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Uso de Insulina

Uso de Insulina - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - UFRGS

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<strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Insulina</strong><br />

Orientações para<br />

pacientes e familiares<br />

Educação<br />

em Saú<strong>de</strong><br />

VOL. 62


<strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Insulina</strong><br />

Orientações para pacientes<br />

e familiares<br />

Revisão técnica:<br />

Angela Jacob Reichelt - Médica Contratada do<br />

Serviço <strong>de</strong> Endocrinologia do Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong><br />

Porto Alegre.<br />

Sandra Pinho Silveiro - Professora do<br />

Departamento <strong>de</strong> Medicina Interna da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Medicina da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

Suzana Fiore Scain - Enfermeira do Serviço <strong>de</strong><br />

Enfermagem em Saú<strong>de</strong> Pública do Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong><br />

Porto Alegre.<br />

Maria Luiza Soares Schmidt - Enfermeira<br />

Obstetra do Serviço <strong>de</strong> Enfermagem em Saú<strong>de</strong> Pública do<br />

Hospital <strong>de</strong> Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />

Ivana Linhares Colisse Kern - Enfermeira do<br />

Serviço <strong>de</strong> Enfermagem em Saú<strong>de</strong> Pública do Hospital <strong>de</strong><br />

Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre.


Sumário<br />

APRESENTAÇÃO 5<br />

1. Diabetes Mellitus 7<br />

2. <strong>Insulina</strong> 8<br />

2.1. Tipos e tempos <strong>de</strong> ação das insulinas 8<br />

2.2. Conservação e transporte da insulina 8<br />

3. Modo <strong>de</strong> preparo da seringa e aplicação 11<br />

da insulina<br />

3.1. Material necessário para aplicar a insulina 11<br />

3.2. Técnica <strong>de</strong> aplicação 12<br />

3.3. Locais <strong>de</strong> aplicação 15<br />

3.4. Dicas importantes 16<br />

3.5. Descarte do material 17<br />

4. Hipoglicemia 18<br />

4.1. O que fazer para tratar a hipoglicemia 18<br />

5. Situações <strong>de</strong>correntes da aplicação<br />

<strong>de</strong> insulina 20<br />

ANOTAÇÕES 22<br />

CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO 23<br />

FICHA DE ANOTAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR 25<br />

REFERÊNCIAS CONSULTADAS 27


Apresentação<br />

Prezado paciente,<br />

Este manual foi elaborado para auxiliar em<br />

seu tratamento. O objetivo é orientá-lo sobre<br />

o uso da insulina para o controle do diabetes.<br />

As pessoas que ajudam em seu tratamento<br />

também po<strong>de</strong>m se informar com o guia.<br />

5


1. Diabetes mellitus<br />

O diabetes mellitus é uma doença crônica na qual os níveis <strong>de</strong><br />

glicose (açúcar) no sangue estão elevados, por problemas na<br />

produção ou no funcionamento da insulina.<br />

A insulina é um hormônio produzido por uma glândula chamada<br />

pâncreas, que se localiza no abdômen, próximo ao estômago.<br />

A função da insulina é auxiliar a passagem da glicose do<br />

sangue para as células. Quando o pâncreas não produz insulina<br />

suficiente, ocorre o diabetes, que precisa ser tratado com<br />

dieta, exercício físico e medicamentos orais ou injetáveis.<br />

No diabetes mellitus tipo 1, que surge geralmente em crianças<br />

e em adultos jovens, o pâncreas <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> produzir a insulina,<br />

que <strong>de</strong>ve ser imediatamente substituída pelo tratamento com<br />

insulina exógena (<strong>de</strong> fora do corpo).<br />

No diabetes mellitus tipo 2, que geralmente aparece em pessoas<br />

acima <strong>de</strong> 40 anos, existe alguma produção <strong>de</strong> insulina,<br />

que é insuficiente ou não funciona como <strong>de</strong>veria. O tratamento<br />

inicia, em geral, com o uso <strong>de</strong> comprimidos. Quando esses<br />

não controlam mais o diabetes, po<strong>de</strong> ser necessário o uso da<br />

insulina.<br />

Mulheres com diabetes que engravidam ou que <strong>de</strong>senvolvem<br />

diabetes na gestação <strong>de</strong>vem fazer dieta para controlar os níveis<br />

<strong>de</strong> glicose. Se a dieta não for mais capaz <strong>de</strong> controlar a<br />

glicose, inicia-se o tratamento com insulina.<br />

7


2. <strong>Insulina</strong><br />

Existem vários tipos <strong>de</strong> insulina e elas variam quanto ao tipo e<br />

ao tempo <strong>de</strong> ação em nosso corpo.<br />

2.1. Tipos e tempos <strong>de</strong> ação das insulinas<br />

No quadro abaixo você po<strong>de</strong> encontrar os tipos <strong>de</strong> insulina<br />

mais conhecidos no Brasil. Seu médico vai indicar qual é o<br />

mais a<strong>de</strong>quado para você.<br />

8<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

insulina<br />

Aspecto<br />

Ação<br />

Início<br />

(tempo para começar<br />

a funcionar)<br />

Pico<br />

(força máxima)<br />

Duração<br />

(tempo que fica<br />

funcionando)<br />

NPH/ Lenta Leitosa Intermediária 2 a 4 horas 4 a 10 horas 10 a 18 horas<br />

Regular Transparente Curta (rápida) 30 a 60 minutos 2 a 3 horas 5 a 8 horas<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

análogo<br />

Aspecto<br />

Ação<br />

Início<br />

(tempo para começar<br />

a funcionar)<br />

Pico<br />

(força máxima)<br />

Duração<br />

(tempo que fica<br />

funcionando)<br />

Glargina<br />

(Lantus®)<br />

Transparente Longa 2 a 4 horas sem picos 20 a 24 horas<br />

Detemir Transparente Longa 1 a 2 horas 6 a 8 horas<br />

12 a 22 horas<br />

(<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da dose)<br />

Lispro<br />

(Humalog®)<br />

Transparente Ultrarápida 5-15 minutos 30 a 120 minutos 3 a 5 horas<br />

Asparte<br />

(Novo Rapid)<br />

Transparente Ultrarápida 5-15 minutos 30 a 120 minutos 3 a 5 horas<br />

Glulisina Transparente Ultrarápida 5-15 minutos 30 a 120 minutos 3 a 5 horas<br />

Adaptado <strong>de</strong>: Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Diabetes, 2011. Revisão sobre análogos <strong>de</strong> insulina.<br />

2.2. Conservação e transporte da insulina<br />

A insulina é sensível à luz, a temperaturas muito altas (mais<br />

<strong>de</strong> 30 graus) ou muito baixas (abaixo <strong>de</strong> 2 graus) e à agitação<br />

do frasco, e po<strong>de</strong> ter seu efeito alterado se for exposta a uma


<strong>de</strong>ssas situações. O i<strong>de</strong>al é guardar<br />

os frascos que não estão em uso na<br />

gela<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um recipiente<br />

plástico tampado, longe do congelador.<br />

Se ela for congelada, não<br />

po<strong>de</strong>rá ser reaproveitada. O frasco<br />

que está em uso po<strong>de</strong> ser mantido<br />

em temperatura ambiente, observando-se<br />

os cuidados citados, e<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o tempo <strong>de</strong> uso não ultrapasse<br />

um mês.<br />

Para transportar a insulina, você<br />

po<strong>de</strong> colocá-la em um recipiente<br />

<strong>de</strong> isopor - sem gelo, somente<br />

para que fique “fresquinha” -; ou<br />

em uma garrafa térmica pequena<br />

como as usadas para crianças; ou<br />

em recipiente térmico tipo estojo.<br />

Quando chegar ao seu <strong>de</strong>stino,<br />

coloque-a imediatamente na gela<strong>de</strong>ira.<br />

A insulina é medida em unida<strong>de</strong>s<br />

(U) e existem seringas especiais<br />

para aplicá-la. No Brasil, as seringas<br />

disponíveis no mercado são <strong>de</strong><br />

30, 50 e 100 unida<strong>de</strong>s. Nas <strong>de</strong> 30 e<br />

50 unida<strong>de</strong>s, cada traço da seringa<br />

(“risquinho”) vale uma unida<strong>de</strong>.<br />

Nas <strong>de</strong> 100 unida<strong>de</strong>s, cada traço<br />

vale duas unida<strong>de</strong>s.<br />

9


A agulha <strong>de</strong> insulina é mais curta e mais fina do que as agulhas<br />

usadas para outras injeções. Isto faz com que o líquido fique<br />

no tecido subcutâneo (a gordura abaixo da pele), antes do<br />

músculo. Neste local ela vai sendo liberada lentamente para<br />

o sangue.<br />

A seringa e a agulha po<strong>de</strong>rão ser reaproveitadas, mas não <strong>de</strong>vem<br />

ser lavadas, fervidas ou <strong>de</strong>sinfetadas com álcool. O importante<br />

é proteger a agulha, colocando a tampa logo <strong>de</strong>pois do<br />

uso.<br />

ATENÇÃO!<br />

Troque a seringa ou a agulha quando:<br />

• a agulha estiver rombuda (causando dor na hora da<br />

aplicação);<br />

• os traços (“risquinhos”) da seringa estiverem apagados;<br />

• a agulha for contaminada (se você tocou nela ou tocou<br />

com ela em algum lugar).<br />

Também estão disponíveis no mercado as canetas especiais<br />

para aplicação <strong>de</strong> insulina. Elas po<strong>de</strong>m ser adquiridas em farmácias<br />

especializadas em diabetes, mas é importante a orientação<br />

<strong>de</strong> um profissional. As canetas po<strong>de</strong>m ser encontradas,<br />

também, com misturas <strong>de</strong> insulinas com tempos <strong>de</strong> ação diferentes,<br />

por exemplo, associações <strong>de</strong> insulina <strong>de</strong> ação rápida<br />

com insulina <strong>de</strong> ação intermediária. Seu médico vai orientar<br />

sobre o uso <strong>de</strong>ssas insulinas, quando for indicado.<br />

Uma terceira maneira <strong>de</strong> administrar a insulina é por meio <strong>de</strong><br />

10


ombas <strong>de</strong> infusão contínua. São pequenos aparelhos, colocados<br />

geralmente na barriga, e que possibilitam a injeção contínua<br />

da insulina. Esses aparelhos são usados em situações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scompensação aguda do diabetes e em ocasiões em que é<br />

necessária a manutenção da glicose em faixas muito estreitas<br />

<strong>de</strong> controle, como na gravi<strong>de</strong>z.<br />

3. Modo <strong>de</strong> preparar a aplicação da insulina<br />

3.1. Material necessário para aplicar a insulina<br />

• seringa e agulha <strong>de</strong> insulina;<br />

• algodão;<br />

• álcool;<br />

• insulina<br />

• receita prescrita pelo médico<br />

O frasco <strong>de</strong> insulina <strong>de</strong>ve ser retirado da gela<strong>de</strong>ira 15 minutos<br />

antes <strong>de</strong> aplicá-la (se estiver gelada, ela po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o local<br />

dolorido e endurecido).<br />

11


3.2. Técnica <strong>de</strong> aplicação<br />

1. Lave bem as mãos com água e sabão. 2. Misture bem a solução <strong>de</strong> insulina<br />

(NPH) com movimentos lentos, rolando<br />

o frasco entre a palma das mãos, até o<br />

líquido ficar leitoso e homogêneo (todo<br />

igual). O frasco não <strong>de</strong>ve ser agitado ou<br />

sacudido. Se utilizadas insulinas transparentes,<br />

esse cuidado não é necessário.<br />

3. Limpe a tampa <strong>de</strong> borracha do frasco<br />

com algodão embebido em álcool num<br />

único sentido, passando somente uma vez<br />

cada lado do algodão.<br />

4. Aspire, na seringa, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar<br />

igual à dose <strong>de</strong> insulina prescrita, mantendo<br />

a agulha tampada.<br />

12


5. Deixe o frasco na mesa e introduza a<br />

agulha através da tampa <strong>de</strong> borracha. Injete<br />

o ar que estava na seringa para <strong>de</strong>ntro<br />

do frasco com um movimento firme.<br />

6. Vire o frasco e aspire a dose <strong>de</strong> insulina<br />

prescrita, lentamente. Verifique se há<br />

bolhas <strong>de</strong> ar: se houver, injete a insulina<br />

<strong>de</strong> volta para o frasco e aspire a dose novamente.<br />

7. Faça a limpeza da pele no local escolhido<br />

para aplicação com algodão embebido<br />

em álcool, em sentido único.<br />

8. Segure o local on<strong>de</strong> será aplicada a<br />

insulina, formando uma prega com os<br />

<strong>de</strong>dos (figura 9), e introduza a agulha em<br />

ângulo reto (figura 10). Segure a seringa<br />

como se fosse uma caneta, para maior<br />

firmeza.<br />

13


9. Observe a forma correta <strong>de</strong> segurar a<br />

pele (Adaptado <strong>de</strong> Hansen B et al, 2007).<br />

10. O ângulo <strong>de</strong> aplicação da agulha <strong>de</strong>ve<br />

ser <strong>de</strong> 90 graus (ângulo reto em relação à<br />

pele). A injeção <strong>de</strong>ve ser feita no subcutâneo,<br />

que é a camada <strong>de</strong> gordura embaixo<br />

da pele (Adaptado <strong>de</strong> Hansen B et al,<br />

2007).<br />

11. Injete a insulina suavemente e, ao retirar<br />

a agulha, faça uma leve compressão<br />

com algodão no local da aplicação (po<strong>de</strong><br />

contar até <strong>de</strong>z). Não massageie a área. A<br />

massagem po<strong>de</strong>rá aumentar a circulação<br />

<strong>de</strong> sangue, o que fará com que a insulina<br />

possa funcionar <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada.<br />

Tampe a agulha imediatamente para evitar<br />

contaminação.<br />

14


3.3. Locais <strong>de</strong> aplicação<br />

Os locais mais a<strong>de</strong>quados para aplicação <strong>de</strong> insulina estão<br />

mostrados na figura abaixo:<br />

1 - Abdômen<br />

2 - Braços<br />

3 - Ná<strong>de</strong>gas<br />

4 - Coxas<br />

Deve-se fazer o rodízio (mudança) dos locais <strong>de</strong> aplicação,<br />

para que eles não fiquem endurecidos, o que po<strong>de</strong> prejudicar<br />

a ação da insulina.<br />

15


Além do local, troque também os pontos (<strong>de</strong>monstrados pelos<br />

“quadradinhos” da figura). O i<strong>de</strong>al é que se <strong>de</strong>more <strong>de</strong> 20 a 30<br />

dias para voltar a aplicar no mesmo ponto. Deve-se <strong>de</strong>ixar uma<br />

distância <strong>de</strong> mais ou menos 3 centímetros (2 <strong>de</strong>dos) entre um<br />

ponto e outro <strong>de</strong> aplicação.<br />

As gestantes po<strong>de</strong>m aplicar a insulina nos mesmos locais, inclusive<br />

no abdômen, sem risco algum para ela ou para o bebê.<br />

3.4. Dicas importantes<br />

16<br />

1. Ao adquirir a insulina, observe se correspon<strong>de</strong> àquela<br />

prescrita na receita, se o frasco está lacrado e se está no<br />

prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>.<br />

2. A insulina <strong>de</strong>verá ser aplicada diariamente e no(s)<br />

horário(s) prescrito(s).<br />

3. Quando tiver que usar 2 tipos diferentes <strong>de</strong> insulina, por<br />

exemplo NPH + R (regular), NPH + lispro: aspire sempre a<br />

insulina R ou a lispro primeiro, e <strong>de</strong>pois, a NPH. Aplique<br />

em seguida.<br />

4. A insulina glargina (Lantus) não po<strong>de</strong> ser diluída e nem<br />

misturada com outra insulina. Ela também não po<strong>de</strong> ser<br />

aspirada em seringas que foram usadas para aspirar outras<br />

insulinas.<br />

5. Quando você tiver que coletar exame <strong>de</strong> sangue em jejum<br />

pela manhã, vá ao laboratório sem comer nada, colha<br />

o exame e só <strong>de</strong>pois aplique a insulina e faça a refeição.<br />

Essa atitu<strong>de</strong> evita que você tenha hipoglicemia (queda <strong>de</strong><br />

açúcar no sangue - veja cuidados na página 18).


6. Quando viajar, leve sua insulina e o material necessário<br />

para aplicá-la em sua bagagem <strong>de</strong> mão, assim você não<br />

corre o risco <strong>de</strong> extraviá-la.<br />

7. Leve sempre com você um cartão que indique que<br />

você tem diabetes, explicando o que <strong>de</strong>ve ser feito em<br />

caso <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong> glicose no sangue. Há um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

cartão no final <strong>de</strong>ste manual.<br />

8. Se a equipe médica indicar o controle mais intensivo,<br />

com medidas <strong>de</strong> glicemia capilar, você po<strong>de</strong> anotar os<br />

resultados dos testes em uma ficha <strong>de</strong> controle. Um mo<strong>de</strong>lo<br />

está nas páginas 25 e 26.<br />

PARA UM MELHOR EFEITO DA INSULINA, VOCÊ DEVE<br />

RESPEITAR OS TEMPOS DE INÍCIO DE AÇÃO:<br />

• se usar a insulina R, espere 30 minutos para comer;<br />

• se usar insulina NPH não é necessário esperar para comer;<br />

• se usar insulina lispro ou asparte, coma em seguida.<br />

3.5. Descarte do material<br />

Descarte as seringas e agulhas <strong>de</strong> acordo com as seguintes recomendações:<br />

acondicione-as em garrafas PET, caixas <strong>de</strong> leite<br />

ou latas com tampa e, após um período <strong>de</strong> acúmulo, leve até o<br />

posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua referência.<br />

17


Se as agulhas e seringas usadas forem <strong>de</strong>scartadas em local<br />

inapropriado, po<strong>de</strong>m causar danos às pessoas e aos animais.<br />

Nunca <strong>de</strong>spreze esses materiais no lixo comum e mantenha<br />

longe do alcance <strong>de</strong> crianças.<br />

4. Hipoglicemia<br />

No tratamento com insulina po<strong>de</strong><br />

ocorrer queda rápida e acentuada do<br />

nível <strong>de</strong> glicose no sangue, a hipoglicemia.<br />

Nessa situação, o teste da<br />

glicemia capilar (teste da ponta do<br />

<strong>de</strong>do) mostrará nível <strong>de</strong> glicose no<br />

sangue abaixo <strong>de</strong> 70 mg/dl.<br />

Você po<strong>de</strong>rá sentir: tonturas, tremores<br />

nas mãos, zumbido no ouvido, dormência<br />

ao redor da boca e na língua, fome exagerada, náusea<br />

(ânsia <strong>de</strong> vômito), sono e disparo no coração (aceleração).<br />

O seu comportamento po<strong>de</strong> ficar estranho e a fala, arrastada.<br />

Trate imediatamente, pois os sintomas po<strong>de</strong>m piorar, causando<br />

<strong>de</strong>smaio e até coma.<br />

4.1. O que fazer para tratar a hipoglicemia<br />

Se possível, primeiro faça o teste da glicemia capilar (teste da<br />

ponta <strong>de</strong> <strong>de</strong>do), para conferir como está o açúcar no sangue.<br />

Se precisar, solicite o auxílio <strong>de</strong> alguém.<br />

18


1. Coma ou beba algo doce (15 g <strong>de</strong> carboidrato)<br />

Sugestões:<br />

• 1 sachê <strong>de</strong> glicose em gel (15 g); ou<br />

• 1 copo (200 ml) suco <strong>de</strong> fruta natural (se estiver pronto)<br />

ou concentrado; ou<br />

• 1 copo (200 ml) <strong>de</strong> refrigerante normal; ou<br />

• 1 colher <strong>de</strong> sopa <strong>de</strong> mel, Karo ou açúcar; ou<br />

• 3 balas que se dissolvam rapidamente, tipo mastigáveis;<br />

ou<br />

• 1 unida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> banana.<br />

Não utilize chocolate, bolacha recheada, waffer, sorvetes ou<br />

outros tipos <strong>de</strong> doces (exceto os <strong>de</strong>scritos acima).<br />

2. Verifique a glicemia 15 minutos <strong>de</strong>pois do tratamento. Se o<br />

valor persistir inferior a 70 mg/dl, repita o tratamento <strong>de</strong>scrito<br />

acima.<br />

3. Faça um pequeno lanche para estabilizar a glicemia no sangue,<br />

30 minutos <strong>de</strong>pois do tratamento indicado acima.<br />

Sugestões:<br />

• 1 copo <strong>de</strong> batida <strong>de</strong> fruta (200 ml);<br />

• iogurte <strong>de</strong>snatado;<br />

• 1 fruta;<br />

• um copo <strong>de</strong> café com leite (150 ml) e 1 fatia <strong>de</strong> pão <strong>de</strong><br />

centeio.<br />

19


Lembre-se: você <strong>de</strong>ve sempre carregar algum alimento quando<br />

estiver na rua, para po<strong>de</strong>r tratar uma situação <strong>de</strong> hipoglicemia.<br />

Utilize balas que se dissolvam rapidamente ou tabletes<br />

<strong>de</strong> açúcar.<br />

ATENÇÃO!<br />

• Os produtos dietéticos não melhoram a hipoglicemia.<br />

Eles não <strong>de</strong>vem ser utilizados para esse tratamento.<br />

• Se você não pu<strong>de</strong>r ser alimentado pela boca, <strong>de</strong>verá<br />

ser levado a uma emergência ou po<strong>de</strong>rá receber uma<br />

injeção <strong>de</strong> glucagon (aplicar com a mesma técnica da<br />

insulina).<br />

5. Situações <strong>de</strong>correntes da aplicação <strong>de</strong><br />

insulina<br />

1. Equimoses (manchas roxas): po<strong>de</strong>m aparecer manchas<br />

roxas nos pontos <strong>de</strong> aplicação da insulina. Nas próximas aplicações,<br />

<strong>de</strong>ixe o local <strong>de</strong>scansando e aplique em outras áreas.<br />

A mancha <strong>de</strong>saparecerá em alguns dias.<br />

2. Reação local: vermelhidão, inchaço e coceira po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

nos locais <strong>de</strong> aplicação. Provavelmente estarão relacionados<br />

a alguma alteração no modo como você aplicou a insulina.<br />

Observe e aplique em outro local. A tendência é que esta<br />

reação <strong>de</strong>sapareça com o passar dos dias. Se as lesões na pele<br />

aumentarem ou se espalharem pelo corpo, você <strong>de</strong>verá procurar<br />

seu médico.<br />

20


3. Hipertrofia (“morrinhos“ abaixo da pele): po<strong>de</strong>m aparecer<br />

“pontos endurecidos” e elevação da pele nos locais <strong>de</strong> aplicação<br />

da insulina, causados pela falta <strong>de</strong> rodízio <strong>de</strong>stes locais. É<br />

importante que você saiba que estes “caroços” não doem, pelo<br />

contrário, até parecem anestesiados (você nem sente que aplicou<br />

a insulina). O problema disso é que o aproveitamento da<br />

insulina pelo seu corpo fica alterado, e os níveis <strong>de</strong> glicose não<br />

ficam a<strong>de</strong>quadamente controlados.<br />

4. Atrofia (“buracos” na pele): po<strong>de</strong>m aparecer afundamentos<br />

da pele nos locais <strong>de</strong> aplicação, causados por perda <strong>de</strong> gordura.<br />

Isto ocorre por uma reação à insulina. Observe e aplique em<br />

outro local. A tendência é que esta alteração <strong>de</strong>sapareça com<br />

o passar dos meses. Converse com seu enfermeiro ou médico<br />

sobre isso.<br />

Sites para consulta<br />

SBD - Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Diabetes<br />

www.diabetes.org.br<br />

ADA - American Diabetes Association<br />

www.diabetes.org<br />

Serviço <strong>de</strong> Endocrinologia do HCPA<br />

http://diabetesendocrinologia.org.br<br />

21


Anotações<br />

22


Cartão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

Você po<strong>de</strong> transformar esta página em seu cartão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.<br />

Recorte, dobre e leve sempre com você.<br />

23


Ficha <strong>de</strong> anotação da<br />

glicemia capilar<br />

DATA<br />

Antes café<br />

da manhã<br />

Antes do<br />

almoço<br />

Antes do<br />

jantar<br />

22 horas INSULINA<br />

I<strong>de</strong>ntificação do Paciente:<br />

Nº <strong>de</strong> Registro:<br />

25


Ficha <strong>de</strong> anotação da<br />

glicemia capilar<br />

DATA<br />

Antes café<br />

da manhã<br />

Antes do<br />

almoço<br />

Antes do<br />

jantar<br />

22 horas INSULINA<br />

I<strong>de</strong>ntificação do Paciente:<br />

Nº <strong>de</strong> Registro:<br />

26


Referências consultadas<br />

American Diabetes Association. Insulin administration. Diabetes Care 2004; 27 (suppl 1):<br />

S106-S109.<br />

Balduino Tschie<strong>de</strong>l, Marcia K. C. Puñales, organizadores. <strong>Insulina</strong>s: insulinizando o paciente<br />

com diabetes. Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2010.<br />

Frid A, Hirsch L, Gaspar R, Hicks D, Kreugel G, Liersch J, Leton<strong>de</strong>ur C, Sauvanet JP, Tubiana-<br />

Ruffi N, Strauss K. New injection recommendations for patients with diabetes. Diabetes &<br />

Metabolism 2010; 36: S3-S18.<br />

Frid A, Hirsch L, Gaspar R, Hicks D, Kreugel G, Liersch J, Leton<strong>de</strong>ur C, Sauvanet JP, Tubiana-Ruffi<br />

N, Strauss K. The third injection technique workshop in Athens (TITAN). Diabetes & Metabolism<br />

2010; 36: S3-S18.<br />

Hansen B, Kirketerp G, Ehlers G, Nor<strong>de</strong>ntoft E, Hansen S. G. Evi<strong>de</strong>nce-based clinical gui<strong>de</strong>lines<br />

for injection of insulin for adults with diabetes mellitus. 2ª ed. Danish Nurses Organization<br />

Layout: Danish Nurses Organization. Denmark. 2007, 67p.<br />

Owens DR, Bolli, GB. Beyond the era of NPH insulin – long-acting insulin analogs: chemistry,<br />

comparative pharmacology, and clinical application. Diabetes Technology & Therapeutics,<br />

2008; 10: 333 – 349.<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Diabetes. Aplicação <strong>de</strong> insulina. Diretrizes da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Diabetes 2009. 3ª. Ed. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica, 2009. pg 171-176.<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Diabetes. Revisão sobre análogos <strong>de</strong> insulina: indicações e<br />

recomendações para a disponibilização pelos serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Posicionamento<br />

oficial SBD n. 01/2011. Fevereiro <strong>de</strong> 2011.<br />

Descarte <strong>de</strong> seringas e agulhas. Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Vigilância<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />

Saú<strong>de</strong> da Secretaria<br />

Weinert LS, Camargo EG, Silveiro SP. Tratamento Medicamentoso da Hiperglicemia no Diabetes<br />

Melito Tipo 2. Disponível em http://seer.ufrgs.br/hcpa/article/view/17690/10707. Acesso em<br />

31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2011.<br />

27


Assessoria <strong>de</strong> Comunicação Social HCPA - novembro/11 - PGS062 - 274635<br />

Rua Ramiro Barcelos, 2350<br />

Largo Eduardo Z. Faraco<br />

Porto Alegre/RS 90035-903<br />

Fone 51 3359 8000<br />

Fax 51 3359 8001<br />

www.hcpa.ufrgs.br

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