Anais da 27º Semana CientÃfica - Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre
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Revista HCPA 2007; 27 (Supl.1)<br />
Enfermagem Médico Cirúrgica A<br />
TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE MEDULA ÓSSEA: INDICAÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM<br />
KAREN SCHEIN DA SILVA; SOFIA LOUISE SANTIN BARILLI<br />
Introdução. O transplante <strong>de</strong> medula óssea (TMO) é uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> terapêutica, na qual o paciente é submetido a um regime<br />
quimioterápico <strong>de</strong> altas doses, a fim <strong>de</strong> causar a imunossupressão e a remoção <strong>de</strong> células in<strong>de</strong>sejáveis. No TMO autólogo, as<br />
células-tronco são obti<strong>da</strong>s do próprio paciente durante a fase <strong>de</strong> remissão <strong>da</strong> doença. Suas principais indicações incluem:<br />
leucemias linfoblásticas agu<strong>da</strong>s, mielogênicas e anemias aplásicas. Para a infusão <strong>da</strong> quimioterapia e <strong>da</strong>s células-tronco,<br />
conserva<strong>da</strong>s em solução <strong>de</strong> dimetilsulfóxido, é necessária a inserção <strong>de</strong> um cateter semi-implantado. Durante a infusão, o paciente<br />
é mantido em constante observação, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar possíveis reações como: dispnéia, sensação <strong>de</strong> calor, náuseas, vômitos,<br />
bradicardia e <strong>de</strong>ssaturação. O TMO autólogo po<strong>de</strong> ser realizado na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> internação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam seguidos os cui<strong>da</strong>dos<br />
ao paciente neutropênico. Objetivos. Conhecer as indicações e reações adversas do procedimento, bem como evi<strong>de</strong>nciar a<br />
importância dos cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Enfermagem a esse paciente. Metodologia. Através <strong>de</strong> revisão bibliográfica, foram i<strong>de</strong>ntificados e<br />
analisados artigos e literatura pertinentes à temática. Resultados e Consi<strong>de</strong>rações Finais. Os cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Enfermagem durante a<br />
infusão <strong>da</strong>s células-tronco consistem na monitorização dos sinais vitais, <strong>da</strong> saturação <strong>de</strong> oxigênio, avaliação <strong>de</strong> efeitos adversos e<br />
suporte emocional para o paciente. Além disso, os cui<strong>da</strong>dos pós-transplante consistem em prevenção <strong>de</strong> infecções e<br />
encaminhamento <strong>de</strong> efeitos adversos e suas complicações. As principais intercorrências incluem: doença venoclusiva hepática,<br />
pneumonia intersticial, infecções e recidivas. O sucesso do TMO é influenciado pelo cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> Enfermagem durante todo o<br />
processo do transplante.<br />
CUIDADOS PALIATIVOS: A CONSTRUÇÃO DE UM SABER<br />
KAREN SCHEIN DA SILVA; MARIA HENRIQUETA LUCE KRUSE<br />
Os cui<strong>da</strong>dos paliativos surgiram no Reino Unido, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta, do século XX, a partir <strong>da</strong> criação do St. Christhopher<br />
Hospice, em Londres, pela Dra. Cicely Saun<strong>de</strong>rs, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> incluir o moribundo permitindo que ele escolha o local <strong>da</strong><br />
sua morte. Essa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> assistencial começou a se consoli<strong>da</strong>r como um saber científico em construção, principalmente, no<br />
início dos anos 2000, por meio <strong>da</strong> ampliação dos serviços paliativistas, em muitos países, e o aumento <strong>da</strong>s publicações sobre a<br />
temática. Esse saber em construção está inserido num processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça cultural e coloca a morte e o morrer em uma nova<br />
or<strong>de</strong>m discursiva submeti<strong>da</strong> a outros dispositivos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e saber (CARRARA, 2004). Assim, nosso objetivo com esse trabalho é<br />
conhecer os discursos organizados em saberes, a cerca dos cui<strong>da</strong>dos paliativos que as enfermeiras tem veiculado nas publicações<br />
<strong>de</strong> enfermagem. Para tanto propomos uma aproximação com o campo dos estudos culturais, especificamente <strong>da</strong> vertente pósestruturalista<br />
para vislumbrar artigos publicados em periódicos nacionais <strong>de</strong> enfermagem. Foram analisa<strong>da</strong>s publicações <strong>da</strong><br />
Revista Brasileira <strong>de</strong> Enfermagem e Revista Gaúcha <strong>de</strong> Enfermagem dos anos 1990 a 2006. Em nossas análises utilizamos<br />
algumas ferramentas propostas por Michel Foucault, especialmente, os seus entendimentos a cerca <strong>de</strong> discurso. Dentre os<br />
enunciados encontrados <strong>de</strong>stacamos aqueles que apontam o hospital como um local on<strong>de</strong> o paciente é <strong>de</strong>spido <strong>de</strong> sua<br />
individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> morrendo na companhia <strong>de</strong> pessoas estranhas. Além disso, encontramos enunciados que apontam os<br />
cui<strong>da</strong>dos paliativos e os hospices como capazes <strong>de</strong> proporcionar à família e ao paciente a melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> possível e um<br />
cui<strong>da</strong>do humanizado durante o processo <strong>de</strong> morrer.<br />
ÁCIDO PERACÉTICO: TESTE NA UNIDADE DE ENDOSCOPIA<br />
ALINE PATRICIA BRIETZKE; SUZANA MULLER<br />
Introdução O glutaral<strong>de</strong>ído é muito utilizado na <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> alto nível dos endoscópios no Brasil <strong>de</strong>vido suas características<br />
germici<strong>da</strong>s. Entretanto, <strong>de</strong>vido seus efeitos in<strong>de</strong>sejáveis, tem-se procurado alternativas para a <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> alto nível dos<br />
endoscópios. Uma opção é o ácido peracético a 0,2%. Objetivos Testar o uso do ácido peracético na endoscopia avaliando a<br />
integri<strong>da</strong><strong>de</strong> do equipamento, aceitação <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem e estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto. Os testes foram acompanhados pela<br />
comissão <strong>de</strong> infecção hospitalar do HCPA. Materiais e Métodos Foram utilizados dois endoscópios para realizar os testes:<br />
Olympus GIF V 2123549 (velho) e Olympus GIF V 2123531 (novo). Foram realizados dois testes. Para avaliar a concentração <strong>da</strong><br />
solução os fabricantes disponibilizaram fitas testes. Foi consi<strong>de</strong>rado reprovado quando a fita não atingiu a cor preta <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 15<br />
segundos. Resultados 1º Teste: O aparelho velho apresentou gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espuma na primeira imersão. O Ácido<br />
peracético venceu no 6º dia. Os aparelhos foram mergulhados 66 vezes. 2º Teste: No 2º teste a primeira vez que o aparelho velho<br />
foi mergulhado não apresentou espumas. O ácido peracético venceu no 7º dia. No teste <strong>de</strong> vencimento, a fita corou somente após<br />
30 segundos. Os endoscópios foram mergulhados 58 vezes. Ambos aparelhos mantiveram-se íntegros, porém as borrachas<br />
ficaram um pouco resseca<strong>da</strong>s. O aparelho velho per<strong>de</strong>u a coloração amarela<strong>da</strong> que tinha do glutaral<strong>de</strong>ído. Conclusões A duração<br />
<strong>de</strong> seis dias nos dois testes po<strong>de</strong> ser um fator limitante para seu uso. Não foi influenciado pela suji<strong>da</strong><strong>de</strong> impregna<strong>da</strong> no aparelho<br />
que foi libera<strong>da</strong> na 1º vez (espuma). Nos seis dias <strong>de</strong> teste, os aparelhos mantiveram-se íntegros, sendo que o aparelho velho<br />
per<strong>de</strong>u a coloração amarela<strong>da</strong> pelo uso do glutaral<strong>de</strong>ído. Não foram avaliados custos. Não houve queixas pela equipe <strong>de</strong><br />
enfermagem quanto ao odor “avinagrado”, po<strong>de</strong>ndo este permanecer na sala <strong>de</strong> exames.<br />
DEPRESSÃO INFANTIL PÓS-TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: ESTUDO DE CASO<br />
DAIANA DA SILVA LÚCIO; ILVA INÊS RIGO; SHANA MARQUES; NARA ALICE PUTON; QUÊNIA CAMILLE<br />
BARTH; DENISE PEREIRA NETO.<br />
Introdução: A <strong>de</strong>pressão causa sofrimento psíquico às crianças, comprometendo seu <strong>de</strong>senvolvimento. A criança, muitas vezes,<br />
manifesta sinais inespecíficos, como agitação, agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo somatizar sintomas (CALDERARO, CARVALHO, 2005;<br />
LIMA, 2004). De acordo com Lima (2004), problemas adversos <strong>de</strong> longa duração, problemas familiares e fatores <strong>de</strong><br />
personali<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a <strong>de</strong>pressão na criança. Objetivos: Relatar um caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão em um paciente pediátrico