<br />
Nos grandes centros urbanos, são reconheci<strong>das</strong><br />
as vantagens de conceitos como o carsharing e<br />
vários estudos apontam as viaturas sem condutor<br />
como os grandes facilitadores da redução do número<br />
de viaturas nas grandes cidades. Ou seja, teremos<br />
menos viaturas a circular, mas a transportar as mesmas<br />
pessoas do que hoje.<br />
Empresas como a Tesla, a Google, a Uber e a Apple,<br />
entre outras, estão muito atentas a estas tendências<br />
e são agentes ativos desta transformação.<br />
A Uber afirma que o principal custo de um Táxi é o<br />
seu condutor. No dia em que as viaturas se desloquem<br />
autonomamente, então o custo por quilómetro<br />
percorrido será drasticamente mais baixo<br />
do que o atual. Por outro lado, a otimização dos<br />
percursos será realizada automaticamente e a condução<br />
da viatura será realizada sem o efeito do<br />
“humor” do motorista.<br />
Segundo um estudo realizado pelo America’s<br />
National Highway Traffic Safety Administration, 94%<br />
dos acidentes de viação nos Estados Unidos da<br />
América devem-se a erro humano. Eis as principais<br />
causas:<br />
● Álcool<br />
● Velocidade<br />
● Distração<br />
As viaturas sem condutor não bebem álcool, não<br />
excedem os limites de velocidade e não se distraem<br />
ao telefone ou a ler SMS…<br />
Face a tudo o que expusemos anteriormente, será<br />
facilmente compreensível que alguns políticos colocarão<br />
este tema nas suas agen<strong>das</strong>. Não nos podemos<br />
esquecer que estes políticos são os mesmos<br />
que geram as leis, que permitem a circulação de<br />
tais viaturas...<br />
Não tenhamos dúvi<strong>das</strong> que entre a vontade de<br />
várias indústrias que estão interessa<strong>das</strong> nesta solução<br />
de condução autónoma e a possibilidade de<br />
alguns políticos ficarem na história, como aqueles<br />
que permitiram a maior alteração no transporte de<br />
pessoas e bens, desde a passagem de carros puxados<br />
a cavalos para carros sem cavalos.<br />
Estamos na eminência de passarmos de veículos<br />
com condutor para veículos sem condutor. Esta é<br />
Outubro I 2015<br />
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