Jornal das Oficinas 119
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<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> Of icinas<br />
Financiamento de equipamentos<br />
Ser concorrencial<br />
A aquisição de equipamentos<br />
através de leasing ou renting é<br />
interessante, pois permite<br />
uma amortização gradual do<br />
investimento, com custos<br />
moderados<br />
Uma oficina de reparação automóvel<br />
nos nossos dias, quer seja de mecânica<br />
geral, colisão, pneus ou mecânica<br />
rápida, tem de ser competitiva para estar<br />
no mercado, rentável para se manter<br />
sustentável e eficiente e produtiva para<br />
poder oferecer intervenções tecnicamente<br />
corretas e com valor para o cliente.<br />
Para poder obedecer a todos estes requisitos,<br />
o binómio homem/máquina<br />
tem de estar no nível máximo, o que<br />
significa ter pessoal com formação completa<br />
e com equipamentos avançados,<br />
produtivos, eficientes e rentáveis.<br />
Claro que tudo isto é mais fácil dizer do<br />
que fazer, mas a realidade é que não existe<br />
outra opção em cima da mesa. Se a oficina<br />
não tiver pessoal competente e se não<br />
estiver equipada a 100%, falha um dos<br />
aspetos essenciais acima referidos. E, falhando,<br />
acaba por ser a falência de todos,<br />
porque estão totalmente interligados. A<br />
questão, portanto, não será tanto investir<br />
mais ou menos, mas como financiar o<br />
investimento necessário, atendendo à<br />
dimensão da oficina, quadro de pessoal<br />
e especialidades exerci<strong>das</strong>.<br />
Ferramentas essenciais<br />
Com a atual complexidade tecnológica<br />
dos veículos, a primeira exigência passa<br />
por dispor de soluções de diagnóstico de<br />
primeira linha, que incluam bases de dados<br />
dos modelos do parque circulante e<br />
informação técnica detalhada. Programas<br />
de avaliação de danos e orçamentação<br />
são, também, indispensáveis, porque o<br />
cliente precisa de saber o custo da reparação<br />
para decidir. Obviamente, a oficina<br />
não pode pedir demais nem de menos,<br />
porque se arrisca a perder o negócio, no<br />
primeiro caso, e corre o risco de perder<br />
dinheiro, no segundo. Dependendo da<br />
dimensão e movimento da oficina, uma<br />
linha de pré-inspeção pode constituir um<br />
meio complementar de diagnóstico e uma<br />
forma de angariar serviço.<br />
No terreno <strong>das</strong> infraestruturas, é preciso<br />
contar com ar comprimido, iluminação,<br />
ventilação e sistemas de tratamento de<br />
águas residuais. Dependendo do tipo<br />
de oficina e da sua dimensão, é preciso<br />
contar com elevadores adequados. O<br />
elevador é uma ferramenta indispensá-<br />
vel de verificação e diagnóstico do veículo,<br />
servindo, de seguida, para realizar<br />
a intervenção nas melhores condições<br />
de ergonomia e segurança.<br />
Nas oficinas de colisão, há equipamentos<br />
incontornáveis, como, por exemplo,<br />
o banco de carroçaria, a cabina, as áreas<br />
de preparação com ventilação, os sistemas<br />
de secagem rápida, as pistolas de<br />
aplicação e respetivo equipamento de<br />
limpeza, o sistema de cor e as ferramentas<br />
de lixagem e máquinas de soldar.<br />
Nas oficinas de pneus, as máquinas de<br />
montar pneus, de equilibrar ro<strong>das</strong> e os<br />
sistemas de alinhamento são a base, mas<br />
existem, também, equipamentos de reparar<br />
pneus, de vulcanizar e até de recauchutar.<br />
Em qualquer oficina, uma<br />
secção de lavagem manual e/ou automática<br />
é aconselhável.<br />
Formas de financiamento<br />
Convém ter a noção de que um layout<br />
completo de uma oficina pequena pode<br />
ultrapassar, hoje, um milhão de euros,<br />
chegando aos dois ou três milhões e mais<br />
para oficinas maiores. A forma mais vantajosa<br />
de investimento passa por capitais<br />
próprios da empresa, dos sócios ou de<br />
acionistas, porque evita o pagamento<br />
de encargos financeiros. De qualquer<br />
forma, a aquisição de equipamentos<br />
através de leasing é, também, interessante,<br />
pois permite uma amortização<br />
gradual do investimento, com custos<br />
moderados. O empréstimo bancário é a<br />
opção mais penalizante, podendo exigir<br />
garantias, fiadores, entre outros. Para já<br />
não falar nos encargos, que são, geral-<br />
mente, elevados. De qualquer modo,<br />
acrescente-se, o equipamento de boa<br />
qualidade, bem utilizado e com manutenção<br />
correta, amortiza-se a si próprio,<br />
através da faturação suplementar que<br />
permite realizar.<br />
Renting é uma boa opção<br />
Outro modelo de financiamento a ter em conta é o renting, ou aluguer<br />
operacional de equipamentos, que permite às empresas racionalizar os<br />
custos, mantendo as linhas de crédito intactas, ao mesmo tempo que<br />
permite o acesso a ferramentas tecnológicas, que são um veículo imprescindível<br />
na alavancagem de maior produtividade.<br />
O renting constitui uma alternativa muito credível e vantajosa para<br />
as empresas. Além de permitir salvaguardar os recursos financeiros<br />
(proteção da tesouraria) da companhia, faz com que o valor <strong>das</strong> ren<strong>das</strong><br />
seja 100% dedutível em sede de IRC. Paralelamente, a aposta no aluguer<br />
operacional não agrava as responsabilidades <strong>das</strong> empresas junto do<br />
Banco de Portugal, o que, claramente, constituí um argumento de peso<br />
na hora de escolher entre um financiamento “clássico” (crédito ou<br />
leasing). Por outro lado, o facto de as taxas (ou fator de utilização) não<br />
estarem indexa<strong>das</strong> à Euribor evita que existam oscilações no valor a<br />
pagar na renda mensal, possibilitando que seja criado um plano de<br />
pagamentos a curto, médio ou longo prazo, sem lugar a surpresas. Importa,<br />
igualmente referir, que a forma rápida, simples e sem burocracias<br />
adicionais com que decorre esta atividade é, por si só, uma ferramenta<br />
de inestimável valor para as empresas.<br />
Qualquer que seja a modalidade de financiamento, um seguro adequado<br />
protege esse investimento de imprevistos e permite a sua substituição<br />
em caso de inutilização.<br />
Outubro I 2015<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com